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31 março 2020

A era dos dogmas e das dúvidas (III): a igreja do deserto

Por 
GONZÁLEZ, Justo L. E até aos confins da Terra: uma história ilustrada do Cristianismo: a era dos dogmas e das dúvidas – Vol. 8. São Paulo: Vida Nova, 1984 (1ª ed.), pág. 037 a 049.

Palácio de Fontainebleau, onde foi realizado o  Edito
de  Fontainebleau
 um decreto histórico assinado em
outubro de 
1685 pelo rei Luis XIV da França pelo qual
revogava o 
Edito de Nantes de 1598 e ordenava a
destruição de igrejas 
huguenotes e o fechamento
de escolas 
protestantes.
(Fonte: Wikipédia)

Artigo completo em PDF:

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Cultura e Missão

O homem é a mais importante de todas as criatura de Deus, deixado como mordomo ou administrador de suas obras aqui na Terra. Deus, segundo a Bíblia, criou todas as coisas do nada – isto é, criação “ex nihilo” –, e o homem foi o responsável por cuidar das coisas criadas e, a partir destas, inventar outras, chamadas de culturas. Mas o homem falhou, por seu próprio arbítrio, nesta tarefa, desobedecendo ao princípio determinado por Deus, dando origem, com isso, ao pecado. Desta forma, a cultura ou as culturas que surgem a partir daí, são eivadas de bênçãos, por fazerem parte dos propósitos de Deus e pela origem divina que caracteriza a natureza e a imagem do homem, mas também carregam a mancha do pecado por causa da queda e fraqueza do homem.
         No post anterior já destacamos o evangelho como uma mensagem supra cultural a ser pregada em todos os lugares e para todas as pessoas. Neste[1], queremos destacar o papel da missão transcultural como um dos meios para que os que já aceitaram o propósito redentor de Jesus levem a mesma mensagem aos demais.
Evangelismo e missão transcultural
Sabemos que evangelização é a proclamação do evangelho ou boas novas da salvação em Jesus Cristo, conforme está descrito nos evangelhos. A iniciativa de buscar o homem que se distanciou é do próprio Deus, que mediante a regeneração do Espírito Santo leva o homem “de volta” ao seu estado original, por intermédio de Cristo. E como “todos pecaram” (Rm 3.23) e todos são objetos do amor de Deus (Jo 3.16), o evangelismo tem como alvo alcançar todas as pessoas e em todos os lugares.
Mas o evangelismo que visa alcançar outras culturas, recebe, via de regra, o nome de “missão transcultural”. E os missionários, preparam-se (ou deveriam) para chegar até estas variadas culturas para anunciarem o Evangelho de Jesus Cristo, procurando ter um conhecimento prévio da cultura onde irá trabalhar. A missiologia, “a ciência da comunicação transcultural da fé cristã”, procura levar o melhor preparo possível a seus alunos participantes, sempre visando minimizar o máximo possível o impacto que terão ao se confrontarem com a diversidade cultural quando de sua prática evangelizadora. O missionário se encontra direta e indiretamente envolvido neste processo de evangelização das pessoas e de transformação das culturas, baseados no IDE de Jesus:
E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra. Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém. (Mt 28.18-20)[2]
Toda cultura deve ser vista sob a lente dupla, ou seja, a do amor e da presença de Deus, por um lado, e a da corrupção do pecado, por outro. Toda cultura é pecaminosa, mas Deus atua nela. E como a obra missionária consegue isto? Em primeiro lugar, ao se encontrarem com uma nova cultura, os crentes em Jesus Cristo devem tratá-la com respeito, como lugar sagrado no qual a autoridade de Jesus Cristo já é exercida, embora as pessoas que estão ali não o saibam. Foi assim que os primeiros cristãos conseguiram abrir caminho no mundo greco-romano e dar origem a uma igreja que, sendo semita em sua origem, logo se arraigou e se encarnou nessa outra cultura. E em segundo lugar, quem leva o evangelho de uma cultura a outra deve estar consciente de que o leva envolto em um contexto cultural; que leva consigo não o evangelho puro, abstrato, mas o evangelho encarnado em sua própria cultura.
Todo missionário ou missionária, não importa sua procedência ou postura teológica, traz consigo sua cultura. Isto é inevitável e faríamos mal se os culpássemos ou criticássemos por isso. Eu não posso me despojar de minha cultura e não devo exigir que outra pessoa faça o que eu não consigo. O que poderíamos, sim, fazer é estar consciente do fato inevitável de que nossa cultura impacta o modo como entendemos e vivemos a fé.
Por outro lado, embora pedir às pessoas que cruzam fronteiras culturais que se despojem de sua cultura seja exigir o impossível, devemos ao menos esperar que tais pessoas estejam conscientes, pelo menos em teoria, de que seu modo de entender e viver o evangelho – por mais ortodoxo que seja – é seu modo de entender e viver o evangelho dentro de sua cultura e que, ao levar essa mensagem a outra cultura, não deverão se surpreender caso ela se encarne de formas inesperadas.
Aculturação, enculturação e autoctonia
Ademais, podemos acrescentar que o verdadeiro processo de encarnar o evangelho em uma nova cultura tem de ser levado a cabo não por missionários procedentes de outras culturas, mas pincipalmente pelas pessoas que, de dentro dessa cultura e como parte dela, aceitam o evangelho. Nesse caso vale distinguir entre aculturação e enculturação. A aculturação consiste em tentar adaptar a apresentação do evangelho à cultura receptora, e é o que os bons missionários tentam fazer. Eles aprendem a língua das pessoas a quem quer comunicar sua fé; descobrem, por exemplo, que, em uma cultura há costumes muito diferentes, daí adaptam o evangelho a essas culturas. Mas torna-se praticamente impossível para o missionário passar da aculturação para a enculturação, que ocorre quando um número suficiente de pessoas dentro de uma cultura se apossa do evangelho de tal modo que começa a interpretá-lo e vivê-lo dentro de seus padrões culturais, e não mais dentro dos padrões do missionário.
