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29 fevereiro 2020

O ápice de papado

Por

GONZÁLEZ, Justo L. E até aos confins da Terra: uma história ilustrada do Cristianismo: a era dos altos ideais – Vol. 4: São Paulo: Vida Nova, 1981 (1ª edição), pág. 171 a 185



Iluminura medieval da British Library do Papa Inocêncio
 excomungando os cátaros ou albigenses (à esquerda),
e uma batalha contra os albigenses realizada pelos
cruzados (à direita). Note-se que o manto do
cavalo possui um leão de prata no fundo
 de 
goles, brasão de Simão IV de
Monforte, líder dos cruzados.
(Wikipédia)


Texto publicado em PDF:


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Testemunhos de pedra: românico e gótico

Por
GONZÁLEZ, Justo L. E até aos confins da Terra: uma história ilustrada do Cristianismo: a era dos altos ideais – Vol. 4: São Paulo: Vida Nova, 1981 (1ª edição), pág. 151 a 169.

Vitral da Catedral de Colônia, em que está representada
a adoração dos magos.

Artigo publicado em PDF:

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A atividade teológica

Por
GONZÁLEZ, Justo L. E até aos confins da Terra: uma história ilustrada do Cristianismo: a era dos altos ideais – Vol. 4: São Paulo: Vida Nova, 1981 (1ª edição), pág. 127 a 150.

Summa theologica, 1596, de Tomás
de Aquino (Wikipédia)

Artigo publicado em PDF:


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28 fevereiro 2020

As ordens mendicantes

Por
GONZÁLEZ, Justo L. E até aos confins da Terra: uma história ilustrada do Cristianismo: a era dos altos ideais – Vol. 4: São Paulo: Vida Nova, 1981 (1ª edição), pág. 109 a 125.

Basílica de São Francisco de Assis
Artigo em PDF:
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27 fevereiro 2020

A reconquista espanhola

Por
GONZÁLEZ, Justo L. E até aos confins da Terra: uma história ilustrada do Cristianismo: a era dos altos ideais – Vol. 4: São Paulo: Vida Nova, 1981 (1ª edição), páginas 085 a 107.

Igreja de São Tiago de Compostela. Segundo uma
lenda espanhola, "... a Reconquista pôde ser levada
a bom termo graças à intervenção milagrosa de
São Tiago
". Veja meu artigo Tiago Maior.

Texto em PDF:
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As Cruzadas

Por


GONZÁLEZ, Justo L. E até aos confins da Terra: uma história ilustrada do Cristianismo: a era dos altos ideais – Vol. 4: São Paulo: Vida Nova, 1981 (1ª edição), páginas 047 a 084.

As Cruzadas

Artigo disponível em PDF:

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26 fevereiro 2020

O conflito entre o pontificado e o Império

Por

GONZÁLEZ, Justo L. E até aos confins da Terra: uma história ilustrada do Cristianismo: a era dos altos ideais – Vol. 4: São Paulo: Vida Nova, 1981 (1ª edição), páginas 031 a 046.
Na imagem, Henrique IV pede perdão ao papa
 Gregório VII. Depois de excomungado por
 Gregório VII, mas não disposto a perder
 o cargo, Henrique IV  “... se viu obrigado
a pedir admissão durante três dias, vesti-
do de penitente, exposto às intempéries,
 em meio à neve profunda que
quase o encobria de todo
(...), foi conduzido
até o papa”. 

Artigo disponível em PDF:

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A reforma papal

Por

GONZÁLEZ, Justo L. E até aos confins da Terra: uma história ilustrada do Cristianismo: a era dos altos ideais – Vol. 4: São Paulo: Vida Nova, 1981 (1ª edição), páginas 017 a 030.

Gregório VII

Artigo disponível em:

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A reforma monástica

Por

GONZÁLEZ, Justo L. E até aos confins da Terra: uma história ilustrada do Cristianismo: a era dos altos ideais – Vol. 4: São Paulo: Vida Nova, 1981 (1ª edição), páginas 007 a 016.

Abadia de Cluny, Borgonha, França



Texto disponível em PDF:


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25 fevereiro 2020

Antes do alvorecer, a noite escura

Por
GONZÁLEZ, Justo L. E até aos confins da Terra: uma história ilustrada do Cristianismo: a era das trevas – Vol. 3: São Paulo: Vida Nova, 1995, páginas 173 a 181.
Papa Nicolau I, o mais mais importante da época (séc. IX),
  mas pesa sobre, os chamados Falsos Decretos,  que
embora (parece) não terem sido escritos por
ele, mas foram por ele legitimados.
Esses decretos davam
enorme poder
aos papas.  



