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26 de maio de 2025

Ética Bíblica

Biblia Sagrada: a base judaico-cristã da ética

Estude a Bíblia para ser sábio; creia na mesma para ser salvo; siga os seus preceitos para ser santo” (Billy Graham).

Já destacamos brevemente aqui os conceitos/diferenças entre a ética e a moral. E continuando, queremos destacar abaixo o conceito de ética bíblica. Ou seja, a Ética teológica, que trata daquilo que pode ser aproveitado dos alegados entendimentos de uma determinada comunidade, no tocante a esta vida ou a do porvir.

A ética [1] acha seu lugar num dicionário teológico exatamente porque nem no pensamento judaico nem no pensamento cristão ela pode ser separada do seu contexto teológico, a não ser visando o propósito da concentração. Toda a teologia bíblica tem implicações morais nas quais consiste a ética bíblica.

1.    No Antigo Testamento

Ao reconhecer o AT como escritura cristã, a Igreja adotou alguns precedentes morais embaraçosos: a queima das bruxas, a taça envenenada para a prova moral, o castigo de famílias inteiras, a poligamia, o concubinato e muita violência e guerra. Mas também foi herdeira de grande dose de instrução moral, advertências, exemplos, alta inspiração e fé moral, que aumentou incomensuravelmente os recursos éticos do cristianismo.

A principal conquista foi, sem dúvida, o fundamento teocrático da ética como a vontade de Deus, santa, fiel e boa, uma ética que se baseava naquilo que Deus já fizera como Criador e Redentor do Seu povo. Assim, o Decálogo começa com "Eu sou o SENHOR teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão"; ao passo que a aliança sem igual que ligava Israel ao seu Deus, não num vínculo natural (como se Deus fosse o ancestral mais remoto) mas num relacionamento moral, que se originou na escolha, promessa e libertação da parte de Deus, às quais Israel correspondeu com obediência e confiança gratas, conferiu uma qualidade sem paralelo de humildade e confiança ao pensamento ético judaico. Corretamente entendida, a obediência não procurava obter o favor divino, mas era inspirada por ele.

O próprio Decálogo (perpetuando ideais ainda mais antigos) é um documento ético notável, sendo que sua forma tradicional abrange um código duplo de deveres religiosos (Ex 20.3-12) e sociais (vv. 13-17) embora submeta as duas áreas (a adoração, a proibição dos ídolos, o juramento, o dia sagrado e a piedade filial, de um lado; e a santidade de vida, casamento, das posses, da verdade e do desejo, do outro lado) à autoridade divina direta. Inevitavelmente esta forma de mandamento deu seu tom à moralidade judaica, embora o mandamento final contra a cobiça entre num âmbito onde o legalismo nada possa fazer.

O desenvolvimento desta base ética no "Livro da Aliança" (Ex 20.22-23.19; veja 24.7) reflete um fundo histórico simples nômade e agrícola, e leva um senso de justiça e de responsabilidade comedida às condições primitivas; os delitos capitais são numerosos, a escravidão é aceita, mas a equidade e a piedade começam a afetar a vida social.

Deuteronômio enfatiza um espirito humanitário, uma liberalidade, compaixão e santidade interior ("Amarás o SENHOR teu Deus", 6.5) inteiramente de conformidade com o ensino dos profetas. Amós tornou a ética essencial ao relacionamento entre Israel e Deus, e sua moralidade era pura, autodisciplina, apaixonadamente defensora dos pobres e oprimidos, oposta à crueldade, ao dolo, ao luxo e ao egoísmo. Isaias e Miquéias exigiam uma religião de conformidade com o caráter do Santo de Israel. Jeremias, Ezequiel e Isaias 40-66 aplicam as lições amargas do exilio na Babilônia de modos éticos inexoráveis, embora sempre dentro do contexto do propósito inabalável de Deus pelo Seu povo. O Deus de Israel é enfaticamente o Autor e Guardião da lei moral, exigindo acima de tudo que os homens pratiquem a justiça, amem a misericórdia e andem humildemente com o seu Deus (Mq 6.8).

O ensino moral judaico posterior incluía (em Provérbios, Eclesiastes, Jó. Siraque) "sabedoria" ética valiosa, cujo alvo era simplificar o dever em reverência prática por Deus, o mais simples bom-senso naqueles que se sabem criaturas do Eterno: "O temor do SENHOR é o princípio da sabedoria" (SI 111.10). O ideal da sabedoria é expresso de modo eloquente em Jó 31.

O exilio na Babilônia e o domínio estrangeiro que o seguiu tanto ameaçaram a autoidentidade judaica que uma ênfase tremenda foi dada à lei escrita e oral, que entesourava tudo quanto era distintivamente judaico. A piedade, o nacionalismo e o orgulho combinaram-se para produzir um legalismo exagerado, um fardo para a maioria e uma fonte de cegueira moral, casuísmo hipócrita e farisaísmo para muitos. Daí surgiu a oposição "religiosa" a Jesus, para quem o legalismo não tinha nenhuma autoridade divina, e à ênfase que o cristianismo dava à liberdade.

 

2.    No Novo Testamento

Uma longa tradição ética foi resumida, portanto, quando João Batista apareceu, exigindo pureza, retidão, honestidade e solicitude social (Lc 3.10-14). Mas especialmente iluminadora é a discriminação de Jesus, ao retomar do judaísmo seu monoteísmo ético, sua consciência social e o relacionamento entre a religião e a moralidade, enquanto rejeitava a tendência ao farisaísmo, o legalismo duro e externo, o nacionalismo, o cultivo de mérito e a não diferenciação entre o ritual e a moralidade. Por outro lado, Jesus levou a exigência da retidão ainda mais longe do que a Lei tinha feito, penetrando na mentalidade e no motivo por trás do comportamento (Mt 5.17-48), voltando aos propósitos originais de Deus (Mc 2.27; Mt 19.3-9) ou ao mandamento suficiente e sobrepujante do amor a Deus e ao próximo (Mt 22.35-40). Neste resumo de todo o dever, religioso e social, em termo do amor, acha-se a contribuição mais característica de Jesus ao pensamento ético, e Seu exemplo do significado do amor e Sua morte por amor aos homens perfazem Sua contribuição mais poderosa à realização ética.

A religião e a ética encontram-se de novo no evangelho do reino de Deus, que Cristo pregou, Sua versão da esperança messiânica e da visão dos profetas de Deus como Senhor da História; a descrição que Cristo fez da vida no reino, com suas oportunidades e obrigações, dá aplicação à Sua ideia radical e realista de justiça e de amor à vida da família, mordomia cristã das riquezas, responsabilidade diante do estado, os males sociais e o fato da enfermidade e crueldade do pecado. Em todos os âmbitos, a obediência à vontade de Deus constitui-se no reino e assegura as suas bênçãos, embora possa envolver a perda da própria vida, que terá lucro eterno.