Mas apenas a aculturação e a enculturação não são suficientes para a relação entre fé e diversidade cultural. É preciso que haja uma absorção do evangelho na cultura alcançada pelo missionário e, a partir daí, surgirem as comunidades cristãs. É o que alguns estudiosos defendem. Como exemplo, Paul G. HIEBERT destaca a necessidade das igrejas autóctones, afirmando que “... há uma pressão cada vez maior no sentido de que a igreja em cada ambiente cultural se torne autônoma: que sustente-se a si mesma, que se administre e se auto propague. (...) À medida que o evangelho se torne autóctone para elas, suas teologias (...) também irão variar.” (In: WINTER & HAWTHORNE, op. cit., p. 461). Para Hiebert, é possível aplicar a revelação das Escrituras numa teologia, cuja compreensão se dá a partir da cultura local, e que vai se evoluindo da fase do questionamento até o evangelho se encarnar nesta cultura. E os crentes que vão surgindo neste ambiente cultural vão pouco a pouco descobrindo formas de expressar e interpretar o evangelho em termos dessa cultura. Como diz o próprio termo – autoctonia, característica de quem é natural da região, ou território, em que habita –, é possível existir uma teologia também com características culturais locais, sem adulteração da revelação das Escrituras e num ambiente cristão genuíno.
O Verbo, a diversidade cultural e a cultura do Reino
Aculturação, enculturação, autoctonia..., caminhos utilizados pelos bons missionários cristãos. Mas como a cultura é para o ser humano como a água para o peixe, não há o perigo de que simplesmente tomemos o que nossa cultura nos ensina e acabamos fazendo muito pouco para transformar seus elementos negativos? Há, sim, muitos perigos, e González dedica várias páginas sobre isto. Mas como é preciso correr o risco, os missionários transculturais contam com o poder dAquele que os enviou às culturas a serem evangelizadas. E quem assim os fez foi Jesus Cristo, como já vimos no mandamento à Grande Comissão.
Jesus é o Verbo de Deus ou o Logos que conhece a cada palmo do planeta Terra, objeto de seu amor (Jo 3.16). E sua ordem para evangelizar estende-se à toda ela ou “todo o mundo” (Mc 16.15), para usar o termo bíblico. Portanto, maior do que os interesses dos missionários é o de Jesus pelas pessoas de todas as partes do mundo. Além disso, antes que os missionários cheguem a estes lugares, Jesus já está lá. Ele é Senhor de todos os lugares, mesmo os mais longínquos da Terra. E por conta disso, as culturas ali existentes, já possuem algo de bom ou positivo, por causa da presença de Jesus ali, embora não saibam disso. E se os cristãos missionários tiverem esta convicção, seu trabalho se torna menos penoso e mais produtivo.
Mas as culturas, embora parte delas seja rica em beleza e bondade, precisa ser transformada ou santificada pelo Evangelho, por estarem manchadas pelo pecado e parte dela ser até de inspiração demoníaca[3]. Por isso, na questão da relação entre a fé e a cultura o que se coloca não é como fazer para que nossa fé seja compatível com nossa cultura, mas como nos certificar de que essa fé pronuncia os “juízos corretos” sobre essa cultura. Só que também as culturas precisam conhecer os “juízos corretos” ou valores do Evangelho do reino ou da catolicidade – universalidade ou conforme o todo – de sua mensagem. O evangelho de Cristo (p. ex., Mt 9.35) é acompanhado de sinais e ao ser recebido pelas pessoas, estas se deparam com a proposta de uma outra cultura, a “cultura do reino”. Esta proposta é de quem veio salvar as pessoas, portanto está baseada em sua Palavra, a Bíblia Sagrada. Ela apresenta a mensagem deste reino e serve de parâmetro para as culturas. Assim, todo o conjunto de cultura imaterial como conhecimentos, artes, costumes, crenças, leis, moral etc., manchado pelo pecado, pode ser influenciado – ou até redimido – pela “cultura do reino”, extraída da verdade maior, o Evangelho.
Porém, os missionários que de alguma forma leva a posição de sua igreja a qual pertence à cultura a ser evangelizada precisa evitar o perigo da imposição cultural da mesma. Assim como a grande variedade de culturas tem uma função libertadora e que essa função consiste em livrar toda cultura da ilusão de que são absolutas, os missionários devem atentar para isto quando se deparam com estas diversas culturas.
A verdadeira catolicidade não é uniformidade, mas, muito pelo contrário, é uma variedade tal que toda a igreja em todas as partes do mundo como um único corpo com vários membros, mantém-se em comunicação para o bem de todo o corpo, conforme podemos deduzir de 1Corintios 12.12-13. E o modo como a igreja emprega para se assegurar de sua própria identidade perante as culturas, é o culto, do qual nos ocuparemos depois e também destacaremos num outro momento, sobre a posição cristã na cultura brasileira.
Referências bibliográficas:
ELWELL, Walter A. Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã, Vol. II. São Paulo: Vida Nova, 1990 (1ª ed.).
GONZÁLEZ, Justo L. Cultura & Evangelho: o lugar da cultura do plano de Deus. São Paulo: Hagnos, 2011.
WINTER, Ralph D. & HAWTHORNE, Steven C. Missões transculturais: uma perspectiva cultural. São Paulo: Mundo Novo, 1987 (1ª ed.).


