Lembrando que esta lista não é a mesma da Igreja Católica,
uma vez que a tradição católica considera o apóstolo Pedro como tendo sido o
primeiro bispo romano e, por isso, o primeiro papa da igreja e, como se vê
acima, Eusébio e muitos outros cristãos consideram Lino o primeiro bispo romano
e não o apóstolo Pedro.
Afirma Eusébio que o bispo Zeferino foi
sucedido por Calisto, e
este por Urbano (HE,
6, XXI). E que “... Urbano, que fora bispo de Roma por oito anos, foi
sucedido por Ponciano” (HE, 6, XXIII).
Das informações sobre o 17° bispo de Roma, Ponciano,
extraídas destas fontes católicas: (a), (b)
e (c) [4],
descritas nas considerações bibliográficas abaixo, temos o seguinte resumo:
O Bispo ou Papa Ponciano:
Exerceu seu bispado/pontificado entre 230 e 235.
Nasceu em Roma e foi sucessor de Urbano I; foi eleito durante o
cisma iniciado com Calixto I.
Pôs fim à
heresia de seu grande opositor Hipólito (considerado um antipapa).
Ordenou o canto dos Salmos nas igrejas, prescreveu o Confiteor
Deo, antes da missa e introduziu a fórmula
"Dominus
vobiscum".
No início do governo de Maximiniano (235 a
238), este aprisionou Ponciano e o deportou (em 235) para a Sardenha para
cumprir trabalhos forçados nas pedreiras. Por isso, ele demitiu-se do
pontificado pouco depois de ter chegado à ilha. Sua renúncia tinha o objetivo
de não criar dificuldades à Igreja de Roma e permitir à Igreja
eleger outro líder que estivesse presente em Roma, sendo eleito o PapaAntero.
Veja mais, sobre o São Ponciano, no vídeo de Altierez dos Santos a seguir:
[2] CESAREIA, Eusébio. História Eclesiástica: os primeiros quatro anos da Igreja Cristã. Rio de Janeiro: CPAD, 1999.
[3] As datas (ou não) referente aos períodos de governos dos referidos bispos, estão aqui, de acordo com as informações contidas nas Eras (10 volumes) de GONZÁLEZ, Justo L. em sua História Ilustrada do Cristianismo, publicada pela Editora Vida Nova. González entende como datas corretas apenas a partir dos bispos Eleutero ou Eleuterio...
[4] Bispo, Papa ou São Ponciano:
a) Disponível em: <https://www.portalsaofrancisco.com.br/historia-geral/papa-ponciano>. Acesso em: 02/08/2025.
b) Disponível em: In: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Papa_Ponciano_)>. Acesso em: 02/08/2025.
c) Disponível em: In: <https://www.youtube.com/watch?v=MJMTydYpick>. Acesso em: 02/08/2025.
“... e olharão
para mim, a quem traspassaram; e prantearão sobre ele, como quem pranteia pelo
filho unigênito...” (Zc 12.10) [1]
O texto
abaixo é uma resposta dada pelo Ministério Got Questions Português à pergunta: Qual
é o papel de Israel no fim dos tempos? Inseri na íntegra o texto[2]
abaixo e o vídeo[3] (no final) com destaques a alguns textos bíblicos referidos
no artigo. E como já falamos um pouco sobre o assunto, achei por bem deixar os links de algumas postagens abaixo...
Toda
vez que há um conflito em ou em torno de Israel, muitos veem isso como um sinal
do fim dos tempos se aproximando rapidamente. O problema com isto é que talvez
acabaremos eventualmente nos cansando dos conflitos em Israel, tanto que não
vamos reconhecer quando os verdadeiros eventos profeticamente significativos
ocorrerem. Um conflito em Israel não é necessariamente um sinal do fim dos
tempos.
O
conflito em Israel tem sido uma realidade sempre que Israel tem existido como
nação. Quer tenham sido os egípcios, amalequitas, midianitas, moabitas,
amonitas, amorreus, filisteus, assírios, babilônios, persas ou romanos, a nação
de Israel sempre foi perseguida por seus vizinhos. Por que isso? Segundo a
Bíblia, é porque Deus tem um plano especial para a nação de Israel e Satanás
quer derrotar esse plano. O ódio por Israel que Satanás encoraja -
especialmente a Israel de Deus - é a razão pela qual os vizinhos de Israel
sempre querem ver essa nação destruída. Quer se trate de Senaqueribe, rei da
Assíria; Hamã, funcionário da Pérsia; Hitler, líder da Alemanha nazista, ou
Ahmadinejad, o presidente do Irã, as tentativas de destruir completamente
Israel sempre falharão. Os perseguidores de Israel vêm e vão, mas a perseguição
irá permanecer até a segunda vinda de Cristo. Como resultado, o conflito em
Israel não é um indicador confiável da iminente chegada do fim dos tempos.