Mas o Rei também é Pai, e os cidadãos do reino são Seus filhos, que compartilham de uma condição e de uma vida que refletem o caráter de Deus, numa comunhão e rum espírito de perdão, em liberdade e confiança, que tornam alegre a obediência. Por trás de tudo, está a lealdade pessoal dos homens ao próprio Jesus como Salvador e Senhor, naquele amor (Jo 14.15; 21.15-17), o desejo de ser como Cristo torna-se um incentivo moral de imenso poder emocional. Semelhante amor deleita-se em guardar os mandamentos de Cristo.

Há bons motivos para se crer que a igreja apostólica oferecia treinamento moral considerável aos convertidos, abrangendo a abstinência dos pecados antigos e dos costumes pagãos, a firmeza sob a perseguição, o incentivo à comunhão e a submissão aos líderes. Este treinamento provavelmente incluía listas de deveres de maridos, esposas, pais, filhos, servos, escravos, vizinhos (veja Colossenses e 1 Pedro). O desenvolvimento mais antigo do ensinamento ético cristão provavelmente seja melhor lustrado em 1 Pedro, onde a ênfase recai sobre a santidade e a submissão às autoridades civis (2.13-17), aos senhores de escravos (2.18-25), aos maridos (3.1-7) e dentro da comunhão (3.8-9, 4.8-11:5.5-6). Este tema inesperado não somente descreve o significado da vida sob o domínio divino; ele segue o conceito bíblico da essência do pecado como vontade própria.

Ilustrações da vida cristã moral mais antiga são melhor vistas na galeria impressionante de Lucas (em Atos) de pessoas essencialmente boas, felizes, socialmente úteis, corajosas e transformadas, que corresponde estreitamente ao seu quadro de Jesus em seu evangelho. Tiago, também, provavelmente apresenta um quadro primitivo da tomada de posição moral da igreja, numa série de meditações sobre as grandes palavras de Jesus segundo o modo de literatura de sabedoria judaica.

A preocupação ética de Paulo era ir contra o legalismo que fracassara na sua própria vida e que ameaçava limitar a Igreja a uma seita judaica; ele assim fazia ao insistir na suficiência da fé para salvar judeus e gentios, igualmente, e na liberdade do cristão para seguir a orientação do Espírito (Gálatas). Ao transmitir aos convertidos a tradição comum do ensinamento ético (Rm 6.17; 2 Ts 2.15; 3.6), Paulo explicava especialmente o significado ético da fé e a natureza da vida no Espírito.

Enfrentando o desafio de quem dizia que, se a justificação é pela fé somente, o crente pode continuar impunemente no pecado, Paulo responde que a fé que salva envolve tão grande identificação pessoal com Cristo na morte ao pecado, ao eu, e ao mundo, e na ressurreição para uma vida nova de liberdade, consagração e triunfo, que continuar no pecado ao exercer semelhante fé é incoerente, desnecessário e impossível (Rm 6; Gl 2.20). Para Paulo, a fé que salva, santifica. Se algum crente achar que não acontece assim, ele está deixando de ser aquilo que em Cristo veio a ser – morto para o pecado, vivo para Deus.

O outro tema ético de Paulo argumenta que aquilo que a Lei nunca pode fazer, por causa da fraqueza da natureza humana, "a lei do Espírito da vida em Cristo Jesus" realiza, de modo que a lei é cumprida em nós (Rm 8.1-4). Jeremias e Ezequiel já tinham ligado o poder invisível de Deus na criação e na história (Espírito) com o novo coração e a nova vontade necessários em Israel. Lucas, ao demonstrar que Jesus traz o Espírito e O outorga, e João, ao descrever o Espírito como o outro Eu de Jesus, revelam como, no pensamento cristão primitivo, a ideia inteira do Espírito divino estava estampada com a imagem de Jesus (At 16.7). Paulo declara que o efeito desta identificação é produzir a o caráter semelhante ao de Cristo – o fruto do Espírito – em cada crente bem disposto (Gl 5.22-23, Rm 5.5: 8.9-14). Esta transformação dos homens pela dinâmica interior do Espírito de Cristo é um dos temas éticos centrais do cristianismo.

Outro tema comum em todo o ensinamento ético do NT é a imitação de Cristo. Os evangelhos sinóticos apresentam o tema como simplesmente seguir a Jesus. João expõe o ideal de Christus Exemplar, como amar (13.34; 15.12), obedecer (9.4, 15:10) ficar firme (15.20) e servir humildemente (13.14-15), conforme Jesus fez por nós. 1 João a liga com a esperança cristã (3.2). Pedro associa a imitação especialmente com a Cruz (1 Pe 2.21-25; 3.17-18; 4.1,13). Paulo faz dela o alvo da adoração (2) Co 3.18), do ministério (Ef 4.11-13), da exortação (1 Co 11.1) e da providência divina (Rm 8.28-29) definindo seu significado mais interno como ter "a mente de Cristo" (1 Co 2.16, Fp 2.5) “o Espirito de Deus" (1 Co 7.40).

Resumo.

Em contraste com os sistemas filosóficos, as marcas permanentes da ética bíblica são: seu fundamento no relacionamento com Deus; sua obrigação imposta e objetiva à obediência; eu apelo aquilo que há de mais profundo no homem, sua relevância social realista, e sua capacidade de adaptação e desenvolvimento contínuos

A formulação bíblica final do ideal como a semelhança a Cristo relaciona-se diretamente com o amor e a gratidão despertados pela experiência da redenção, está arraigada na História objetiva (como implicação ética óbvia da Encarnação): faz um forte apelo às melhores intuições morais do homem, exige um ministério semelhante ao de Cristo entre os necessitados deste mundo e o cumprimento do reino de Deus na terra e no decurso dos séculos cristãos suas muitas formas e interpretações têm comprovado sua adaptabilidade flexível às condições mutáveis. O mandamento bíblico antigo: "Sede santos, porque Eu sou santo", acha um claro reflexo na promessa bíblica mais recente: "Seremos como Ele".

Nota / Referência bibliográfica:

  • [1] WHITE, Reginald E. O. Ética Bíblica. In: Enciclopédia Histórico-Teológica. Editor Walter A. Elwell. Vol. II. São Paulo: Vida Nova: 1988, Pág. 87-90 (Texto copiado na íntegra e adaptado à nova regra ortográfica).

 

29 de abril de 2025

O que diz a Bíblia sobre o papa e o papado?

Por: GotQuestions [1]


Brasão do Papado e do Vaticano [2]

O ensinamento da Igreja Católica Romana sobre o papa (“papa” significa “pai”) é baseado em e envolve os seguintes ensinamentos romanos católicos:

1) Cristo fez de Pedro o líder dos apóstolos e da igreja (Mateus 16:18-19). Em dar a Pedro as “chaves do reino”, Cristo não apenas fez dele líder, mas também fez dele infalível quando agindo ou falando como representante de Cristo na terra (falando de sua cadeira de autoridade, ou ex cathedra). Esta capacidade de agir no interesse da igreja de forma infalível quando falando “ex cathedra” foi passada de Pedro para seus sucessores, dando desta forma à Igreja um infalível guia na terra. O propósito do papado é guiar a Igreja sem cometer erros.