Notas:
[1] O texto a seguir é um resumo indicativo do livro Cultura & Evangelho, de Justo L. González (q.v.), com inserções de outras fontes, constantes nas referências bibliográficas.
[2] Este e outros textos bíblicos, mencionados no texto foram extraídos da Bíblia Online, versão Almeida Corrigida Fiel. Disponível em: <https://www.biblia online.com.br/> e outros links.
[3] Conforme afirma o Pacto de Lausanne, § 10. In. O EVANGELHO e a Cultura. Série Lausanne e Visão Mundial. São Paulo: ABU Editora, 1985.


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30 março 2020

A era dos dogmas e das dúvidas (II): a guerra dos trinta anos

Por
GONZÁLEZ, Justo L. E até aos confins da Terra: uma história ilustrada do Cristianismo: a era dos dogmas e das dúvidas – Vol. 8. São Paulo: Vida Nova, 1984 (1ª ed.), pág. 020 a 036.

Como a Guerra dos 30 anos mudou o mapa da Europa
A Guerra dos Trinta Anos 

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A era dos dogmas e das dúvidas (I): os dogmas e as dúvidas

Por
GONZÁLEZ, Justo L. E até aos confins da Terra: uma história ilustrada do Cristianismo: a era dos dogmas e das dúvidas – Vol. 8. São Paulo: Vida Nova, 1984 (1ª ed.), pág. 017 a 019.

"Muito se aproveitavam das diferenças
 religiosas para atingir seus próprios
alvos, enquanto o espírito do
 racionalismo se apoderava
da alma europeia"

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27 março 2020

A era dos conquistadores (XIV): a cruz e a espada

Por
GONZÁLEZ, Justo L. E até aos confins da Terra: uma história ilustrada do Cristianismo: a era dos conquistadores – Vol. 7. São Paulo: Vida Nova, 1995, pág. 210 a 214.



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26 março 2020

A era dos conquistadores (XIII): o Brasil

Por 
GONZÁLEZ, Justo L. E até aos confins da Terra: uma história ilustrada do Cristianismo: a era dos conquistadores – Vol. 7. São Paulo: Vida Nova, 1995, pág. 197 a 208.


