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28 maio 2020

A Era dos Mártires (XII): A grande perseguição e o triunfo final

Por 

GONZÁLEZ, Justo L. E até aos confins da Terra: uma história ilustrada do Cristianismo: a era dos mártires – Vol. 1. São Paulo: Vida Nova, 1995 (Reimpressão), pág. 164 a 177.




Artigo completo em PDF:

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27 maio 2020

A Era dos Mártires (XI): A vida cristã

Por

GONZÁLEZ, Justo L. E até aos confins da Terra: uma história ilustrada do Cristianismo: a era dos mártires – Vol. 1. São Paulo: Vida Nova, 1995 (Reimpressão), pág. 147 a 161.





Artigo completo em PDF:

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26 maio 2020

As Setenta Semanas de Daniel: o que está determinado para Israel


“Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade, para cessar a transgressão, e para dar fim aos pecados, e para expiar a iniquidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e para ungir o Santíssimo. Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar, e para edificar a Jerusalém, até ao Messias, o Príncipe, haverá sete semanas, e sessenta e duas semanas; as ruas e o muro se reedificarão, mas em tempos angustiosos. E depois das sessenta e duas semanas será cortado o Messias, mas não para si mesmo; e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até ao fim haverá guerra; estão determinadas as assolações. E ele firmará aliança com muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oblação; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até à consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador” (Dn 9.24-27 – ACF).