2) Mais tarde, Pedro se tornou o primeiro Bispo de Roma. Como tal, ele exercia a autoridade sobre todos os bispos e líderes da igreja. O ensinamento de que o Bispo de Roma está acima de todos os bispos em autoridade é conhecido como a “supremacia” do Bispo de Roma.

3) Pedro passou adiante a sua autoridade apostólica ao próximo Bispo de Roma, juntamente com os outros apóstolos que passaram adiante a sua autoridade apostólica aos bispos por eles ordenados. Estes novos bispos, por sua vez, passaram adiante a sua autoridade apostólica àqueles bispos que eles mais tarde ordenaram e assim por diante. Esta “passagem da autoridade apostólica” é conhecida como “sucessão apostólica”.

4) Baseados na alegação católica romana de uma corrente contínua de bispos romanos, os católicos romanos ensinam que a Igreja Católica Romana é a verdadeira igreja, e que todas as igrejas que não aceitam a supremacia do papa têm se desviado dela, a igreja única e verdadeira.

Depois de termos rapidamente visto alguns dos ensinamentos da Igreja Católica Romana a respeito do papado, a questão é se estes ensinamentos estão em concordância com as Escrituras. A Igreja Católica Romana vê o papado e a autoridade infalível da “Igreja mãe” como sendo necessários para guiar a Igreja, e usa isto como raciocínio lógico para justificar a provisão de Deus neste assunto. No entanto, ao examinar as Escrituras, podemos achar o seguinte:

1) Apesar de Pedro ter sido central na primeira expansão do evangelho (parte do significado por trás de Mateus 16:18-19), o ensinamento das Escrituras, tomado em contexto, em nenhum lugar declara que ele estivesse em autoridade sobre os outros apóstolos ou acima da Igreja (veja Atos 15:1-23; Gálatas 2:1-14; I Pedro 5:1-5). Nem é jamais ensinado que o Bispo de Roma deveria ter supremacia sobre a Igreja. Ao invés, há apenas uma referência nas Escrituras de Pedro escrevendo da “Babilônia”, um nome às vezes usado para se referir a Roma, encontrado em I Pedro 5:13. Em grande parte por causa disso e do aumento histórico da influência do Bispo de Roma (devido ao apoio de Constantino e dos imperadores romanos que o sucederam), vem o ensinamento da Igreja Católica Romana da supremacia do Bispo de Roma. Entretanto, as Escrituras mostram que a autoridade de Pedro era compartilhada pelos outros apóstolos (Efésios 2:19-20), e que a autoridade de “ligar e desligar” a ele atribuída era, da mesma forma, dividida pelas igrejas locais, não apenas seus líderes (veja Mateus 18:15-19; I Coríntios 5:1-13; II Coríntios 13:10; Tito 2:15; 3:10-11).

2) Em nenhum lugar as Escrituras afirmam que, para manter a igreja livre de erro, a autoridade dos apóstolos foi passada aos que eles ordenaram (sucessão apostólica). A sucessão apostólica é uma “leitura forçada” destes versículos que a Igreja Católica Romana usa para apoiar esta doutrina (II Timóteo 2:2; 4:2-5; Tito 1:5; 2:1; 2:15; I Timóteo 5:19-22). O que as Escrituras REALMENTE ENSINAM é que falsos ensinamentos se levantariam, vindo até do meio dos líderes da igreja, e que os cristãos deveriam comparar os ensinamentos destes líderes com as Escrituras, que são a única coisa que a Bíblia cita como infalíveis. A Bíblia não ensina que os apóstolos eram infalíveis, a não ser quando o que escreveram foi incorporado às Escrituras. Paulo, conversando com os líderes da igreja na grande cidade de Éfeso, menciona a vinda de falsos mestres. Paulo NÃO os recomenda aos “apóstolos ou aqueles a quem seria passada sua autoridade”, mas a “Deus e à palavra da sua graça...” (Atos 20:28-32).

Mais uma vez, a Bíblia ensina que as Escrituras devem ser usadas como a medida padrão para determinar a verdade do engano. Em Gálatas 1:8-9, Paulo afirma que não é QUEM ensina, mas O QUE está sendo ensinado que deve ser usado para diferenciar a verdade do engano. Apesar da Igreja Católica Romana continuar a lançar a maldição “anátema” àqueles que rejeitam a autoridade do papa, as Escrituras reservam tal maldição àqueles que ensinarem um evangelho diferente (Gálatas 1:8-9).

3) Apesar da Igreja Católica Romana ver a sucessão apostólica como logicamente necessária para que Deus, de forma livre de erros, guie a Sua Igreja, as Escrituras afirmam que Deus providenciou por [para] Sua igreja através de:

(a) As Escrituras Infalíveis (Atos 20:32; II Timóteo 3:15-17; Mateus 5:18; João 10:35; Atos 17:10-12; Isaías 8:20; 40:8; etc.). Nota: Pedro fala dos escritos de Paulo na mesma categoria de outra Escritura (II Pedro 3:16),

(b) O eterno sumo sacerdócio de Cristo no céu (Hebreus 7:22-28),

(c) A provisão do Espírito Santo, que guiou os apóstolos à verdade depois da morte de Cristo (João 16:12-14), que dá dons aos crentes para a obra do ministério, incluindo o ensino (Romanos 12:3-8; Efésios 4:11-16), e que usa a Palavra escrita como a Sua principal ferramenta (Hebreus 4:12; Efésios 6:17).

Apesar de ter havido homens bons e honrados (humanamente falando) que serviram como papas da Igreja Católica Romana, incluindo o Papa João Paulo II, o Papa Bento XVI e o Papa Francisco I, os ensinamentos da Igreja Católica Romana sobre a autoridade do papa devem ser rejeitados porque não estão de acordo com os ensinamentos da igreja original, a nós divulgados no Novo Testamento. Esta comparação do ensinamento de qualquer igreja é essencial, sob o risco de deixarmos de ter os ensinamentos do Novo Testamento a respeito do evangelho, não apenas correndo o risco de deixarmos de ter vida eterna no céu, mas, sem saber, levarmos outros ao caminho errado (Gálatas 1:8-9).

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Veja também:


Nota:

  • [2] Por que o símbolo pontifício é representado por duas chaves cruzadas? Disponível em: https://www.a12.com/redacaoa12/duvidas-religiosas/por-que-o-simbolo-pontificio-e-representado-por-duas-chaves-cruzadas. Acesso em: 29/04/2025.