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A era dos conquistadores (XII): em direção ao nascer do Sol

Por 
GONZÁLEZ, Justo L. E até aos confins da Terra: uma história ilustrada do Cristianismo: a era dos conquistadores – Vol. 7. São Paulo: Vida Nova, 1995, pág. 184 a 196.


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A era dos conquistadores (XI): os portugueses na África

Por
GONZÁLEZ, Justo L. E até aos confins da Terra: uma história ilustrada do Cristianismo: a era dos conquistadores – Vol. 7. São Paulo: Vida Nova, 1995, pág. 175 a 183.


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25 março 2020

A era dos conquistadores (X): o vice-reinado da Prata

Por

GONZÁLEZ, Justo L. E até aos confins da Terra: uma história ilustrada do Cristianismo: a era dos conquistadores – Vol. 7. São Paulo: Vida Nova, 1995, pág. 165 a 173.




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A era dos conquistadores (IX): a Flórida

Por
GONZÁLEZ, Justo L. E até aos confins da Terra: uma história ilustrada do Cristianismo: a era dos conquistadores – Vol. 7. São Paulo: Vida Nova, 1995, pág. 159 a 164.


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24 março 2020

Cultura e Evangelho

Por Alcides Barbosa de Amorim
Ilustração: Cristo & Cultura[1]
Já vimos anteriormente, que cultura é toda criação ou invenção humana, seja ela material ou imaterial, que é socializada pelos membros de uma sociedade. E que nas criações imateriais estão relacionados também os aspectos espiritual e religioso, ligados à busca das pessoas por um ser soberano e transcendente. E terminamos este último post afirmando que a religião, em certo sentido, pode ser entendida como algo vindo “de fora” para certo grupo social, ou seja, algo supra cultural ou revelado a este grupo e socializado por ele, embora seu modo de crer e de fazer seus cultos estejam associados especificamente à esfera cultural. Vimos também que no exemplo de Babel, aquela geração, ao construir sua torre, tinha o desejo de permanecer num mesmo local e sua cultura ser usada para usurpar o lugar de Deus, ao mesmo tempo em que tentava impedir as ramificações de outras culturas, ao impor uma única língua aos seus moradores. Neste post, queremos refletir também sobre a relação entre o Evangelho com a cultura, como Jesus e sua comunidade foram influenciados e influenciaram a cultura, e que é possível aplicar a mensagem a todos os povos sem a imposição de uma cultura – judaica, por exemplo – tida como superior ou especial em relação às demais.
1.  Cultura vs Evangelho
“Jesus, porém, ouvindo que João estava preso, voltou para a Galileia; E, deixando Nazaré, foi habitar em Cafarnaum, cidade marítima, nos confins de Zebulom e Naftali; Para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta Isaías, que diz: A terra de Zebulom, e a terra de Naftali, Junto ao caminho do mar, além do Jordão, A Galileia das nações; O povo, que estava assentado em trevas, Viu uma grande luz; aos que estavam assentados na região e sombra da morte, A luz raiou” (Mateus 4.12-16).
O homem é o criador de cultura, uma atividade que está no propósito de Deus. Mas como o homem é racional, espiritual, inteligente e criativo, todas as coisas que foram sendo criadas com o tempo e somadas às demais já existentes, deram – e continuam dando – um significado muito amplo para todo o complexo cultural, isto é, o somatório das coisas criadas, de cada povo no decorrer dos tempos. Este aproveitamento de parte de culturas existentes por outros povos acontece através dos chamados empréstimos culturais, isto é, manifestações culturais emprestadas e vivenciadas pelos membros de uma determinada sociedade, juntando-se às já existentes, e destinadas a se perpetuar de geração após geração. Nesse complexo cultural, vivido e transmitido às gerações, estão envolvidos também comportamento e certas ideias ou pressuposições que podemos chamar de cosmovisão. E porque a cultura em geral foi afetada pelo pecado, a cosmovisão ou forma de ver o mundo de cada grupo, tornou-se bastante diversificada e distorcida. O homem é um ser cultural e ao mesmo tempo, olha o seu mundo a partir de sua “lente cultural”. E se esta lente está manchada pelo pecado tanto o homem quanto sua cultura carecem de redenção.