O profeta Daniel, cujo significado é “Deus é meu juiz”, foi levado ainda jovem à Babilônia, na primeira deportação de Nabucodonosor, em 604 a.C., no reinado de Jeoaquim, rei de Judá (Dn 1.1).
Profeticamente, o prazo para os judeus ficarem na Babilônia seria de setenta anos (Jr 25.11 e Dn 9.2). E, no capítulo 9, enquanto Daniel orava e analisava as profecias de Jeremias – setenta anos de cativeiro –, o anjo Gabriel apareceu para ele e revelou o que está sintetizado no verso 24: fim da transgressão e dos pecados, expiação da iniquidade, aplicação da justiça eterna, selo da visão e da profecia e unção dos santos. A explicação destes objetivos está nos versículos seguintes (vs. 25 a 27): as setenta semanas.
1.  Nosso Calendário x Calendário Bíblico
Para melhor entendermos as datas mencionadas no texto de Daniel, é importante destacarmos os conceitos de calendário, tanto o “universal”, o Calendário Cristão ou Gregoriano, quanto o Calendário Bíblico.
O nosso calendário, o Gregoriano, considera um ano médio de 365,25 dias: um ciclo de 3 anos de 365 dias e um de 366, chamado ano bissexto. Mas mesmo assim, este formato que estava em vigor desde Júlio Cesar, apresentava uma diferença de 3 dias a cada 400 anos. Para resolver o problema, o Papa Gregório XIII, seguindo um conselho de sábios, propôs em 1582, a supressão de 3 anos bissextos de 400 em 400 anos. Desta forma, passou-se a considerar um dia a mais a cada 4 anos e ao final de 400 anos desconsidera-se este dia. Por exemplo, o ano 2000 deveria ter sido bissexto por ser múltiplo de 4 anos, mas não foi, por causa do acordo feito em 1582, pois era final de uma série de 400 anos[1].
E o Calendário Bíblico (Hebraico)[2]? Este calendário, que é lunar, considera meses de 30 e de 29 dias, tendo algumas variações em relação ao nosso calendário. Mas para efeito de aproximações (datas arredondadas), consideramos o ano bíblico de 360 dias ou 12 meses de 30 dias. Entendemos que é nesse sentido (aproximado) que as expressões “1.260 dias” ou “42 meses” de Apocalipse 12.6 e 13.5, respectivamente, por exemplo, equivalem a 3 anos e meio. Ex.: 1.260 / 360 = 3,5 anos; ou 42 / 12 = 3.5 anos, respectivamente, repito. Veja ainda as expressões “...tempo, dois tempos e metade dum tempo” (Dn. 7:25), também correspondendo a 3,5 anos ou 1260 dias.
Mas estudiosos dispensacionalistas ou fundamentalistas como o Dr. C. I. SCOFIELD[3], por exemplo, considera que as 70 semanas de Daniel são semanas de anos:
As ‘setenta semanas’ da profecia são semanas de anos, uma importante medida de tempo sabática do calendário judeu. A transgressão da ordem de se guardar o ano inteiro trouxe o juízo do cativeiro babilônico e determinou sua duração de setenta anos. Comp. Lv. 25:1-22; 26:33-35; IICr. 36:19-21; Dn. 9:2. Compare também Gn. 29:26-28 quanto ao uso de ‘semana’ indicando sete anos.  
Assim entendido, consideramos a profecia sobre as “setenta semanas de Daniel” como sendo 490 anos, divididos desta forma:
·         70 x 7 = 490 anos ou um total de 176.400 dias;
·         Entendem-se que 69 semanas (anos) já se cumpriram (69 x 7 = 483 anos);
·         Falta o cumprimento da última semana, isto é, 7 anos ou 84 meses ou ainda 2.520 dias).
Vejamos cada período descrito no texto de Daniel em destaque.
2.    Tempo de restauração, e edificação de Jerusalém: 7 semanas ou 49 anos
Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar, e para edificar a Jerusalém... haverá sete semanas” (v. 25)
Estas “sete semanas”, mencionadas no verso 25, correspondem ao período entre a ordem para a saída do povo do cativeiro babilônico, ocorrida em 445 a.C., no vigésimo ano do rei Artaxerxes (Neemias 2)[4] e o fim da reconstrução da cidade de Jerusalém (Ne 6.15-16), correspondendo assim a sete semanas ou 49 anos.
Segundo o texto bíblico, as ruas e o muro da cidade seriam reedificados, “... mas em tempos angustiosos” (v. 25). O livro de Neemias relata esta dificuldade enfrentada pelo povo. Neemias encontrou adversários como Sambalate (Ne 4.1) e Tobias (Ne 4.3) entre outros, que os forçavam a trabalhar armados, pois a qualquer momento podiam ser atacados. “E disse eu [Neemias] aos nobres, aos magistrados e ao restante do povo: Grande e extensa é a obra, e nós estamos apartados do muro, longe uns dos outros. No lugar onde ouvirdes o som da buzina, ali vos ajuntareis conosco; o nosso Deus pelejará por nós. Assim trabalhávamos na obra; e metade deles tinha as lanças desde a subida da alva até ao sair das estrelas. Também naquele tempo disse ao povo: Cada um com o seu servo fique em Jerusalém, para que à noite nos sirvam de guarda, e de dia na obra” (Ne 4.19-22).
Apesar das perseguições, diz Neemias, “... acabou-se, pois, o muro aos vinte e cinco do mês de Elul [agosto/setembro]; em cinquenta e dois dias” (Ne 6.15), prosseguindo a partir daí com as atividades relacionadas à cidade e ao templo, pondo fim às primeiras sete semanas (49 anos), mencionadas em Daniel 9.25.
3.    Da edificação de Jerusalém à morte do Messias: 62 semanas ou 434 anos
“Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar, e para edificar a Jerusalém, até ao Messias, o Príncipe, haverá sete semanas, e sessenta e duas semanas; as ruas e o muro se reedificarão, mas em tempos angustiosos” (Dn 9.25).
Dividimos Daniel 9.25 em duas partes. A primeira, a qual já comentamos, referente a um período de 7 semanas (ou 49 anos), e esta segunda parte, um período de 62 semanas ou 434 anos, que vai da reconstrução da cidade de Jerusalém até à morte do Ungido ou Messias. “... isto é, alguém que é ao mesmo tempo ungido e também príncipe, ou, em outras palavras, alguém que é sacerdote e príncipe. Existe apenas Um para Quem podem aplicar-se essas palavras, a saber. Jesus, que é o Cristo.”[5]
A expressão “será cortado o Messias” (Dn 9.26) subtende a morte de Jesus:
Da opressão e do juízo foi tirado; e quem contará o tempo da sua vida? Porquanto foi cortado da terra dos viventes; pela transgressão do meu povo ele foi atingido (Is 53.8).
E, quando Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito (Jo 19.30).
Quando isto aconteceu? Isto é, quando Jesus morreu? SCOFIELD fala da morte de Cristo como tendo ocorrido em 29 A.D. (d.C.). E, com a morte de Cristo – a morte do Ungido (Dn 9.26), cf. a versão NVI –,  entendemos que ocorreu o final da 69ª semana de Daniel, ou seja, 483 anos, desde que foi proferida a profecia. Mas pode referir-se também até o ano 70, com a queda de Jerusalém, pois entendemos que a frase “... o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário” (v. 26), esteja ligada ao final da 69ª semana.
Sobre a data da morte de Jesus, em 29 d.C., há outras fontes que indicam esta ou outra data próxima, 29 ou 30, como o Ministério Got Questions[6], por exemplo, que afirma:
Uma série de fatores nos permite identificar o ano da morte de Jesus. Sabemos que João Batista iniciou o seu ministério em 26 d.C., com base na nota histórica em Lucas 3:1. Jesus provavelmente começou o seu ministério logo após João ter começado o dele. Jesus então ministrou pelos próximos três anos e meio, aproximadamente. Assim, o fim de seu ministério teria sido c. 29-30 AD... Há argumentos acadêmicos que apoiam as duas datas [entre 30 e 33 AD, e entre 29 e 30 AD]... A data anterior (30 AD) parece estar mais de acordo com o que se deduz sobre o início do ministério de Jesus em Lucas 3:1[7].