3 de dezembro de 2024

Bispos e Papas (12): Eleutero

Eleutero [1]

Continuando nossa lista de bispos e papas, destacando inicialmente os listados por Eusébio de Cesareia, quero destacar o número 12 de seu livro História Eclesiástica (HE) [2]: Eleutero. Depois de citar a sequência de bispos (HE: 5, VI): Lino, Anacleto, Clemente, Evaristo, Alexandre, Xisto, Telésforo, Higino, Pio, Aniceto e Sotero “... o décimo segundo desde os apóstolos no episcopado agora é Eleutero...”.

Sobre o bispo Eleutero ou Eleutério [3] segundo as fontes listadas abaixo [4], destacamos:

  • Eleutério é mencionado apenas a partir de fontes hagiográficas tardias (século VIII);
  • Era grego e seu nome (em grego) significa “homem livre”; parece indicar que ele era um escravo liberto.
  • Veio a Roma acompanhando do Papa (Bispo) Aniceto e tornou-se seu secretário. Depois, como papa (ou bispo), exerceu seu “papado” (episcopado) entre 175 e 189.
  • Seu episcopado foi marcado pela luta contra movimentos heréticos que chegaram a Roma: gnosticismo, montanismo e marcionismo.
  • Com a perseguição mais amena, no tempo do Cômodo, Eleutério passou a dedicar ao combate às questões heréticas. Emitiu um decreto acabando com a distinção herética entre alimentos puros e impuros. E, através de outro decreto, acredita-se que Eleutério tenha ordenado que o dia da Páscoa fosse comemorado no domingo.
  •  Foi martirizado (em 189) durante uma nova perseguição aos cristãos.

“Segundo a tradição, [Eleutério] recebeu cartas de Lúcio, rei de uma parte da Bretanha, pedindo o envio de missionários para o instruir na fé Católica[5]. Atendeu ao pedido iniciando assim a obra de evangelização, enviando os padres São Damião e São Fugácio para baptizarem o rei Lúcio, sua rainha e grande parte da população. Esta história merece o cepticismo dos historiadores por não ser suportada por relatos concretos. Eleutério resolveu a questão de origem judaica, sobre a distinção entre alimentos puros e impuros, libertando os cristãos de restrições alimentares” (Papa Eleutório / Coração devoto).

Sugiro, para concluir, o vídeo do site católico Altivez Altierez dos Santos Catequese e Teologia Católica, sobre Eleutério:


Notas / Referências bibliográficas:

  • [1] Imagem ilustrativa e adaptada. Disponível em: <https://coracaodevoto.com.br/paginas/papas/13>. Acesso em: 02/12/2024.

  • [2] Na versão publicada pela CPAD em 1995, nas páginas 409/410, a editora fez uma lista de 29 bispos de Roma citados por Eusébio, e Pio é o número 9 da lista...

  • [3] O bispo, chamado por Eusébio de Eleutero é conhecido também como Papa/Santo Eleutério nas fontes católicas consultadas.

  • [5] Entende-se por “fé católica” a aceitação, já no segundo século, após a morte dos apóstolos, de uma unidade doutrinária universal (católica) do Cristianismo. “A organização da Igreja Católica tomou-se necessária em face de um grande perigo. O Gnosticismo lançava confusão nas massas a respeito da verdade cristã. Outro movimento estava também produzindo dissensão: o Montanismo. Os montanistas desejavam uma igreja como a do 1º século, sob a direção do governo direto do Espírito Santo. Sustentavam que as autoridades da Igreja estorvavam a ação do Espírito, e se opunham ao poder sempre crescente que se desenvolvia no ministério. A crença deles a respeito da direção imediata do Espírito levou-os a uma estranha e fanática emissão de sons e palavras. Para preservar a religião cristã de se perder na confusão, foram necessários certos meios de unidade externa. O meio de que lançaram mão foi a organização da Igreja Católica, uma instituição que pretendia possuir autoridade, excluindo do seu seio os que se recusassem a lhe obedecer. Esse fato teve posteriormente resultados funestos, mas foi necessário naquele tempo...” (NICHOLS, Robert Hastings. História da Igreja Cristã. São Paulo: Casa Editora Presbiteriana, 2000, pag. 47/48). Destaques meus...

4 de janeiro de 2024

Os militares no poder

Por: Mary Del Priori e Renato Venancio

 


Em 25 de agosto de 1961, o país entra em profunda crise política. A renúncia de Jânio implica a posse do vice-presidente, João Goulart. Em viagem diplomática à China, Goulart é hostilizado por importantes segmentos das forças armadas e do meio empresarial. Há razão para tanto? É preciso lembrar que ele foi responsável pelo aumento de 100% do salário-mínimo, motivo suficiente para ser identificado à nebulosa política denominada república sindicalista. Além disso, pertence à corrente nacionalista, partidária da realização de reformas de base da sociedade brasileira, que contrariavam poderosos interesses.

Os ministros militares se manifestaram contra a posse. Tal recusa, porém, estava longe de contar com o apoio unânime das forças armadas. Goulart foi eleito pelo voto direto, levando a ala legalista do Exército a se posicionar a seu favor. Explorando habilmente essa divisão, Leonel Brizola, que no início dos anos 1960 desponta como nova liderança nacional do PTB, consegue o apoio do III Exército. O então governador do Rio Grande do Sul cria a Rede da Legalidade, lançando, através dos meios de comunicação de massa, uma campanha nacional em defesa da posse do novo presidente.

O golpe de 1961 é, dessa maneira, evitado. No entanto, foram necessárias concessões políticas por parte de João Goulart. A mais importante delas foi a adoção do parlamentarismo, através do qual se transfere para o Congresso Nacional e para o presidente do Conselho de Ministros, aí eleito, boa parcela das prerrogativas do Poder Executivo.

Aproximadamente duas semanas após a renúncia de Jânio Quadros, o novo presidente assume o cargo e novas conspirações se iniciam. Um aspecto crucial relativo à adoção do parlamentarismo é aquele que prevê, nove meses antes do término do mandato presidencial, a realização de um plebiscito no qual se confirmaria a manutenção dessa forma de governo.

A experiência parlamentarista, implementada às pressas, se revela um fracasso. A crise econômica conjuga-se à quase paralisia do sistema político. Auxiliado por tais circunstâncias e pela campanha que faz, João Goulart consegue não só antecipar o plebiscito, como também dele sair vitorioso. Em janeiro de 1963, o Brasil volta a ser presidencialista. Dessa data até março de 1964, assistimos a uma progressiva radicalização entre os setores nacionalistas e antinacionalistas. Para compreendermos a razão de tanto conflito, devemos retornar no tempo e analisar as propostas políticas e econômicas desses dois grupos, assim como as alianças a que deram origem.