No texto de Mateus acima, vemos referências de lugares como Galileia, Nazaré, Cafarnaum etc., que ficam em uma região mais ampla do planeta, hoje chamada Israel. O texto também afirma que o povo desta região estava assentado em trevas, mas para ele raiou uma grande luz. Sabemos que o povo destacado – no norte do antigo Israel – é parte de um grupo maior chamado de o povo judeu; e a grande luz corresponde ao cumprimento da promessa feita pelo Seu Deus, Yahweh: a chegada do Messias, Jesus Cristo, que veio transmitir sua mensagem redentora, o Evangelho ou Boa Notícia, ou ainda Boa Nova. O Evangelho, ao ser pregado e aceito, constitui um exemplo de empréstimo cultural judaico-cristão para o mundo que o aceitou e o aceitará. Sua influência para as culturas tem sido determinante para a base da cultura, hoje, principalmente do mundo ocidental.
Segundo ainda Mateus 9.35, a mensagem que Jesus Cristo ensinava pelas cidades, aldeias e sinagogas, era também chamada de o “evangelho do reino”. E os sinais de que este reino tinha chegado ao povo eram os milagres que acompanhavam sua mensagem, como a cura de suas “enfermidades e moléstias”. O “Reino de Deus” ou “Reino dos céus” – expressões análogas – é este algo “de fora”, como já vimos, pois foi trazido dos céus ou de Deus para este mundo. E, como Jesus mesmo afirma, seu “… reino não é deste mundo…” (Jo 18.36). É por isto que alguns cristãos falam, inclusive, em “cultura do reino[2]”, por entenderem que o seu livro sagrado, a Bíblia, apresenta a mensagem deste reino e que ela pode servir de parâmetro para as culturas. Isto é, todo o conjunto de cultura imaterial como conhecimentos, artes, costumes, crenças, leis, moral etc., manchado pelo pecado, pode ser influenciado – ou até redimido – pela “cultura do reino”, extraída da verdade maior, o Evangelho. Este reino é acompanhado de poder e de verdade; e Jesus disse para alguns de seus ouvintes que eles estavam errando por não conhecer nem “… as Escrituras, nem o poder de Deus” (Mt 22.29). Portanto, as “Escrituras”, principalmente o Novo Testamento, onde consta também e, principalmente, os evangelhos, são a base para se evitar os erros e para a redenção e até a santificação das culturas. Quando dizemos “Evangelho”, estamos nos referindo não só aos ensinamentos e práticas do ministério de Jesus, narrados e/ou escritos pelos evangelistas Mateus, Marcos, Lucas e João, mas a toda pregação cristã centralizada nas Escrituras: Antigo e Novo Testamento.
2.  Jesus, seus discípulos e sua cultura circundante
“E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda a criatura” (Marcos 16.15).
Jesus é o Deus humanizado, que nasceu de um povo – judeu –, falou a língua deste povo, viveu a cultura deste povo, em tudo foi semelhante aos homens de seus dias, exceto no pecado (Hb 2.17; 4.15). Jesus foi um homem de cultura; que ao mesmo tempo anunciou sua mensagem, como Deus eterno e como “Filho de Deus e homem perfeito” (Ef 4.13). Mas então não há distinção entre cultura e Evangelho? Justo L. González acredita ser difícil distinguir (separar) ambos. E ele apresenta dois motivos: um deles é porque a cultura “… faz parte do que somos” (Op. Cit., p.98), e não podemos nos separar dela. E em segundo lugar, porque Jesus foi, embora divino, também humano, e nesta condição de homem, ele também usou a cultura para comunicar seu Evangelho aos povos.
Quando Jesus nasceu, “na plenitude dos tempos” (Gl 4.4), sua região e as regiões próximas eram dominadas politicamente pelo Império Romano[3], cujo idioma oficial era o latim, e culturalmente pelos gregos. A Língua Grega era o idioma universal da época, seguida pelo Latim.  Possivelmente, Jesus tivesse noções de grego e latim, conhecesse hebraico e no dia-a-dia falava aramaico junto à sua família e seu povo. Ou seja, é provável que Jesus fosse poliglota[4]. Ele era judeu e afirmou para a mulher samaritana que a “salvação vem dos judeus” (Jo 4.22), isto é, do seu povo. Mas ao que sabemos nenhum livro do Novo Testamento foi escrito na língua de seu povo (aramaico ou hebraico). E a mensagem de Cristo, difundida depois de sua morte e ressurreição, cruzou fronteiras, “… deixando de ser uma mensagem puramente judaica e tornando-se também uma mensagem para os gentios” (Ibidem: p 100). Um empréstimo cultural dos judeus para o mundo.
Na época de Jesus e de seus discípulos, a cultura grega imperava com o nome de helenismo, fusão da cultura grega com as dos orientais, os judeus entre eles, conquistadas pelos macedônicos, em especial Alexandre Magno, uns 300 anos antes de Cristo. Dentre os supostos “benefícios da civilização”, propagadas pela cultura helenística, estava a Língua Grega, na qual foram escritos os livros do Novo Testamento. Além disso, embora a cultura grega, considerada pagã pelos cristãos, fosse, por isto mesmo, condenada, textos e ensinamentos dos filósofos como Sócrates, Platão e Aristóteles, além da língua, eram muito utilizados nas epístolas e ensinamentos da época. Exemplo disto podemos encontrar em um dos doutores da igreja, Tertuliano, o qual embora “… rejeita o uso da filosofia grega no campo da teologia é o advogado que faz constantemente uso de princípios legais romanos para defender a fé cristã e até para explicar doutrinas como a Trindade e a encarnação. Portanto, embora Tertuliano insistisse na necessidade de rejeitar a filosofia que vinha da Grécia, ele próprio participava dessa filosofia de modos que desconhecia” (Ibidem: p. 102).