Artigo disponível em PDF:


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A igreja do oriente depois das conquistas árabes

Por
GONZÁLEZ, Justo L. Uma história ilustrada do cristianismo: a era das trevas. São Paulo: Vida Nova, 1995, pág. 163 a 172.


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A Igreja sob o regime dos carolíngios

Por

GONZÁLEZ, Justo L. E até aos confins da Terra: uma história ilustrada do Cristianismo: a era das trevas – Vol. 3: São Paulo: Vida Nova, 1995, páginas 141 a 161.

Estátua de Carlos Magno em Frankfurt
(Fonte: Wikipédia)

Artigo gravado em PDF. Veja o link abaixo:



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As conquistas árabes

Por
GONZÁLEZ, Justo L. E até aos confins da Terra: uma história ilustrada do Cristianismo: a era das trevas – Vol. 3: São Paulo: Vida Nova, 1995, páginas 131 a 140.

Maomé



Artigo publicado em PDF. Veja o link abaixo:


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As conquistas árabes


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A ressurreição de Jesus: verdade ou mentira?

“Ele não está aqui, porque já ressuscitou, como tinha dito. Vinde e vede o lugar onde o Senhor jazia” (Mateus 28.6).
“E, congregados eles [príncipes dos sacerdotes, cf. v.11] com os anciãos e tomando conselho entre si, deram dinheiro aos soldados, ordenando: Dizei: Vieram de noite os seus discípulos e, dormindo nós, o furtaram. E, se isso chegar a ser ouvido pelo governador, nós o persuadiremos e vos poremos em segurança. E eles recebendo o dinheiro, fizeram como estavam instruídos. E foi divulgado esse dito entre os judeus, até o dia de hoje” (Mateus 28.12-15).
Nas duas referências, retiradas do Evangelho de Mateus, destacadas acima, encontramos duas posições diametralmente opostas. Uma que afirma sobre a verdade que a ressurreição de Jesus foi real, atestada pelo “túmulo vazio”, e crida por todos os cristãos; e a outra, apregoada pelos príncipes dos sacerdotes judeus, e que foi divulgada pelo mundo todo, que a ressurreição de Jesus foi uma “farsa”…
Neste ano de 2018, que segundo a tradição cristã, o Domingo da Ressurreição está acontecendo num dia 1º de abril, também tido pela crença popular como o “dia da mentira”, o fato é que para nós, cristãos, a ressurreição de Jesus não foi mentira, engano, farsa ou coisa inventada pelos primeiros seguidores do Mestre. Jesus ressuscitou e está comprovado teológica e historicamente.
ressurreição de Cristo é a mais notável característica da pregação cristã. Para os primeiros cristãos, a ressurreição de Cristo era uma verdade incontestável, assim como a ressurreição dos crentes. Os Evangelhos informam que Jesus foi encarnado, tornou-se homem, morreu e ressuscitou. E após sua ressurreição, apareceu a seus discípulos até sua ascensão ao céu.
Não está aqui, porque ressuscitou”. E se o túmulo realmente ficou vazio, parece que só restam três possibilidades: ou os amigos de Jesus levaram seu corpo para fazerem parecer ao mundo que realmente a ressurreição foi verdade, embora tenha sido mentira, como Mateus destaca; que os seus inimigos levaram o seu corpo para evitar que a ressurreição acontecesse… ou que o próprio Jesus tenha ressuscitado realmente. É nesta última possibilidade que nós, cristãos, cremos e pregamos.
Há uma grande variedade de testemunhos cristãos que afirma a verdade da ressurreição, inclusive pela sua própria transformação de vida. Homens e mulheres que se sujeitaram a sofrer e até ir à prisão e à morte por causa da ressurreição do Mestre. Como correr tais riscos se isto fosse mentira? Um destes homens, Paulo afirmou “… primeiramente vos entreguei o que também vos recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras, e que foi visto por Cefas [Pedro] e depois pelos doze. Depois, foi visto, uma vez, por mais de quinhentos irmãos, dos quais vive ainda a maior parte [isto é, quando Paulo escreveu este texto], mas alguns já dormem também. Depois, foi visto por Tiago, depois, por todos os apóstolos e, por derradeiro de todos, me apareceu também a mim, como a um abortivo. Porque eu sou o menor dos apóstolos, que não sou digno de ser chamado apóstolo, pois que persegui a igreja de Deus…” (1Corintios 15. 3-9).
Sem entrar no mérito das várias conjecturas que se criaram para negar a ressurreição de Cristo, o fato é que, historicamente, os testemunhos documentais e pessoais em defesa da ressurreição de Cristo são fartos. Estes testemunhos, reforçados pelas Escrituras, além das experiências pessoais de crentes cristãos que a cada dia testemunho seu encontro com o Cristo vivo são a garantia de nossa esperança.