Conforme mencionamos no capítulo anterior, por volta de 1945 a economia brasileira torna-se predominantemente industrial. A partir dessa época, as discussões se voltam para a aceleração do processo de desenvolvimento econômico. Pois bem, uma das soluções propostas implica a associação com o capital internacional, enquanto a outra consiste em proteger a economia desse tipo de intervenção, valorizando a ação do Estado como promotor da industrialização. Entre numerosos defensores desta forma de desenvolvimento, havia os partidários da reorganização de nosso mundo rural. Para eles, o campo brasileiro mantinha estruturas econômicas pré-industriais, impedindo a integração da população aí existente ao mercado consumidor. Mais ainda: nossa agricultura, baseada em grandes propriedades e na lavoura de exportação, abastecia precariamente a cidade, elevando o custo de vida e fazendo com que, entre os trabalhadores, sobrassem poucos recursos para a aquisição de produtos industriais. A formação de latifúndios improdutivos tinha outro efeito negativo: desviava capitais das atividades econômicas mais dinâmicas. Em outras palavras, sem a reforma agrária, a economia brasileira estaria fadada à estagnação ou então a uma crescente dependência em relação aos investimentos estrangeiros.

O debate a respeito da alteração de nossas estruturas agrárias está longe de ser meramente técnico. Em torno dele se chocam interesses econômicos e paixões políticas. Não por acaso, nem mesmo governos transformadores, como os de Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek, instituíram projetos dessa natureza. Na verdade, pode-se afirmar o inverso. Desde os anos 1930, a ênfase dada à industrialização leva, na maioria das vezes, a restrições ao crédito rural e a uma política cambial desfavorável aos produtores agrícolas. Assim, para a manutenção das taxas de lucro, deve-se aumentar o nível de exploração dos trabalhadores, o que estimula, por sua vez, movimentos migratórios e sentimentos de revolta.

Conforme vimos, após a abolição, o campo brasileiro nem sempre adota o trabalho assalariado. Em várias partes, colonos, rendeiros, meeiros e moradores de favor é que de fato substituem o braço cativo. Nesse meio, fazendeiros cobram prestações de serviços em troca de moradia, alteram livremente os acordos de partilhas das colheitas ou despedem trabalhadores sem indenização alguma. Em 1955, a revolta contra essa situação cristaliza-se na forma de Ligas Camponesas, organizadas por Francisco Julião, advogado com longa experiência na defesa dos trabalhadores e pequenos proprietários rurais. Inicialmente, as Ligas se estabelecem em Pernambuco e Paraíba, para depois se espalharem por outras regiões brasileiras, como Rio de Janeiro e Goiás. Seu lema é levar “justiça ao campo” através da reforma agrária, “na lei ou na marra”, o que implicava invasões de propriedades rurais, criando um clima de terror em parte da elite brasileira.

Outro aspecto interessante dessa nova organização é que ela foge ao controle das tradicionais instituições populistas, como era o caso dos sindicatos vinculados ao PTB. De fato, pode-se afirmar que as Ligas e seu líder são hostis a João Goulart. Em 1962, essa postura ganha alcance nacional. Francisco Julião, eleito deputado federal pelo PSB, apoia vitoriosamente o prefeito de Recife, Miguel Arraes, na disputa do cargo de governador. João Goulart enfrenta, agora, oposição à direita e à esquerda; talvez por isso, o presidente reforça sua base de apoio popular se aproximando do PCB. Para compreender a aliança entre populistas e comunistas precisamos retornar no tempo.

O primeiro ensaio dessa aproximação ocorreu em 1945, por ocasião do fim do governo de Getúlio Vargas. No entanto, a cassação do registro legal do partido em 1947 leva os comunistas a uma fase de radicalização. A partir de 1952, ainda na ilegalidade, o Partidão – como então era popularmente conhecido – dá início à revisão dessa linha política, reaproximando-se de correntes políticas populistas, principalmente aquelas vinculadas ao nacionalismo ou ao movimento sindical.

Essa postura, em parte, decorre da análise teórica predominante no PCB. Desde os anos 1920, intelectuais comunistas procuram interpretar a sociedade brasileira à luz dos conceitos marxistas e leninistas. Tal leitura é afetada pelo fraco conhecimento de textos originais de Marx e pela adoção incondicional da linha política soviética. Nesse contexto, a interpretação que se torna dominante nos círculos comunistas é a de considerar as sociedades latino-americanas como pré-capitalistas. Tal conceituação implica, porém, brutais simplificações da realidade. Uma delas consiste em não ver diferenças entre países que apresentam níveis variados de desenvolvimento econômico. Brasil, Argentina, Guatemala ou Paraguai, por exemplo, são arrolados indistintamente. Pior ainda, adota-se a linha evolutiva europeia como sendo universal, o que leva a classificar o conjunto das sociedades latino-americanas como feudais. Na prática, tal interpretação implica reconhecer a necessidade de uma etapa capitalista para que, em um momento não definido do futuro, fosse possível atingir o socialismo; assim como os positivistas de cem anos antes, os comunistas são fortemente influenciados por concepções evolucionistas.

Ora, de forma simplificada, podemos afirmar que, para o PCB, os membros da UDN e parte do PSD representam os interesses feudais, ao passo que o PTB aglutinaria os grupos pertencentes à nascente burguesia nacional. Não é de estranhar, portanto, que os comunistas vissem com bons olhos a ascensão de João Goulart, defensor da reforma agrária e hostil ao capital internacional. Além disso, a aproximação do PCB com o PTB atende a necessidades práticas, como era o caso da legalização partidária dos comunistas.

Goulart procurava tirar vantagens dessa aliança. Um exemplo disso refere-se às mencionadas Ligas Camponesas. No início dos anos 1960, comunistas e trabalhistas levam a cabo uma bem-sucedida campanha de filiação sindical dos trabalhadores do campo. Na época do fim do parlamentarismo, enquanto as Ligas contam com 80 mil associados, registra-se a existência de 250 mil trabalhadores agrícolas sindicalizados, o que enfraquece o segmento oposicionista Julião Arraes em sua própria base eleitoral.

A aproximação entre PTB e PCB revela o fracasso do presidente em promover uma política moderada. Goulart naufraga em suas articulações com a Frente Parlamentar Nacionalista, integrada até mesmo por udenistas favoráveis às reformas estruturais da sociedade brasileira. O mesmo ocorre em sua tentativa de criar a União Sindical dos Trabalhadores, confederação destinada a enfraquecer o Comando Geral dos Trabalhadores, controlado por comunistas. Na política econômica, seu resultado também é medíocre. A equipe de seu primeiro ministério, liderada por San Thiago Dantas e Celso Furtado, tenta, sem sucesso, implementar o plano trienal, que prevê a captação de recursos internacionais, assim como austeridade no gasto público, crédito e política salarial. Tal fracasso tem graves repercussões, registrando-se então uma recessão e uma taxa de inflação alarmante.

Cada vez mais isolado entre as elites, Goulart procura apoio na ala radical do trabalhismo, liderada por Leonel Brizola – defensor da mobilização popular como uma forma de pressão pelas reformas de base. Em outubro de 1963, as conspirações contra seu governo proliferam. Pressionado pela ala legalista do Exército, o presidente ensaia decretar estado de sítio, mas é sabotado no Congresso pelo próprio partido, perdendo assim o pouco de prestígio que lhe resta junto às forças militares.