Jesus disse: “… Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda a criatura” (Mc 16.15). Portanto, os cristãos têm uma mensagem salvadora, que é o Evangelho. Esta mensagem está acima das culturas. Mas também é preciso ir a toda criatura, o que pressupõe conhecer e/ou viver as culturas – ou parte dela –, destas criaturas. Neste caso, como veremos, é importante que o Evangelho, sempre que possível, seja pregado por alguém da própria cultura destas criaturas: povos, tribos, nações…
3.  O Logos e a catolicidade dos Evangelhos para e nas culturas
“E ao redor do trono havia vinte e quatro tronos; e vi assentados sobre os tronos vinte e quatro anciãos vestidos de vestes brancas; e tinham sobre suas cabeças coroas de ouro. (…) E havia diante do trono um como mar de vidro, semelhante ao cristal. E no meio do trono, e ao redor do trono, quatro animais cheios de olhos, por diante e por detrás. E o primeiro animal era semelhante a um leão, e o segundo animal semelhante a um bezerro, e tinha o terceiro animal o rosto como de homem, e o quarto animal era semelhante a uma águia voando” (Ap 4.4,6,7).
No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez (…). Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome (…) E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade. ( Jo 1.1,2,11,14)
Já destacamos no texto (post) diversidade cultural, que o Evangelho, neste caso, a primeira parte do Novo Testamento, é ao mesmo tempo uno (a única mensagem salvadora de Cristo) e quadriforme (escrito sob quatro visões diferentes dos evangelistas). Quero considerar também nesta linha de raciocínio o texto de Apocalipse 4, acima, que fala da visão que João, um dos evangelistas, teve do céu, e lá, a presença de vinte e quatro anciãos e de quatro animais. Os vinte e quatro anciãos, que aparecem assentados em seus tronos, são reconhecidos pela igreja[5] como símbolos das doze tribos de Israel, tratadas no Antigo Testamento, e dos doze apóstolos de Cristo, descritos no Novo Testamento da Bíblia cristã. Neste caso, tanto os representantes dos judeus, representados pelos vinte e quatro anciãos, quanto os apóstolos, adoravam “… ao que estava sobre o trono, ao que vive para todo o sempre” (v. 9) e por meio de quem todas as coisas foram criadas (v. 10). Sabemos que Este que recebe a adoração é Jesus Cristo, personagem central da mensagem a ser pregada a todas as culturas. “Os anciãos reconhecem que um só é digno de ter a preeminência na criação, e Ele é o criador… Ele quis a existência de todas as coisas. Ele tem o direito de lidar com elas em soberana liberdade. Toda a criação deverá reconhecer a sua sujeição a Ele e atribuir ao seu nome a glória e a honra e o poder.” (In: SHEDD, Op. Cit., p. 1460).
Sobre os quatro animais, a aceitação de boa parte dos cristãos[6] é que eles simbolizam os quatro[7] evangelistas: Mateus, Marcos, Lucas e João. Estes animais são: o primeiro, um leão; o segundo, um bezerro; o terceiro, um animal indefinido, apenas com o rosto como de homem; e o quarto, uma águia. Hernandes Dias LOPES explica que “… o leão mostra Jesus como rei (Mateus). O novilho [ou bezerro] mostra Jesus como servo (Marcos). O homem mostra Jesus como o homem perfeito (Lucas) e a águia mostra Jesus como aquele que veio do céu e volta ao céu (João)” (Op. Cit., p. 157). LOPES continua afirmando que estes “… quatro seres viventes representam todo o nobre, forte, sábio e rápido da natureza” (Ibidem: p, 157). Portanto, embora fazemos referência ao Evangelho (no singular), mas ele deve ser entendido pela sua catolicidade – a visão universal representada pelos quatro evangelistas.