No
entanto, a Bíblia diz que haverá terrível conflito em Israel durante o final
dos tempos. É por isso que esse período é conhecido como a Tribulação, a Grande
Tribulação e o "tempo de angústia para Jacó" (Jeremias 30:7). Isso é
o que a Bíblia diz sobre Israel no fim dos tempos:
· Haverá um retorno em massa dos judeus à terra
de Israel (Deuteronômio 30:3, Isaías 43:6, Ezequiel
34:11-13; 36:24; 37:1-14).
· O Anticristo fará uma aliança de 7 anos de
"paz" com Israel (Isaías 28:18; Daniel
9:27).
· O templo será reconstruído em Jerusalém (Daniel
9:27, Mateus 24:15, 2Tessalonicenses 2:3-4, e Apocalipse 11:1).
· O Anticristo quebrará a sua aliança com Israel,
o que resultará na perseguição mundial de Israel (Daniel 9:27; 12:1, 11;
Zacarias 11:16, Mateus 24:15, 21; Apocalipse 12:13). Israel será invadida
(Ezequiel capítulos 38-39).
· Israel vai finalmente reconhecer Jesus como o
Messias (Zacarias12:10). Israel será
regenerada, restaurada e reagrupada (Jeremias 33:8, Ezequiel 11:17, Romanos
11:26).
Há
muita confusão em Israel hoje. Israel é perseguida, cercada por inimigos -
Síria, Líbano, Jordânia, Arábia Saudita, Irã, Hamas, Jihad Islâmica, Hezbollah,
etc. No entanto, esse ódio e perseguição de Israel são apenas uma amostra do
que vai acontecer no fim dos tempos (Mateus 24 :15-21). A última rodada de
perseguição começou quando Israel foi reconstituída como uma nação em 1948.
Muitos estudiosos das profecias bíblicas acreditavam que a Guerra dos Seis Dias
entre árabes e israelenses em 1967 foi o "começo do fim". Será que o
que está acontecendo hoje em Israel pode indicar que o fim está próximo? Sim.
Será que isso significa necessariamente que o fim esteja próximo? Não. O
próprio Jesus explicou bem: "Acautelai-vos, que ninguém vos engane.
Porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; a muitos enganarão.
E ouvireis falar de guerras e rumores de guerras; olhai não vos perturbeis;
porque forçoso é que assim aconteça; mas ainda não é o fim" (Mateus
24:4-6).
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Destaques:
“Porque
assim diz o Senhor Deus: Eis que eu, eu mesmo, procurarei pelas minhas ovelhas,
e as buscarei. Como o pastor busca o seu rebanho, no dia em que está no meio
das suas ovelhas dispersas, assim buscarei as
minhas ovelhas; e livrá-las-ei de todos os lugares por onde andam
espalhadas, no dia nublado e de escuridão. E tirá-las-ei dos povos, e as
congregarei dos países, e as trarei à sua própria
terra, e as apascentarei nos montes de Israel, junto aos rios, e em
todas as habitações da terra” (Ez 34.11-13).
·“E
ele firmará aliança com muitos por uma semana;
e na metade da semana fará cessar o
sacrifício e a oblação; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso
até à consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador”
(Dn 9.27).
·“E
subirás contra o meu povo Israel, como uma nuvem,
para cobrir a terra. Nos últimos dias sucederá que hei de trazer-te
contra a minha terra, para que os gentios me conheçam a mim, quando eu me
houver santificado em ti, ó Gogue, diante dos seus olhos” (Ez 38.16).
A Batalha de Gogue e
Magogue descrita em Ezequiel 38 e 39 contra Israel já iniciou? Podemos afirmar
que ainda não, pelo fato de que esta batalha será iniciada por Gogue, como
afirma o Pastor Lamartine aqui.