Apesar de sua frágil situação, Goulart não reavalia o projeto reformista. Desde a posse, o presidente mantém uma postura ambígua, ora tentando desenvolver uma política moderada, ora apelando para a mobilização popular para forçar o Congresso a aprovar reformas. Em parte devido à inflação, e também à ambiguidade populista, greves se multiplicam. Assim, é possível afirmar, por exemplo, que entre 1961 e 1963 ocorrem mais movimentos grevistas do que no período compreendido entre 1950 e 1960. No que diz respeito às greves gerais – ou seja, aquelas envolvendo várias categorias socio-profissionais –, o crescimento é de 350%! Não é difícil imaginar os transtornos criados nos serviços básicos de saúde e de transportes coletivos por esse tipo de prática, tornando o presidente bastante impopular junto às classes médias e camadas representativas dos trabalhadores. Observa-se, ainda, durante seu governo, o declínio acentuado da repressão aos grevistas, dando munição aos que disseminavam entre as elites o medo em relação à implantação de uma república sindicalista no Brasil.

No início de 1964, o presidente encaminha ao Congresso um projeto de reforma agrária e é derrotado. Através de mobilizações de massa pressiona o Poder Legislativo. No comício de 13 de março, que reúne cerca de 150 mil participantes, anuncia decretos nacionalizando refinarias particulares de petróleo e desapropriando terras com mais de 100 hectares que ladeavam rodovias e ferrovias federais. As medidas são acompanhadas por declarações bombásticas, como as de Brizola, defendendo a constituição de um Congresso composto de camponeses, operários, sargentos e oficiais militares. A direita reage a esse tipo de manifestação, organizando, com apoio da Igreja Católica e de associações empresariais, “marchas da família com Deus pela liberdade”, por meio das quais condenam o suposto avanço do comunismo no Brasil.

Em um lance extremamente infeliz, Goulart estende a mobilização sindical aos quartéis. Em fins de março, apoia a revolta de marinheiros, deixando que esses últimos participem da escolha do novo ministro da Marinha; além disso, mobiliza os sargentos do Rio de Janeiro. A quebra da hierarquia militar é o item que faltava para que os conspiradores conseguissem apoio da ala legalista das forças armadas. Em 31 de março é deposto o presidente. A UDN, por intermédio de dois governadores, Magalhães Pinto, de Minas Gerais, e Carlos Lacerda, da Guanabara, participa ativamente do golpe, e, em 15 de abril, o general Castello Branco, identificado à ala legalista, assume a Presidência da República. Dentre os poderes atribuídos a ele havia o de cassar direitos políticos e afastar os militares identificados ao governo deposto. Essa depuração envolve milhares de oficiais, soldados e deputados, e seu resultado concreto foi criar um desequilíbrio no Congresso e nas forças armadas a favor dos antigos grupos antinacionalistas.

Esse desequilíbrio de forças no interior do Exército gera uma situação complexa. Inicialmente, o núcleo conspirador apresentou a intervenção militar como defensiva em face de um iminente golpe que Goulart estaria planejando, e previa, por exemplo, eleições presidenciais em 1965. No entanto, os grupos antinacionalistas – agora denominados linha-dura – alimentam um projeto político duradouro. Nos documentos imediatamente lançados após o golpe, os partidários dessa visão assumem o papel de liderar a sociedade brasileira: “a revolução” – afirma um desses textos – “se distingue de outros movimentos armados pelo fato de que nela se traduz não o interesse e a vontade de um grupo, mas o interesse e a vontade da Nação”.

De fato, o Golpe Militar de 1964 pode ser acusado de muitas coisas, menos de ter sido uma mera quartelada. Havia muito, tal intervenção era discutida em instituições, como a Escola Superior de Guerra (ESG), criada em 1948, ou o Instituto de Pesquisa e Estudos Sociais (Ipes), fundado em 1962 por lideranças empresariais. Outro indício de que o golpe vinha sendo tramado havia tempos ficou registrado nos documentos da operação “Brother Sam”, através da qual se prevê, caso houvesse resistência, que o governo norte-americano “doaria” 110 toneladas de armas e munições ao Exército brasileiro. Por ser fruto desse planejamento prévio, não é surpreendente que a instituição militar apresente um projeto próprio de desenvolvimento para o país – aliás, compartilhado pela maioria do empresariado nacional. Em larga medida, tal projeto consiste em retomar o modelo implantado em fins da década de 1950, aquele definido como tripé, baseado na associação entre empresas nacionais privadas, multinacionais e estatais.

Com o objetivo de tornar esse modelo mais eficaz, é meticulosamente organizada a repressão ao movimento sindical e à oposição política. Contudo, a implantação da ditadura não ocorre imediatamente após a deposição do presidente. Os conspiradores dependem dos grupos legalistas, muitos deles defensores do retorno do poder civil nas eleições presidenciais seguintes. Além disso, a ausência de resistência – em 3 de abril de 1964, João Goulart se exila no Uruguai – desarma a linha-dura. Mas isso dura pouco. Em 1965, graças às depurações nas forças armadas, os militares identificados ao general Costa e Silva têm força suficiente para alterar os rumos da revolução. A derrota que enfrentam nas urnas alimenta ainda mais essa tendência. No referido ano, candidatos oposicionistas vencem em estados e cidades importantes, como na Guanabara, em Minas Gerais e na capital paulista. Boa parcela dos brasileiros demonstra seu descontentamento com o governo instituído em 31 de março. Como resposta, foram impostos os Atos Institucionais nos 2 e 3, que abolem os partidos existentes e as eleições diretas para presidente, governador e prefeito de capitais. Não restavam dúvidas, os militares tinham vindo para ficar...


Veja também:


Fonte / Referência bibliográfica:

  • DEL PRIORI, Mary e VENANCIO, Renato. Uma breve história do Brasil. São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2010. Cap. 30, pág. 198 a 203.

12 de junho de 2023

Frida Vingren: uma voz feminina no início do pentecostalismo brasileiro

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Artigo de autoria de meu antigo colega de classe, Thiago Tropardi Gonçalves, na disciplina O Papel da Mulher no Protestantismo Brasileiro, ministrada no Curso História e Teologia do Protestantismo no Brasil, pela Professora Rute Salviano Almeida, na Faculdade Teológica Batista de São Paulo, em fevereiro de 2015.

O movimento evangélico brasileiro é caracterizado, assim como na América do Norte, por sua grande variedade, por suas ricas e mesmo incomuns manifestações, e por ter sido intensamente impactado, no início do século XX pelo surgimento de uma nova força no mundo Protestante, O Movimento Pentecostal contemporâneo.