Por isto podemos cantar: “Cristo já ressuscitou… Aleluia!”

As igreja dissidentes


Por

GONZÁLEZ, Justo L. E até aos confins da Terra: uma história ilustrada do Cristianismo: a era das trevas – Vol. 3: São Paulo: Vida Nova, 1995, páginas 115 a 130.

Igreja Copta em AmãJordânia
(Fonte: Wikipedia)


Artigo que escrevi em 2017 e re-publicado aqui, com anexo em PDF. Veja o link abaixo:



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As igrejas dissidentes


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A Igreja Oriental


GONZÁLEZ, Justo L. E até aos confins da Terra: uma história ilustrada do Cristianismo: a era das trevas – Vol. 3: São Paulo: Vida Nova, 1995, páginas 87 a 114.

Igreja de Santa Sofia,  construída por Justiniano




Artigo que escrevi em 2017 e re-publicado aqui, com anexo em PDF. Veja o link abaixo:




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A Igreja Oriental



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O papado: breves considerações histórico-teológicas

Por Alcides Barbosa de Amorim

Brasão do Papado e do Vaticano

Artigo que escrevi em 2017 e re-publicado aqui, com anexo em PDF. Veja o link abaixo:


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O papado: breves considerações histórico-teológicas


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24 fevereiro 2020

O monasticismo beneditino

Por

GONZÁLEZ, Justo L. E até aos confins da Terra: uma história ilustrada do Cristianismo: a era das trevas – Vol. 3: São Paulo: Vida Nova, 1995, páginas 39 a 59.
Fonte: Wikipedia




Texto em PDF em:

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O Cristianismo e o Império Romano sob o regime dos bárbaros


Por

GONZÁLEZ, Justo L. E até aos confins da Terra: uma história ilustrada do Cristianismo: a era das trevas – Vol. 3: São Paulo: Vida Nova, 1995, páginas 01 a 38.



Huno
Átila,  "o açoite de Deus"




Texto em PDF em:

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O Deus da Idade Média: alguns destaques teológicos a partir de Jacques Le Goff


O Deus da Idade Média
O objetivo deste artigo é destacar alguns pontos doutrinários que julgo relevantes no livro O Deus da Idade Média: conversas com Jean-Luc Pouthier, do historiador Jacques Le Goff.

Escolhi, para efeito de nosso comentário, apenas os conceitos relativos à pessoa do Deus oriental (monoteísmo) e aceitos pelos ocidentais; a questão da trindade; a pessoa de Maria, cujo dogma desenvolve-se (quase) com o aspecto de divindade; os anjos, os santos e as questões dos ícones. A partir da identificação destes pontos, procurei relacioná-los com outras fontes.



Veja o texto completo, gravado em PDF, em:

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O Deus da Idade Média: alguns destaques teológicos a partir de Jacques Le Goff 

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Constantino, Por Andrew Miller

Imperador Constantino

Texto do historiador Andrew Miller, adaptado e gravado em PDF, em:  

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Constantino, por Andrew Miller


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Blandina de Lion

Blandina de Lion


Blandina de Lion [2]

Blandina foi torturada em público de diversas maneiras. Primeiro a acoitaram; depois a fizeram ser mordida por feras; em seguida fizeram-na assentar-se em um assento de ferro quente; e ainda a encerram em uma rede e fizeram com que um touro bravio a chifrasse. Como em meio de tais tormentos Blandina seguia firme em sua fé, finalmente as autoridades ordenaram que fosse degolada”. [1]