4.    A 70ª Semana – 7 anos: o príncipe que há de vir
“... e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até ao fim haverá guerra; estão determinadas as assolações. E ele firmará aliança com muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oblação; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até à consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador” (Dn 9.26.27).
Até aqui entende-se o cumprimento de 483 anos, até à morte de Cristo. Observe que o “Messias” ou “Ungido’, nos versos 25 e 26, refere-se ao “Príncipe” – com P (maiúsculo) – e ainda no verso 26, aparece também outro “príncipe’ – com p (minúsculo). E o povo ligado a este (príncipe), diz o verso 26, “... destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até ao fim haverá guerra; estão determinadas as assolações”. Veja também: “Então Pilatos, vendo que nada aproveitava, antes o tumulto crescia, tomando água, lavou as mãos diante da multidão, dizendo: Estou inocente do sangue deste justo. Considerai isso. E, respondendo todo o povo, disse: O seu sangue caia sobre nós e sobre nossos filhos” (Mt 27.24,25). Esta profecia, relacionada à destruição de Jerusalém por Roma, ocorreu no ano 70.
O dia 30 de agosto do ano 70 d.C.  marcou o fim do cerco romano a Jerusalém. O evento foi um dos mais sangrentos da primeira guerra judaico-romana. Durante o conflito, o exército de Roma, comandado pelo futuro imperador Tito, cercou e conquistou a cidade, que era controlada por facções rebeldes da Judéia desde o ano 66 d.C.[8]
E depois disto – destruição de Jerusalém –, entendem os estudiosos, que há um hiato – um longo parêntese – entre a destruição de Jerusalém e a aliança (acordo) que o príncipe fará com muitos por uma semana – a última (70ª), conforme o verso 27. Neste hiato acontecem guerras e assolações.
Este futuro príncipe tem relação com o “pequeno chifre”, referido em Daniel 7.8. Bem, este pequeno chifre surge dentre outros dez chifres de um “... quarto animal, terrívelespantoso...” (verso 7). Este animal “terrível e espantoso” refere-se ao Império Romano que teve seu fim em 476 d.C. Mas
o ex-Império Romano (o reino de ferro de 2:33-35, 40-44; 7:7) terá dez chifres (isto é, reis, Ap. 17:12), correspondentes aos dez artelhos da imagem. Considerando esta visão dos dez reis, Daniel vê que entre eles levantam-se um ‘outro pequeno’ chifre (rei?) que subjuga três dos dez reis de maneira tão completa que a identidade separada dos seus reinos é destruída. Sete reis dos dez são deixados, e o ‘outro pequeno’ chifre que é ‘um príncipe, que há de vir’, de 9:26, a ‘abominação’ de 12:11 e Mt. 24:15. E a ‘besta do mar’ de Ap. 13.1-10. Ele será o chefe do quarto império mundial restaurado (Besta, veja Ap. 19:20...)[9].
Assim como Scofield, outros também acreditam (interpretam) que o antigo Império Romano será restaurado, uma vez que as características do “príncipe” ou “Anticristo” ..., ao qual Daniel se refere, tem relação com os romanos, como vimos acima. “O ‘príncipe que há de vir’ é uma referência ao Anticristo, o qual, ao que parece, terá alguma ligação com Roma, já que foram os romanos que destruíram Jerusalém[10]”. Os adventistas afirmam categoricamente que sobre o Anticristo, trata-se de um papa, por causa de sua ligação com Roma até no nome da Igreja: Católica Romana. Não sendo esta hipótese, não dá como descartar alguma outra instituição, organização, bloco de países etc. que tenha a ligação com o “povo do príncipe, que há de vir”, e que já veio, e já sabemos que foram: os romanos.
Vale destacar também que este hiato, repito, é chamado de “tempo dos gentios”. Quando falava sobre a destruição de Jerusalém, Jesus disse também, em relação aos judeus: “E cairão ao fio da espada, e para todas as nações serão levados cativos; e Jerusalém será pisada pelos gentios, até que os tempos dos gentios se completem” (Lc 21.24). A Igreja Cristã é a assembleia ou corpo de Cristo, formada por judeus e gentios (aqueles que não são judeus), sendo que estes últimos – a maioria dos crentes –, correspondem àqueles que receberam, e continuam recebendo, Jesus, conforme João 1.11,12: “Veio [o Verbo/Jesus] para o que era seu [Israel], e os seus não o receberam. Mas, a todos quantos o receberam [gentios], deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome”.
Portanto, durante o período entre a sexagésima nona e a septuagésima semana deve intervir todo o período da Igreja apresentado no N.T. A interpretação que atribui a última das setenta semanas ao fim dos tempos é dos Pais da Igreja. Quando esta septuagésima semana era mencionada durante os dois séculos e meio da Igreja Cristã, quase sempre era atribuída ao fim dos tempos. Irineu coloca o aparecimento do Anticristo ao fim dos tempos na última semana; na verdade, ele assegura que o período da tirania do Anticristo vai durar exatamente meia semana ou três anos e seis meses. Assim da mesma maneira, Hipólito declara que Daniel ‘indica o aparecimento dos sete anos que serão os últimos tempos’[11].
O tempo dos gentios, que tem seu início, na verdade, com o começo do cativeiro de Judá, por Nabucodonosor, funde-se com o da Igreja, portanto, é um período que não é contado como dentro das 70 semanas, pois não correspondem ao “teu povo e a tua santa cidade”, ou seja, a Israel e à Jerusalém. Há consenso também entre os estudiosos de visão dispensacional e pré-milenista que o arrebatamento da Igreja mencionado em 1 Tessalonicenses 4:13-18, aconteça antes que a 70ª semana comece[12], mas este é assunto para um próximo artigo (estudo). O certo é que a profecia de Daniel é para o “teu povo” (v. 24), isto é, o povo de Daniel, Israel, repito, e “com muitos” de seu povo – acreditamos que nem todos aceitarão –, o príncipe ou Anticristo fará uma aliança  por 7 anos, sendo que na metade da semana, 3 anos e meio (v. 27); ou 1260 dias (Ap 12.6); ou ainda 42 meses (Ap 13,5), ele romperá o acordo “... e terá começo uma feroz perseguição que se prolongará pelos 3 ½ anos restantes do sete [última semana ou 7 anos], quando Cristo então retornará em companhia de Seus santos a fim de reinar por mil anos[13].
O final do versículo 24 de Daniel 9 diz: “... para trazer a justiça eterna, para selar a visão e a profecia, e para ungir o Santo dos Santos”. Estas promessas finais das Setenta Semana de Daniel ocorrerão com a presença do Messias entre “teu povo” e na “tua santa cidade”, portanto, é a revelação de Jesus, na sua segunda vinda, para salvar o Israel remanescente (Is 10.22; 11.9; Rm 9.27), ao qual Zacarias diz corresponder à “terceira parte”, e que será provada como a prata. Este remanescente, a terceira parte, “... invocará o meu nome, e eu a ouvirei; direi: É meu povo, e ela dirá: O SENHOR é meu Deus” (Zc 13.9).
Zacarias 14 é o desfecho da história de Israel que ajuda a entender o final da profecia a Daniel: ajuntamento das nações – Armagedom (v. 2 – Copara com Ap 16.13-16; 19.17); o livramento de Israel entre as nações (v. 3); a volta de Jesus ao Monte das Oliveiras, acompanhado de mudanças físicas na terra, na região de Israel – abertura do Monte das Oliveiras e aparecimento de um rio (vs. 4-8) e, por fim, o estabelecimento do reino e a benção total da terra (v. 9-21):
E o Senhor será rei sobre toda a terra; naquele dia um será o Senhor, e um será o seu nome... e não haverá mais destruição, porque Jerusalém habitará segura (Zc 14.9-11).