Apesar de existirem questões concernentes à proporcionalidade incompatível de evangélicos no Brasil e nos Estados Unidos, o contexto do surgimento do Pentecostalismo nos dois países tem semelhanças importantes. Tanto no Brasil quanto nos Estado Unidos a grande maioria das denominações históricas já estavam seguramente instaladas quando da ocasião do surgimento do Pentecostalismo, obviamente os protestantes eram minoria em terras tupiniquins, o que não ocorria no norte da América, contudo já havia uma base protestante sólida em território nacional.

Nesse sentido, não importa em qual dos dois países, o Pentecostalismo desde seu início tem na sua origem a essência de ser uma dissidência protestante surgida a partir das Igrejas Históricas ou, dependendo da perspectiva do observador, concomitantemente à mesma. Traduzindo em rápidas palavras: O Pentecostalismo moderno é um movimento Protestante tanto na origem quanto em seu posterior desenvolvimento. Aqueles que questionam a essência do movimento e propõe total incompatibilidade entre o Protestantismo Histórico e Tradicional e o Movimento Pentecostal claramente se mostram ignorantes com relação a essência histórica, bíblica e revolucionária do protestantismo, bem como também o fazem em se tratando da natureza, doutrina e história do Movimento Pentecostal.

Pentecostalismo é Protestantismo gostem ou não os Protestantes não-pentecostais. E, no caso do Brasil, a discussão é consideravelmente mais séria e relevante que no resto do mundo. Levando-se em consideração os debates e controvérsias sobre se de fato é legítimo falar em “Protestantismo Brasileiro” ou se o termo correto a ser usado seria “Protestantismo no Brasil”, tal discussão parte da premissa de que, de fato, existe a possibilidade de um “Protestantismo Brasileiro” não existir visto que o protestantismo praticado no Brasil em poucas ocasiões foi autônomo e/ou independente de influências estrangeiras. O Protestantismo Brasileiro nunca teria saído de baixo das asas de seus irmãos europeu e norte-americano e, por essa razão, faria então muito mais sentido falar em um “Protestantismo no Brasil”, ou seja, um protestantismo estrangeiro praticado em solo brasileiro.

Tomando como ponto de partida a discussão acima, muitos especialistas defendem ser o Pentecostalismo o legítimo "Protestantismo Brasileiro". O Pentecostalismo teria sido a modalidade de protestantismo que realmente adentrou à sociedade brasileira transformando-a enquanto foi transformado por ela. O Pentecostalismo alcançou pessoas, camadas sociais e grupos que o protestantismo histórico encontrou imensas dificuldades para alcançar ou mesmo que, na prática, nunca pretendeu atingir. Pentecostais dialogaram extensivamente com cultos afros e práticas populares tradicionais presentes na sociedade brasileira enquanto dialeticamente rejeitaram ainda outro enorme número de práticas populares tradicionalmente praticadas em diversas regiões do país. Apenas para citar um exemplo, enquanto alguns grupos pentecostais usam como instrumentos musicais apenas o violão e o teclado, outros levam atabaques, bumbos e diversos instrumentos de percussão de origem africana para cultuar ao Senhor nos cultos de domingo à noite. Pentecostalismo, na prática, é Ecclesia Reformata et Semper Reformanda est [1].

Isto posto, parece salutar observar a vida e obra de uma das grandes vozes da História do Movimento Pentecostal Brasileiro. Passemos então a observar vida e obra de Frida Maria Strandberg Vingren, conhecida popularmente como Frida Vingren.

Frida, assim como a maioria das grandes mulheres da História do Cristianismo, sendo ao mesmo tempo missionária, obreira, mãe e esposa encontrou muitas dificuldades no transcorrer de sua vida de fé, e como cristã fervorosa, jamais perdeu as esperanças ou a confiança de que seu Salvador a poderia livrar de qualquer mal e auxiliá-la a superar as mais terríveis dificuldades, mesmo àquelas presentes no cotidiano do contexto missionário.

Frida nasceu em Själevad, Västernorrlands, região norte da Suécia no dia 9 de Junho de 1891, filha de Jonas Strandberg e Margareta Sundelin. Os pais de Frida construíram uma grande família e a jovem teve vários irmãos. Seus pais eram cristãos luteranos, Frida, portanto, foi criada em uma família cristã e recebeu educação luterana quando criança, estudou até o nível superior sendo formada em enfermagem. Não obstante, a jovem, apesar de luterana na origem, logo começou a participar de cultos em uma igreja pentecostal. Sobre essa fase da vida de Vingren, Araujo comenta: “Ela tornou-se membro da Igreja Filadélfia de Estocolmo, onde cooperava. Batizada em águas pelo pastor Lewi Pethrus, em 24 de Janeiro de 1917, pouco tempo depois recebeu o batismo no Espírito Santo. Posteriormente, recebeu o dom de profecia.” [2]

Jovem com talentos incomuns Frida possuía aptidões e foi, durante sua vida e ministério, missionária, enfermeira, musicista, compositora de hinos da Harpa Cristã, pregadora, redatora, escritora, pesquisadora, ensinadora, pastora, mãe, esposa, administradora do lar e por vezes da igreja. A jovem, de fato, possuía talentos extraordinários. Analisaremos alguns destes talentos com mais cuidado no decorrer do texto.

É significativo que o Primeiro líder e fundador das Assembleias de Deus no Brasil fosse a favor de um ministério feminino mais ativo na Igreja. Gunnar Vingren, esposo de Frida, sempre desejou que sua esposa e que as mulheres assembleianas tivessem mais atuação no seio da igreja. Uma controvérsia conhecida ocorreu entre Vingren e Samuel Nyström o segundo missionário na linha de liderança da denominação. Nos eventos que antecederam a Convenção Geral das Assembleias de Deus de 1930 Vingren e Nyström travaram uma batalha em função da questão da ordenação feminina e da liberdade de atuação das mulheres na pregação e ensino na igreja, sobre esse fato Gunnar escreveu em 1929: “Samuel Nyström chegou do Pará. Não se humilhou. Sustenta que a mulher não pode pregar nem ensinar, só testificar. Disse mais que, provavelmente, vai embora do Brasil.” [3]

Em outro encontro relatado por Gunnar Vingren o missionário conta que Nyström foi a São Paulo e a Santos para ter apoio dos Missionários Daniel Berg e Simon Lundgren e assim finalmente convencer Vingren a respeito do ministério feminino ser ilegítimo, sobre esse encontro Vingren aponta o seguinte desfecho:

Chegaram Samuel, Simon e Daniel. Samuel não se humilhou. Separamo-nos em paz, mas para não trabalhar mais juntos, nem com jornal ou nas escolas bíblicas, até o Senhor nos unir. Simon disse que ficava de fora e Daniel tinha convidado Samuel a trabalhar em São Paulo. Assim disse para ele: Estamos separados. [4]

Apesar da sentença declarada pelo líder das ADs eles voltariam a trabalhar juntos, Nyström na verdade chegou a trabalhar com Frida em uma das ocasiões em que, na ausência de Gunnar, eles dirigiram juntos a Assembleia de Deus em Belém do Pará. Samuel conta a respeito dessa época: “A irmã Frida Vingren e eu trabalhávamos em colaboração. Muitos foram salvos e batizados nas águas e Jesus continuava batizando no Espírito Santo [5]". Entretanto Araujo defende que esta aceitação de Samuel com relação a Frida se dá apenas por ele considerar que a jovem missionária e o evento em que ocorrera seu pastorado eram uma exceção à regra e não pelo fato de o cofundador da denominação aceitar o ministério feminino na igreja [6].