“Nos capítulos 38 e
39 de Ezequiel, a Bíblia descreve a invasão da Rússia e de seus aliados contra
Israel. Vamos ler alguns versículos: ‘Veio a mim a palavra do Senhor,
dizendo: Filho do homem, dirige o teu rosto contra Gogue,
terra de Magogue, príncipe e chefe de Meseque, e Tubal,
e profetiza contra ele. E dize: Assim diz o Senhor Deus: Eis que eu sou contra
ti, ó Gogue, príncipe e chefe de Meseque e de Tubal; E te farei voltar, e porei
anzóis nos teus queixos, e te levarei a ti, com todo o teu exército, cavalos e
cavaleiros, todos vestidos com primor, grande multidão, com escudo e rodela,
manejando todos a espada; Persas, etíopes, e os de Pute
com eles, todos com escudo e capacete; Gômer
e todas as suas tropas; a casa de Togarma,
do extremo norte, e todas as suas tropas, muitos povos contigo. Prepara-te, e
dispõe-te, tu e todas as multidões do teu povo que se reuniram a ti, e
serve-lhes tu de guarda. Depois de muitos dias serás visitado. No fim dos anos
virás à terra que se recuperou da espada, e que foi congregada dentre muitos
povos, junto aos montes de Israel, que sempre se faziam desertos; mas aquela
terra foi tirada dentre as nações, e todas elas habitarão seguramente’” (Ezequiel
38:1-8) [4] (destaques aos nomes dos povos que estarão
envolvidos na batalha contra Israel).
·“Mas
sobre a casa de Davi, e sobre os habitantes de Jerusalém, derramarei o Espírito
de graça e de súplicas; e olharão para mim, a quem
traspassaram; e prantearão sobre ele, como quem pranteia pelo filho
unigênito; e chorarão amargamente por ele, como se chora amargamente pelo
primogênito” (Zc 12.10).
Os capítulos 12-14 de
Zacarias “... formam uma profecia, da qual o tema geral é a volta do Senhor o
estabelecimento do reino. A ordem é:
1) o cerco de Jerusalém
antes da batalha do Armagedom (vs. 1-3);
2) a batalha
propriamente dita (vs. 4-9);
3) o derramamento do
Espírito e a revelação pessoal de Cristo à família de Davi e ao remanescente em
Jerusalém, não simplesmente como o glorioso Libertador, mas também, como Aquele
que Israel feriu e há muito rejeitou (v. 10);
4) a justa tristeza que
se segue a essa revelação (vs. 11-14); e ,
5) a fonte da
purificação (Zc. 13:1) será, em-tão, eventualmente aberta para Israel”.[5]
Lembrando que esta lista não é a mesma da Igreja Católica, uma vez que a tradição católica considera o apóstolo Pedro como tendo sido o primeiro bispo romano e, por isso, o primeiro papa da igreja e, como se vê acima, Eusébio e muitos outros cristãos consideram Lino o primeiro bispo romano e não o apóstolo Pedro.
Afirma Eusébio que o bispo Zeferino foi sucedido por Calisto, e este por Urbano (HE, 6, XXI). E que “... Urbano, que fora bispo de Roma por oito anos, foi sucedido por Ponciano” (HE, 6, XXIII).
Como os outros casos, as informações que temos do Bispo ou papa Urbano são de fontes católicas. Considerando estas fontes (a), b) e c))[3], descritas nas considerações bibliográficas abaixo, temos o seguinte resumo:
O bispo ou papa Urbano I nasceu em Roma, viveu entre 175 e 230 e exerceu seu bispado por 8 anos, entre 222 e 230.
Seu bispado/pontificado ocorreu num período de tolerância (222-235) do imperador Alexandre Severo, portanto, num momento de relativa paz para os cristãos. Embora a religião do Império Romano fosse o paganismo e a perseguição e o massacre ao cristianismo fosse intenso naquela época, Alexandre Severo permitiu certa liberdade de culto e tolerou razoavelmente o convício entre as crenças.
Determinou que as esmolas e os legados ofertados à Igreja fossem aplicados exclusivamente em duas direções: sustento/conversão dos pobres e culto divino.
Estabeleceu pioneiramente o uso de ouro, prata e pedras preciosas em patenas, cálices e vasos sagrados e que o sacramento da Confirmação fosse ministrado, após o Batismo, pelas mãos de um bispo. E também benzeu alguns artefatos deste material para a paróquia de Roma. “Era o início da riqueza que marcaria tão notoriamente a história da Igreja Católica” (Infoescola).
Organizou a Igreja de Roma em 25 unidades eclesiásticas, as paróquias de Roma e consentiu que a Igreja adquirisse bens.