Blandina [3], uma escrava, se distinguiu do resto dos mártires pela variedade de torturas que suportou. Sua senhora, que também sofreu o martírio, temia que a fé de sua serva pudesse ser deixada de lado sob tais provações. Mas isto não aconteceu, que o Senhor seja louvado! Firme como rocha, mas pacífica e despretensiosa, ela suportou os mais excruciantes sofrimentos. Seus carrascos lhe pressionavam a negar a Cristo e a confessar que as reuniões privadas dos cristãos serviam apenas para suas práticas perversas, e que então eles deixariam de torturá-la. Mas não! Sua única resposta foi: "Sou uma cristã, e não há perversidade entre nós." O flagelo, a roda, a cadeira de ferro quente e as feras selvagens tinham perdido seu terror para ela. Seu coração estava fixado em Cristo, e Ele a manteve em espírito perto de Si. Seu caráter foi completamente formado, não por sua condição social, é claro – que era a mais degradada naqueles tempos – mas por sua fé no Senhor Jesus Cristo, através do poder do Espírito Santo que habitava em si.

Dia após dia ela era levada como um espetáculo público de sofrimento. Sendo uma mulher e uma escrava, os pagãos esperavam forçá-la a negar a Cristo, e a confessar que os cristãos eram culpados dos crimes denunciados contra eles. Mas foi tudo em vão. "Eu sou uma cristã, e não há perversidade entre nós", era sua resposta calma e invariável. Sua constância exauriu a inventiva crueldade de seus algozes. Eles estavam surpresos por vê-la viver através da temível sucessão de seus sofrimentos. Mas em suas maiores agonias, ela encontrou força e alívio ao olhar para Jesus e testemunhar por Ele. "Blandina foi dotada de tanta coragem", diz a carta da igreja de Lion, escrita a mil e setecentos anos atrás, "que aqueles que sucessivamente a torturavam de dia e de noite ficaram muito desgastados de cansaço, e se deram por vencidos e exaustos de todos os seus aparatos de tortura, e se espantaram de vê-la ainda respirando enquanto seu corpo estava dilacerado e exposto." 

Antes de narrarmos as cenas finais de seus sofrimentos, devemos notar o que parece para nós ser o segredo de sua grande força e constância. Sem dúvidas o Senhor a estava sustendo de maneira marcante como uma testemunha para Ele, e como um testemunho para todas as eras do poder do cristianismo sobre a mente humana, comparado a todas as religiões que já existiram sobre a terra. Ainda assim, poderíamos dizer, particularmente, que sua humildade e temor piedoso eram as claras indicações do seu poder contra o inimigo, e de sua inabalável fidelidade a Cristo. Ela estava desenvolvendo sua própria salvação – libertação das dificuldades do caminho – por um profundo senso de sua própria fraqueza consciente, indicada por "medo e tremor".

Em seu caminho de volta do anfiteatro para a prisão, em companhia de seus companheiros de sofrimento, eles foram rodeados por seus amigos entristecidos quando tiveram uma oportunidade, e em simpatia e amor se dirigiram a eles como "mártires por Cristo". Mas a isso eles instantaneamente responderam, dizendo: "Não somos dignos de tal honra. A luta ainda não acabou, e o digno nome de Mártir pertence apropriadamente a Ele somente, que é verdadeira e fiel testemunha, o primogênito dentre os mortos, o Príncipe da vida, ou, ao menos, apenas àqueles cujo testemunho Cristo selou pela sua constância até o fim. Somos apenas pobres e humildes confessores." Em lágrimas eles rogaram para que seus irmãos orassem por eles para que pudessem ser firmes e verdadeiros até o fim. Assim a fraqueza deles era sua força, pois os levava a apoiarem-se no Poderoso. E é assim sempre, e sempre foi, tanto em pequenas quanto em grandes provações. Mas uma nova tristeza os aguardava em seu retorno à prisão. Eles encontraram alguns que tinham desistido pelo medo natural, e que tinham negado que eram cristãos. Todavia, nada ganharam por causa disso, pois Satanás jamais os iria libertar. Sob uma acusação de outros crimes, eles foram mantidos na prisão. Com esses fracos, Blandina e os outros oravam com muitas lágrimas, para que pudessem ser restaurados e fortalecidos. O Senhor respondeu suas orações, de modo que, quando levados novamente para uma examinação mais profunda, eles firmemente confessaram sua fé em Cristo, e assim foram condenados à morte e receberam a coroa do martírio.