Notas:

  1. O calendário gregoriano, que usamos no Ocidente, é o resultado de uma adaptação do calendário juliano (romano), ocorrida em 1582, ordenada pelo pala Gregório XIII, no sentido de “... ajustar o ano civil, o do calendário, ao ano solar (...) Para adequar a data da Páscoa com o equinócio de primavera no Hemisfério Norte, o papa Gregório XIII ordenou que o dia seguinte a 4 de outubro de 1582 passasse a ser o dia 15 de outubro. Um salto de 11 dias! Para diminuir a defasagem, os dias bissextos não ocorreriam nos anos centenários (terminados em 00), a não ser que fossem divisíveis de forma exata por 400”. Disponível em: <https://escolakids.uol.com.br/historia/historia-do-calendario.htm>. Acesso em: 19/05/2020.
  2. Sobre os nomes e as variações dos meses e das horas em relação ao calendário hebraico ou bíblico, veja o artigo <https://bibliacompartilhada.com/calendario-biblico/>. Acesso em: 19/05/2020.
  3. SCOFIELD, C. I. Notas de Daniel 9.24-27. In: Bíblia Sagrada (ARA). São Paulo: Imprensa Batista Regular do Brasil: 1987.
  4. Considerei aqui o Decreto de Artaxerxes, mas outros consideram o Decreto de Ciro, mencionado em Ed 6.3: “No primeiro ano do rei Ciro, este baixou o seguinte decreto: A casa de Deus, em Jerusalém, se reedificará para lugar em que se ofereçam sacrifícios, e seus fundamentos serão firmes; a sua altura de sessenta côvados, e a sua largura de sessenta côvados”. Este decreto é datado de volta do ano 536 a.C.
  5. SHEDD, Dr. Russel P. (Editor). O Novo Comentário da Bíblia, Vol. II. São Paulo: Vida Nova: 1983 (Reimpressão), pág. 829.
  6. Got Questions Ministriesum ministério que “busca glorificar o Senhor Jesus Cristo disponibilizando respostas bíblicas, apropriadas e rápidas a perguntas relacionadas à espiritualidade através do ambiente da internet”.
  7. Disponível em: <https://www.gotquestions.org/Portugues/que-ano-Jesus-morreu.html>. Acesso em: 21/05/2020.
  8. Cerco romano a Jerusalém termina em banho de sangue”. Disponível em: <https://br.historyplay.tv/hoje-na-historia/cerco-romano-jerusalem-termina-em-banho-de-sangue>. Acesso em: 23/0/5/2020.
  9. SCOFIELD. Vide Nota 3.
  10. O que são as setenta semanas de Daniel?”. Disponível em: <https://www.gotquestions.org/Portugues/setenta-semanas.html>. Acesso em: 23/05/2020.
  11. SHEDD, Dr. Russel P. Vide Nota 5.
  12. Por exemplo, Alexandre DUTRA. Disponível em: <https://www.gospelprime.com.br/setenta-semanas-daniel-messias/>. Acesso em: 23/05/2020.
  13. SHEDD, Dr. Russel P. Vide Nota 4., pág. 830.