Além da catolicidade do Evangelho, outro ponto que caracteriza a relação entre o mesmo e a cultura, principalmente a cultura circundante à época de Jesus e de seus discípulos é enfatizado, especificamente, no prólogo do quarto evangelho que é o conceito de Logos ou Verbo, que escrevemos parcialmente acima. Era empregado com frequência pelos escritores cristãos e diz respeito à Deidade de Cristo. Já em Gênesis 1.1 o Logos estava presente na criação. A expressão “todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez” (Jo 1.3), tem relação direta com o ato criativo de Jesus Cristo, o Logos, junto com o Pai, conforme lemos: “no princípio criou Deus [Elohim] o céu e a terra” (Gn 1.1). Desta forma, o “… pensamento do escritor [João] é impregnado do Velho Testamento e não devemos imaginar que o evangelista esteja tomando emprestado um termo ou conceito da filosofia grega daquela época. Ele expõe uma ideia que remonta ao ensino rabínico, concernente à Palavra de Deus. O Logos é o Ser cuja existência transcende o tempo. Sua pré-existência eterna é implícita” (In: SHEDD: Op. Cit., p. 1063).
O conceito do Logos, traduzido em nossas bíblias como Verbo, além de enfatizar a deidade de Cristo, o Verbo eterno de Deus que se encarnou em Jesus Cristo, fala também do seu “alcance universal”: criação (de todas as coisas, Jo 1.3) e luz (de todo o homem que vem ao mundo, Jo 1.9). Assim, todos foram criados pelo Verbo “… e, visto que esse Verbo é a luz que ilumina não apenas todos os profetas, mas todo ser humano que vem a este mundo, se há alguma luz em um ser humano qualquer, essa luz vem do Verbo que se encarnou em Jesus Cristo” (GONZÁLEZ: Op. Cit., p. 106).
Logos está presente em todas as culturas e pode ser entendido como o princípio da razoabilidade: a “… correlação entre as diversas mentes humanas” (Ibidem: p. 107) e também do universo, conceito defendido por Platão. É nesse sentido que acreditamos que há nas culturas a presença do Logos mesmo antes da chegada de algum missionário a qualquer lugar. “Se Deus é o criador de tudo quanto existe e se Deus está presente e atuante em toda a criação, não é possível pensar que ele esteve completamente ausente de partes inteiras da história da humanidade, de continentes inteiros, até que a fé cristã chagasse a eles” (Ibidem: p. 113). Os cristãos receberam a ordem do IDE e pregai, a partir da Grande Comissão (Mt 28.18-19). Por isso, “… a razão para ir é que Jesus recebeu todo o poder na terra e no céu. Se levarmos a sério esse texto, o propósito de nosso ir, a razão de nosso ir não é levar Jesus Cristo para um novo lugar, e tampouco levar seu senhorio. Segundo esse texto, Jesus já e Senhor desse lugar muito antes de chegarmos lá” (Ibidem: p. 117). Na conversão de Cornélio (At 10), por exemplo, o Logos já estava presente em sua casa antes de Pedro chegar à mesma. Inclusive González diz que o título “conversão de Cornélio”, de Atos 10, bem poderia ser “conversão de Pedro”. Este apóstolo estava incumbido de pregar a salvação, mas tinha uma visão (cosmovisão) muito limitada e restrita à sua cultura. Antes de seguir para a casa e Cornélio, ele tem uma visão vinda de Deus, que pede – entre outras mensagens – para que ele: “… não chame impuro ao que Deus purificou” (At 10.15). Percebe-se, daí, que o Logos que já estava nas culturas gentilícias, como no exemplo de Cornélio, preparou o terreno para um dos membros da Grande Comissão aceitar aquela cultura específica de Cornélio e adicionar à mesma o Evangelho de Cristo. E é isto que muitos cristãos missionários não têm visto: a presença do Logos nas culturas e lugares aonde chegam. E também não têm tido a consciência (conhecimento) de que qualquer lugar deste planeta, mesmo aqueles onde ninguém ouvir falar de Cristo foi criado por Ele e a Ele pertence.
Conclusão  
Num outro momento, falaremos um pouco mais sobre cultura e missão. Mas, por ora, concluímos que na relação entre a cultura e o Evangelho, este último, embora seja uma mensagem supra cultural (como algo “de fora”, por empréstimo), foi revelado para um povo, dentro de seu contexto cultural que era ao mesmo tempo o resultado da influência das culturas dos povos circundantes. Até os escritores desta mensagem, os evangelistas, apresentaram-na sob seus pontos de vistas, sem mudar o âmago da verdadeira mensagem: o único Evangelho, mas ao mesmo tempo universal (católico), escrito sob a ótica ou cosmovisão de quatro escritores. Também enfatizamos que a diversidade cultural faz parte do propósito de Deus e que os cristãos devem ter em mente que é perfeitamente possível pregar a Cristo e seu reino em todos os lugares, sem destruir as culturas existentes e sim, influenciá-las/santificá-las com a cultura do reino…
Referências Bibliográficas:
GONZÁLEZ, Justo. L. Cultura & Religião: o lugar da cultura no plano de Deus. São Paulo: Hagnos, 2011.
LOPES, Hernandes Dias. Apocalipse: o futuro chegou – As coisas que em breve devem acontecer. São Paulo: Hagnos, 2005.
SHEDD, Russel P. (Editor). O Novo Comentário da Bíblia, Vol. II. São Paulo: Vida Nova, 1963 (1ª ed.).
Notas:

[1] Disponível em: <http://beteldemesquita.com.br/sermons/cristo-cultura-o-evangelho-e-nossa-libertacao-do-cativeiro-cultural-palestra-3/>. Acesso em 29/11/2018.
[2] Por exemplo: <https://www.maisqueadoradores.com/page/2017/12/06/o-que-e-cultura-do-reino-serie-cultura-do-reino-01/>. Acesso em 05/12/2018.
[3] Evitamos o termo “dominados pela cultura dos romanos”, pois esta expressão é bem simplista, uma vez que nem todos que estavam no território romano eram romanizados. Sua cultura era imposta e necessariamente aceita por todos. A maioria dos pobres e oprimidos pelos romanos ansiava pela libertação do seu jugo político e econômico, mais do que sua cultura.
[4] Na verdade, possivelmente Jesus era um poliglota. Devia ter noções de grego, porque esse povo deixou marcas na região na época da ocupação dos macedônios, e de latim, o idioma dos conquistadores romanos. Mas, no dia a dia, ele falava aramaico mesmo, que era a língua do povo judeu”. Disponível em: <https://super.abril.com.br/mundo-estranho/que-lingua-jesus-falava/>. Acesso em 05/12/2018.
[5] Veja, por exemplo, G. R. BEASLEY-MURRAY. Em seu comentário sobre o Apocalipse, ele afirma: “Julgando pela descrição dos anciãos, dada as visões subsequentes, é claro que são seres angélicos, contudo não é impossível pensar deles como sendo os representantes celestiais do povo de Deus no duplo aspecto de sacerdotes e reis, e, neste caso, o número de vinte e quatro, que relembra as doze tribos e os doze apóstolos, simboliza adequadamente o povo messiânico de duas dispensações, como a Igreja sempre se agrada em reconhecer” (In: SHEDD, Russel P. – Editor). O Novo Comentário da Bíblia, Vol. II. São Paulo: Vida Nova, 1963 (1ª ed.).
[6] Dentre os que afirmam ser os “quatro animais”, de Apocalipse 4.6, um simbolismo dos quatro evangelistas, está também Irineu de Lyon, por volta do ano 400 d.C. Veja também: < http://www.abiblia.org/ver.php?id=2414>. Acesso em 07/12/2018.
[7] No Evangelho de Mateus 10.2-4, estão registrados os nomes dos doze apóstolos: “Simão, por sobrenome Pedro;  André, irmão de Pedro;  Tiago, filho de Zebedeu; João, irmão de Tiago;  Filipe; Bartolomeu; Tomé; Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu; Tadeu; Simão, o Zelote; Judas Iscariotes, o traidor”. Portanto, dos quatro evangelistas, dois deles (Mateus e João) estão na relação dos doze apóstolos. Marcos e Lucas não eram apóstolos, embora deixaram seu inestimável trabalho para os cristãos e o mundo.

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Veja também:

  •   O Cristão e a Cultura, com Franklin Ferreira (Parte 1 e 2)



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