Interveio nas disputas sobre o cisma de Hipólito de Roma e ordenou que o patrimônio da igreja doado pelos fiéis não pudesse ser usado, em hipótese alguma, para outros fins a não ser para o sustento dos próprios missionários.
Foi vítima de calúnia e perseguido pelo prefeito Almáquio, de Roma, sob o império de Alexandre Severo.
Foi responsável por inúmeras conversões, inclusive, de pessoas de alta classe social, dentre os quais Valeriano, esposo de Santa Cecília, convertida e martirizada, e de Tibúrcio, seu irmão.
A hagiografia apresenta geralmente como martirizados em seu tempo Santa Cecília e companheiros. Entretanto, parece que o bispo Urbano, de que se fala o martirológio, não era este papa, mas, sim, algum homônimo seu, dos tempos de Marco Aurélio ou Cômodo (161-192). In: Wikipedia.
Urbano, com a aplicação da benção a artefatos religiosos da paróquia de Roma, dava o início da riqueza que marcaria tão notoriamente a história da Igreja Católica.
Embora o catolicismo já desse sinais de sua preocupação com a riqueza no final do século II, o papa não deixou de pensar nos desvalidos. Mesmo cultuando os objetos de valor, Urbano I determinou que as esmolas ofertadas à Igreja fossem empregadas exclusivamente em duas frentes, o culto divino e os desvalidos. Ou seja, a Igreja demonstrava já seu perfil dúbio que oscila entre riqueza e pobreza.
Ao que parece, Urbano não tenha morrido como mártir. Ele faleceu no ano 230, com 55 anos de idade, sendo sucedido por Ponciano.
Continuando nossa lista dos bispos e papas romanos, quero
destacar aqui o bispo Calisto, que na História Eclesiástica (HE)[2] de
Eusébio de Cesareia,
aparece como o número 15 da lista. Depois de Zeferinoservir a Igreja por 18 anos, “... foi
sucedido no episcopado por Calisto...” (HE, 6, XXI).
Como os outros casos, as informações que temos são de
fontes católicas. Conforme esta
fonte, por exemplo, Calisto era romano de Trastevere e filho de
escravos. Trata-o como como um “administrador pouco habilidoso” que deu grande
desfalque ao imperador Cômodo e, por isso, teve que fugir, mas foi capturado em
Óstia (cidade próxima de Roma) e condenado a girar a roda de um moinho. Depois
foi deportado para as minas da Sardenha. Aqui, encontramos
também que “... ele foi preso por ter brigado em uma sinagoga, quando
tentou emprestar dinheiro ou receber débitos de alguns judeus’.
Calisto teve o apoio do papa [bispo] Vítor que, para
ajudá-lo a desviar da tentação, fixou-lhe um ordenado. Depois, o sucessor do
bispo Vitor, Zeferino, foi igualmente generoso com ele e ordenou-o diácono, confiando-lhe
a guarda do cemitério cristão na via Ápia Antiga. Calisto sucedeu a Zeferino em
Roma, mas seu pontificado atraiu as inimizades de uma ala da comunidade cristã
de Roma que acusou o processo de sua escolha de heresia. Como era esperado,
Calisto teve muitos opositores, incluindo um antipapa – Hipólito de Roma –. Por
conta disto, muitas informações sobre ele são distorcidas.O
motivo da discórdia com Hipólito de Roma “... fora a questão
trinitária e a absolvição concedida por Calisto aos pecadores
de adultério, homicídio e apostasia, absolvição que antes
só era dada uma vez na vida e após uma dura penitência pública, enquanto os
reincidentes eram excluídos da comunhão eclesial...” (Idem).
Calisto morreu numa revolta popular contra os
cristãos e foi lançado a um poço. Mais tarde, deram-lhe sepultura honorífica no
Cemitério de Calepódio, na Via Aurélia, junto do lugar do seu martírio.