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  • Sugiro o estudo do Pastor Armando Bispo sobre o assunto, acessando o vídeo a seguir:

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    Para visualizar e/ou imprimir este artigo em PDF, acesse:


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    21 maio 2020

    Os dons espirituais

    “Pelo Espírito, a um é dada a palavra de sabedoria; a outro, a palavra de conhecimento, pelo mesmo Espírito; a outro, fé, pelo mesmo Espírito; a outro, dons de cura, pelo único Espírito; a outro, poder para operar milagres; a outro, profecia; a outro, discernimento de espíritos; a outro, variedade de línguas; e ainda a outro, interpretação de línguas” (1Co 12.8-10).

     

    Este é mais um artigo (post) de nossa série de estudos sobre doutrinas bíblicas, e acerca do Espírito Santo, desta feita, destacando os dons espirituais. Do grego, a expressão “pneumatika” ou “dons espirituais” (1Co 12.1), refere-se a coisas pertencentes ao Espírito Santo em relação ao corpo de Cristo, a Igreja.

    Mas há um aspecto tríplice no ensino de Paulo em 1Coríntios 12. Ele fala em "charismata" (daí, palavras derivadas como carisma, carismático etc.), ou seja, uma variedade de dons concedidos pelo mesmo Espírito (versos 4 e 7);  "diakonai" (daí palavras como diácono, ministério ou serviço), isto é, variedade de serviços prestados na causa do mesmo Senhor (v. 5) e "energemata" (daí expressões como operações,  realizações, receber energia etc.), significando variedades de poder do mesmo Deus que opera tudo em todos (v. 6). Paulo refere-se a todos esses aspectos como "a manifestação do Espírito", que é dado aos homens para proveito de todos.

    Queremos destacar aqui, especificamente, a relação de nove dons que Paulo fala nos versículos (versos 8 a 10): palavra da sabedoria; palavra da ciência;
    fé; cura; operação de maravilhas; profecia; discernimento dos espíritos; variedade de línguas e interpretação das línguas. Num outro momento, falaremos sobre os dons ministeriais.

    1.  Dons de revelação:

    A classificação[1] dos nove dons espirituais referidos acima (1Co 12.8-10) podem ser divididos em três grupos: revelação, elocução e poder. Começaremos pelo primeiro grupo.

    a) Palavra de sabedoria (v. 8):

    Por esta expressão, palavra de sabedoria (λόγος σοφίας), entende não sabedoria como uma virtude natural das pessoas ou resultado de instrução, mas como o pronunciamento ou a declaração de sabedoria ou erudição como “dom” ou carisma para o atendimento às necessidades particulares da igreja. Trata-se da capacidade sobrenatural para expressar conhecimento nos sentidos supramencionados. Encontramos alguns textos que ajudam a entendermos a palavra de sabedoria como dom do Espírito Santo:

    §  At 7.10, conf. Gn 41.28-40 – José, vendido e levado para o Egito, recebeu de Deus graça e sabedoria para interpretar sonhos e dar conselhos sábios ao Faraó.

    §  Mt 22.16-22 – Jesus usou uma palavra de sabedoria quando respondeu os adversários que pretendiam surpreendê-Lo, no caso do pagamento do imposto a César (v. 21). 

    §  Ap 13.18 e At 17.9 – Aqui refere-se à inteligência demonstrada no esclarecer o significado de algum número ou visão misteriosos.

    §  At 6.3 – Sabedoria e prudência em tratar assuntos como a escolha dos diáconos.

    §  Cl 4.5 – Sabedoria como habilidade santa no trato com pessoas de fora da igreja.

    §  Cl 1.28 – Jeito e discrição em comunicar verdades cristãs.

    §  Tg 1.5; 3.13,17 – Sabedoria demonstrada no conhecimento e prática dos requisitos para uma vida piedosa e pura.