Segundo os homens, nomes mais nobres do que o de Blandina desapareceram na cena ensanguentada, e nomes honrados também tinham testemunhado com grande coragem, como foi o caso de Vétio, Potino, Santus, Naturus e Atálius. Mas o último dia de sua provação tinha chegado, e a última dor que ela sentiria, e a última lágrima que ela derramaria. Ela foi levada para seu exame final com um jovem de quinze anos, chamado Pôntico. Eles foram obrigados a jurar pelos deuses; eles firmemente recusaram, mas estavam calmos e imóveis. A multidão estava irritada com a magnânima paciência deles. Todo o repertório de barbaridades lhes foi infligido. Pôntico, embora animado e fortalecido pelas orações de sua irmã em Cristo, logo sucumbiu sob as torturas, e adormeceu em Jesus.

E agora vinha a nobre e abençoada Blandina, como a igreja a intitulara. Como uma mãe que precisava confortar e encorajar seus filhos, ela foi mantida até o último dia dos jogos. Seus filhos haviam partido antes dela, e ela estava agora ansiando por seguir após eles. Eles tinham aderido ao nobre exército de mártires acima, e estavam descansando em Jesus, como descansam guerreiros cansados, no pacífico paraíso de Deus. Após ter suportado açoites, sentaram-na em uma cadeira de ferro quente, e então ela foi amarrada em uma rede e jogada a um touro; e tendo sido atingida algumas vezes pelo animal, um soldado mergulhou uma lança em seu lado. Sem dúvida ela já estava morta muito antes da lança tê-la atingido, mas nisto ela teve a honra de ser como seu Senhor e Mestre. Brilhante certamente será a coroa, em meio às muitas coroas no céu, da constante, humilde, paciente e perseverante Blandina.

Mas a raiva feroz e selvagem dos pagãos, instigados por Satanás, ainda não tinha alcançado seu limite. Eles começaram uma nova guerra contra os corpos mortos dos santos. O sangue deles ainda não os tinha saciado. Eles queriam suas cinzas. Assim os corpos mutilados dos mártires foram coletados e queimados, e lançados no rio Ródano com o fogo que os consumia, para que nenhuma partícula fosse deixada para poluir a terra. Mas a raiva, embora feroz, finalmente se esgotaria: e a natureza, embora selvagem, ficaria cansada de derramamento de sangue, e assim muitos cristãos sobreviveram a essa terrível perseguição.

Temos, portanto, entrado em detalhes, mais do que o usual, ao falar das perseguições sob o reinado de Marco Aurélio. Até então elas são um cumprimento, cremos, dos solenes e proféticos avisos da carta à Esmirna, e também, de modo marcante, da graça do Senhor prometida. Os sofredores foram cheios e animados por Seu próprio Espírito. "Até mesmo seus perseguidores", diz Neander, "nunca foram mencionados por eles com ressentimento; mas eles oravam a Deus para que fossem perdoados aqueles que os tinham sujeitado a tais cruéis sofrimentos. Eles deixaram um legado para seus irmãos, não de conflito e guerra, mas de paz e alegria, unanimidade e amor."

Estás em casa finalmente, cada poste do caminho passado,

Tendes apressado alcançar ao alvo antes de mim;
E ó, as minhas lágrimas caem grossas e rápido
Como as esperanças que tinham florescido sobre ti.
Os meus lábios recusam dizer, Adeus,
Porque nada pode separar nossa vida interligada;
Bem cedo tendes ido com Cristo habitar,
Onde ambos para sempre estaremos...

Fonte:

MILLER, Andrew. “Church History" (História da Igreja). Tradução de Helio Henrique L. C. Monte-Alto. Páginas 197 a 201.Disponível em: <file:///C:/Users/Sr%20Alcides/Documents/Alcides%20-%202016/História%20&%20Teologia%20da%20Igreja%20Cristã/Historia%20da%20Igreja%20-%20Andrew%20Miller.pdf>. Acesso em 16/12/2016.

Notas:


  • [1] GONZÁLEZ, Justo. Uma história ilustrada do cristianismo. Vol. 1, a era dos mártires. São Paulo: Vida Nova, 1995, p. 76.
  • [2] Imagem disponível em: <http://catholicsaints.info/saint-blandina-the-slave/>. Acesso em 16/12/2016.
  • [3] MILLER, Andrew. Op. Cit. Texto copiado na íntegra.

Revolução dos Bichos: características gerais

  Por Alcides Barbosa de Amorim Porco Major [1] O livro Revolução dos Bichos (1945), do indiano George Orwell, nascido durante o domínio b...