A Cripta de São
Calisto:
Uma das metas
obrigatórias para os peregrinos e turistas que se dirigem à Roma são as
catacumbas. Particularmente célebres e frequentadas são as de São Calisto,
definidas pelo Papa João XXIII “as mais respeitáveis e as mais célebres de
Roma”. Numa área de mais de 120.000 m², com quatro andares sobrepostos, foi
calculado que lá existem não menos de 20 quilômetros de corredores... Essa obra
colossal fixa para sempre a memória de São Calisto, que cuidou de sua
realização, primeiro como diácono do Papa Zeferino, e depois como o próprio
Papa. Mas além das dimensões, este lugar é precioso pelo grande número e pela
importância dos mártires que ali foram sepultados, e particularmente célebres
são a cripta de Santa Cecília e a contígua à dos papas, na qual foram sepultados
o Papa Ponciano Antero, Fabiano entre outros... O túmulo dele está colocado bem
no meio da Roma antiga, na basílica de Santa Maria in Trastevere, que,
construída por determinação do Papa Júlio, na metade do século IV, foi
intitulada também de São Calisto. Essa obra colossal fixa para sempre a memória
de São Calisto, que cuidou de sua realização, primeiro como diácono do Papa
Zeferino, e depois como o próprio Papa. Mas além das dimensões, este lugar é
precioso pelo grande número e pela importância dos mártires que ali foram
sepultados, e particularmente célebres são a cripta de Santa Cecília e a
contígua à dos papas, na qual foram sepultados o Papa Ponciano Antero, Fabiano
entre outros... O túmulo dele está colocado bem no meio da Roma antiga, na
basílica de Santa Maria in Trastevere, que, construída por determinação do Papa
Júlio, na metade do século IV, foi intitulada também de São Calisto (Canção Nova).
Neste post, como parte de nossa lista dos bispos e papas romanos, quero destacar a pessoa do bispo Zeferino, que na História Eclesiástica (HE) [2] de Eusébio de Cesareia, aparece como o número 14 da lista. Ou seja, o 14º bispo, mas considerado o 15º papa para os católicos.
Eusébio fala de um rei Antonino, que governou sete anos e
seis meses, sendo sucedido por Macrino, e este, depois de um ano, “... foi
sucedido por outro Antonino na soberania de Roma” (HE, 6, XXI). Na
sequência, Eusébio diz que “Zeferino, o bispo de Roma, partiu desta vida,
depois de se responsabilizar pela igreja por dezoito anos” (idem).
Considerando esta lista
de imperadores romanos [3],
temos: Antonino (Caracalla) que governou entre 188 e 217; Macrino, de 217 a 218
e Antonino Heliogábalo, de 218 a 222. Ligando estas informações com as de
Eusébio, entendemos que o bispo Zeferino faleceu no ano 218, tendo
exercido seu bispado por 18 anos. Ou seja, por estas informações, Zeferino foi
bispo de Roma entre 200 e 218. Pode ser data aproximada de um ano. Neste caso,
as informações batem com esta fonte católica (Paulus) [4] e com
esta (wikipedia).
Desta última, extrai as informações a seguir – texto adaptado –, acerca do
bispo Zeferino:
Foi o primeiro ‘papa” do século III e décimo quinto da Igreja, sucedendo a Vitor I ...
Era natural de Roma, foi eleito em 199.
· Seu pontificado se caracterizou por duras lutas teológicas que levaram, por exemplo à excomunhão de Tertuliano.
Outra observação, ainda
do exemplo do próprio Tertuliano, é o fato de ele ter-se unido ao
movimento montanista, fundado por um sacerdote pagão chamado
Montano, que se converteu no ano de 155. Mas com o tempo, Montano começou a
profetizar, dizendo ter sido possuído pelo Espírito. Juntaram-se a ele duas
mulheres, Priscila e Maximila, profetizando nas igrejas e afirmando que
uma ‘nova era’ tinha chegado. Por isto mesmo, embora fossem normais suas
profecias, a afirmação da chegada de uma nova era recebeu a objeção da igreja.
Outra questão, além das práticas de profetizar dos montanistas, foi sua
rigorosidade e moralismo que caracterizavam seus modos de viver. E parece ser
justamente este último item que chamou a atenção de Tertuliano. Verifica-se
então, com Tertuliano, uma voz destoante do (quase) todo dos mestres da época.
Por que Tertuliano julgava a influência grega uma heresia para a igreja e não
as ideias montanistas? Onde buscar a base para a refutação de alguns pontos de
vista doutrinários e aceitação de outros? Portanto, o gnosticismo dentre
outros movimentos sincretistas ou heréticos, e Márciom e Montano, dentre outros
falsos mestres (ou não), significaram grandes desafios para os verdadeiros
mestres e responsáveis pela conservação da sã doutrina, ou ‘depósito da fé’,
recebido dos apóstolos. Daí, a necessidade de uma reposta que representasse a ‘mensagem
única’ e ao mesmo ‘universal’ para a igreja. O cânon, a formulação do Credo
Apostólico e a sucessão apostólica, constituíam parte desta resposta [5].
