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31 março 2022

O Incêndio de Roma

Por que Nero mandou pôr fogo em Roma?[1]

De acordo com os rumores, Nero havia passado boa parte do incêndio no alto da torre de Mecenas, no cume do Palatino, vestido como um atar de teatro, tangendo sua Iira e cantando versos acerca da destruição de Tróia. Logo começou a propalar-se que o imperador, em seus desatinos de poeta louco, havia incendiado a cidade para que o sinistro lhe servisse de inspiração...”[2]

Como [3] nossos dois grandes apóstolos, Pedro e Paulo, sofreram o martírio durante a primeira perseguição imperial, pode ser interessante para muitos de nossos leitores saber algo sobre os elementos particulares que conduziram a esse edito cruel.

Mas aqui, embora relutantemente, devemos trocar a certeza da Palavra de Deus pelos escritos incertos dos homens. Passamos, neste momento, do firme e sólido solo da inspiração para o solo inseguro dos historiadores romanos e da história eclesiástica. No entanto, todos os historiadores, tanto antigos quanto modernos, pagãos e cristãos, concordam quanto aos principais fatos sobre o incêndio em Roma, e sobre a perseguição aos cristãos.

No mês de julho do ano de 64 d.C. um grande incêndio irrompeu no Circo Máximo, e continuou a se espalhar até que deixou em ruínas toda a antiga grandeza da cidade imperial. As chamas se estenderam com grande rapidez, e sendo Roma uma cidade de ruas longas e estreitas, e de montes e vales, e tendo o vento ajudado o fogo a se alastrar, logo se tornou um caos generalizado. Em pouco tempo a cidade inteira parecia envolta em um mar de chamas ardentes.

Tácito, um historiador romano daqueles dias, e considerado um dos mais precisos de sua época, nos conta: “Das quatorze áreas nas quais Roma era dividida, apenas quatro permaneceram inteiras, três foram reduzidas a cinzas, e dos sete restantes 164 Roma e Seus Governantes (64 d.C. – 177 d.C.) restou nada mais que um monte de casas destroçadas em meio às ruínas.” O fogo se alastrou furiosamente por seis dias e sete noites. Palácios, templos, monumentos, as mansões dos ricos e as habitações dos pobres pereceram nesse fogo fatal. Mas isso não era nada comparado aos sofrimentos dos habitantes. As doenças da idade, a fraqueza dos jovens, o desamparo dos doentes, os pavorosos gritos de lamentação das mulheres: tudo se somava à miséria desta cena terrível. Alguns se esforçaram para prover para si mesmos, outros para salvar seus amigos, mas nenhum lugar de segurança podia ser encontrado. Para qual caminho se virar, ou que caminho tomar, ninguém podia dizer. O fogo se alastrava por todos os lados, de modo que um grande número de pessoas caíam prostradas nas ruas, lançando-se a uma morte voluntária, e pereciam nas chamas.

A questão importante, quanto à origem do fogo, era agora discutida em todos os lugares. Quase todos acreditavam que a cidade foi queimada por incendiários, e por ordens do próprio Nero. Era certo que um número de homens foram vistos estendendo as chamas em vez de extingui-las, afirmando ousadamente que eles tinham autoridade para fazê-lo. Foi também geralmente relatado que, enquanto Roma estava em chamas, o desumano monstro Nero permaneceu em uma torre de onde podia assistir o progresso do incêndio, divertindo-se tocando “A Queda de Troia” em sua lira favorita.

Muitos de nossos leitores, sem dúvidas, devem estar se perguntando qual poderia ser o objetivo de Nero ao incendiar a maior parte de Roma. O objetivo, acreditamos, era de poder reconstruir a cidade em uma escala de maior magnificência, para então chamá-la com seu próprio nome. E ele tentou fazer isso imediatamente de maneira grandiosa. Mas tudo o que ele fez não conseguiu restabelecer-lhe o favor popular, ou remover a infame acusação de ter incendiado a cidade. E quando toda a esperança de obter o favor, tanto das pessoas quanto dos deuses, se acabou, ele partiu para o plano de passar a culpa que tinha para outros. Ele sabia bem da impopularidade dos cristãos, tanto com os judeus quanto com os pagãos, para decidir fazer deles seu bode expiatório. Um rumor logo se espalhou de que os incendiários tinham sido descobertos, e que os cristãos eram os criminosos. Muitos foram imediatamente presos para que pudessem ser levados à uma punição à altura, e para satisfazer a indignação popular.

Notas / Referências bibliográficas:

  • [2] Justo L. E até aos confins da Terra: uma história ilustrada do Cristianismo: a era dos mártires – Vol. 1. São Paulo: Vida Nova, 1995. P. 54.
  • [3] O texto a seguir é uma transcrição literal (adaptada) de: MILLER, Andrew Miller. A História da Igreja Vol. 1 – Capítulo 1 ao 17. São Paulo: DLC (Depósito de Literatura Cristça), 2011.: Século I ao X, pp. 151-152.


01 março 2022

As últimas coisas, por Myer Pearlman



PEARLMAN, Myer Pearlman. Conhecendo as doutrinas da Bíblia. São Paulo: Vida, 2077 (7ª ed.), pp. 229 a 249


Assuntos tratados:

I – A morte

II – O estado intermediário

III – A ressurreição

IV – A vida futura

V – O destino dos justos

VI – O destino dos ímpios

VII – A segunda vinda de Cristo


Estudo em PDF, disponível em:


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As últimas coisas, por Myer Pearlman

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