    §  Lc 12.12; 21.15; Mt 13.54; Mc 6.2 etc. – Sabedoria ou habilidade necessária para uma defesa eficiente da causa de Cristo...

    b) Palavra de Conhecimento/Ciência (v. 8):

    Por este dom (λογος γνωσεως) entende-se a revelação de fatos não manifestados através de processos naturais, mas que pode ser comprovado cientificamente. Vejamos a seguir alguns exemplos de palavra de conhecimento ou de ciência:

    §  1Sm 9.3-20 – Saul procura as ovelhas de seu pai, não as encontra e vai até o profeta (vidente) Samuel. E “um dia antes” (v. 15) Deus revela a Samuel que as ovelhas já tinham sido encontradas.

    §  2Re 6.8-12 – Eliseu também teve conhecimento sobrenatural concernente ao local em que estava acampado o exército sírio (v. 12).

    §  Jo 1.46-51 – Jesus usou este dom quando afirmou que Natanael estivera debaixo da figueira (v. 48).

    §  Jo 4.17-19 – Jesus também usou a ciência quando falou da condição moral e espiritual da mulher samaritana (v. 18).

    §  Jo 11.14 – Também quando afirmou que Lázaro estava morto.

    §  At 9.10-12 – Ananias é avisado pelo Espírito Santo para ir a Tarso, impor as mãos e curar Saulo que tinha se convertido. A revelação de Deus a Ananias deu a este a certeza de que Saulo agora seria “... um vaso escolhido, para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis e dos filhos de Israel” (v. 15).

    §  At 10.19 – Pedro é avisado que três homens o procurariam para ir com eles até à casa de Cornélio, em Cesareia, e pregasse o Evangelho ali. Veja que Deus já tinha avisado a Cornélio tanto o nome quanto o endereço onde Pedro estava (vs. 5,6).

    Nota – Qual a diferença entre sabedoria e ciência? Não podemos dogmatizar estes conceitos, mas ao que parece, a palavra de sabedoria é uma revelação exclusivamente espiritual que não necessariamente terá explicação científica, ao contrário da palavra de ciência, que embora seja também um dom de revelação, ela pode ser explicada cientificamente depois de seu cumprimento ou acontecimento. Mais um exemplo disto, vemos no caso do jumentinho que os discípulos encontraram “... amarrado, no qual ninguém jamais montou” (Lc 19.30) e ao chegarem lá, os discípulos encontraram-no exatamente como Jesus lhes tinha dito (v. 32).

    c) Discernimento de Espíritos (v. 10):

    Este dom (διακρισεις πνευματων) para a igreja é uma revelação para que os cristãos consigam discernir espiritualmente uma inspiração falsa de uma verdadeira, uma obra de espíritos enganadores ou demoníacos de uma divina, uma ação proveniente de Deus (sobrenatural/espiritual) de uma estritamente humana ou natural. Esse dom capacita o possuidor para "enxergar" todas as aparências exteriores e conhecer a verdadeira natureza duma inspiração. A operação do dom de discernimento pode ser examinada por duas outras provas: a doutrinária (1Jo 4.1-6) e a prática (Mt 7.15-23). A operação desse dom é ilustrada nas seguintes passagens:

    §  Jo 1.47-50 – A resposta de Jesus a Natanael foi ao mesmo tempo uma palavra de ciência e discernimento de espirito ao firmar que Ele, Jesus, era “... um verdadeiro israelita, em quem não há dolo” (v. 47), diferente do que Natanael achava: que não viria “... alguma coisa boa de Nazaré” (v. 46).

    §  Jo 2.23-25 – Mesmo que muitos “creram” em Jesus por causa dos sinais que Ele fazia (v. 23), o próprio Jesus discerniu espiritualmente que esta “crença” não era real porque a “... todos conhecia; E não necessitava de que alguém testificasse do homem, porque ele bem sabia o que havia no homem” (vs. 24,25).

    §  Jo 3.1-3 – Aqui Jesus é chamado Mestre (Rabi) por Nicodemos, mas ele não conhecia verdadeiramente Jesus. E, para conhecê-Lo, precisava “nascer de novo”, como um dos requisitos para ver o “reino de Deus” (v. 3).

    §  2Re 5.20-26 – Eliseu discerniu espiritualmente o que Geazi tinha feito: mentido e recebido dinheiro (bens) de Naamã, quando ele mesmo recusara a aceitar a “bênção” oferecida pelo sírio (vs. 15,16).

    §  At 5.3 – Pedro discerne espiritualmente que Ananias tinha mentido ao Espírito Santo...

    §  At 8.18-24 – Um certo Simão (mago) tenta comprar o poder do Espírito Santo com dinheiro e Pedro afirma com autoridade espiritual que o dinheiro dele era para sua perdição e via que Simão estava “... em fel de amargura, e em laço de iniquidade” (v. 23). Mas Simão se arrepende do que tinha proposto.