O crítico do bispo Zeferino, São Hipólito, o descreveu como um homem simples, sem educação e dominado pelo seu assessor, Calisto, do qual falaremos na sequência.
Dentre outras medidas de Zeferino: “... estabeleceu que os fiéis católicos, depois dos 14 anos, comungassem, pelo menos na ocasião da Festa da Páscoa [e] determinou o uso da patena e dos cálices sagrados, até então confeccionados em madeira, que deveriam ser feitos ao menos de vidro...”
O Portal Paulus entende ser impropriamente considerar o bispo/papa “São Zeferino” um mártir e afirma que ele foi sepultado nas catacumbas de são Calisto, num edifício onde foi sepultado depois também são Tarcísio.
Nesta fonte do vídeo sugerido a seguir, Altierez dos Santos diz que o papado de Zeferino foi o um dos mais longos: de 198 a 218, portanto, 20 anos de papado. Confirme outras informações aqui [6].
[6] SANTOS, Altierez dos. São Zeferino, Papa e Mártir | XV Pontífice da Igreja Católica. In: https://www.youtube.com/watch?v=v3YqthoMLho&t=5s. Acesso em: 19/02/205.
Continuando a lista dos bispos e papas, destacando
inicialmente os listados por Eusébio de Cesareia, ele
descreve a ordem dos bispos até o número 12 de seu livro História Eclesiástica (HE) [2],
que foi Eleutero. Este aparece no final do seu livro 5, capítulo VI: “O
décimo segundo desde os apóstolos no episcopado agora é Eleutero, na mesma
ordem e na mesma doutrina...”. Os demais
bispos citados por ele, não aparecem na ordem numérica.
O próximo
bispo, o número 13 na ordem dos bispos romanos, é Vítor. “No décimo
ano do reinado de Cômodo, Eleutero,
que tinha mantido o episcopado por treze anos, foi sucedido por Vítor...”
(EC, 5, XXII). Na lista de todos os papas da Igreja Católica (p.ex., aqui),
o nome Vítor é acrescido do número I (Vítor I) e corresponde ao 14º papa
da lista, considerando que o Apóstolo Pedro também foi papa, juntamente com os
demais bispos de Roma. Na Lista, há também o Vítor II (1055-1057), que ocupa a
153ª posição.
As informações que transcrevemos sobre Vítor I são
de fontes católicas, por exemplo, nesta [3] e nesta
outra [4].
Vítor I:
Nasceu na atual Tunísia, norte da África. Portanto, o primeiro “papa” africano
Seu pontificado [ou bispado] foi marcado por definições importantes na liturgia da igreja, referentes a (o):
- Idioma: uso do latim
na celebração da missa, ao invés do grego;
- Batismo: uso de
qualquer água no rito batismal;
- Páscoa: celebração no
domingo, dia da ressurreição de Cristo;
- Domingo: dia mais
importante da semana, em lugar do sábado judaico;
As definições litúrgicas acima foram institucionalizadas no primeiro Concílio de Niceia (325).
Vítor I também combateu heresias como o adocionismo [5], que ”... pregava que Jesus Cristo não era filho de Deus, mas um homem puríssimo e superior aos outros, adotado por Ele como seu filho...” (Nota 4).
Eusébio (5, XXIV) afirma que o bispo Vítor recebeu de
Polícrates, líder dos bispos da Ásia, uma carta na qual afirma: “... assim observamos
o dia genuíno, sem pôr nem tirar. Pois na Asia grandes luzes já dormem, as
quais ressuscitarão no dia da manifestação do Senhor, em que Ele virá do céu
com glória e levantará todos os santos... Todoseles [Filipe
e João (apóstolos), Policarpo e outros] eles observam o décimo quarto dia da
páscoa de acordo com o evangelho, não se desviando em nada, antes, seguindo a
regra da fé...”. Eusébio afirma que Vítor tentou excomungar Polícrates e
outros por terem tido essa opinião, mas depois reverteu sua decisão após Irineu e
outros terem intercedido. Observe que aqui percebemos divergências doutrinárias
entre as igrejas da Ásia e as de Roma...
Bem, segundo esta
fonte , Vítor I foi papa entre 189 a 199. E no vídeo, a seguir, veja mais
sobre o Bispo ou papa Vítor I.