    §  At 16.16-19 – Aqui Paulo discerne espiritualmente que uma jovem que tinha espírito de adivinhação, embora chamasse ele e Silas (e talvez também Lucas...) de servos do Deus Altíssimo, estava perturbando a obra, e expulsou o espirito diabólico da jovem...

    2.  Dons de elocução:

    Três dons na lista dos nove, mencionados em 1Coríntios 12 têm relação com a palavra falada. São eles, a profecia, as línguas e a interpretação de línguas.

    a) Profecia (v. 10):

    A profecia (προφητεια) tem sido definida como “falar na própria língua sob a inteira unção do Espírito”. A profecia bíblica pode ser mediante revelação, na qual o profeta proclama uma mensagem previamente recebida por meio dum sonho, uma visão ou pela Palavra do Senhor. Pode ser também extática, uma expressão de inspiração do momento. Há muitos exemplos bíblicos de todas as formas de profecias. A profecia extática e inspirada pode tomar a forma de exaltação e adoração a Cristo, admoestação exortativa, ou de conforto e encorajamento inspirando os crentes. Mas é importante sabermos que os profetas do Novo Testamento não são “guias” como os do Antigo Testamento que dirigiam a Israel. O propósito do dom de profecia do Novo Testamento é declarado em 1Co 14.3: edificar, exortar e consolar os crentes. Portanto, a inspiração manifestada no dom de profecia não está no mesmo nível da inspiração das Escrituras. A profecia se distingue da pregação comum em que, enquanto a última é geralmente o produto do estudo de revelação existente, a profecia é o resultado da inspiração espiritual espontânea. Não se tenciona suplantar a pregação ou o ensino, senão completá-los com o toque da inspiração.

    Alguns exemplos de profecias como dom espiritual:

    §  At 15.32 - Judas e Silas, por possuírem este dom eram chamados profetas, os quais exortaram os irmãos...

    §  At 21.8-12 – Em Cesareia, quatro filhas de Filipe, o evangelista, e um homem chamado Ágabo eram chamados profetas, e exortavam a Paulo em relação às perseguições pelas quais ele iria passar. Mas observa que Paulo, apesar a exortação, não atende os profetas e sobe a Jerusalém, local das perseguições (v. 13).

    §  1Co 14.29 – A profecia pode ser julgada, por não estar no mesmo nível das Escrituras.

    §  1Ts 5.19-20 – Embora a profecia possa ser julgada, não pode ser desprezada (v. 20), uma vez que ela indica que o fogo do Espírito está acesso (não extinto).

    b) Línguas (v. 10):

    Línguas, variedade de línguas (ειδη γλωσσων) ou dom de línguas é o poder de falar sobrenaturalmente em uma ou várias línguas nunca aprendidas por quem fala, sendo essas línguas inteligíveis aos ouvintes e, que por meio do dom igualmente sobrenatural de interpretação, elas são interpretadas, como veremos na sequência. As línguas são manifestações distribuídas pelo Espírito como Lhe apraz (v. 11). Mas os grupos chamados “cessacionistas” não aceitam este (principalmente) e outros dons como sendo atuais. Ou seja, eles acreditam que estes dons cessaram após o primeiro século da Igreja Cristã.

    Parece haver duas classes de mensagens em línguas: primeira, louvor em êxtase dirigido a Deus somente (1Co 14.2), em que o crente, em espírito, fala em mistério com Deus; e segunda, uma mensagem definida para a igreja (1Co 14.5). Neste último caso, Paulo aconselha que apenas dois ou três falem em línguas (v. 27) e que haja interpretação. “Se não houver intérprete [aquele que tiver falando línguas], fique calado na igreja, falando consigo mesmo e com Deus” (v. 28).

    c) Interpretação de Línguas (v. 10):

    Assim como as línguas são o dom de falar sobrenaturalmente em uma ou várias línguas nunca aprendidas e, no caso coletivo (na igreja) precisa de interpretação, é este dom – o de interpretação de línguas (ερμηνεια γλωσσων) – que torna a mensagem das línguas estranhas em língua comum, conhecia pelo povo congregado. O mesmo Espírito que inspirou o falar em outras línguas, pelo qual as palavras pronunciadas procedem do espírito e não do intelecto, pode inspirar também a sua interpretação. A interpretação é, portanto, inspirada, extática e espontânea. Assim como o falar em língua não é concebido na mente, da mesma maneira, a interpretação emana do espírito antes que do intelecto do homem.

    §  1Co 14.5 – Nota-se que as línguas em conjunto com a interpretação tomam o mesmo valor de profecia.

    §  1Co 14.22 – Embora tenham o mesmo valor da profecia, as línguas, com as devidas interpretações são um "sinal" para os incrédulos.

    3.  Dons de poder:

    Mais três dons na lista dos nove, mencionados em 1Coríntios 12 são classificados como “dons de poder” e são eles: fé, operação de milagres e cura.

    a) Fé (v. 9):

    A fé (πιστις) aqui, diferentemente da fé salvadora (ex. Hb 11.6 e Ef 2.8) ou da fé natural de confiança em Deus, é a fé necessária para a operação dos dons de curar e operação de milagres. É uma "fé especial ou miraculosa", um "dom" ou dotação especial do poder do Espírito que parece ser manifestada por alguns dos servos de Deus em tempos de crise e oportunidades especiais.

    §  Mc 11.22 - Possivelmente essa mesma qualidade de fé é o pensamento de nosso Senhor quando disse “Tende a fé de Deus”.

    §  Mt 17.20 – Também vemos exemplo desta fé especial quando Jesus diz que é possível dizer ao um monte “vá daqui para lá”, e ele irá, pois nada lhes será impossível.

    §  1Re 18.22-39 – Aqui, Elias desafia os profetas de Baal e como resultado, o povo volta-se ao Senhor, o verdadeiro Deus.

    §  Hb 11.33 – Daniel usou este dom quando foi lançado na cova dos leões.

    §  At 3.1-8 – Também Pedro e João usaram este dom quando curaram o coxo de nascença.

    b) Operação de milagres (v. 10):

    Literalmente, significa "obras de poder" ou poder para realizar milagres (δύναμη να κάνει θαύματα). Parecido com a fé especial, este dom é tão estupendo que se torna quase inconcebível à mente finita do homem. Entretanto, ele faz parte do ministério sobrenatural do Espírito Santo operado através dos crentes e na história.

    Pelo dom da fé é possível operar milagres. Como disse Jesus: “Aquele que crê em mim fará também as obras que tenho realizado. Fará coisas ainda maiores do que estas, porque eu estou indo para o Pai” (Jo 14.12). Este poder foi prometido por Jesus (At 1.8), vivido por Paulo (At 19.11), os apóstolos (At 5.12-15) etc.

    Através dos dons da fé e da operação de maravilhas, pessoas, orando a Deus, fizeram maravilhas como: Moisés, que abriu o mar Vermelho (Êx 14.28), Josué, que fez o Sol parar (Js 10.13), Isaías, que fez a luz do sol retroceder dez degraus (Is 38.8) etc.

    c) Dons de curar (v. 9):

    Dizer que uma pessoa tenha os dons de cura (χαρισματα ίαμάτων) – note-se o plural – talvez refira-se a uma variedade de curas por pessoas especiais que são usadas por Deus duma maneira sobrenatural para dar saúde aos enfermos por meio da oração. Parece ser um dom a usado como “sinal”, de valor especial ao evangelista, para atrair o povo ao Evangelho (At 8.6,7; 28.8-10).

    Não se deve entender que quem possui esse dom (ou a pessoa possuída por esse dom) tenha o poder de curar a todos; deve-se dar lugar à soberania de Deus e à atitude e condição espiritual do enfermo. O próprio Cristo foi “limitado” em sua capacidade de operar milagres por causa da incredulidade de povo (Mt 13.58).

    A pessoa enferma não depende inteiramente de quem possua o dom. Todos os crentes em geral, e os anciãos da igreja em particular, estão dotados de poder para orar pelos enfermos (Mc 16.18; Tg 5.14).

    O propósito dos “dons de curar”, portanto, é libertar os enfermos, curar as pessoas de suas aflições. Contudo, eles têm ainda um propósito mais alto, que é a glória de Deus. Eles – os dons de curar – chamam a atenção para a majestade de Deus pela confirmação de Sua palavra e contribuem para abrir os corações de tal maneira que muitos aceitam o Evangelho da salvação ao ver o milagre de Deus mediante a cura ou curas.

    Referências bibliográficas:

    BÍBLIA Grega. Modern Greek. Disponível em:<https://www.bibliaonline.com.br/greek/index>. Acesso em 23/09/2019.

    BÍBLIA, Nova Versão Internacional (NVI). Disponível em: <https://www.bibliaonline.com.br/nvi/index). Acesso em: 23/09/2019

    PEARLMAN, Myer. Conhecendo as doutrinas da Bíblia. São Paulo: Vida, 1978 (7ª ed.).

    SOUZA, Estevam Angelo de. O Espírito Santo. Veja Nota 1.



    Nota:

    [1] Utilizamos aqui, a classificação e orientações seguidas pelo Pastor Estevam Angelo de SOUZA, cujo livro foi utilizado num seminário há mais de 30 anos. Mas como já – dada a idade – não possui mais a capa (brochura) do mesmo, não consegui identificar nem a editora, o local e nem o ano de sua publicação. Utilizei também as explanações feitas por Myer PEARLMANN – Vide Referências Bibliográficas.


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    Ainda sobre os nove dons espirituais de 1Coríntios 12, veja o vídeo a seguir, com o Pastor Luciano Subirá:



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    Texto em PDF, disponível em:


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