Dentre as muitas funções que Frida acumulou durante sua vida a função de Pastora e pregadora foi de fundamental importância para o posterior desenvolvimento da denominação. Frida não exerceu apenas o pastorado em Belém, anos mais tarde ela assumiria a igreja em São Cristovam no Rio de Janeiro, a maior e mais importante igreja Assembleia de Deus no país, nas ocasiões em que seu esposo estava ausente, seja por enfermidade ou por ocasião de suas muitas viagens missionárias. Frida além de dirigir os cultos em São Cristovam (uma igreja para dois mil membros) por diversas vezes foi pregadora ao ar livre, assim Wesley e Withefield na Inglaterra do século XVIII.

Quando Gunnar não podia dirigir os cultos na AD de São Cristovam, devido ás suas muitas enfermidades, quem os dirigia era sua esposa. Os cultos ao ar livre no Rio de Janeiro, promovidos no Largo da Lapa, na Praça da Bandeira, na Praça Onze e na Estação Central eram dirigidos por Frida. Era costume também que ela ministrasse estudos bíblicos. [7]

Sobre os cultos ao ar livre e a pregação ainda é importante salientar que Frida foi “… a missionária que aprendeu português mais rápido. Dois meses após sua chegada fez sua primeira pregação" [8]. Ivar Vingren, filho de Frida e Gunnar, em uma visita à CPAD, em 1985, faz a seguinte afirmação sobre sua mãe: “... tinha um dom de ensinar e pregar como ninguém, e por essa razão sofreu muita perseguição [com relação a seu ministério de ensino e pregação]” [9].

Além dos cultos ministrados ao ar livre e na Igreja em São Cristovam, Frida ainda possuía um trabalho relacionado aos cultos em presídios, fontes afirmam que Frida era a dirigente oficial de cultos realizados na Casa de Detenção aos domingos, elucidando assim alguns aspectos a respeito da ativa rotina da missionária sueca em solo carioca.

Outro aspecto de Frida é o da ensinadora e escritora. Frida foi a única mulher na história das Assembleias de Deus a escrever comentários da Revista Lições Bíblicas, a revista oficial das escolas dominicais da Assembleia de Deus no Brasil. Era Frida quem dirigia a Escola dominical na Igreja de São Cristovam e, além de ensinar, era conhecida por sua postura incansável e por sua capacidade de rapidamente resolver os mais diversos problemas que lhe desafiavam.

Frida, como ensinadora cristã, participou ativamente na direção do jornal assembleiano Som Alegre e escreveu para o Jornal Boa Semente. Ambos se fundiriam e se tornariam o jornal tradicional da denominação, o Mensageiro da Paz.

Frida escreveu diversos artigos para esses jornais, a maioria deles tratavam de questões como a vida cristã, a fé, os dons espirituais, entre outros. Dos artigos publicados de autoria da missionária se destacam: A Fé dos Santos, de Janeiro de 1930, para o jornal Som Alegre; Dons Espirituais, também de Janeiro de 1930, para o jornal Som Alegre; Cristo Ressuscitado, de Abril de 1931, pelo recém fundado Mensageiro da Paz; e Ganhando o mundo e perdendo a Alma, de Setembro de 1931 para o jornal Mensageiro da Paz. Um de seus artigos, intitulado de A Fé dos Santos, mostra bem o estilo apologético, ético, escatológico e doutrinário de seus escritos: Peleja pela fé uma vez entregue aos santos, diz o apóstolo Paulo. Se naquele tempo havia necessidade de tal advertência – ainda mais hoje que é o tempo da apostasia. Um dos maiores sinais da segunda Vinda de Cristo é a apostasia.

A fé dos santos” é  uma das doutrinas fundamentais que o apóstolo nos recomenda guardar. Sim, ele diz: “pelejai por ela” – a fé. Isto inclui tanto (a fé), o uso prático dela em nossa vida particular, como um trabalho defensivo.

Proclamemos, portanto, em primeiro lugar, a salvação completa de todos os vícios e pecados. Uma salvação que comece no coração pelo novo nascimento e depois penetre em todo seu ser – corpo, espírito e alma [10].

Frida foi uma das mais influentes ensinadoras da denominação desde sua fundação, ademais também foi a mulher a conquistar maior espaço de atuação como pastora, pregadora ensinadora, escritora e também como musicista. Sobre todas essas qualidades da jovem missionaria sueca Araujo comenta:

Frida, então, desenvolveu, junto com o marido, intensas atividades evangelísticas, abrindo frentes de trabalho em muitos lugares. Todo o trabalho social da igreja, bem como a direção dos grupos de oração, de visitadoras e de evangelização, ficou sob a responsabilidade da missionária. Dirigia também a Escola Dominical, e nos cultos, fazia a leitura bíblica inicial. Tocava órgão, violão e cantava hinos, ás vezes sozinha, as vezes em companhia do esposo. […] escreveu profundas mensagens evangelísticas, doutrinárias e de exortação, além de compor belos hinos para o louvor a Deus, e fazer traduções. Na Harpa Cristã há 24 hinos com o seu nome (16 versões e 8 autorias), todos de grande valor espiritual.

Frida foi, pode-se dizer, uma das chamas que o senhor ascendeu no mundo para iluminar o caminho de muitos pecadores, sua obra ao lado de seu esposo Gunnar mudou em definitivo a história religiosa de toda uma nação. O valor do trabalho da missionaria, seus sofrimentos e dificuldades são, certamente, incalculáveis. Sua dedicação como pastora, pregadora, ensinadora, musicista, mãe, esposa, editora e escritora são tamanhos que, quando olhamos pelos retrovisores da história a trajetória da maior denominação protestante do país, nenhuma mulher parece se destacar tanto quanto a valorosa missionária sueca e, de fato, nenhuma outra mulher parece ter sido de tamanha importância para o avanço da igreja de Cristo no Brasil. Sem o zelo missionário e o esforço evangelístico dos primeiros missionários pentecostais suecos e norte americanos no Brasil, a pouca força da igreja tradicional/história teria se feito sentir de modo muito menos intenso. Não fossem as privações e dificuldades superadas por cristãos suecos que, perseguidos em sua nação de origem, vinham ao Brasil com zelo fervoroso pelas almas, nossa nação seria outra. Uma nação muito mais católica e com uma influência protestante muito menor em termos de proporção e intensidade.

Nesse sentido, os evangelistas pentecostais anônimos e os conhecidos, como no caso de Frida, tem em suas histórias o fascinante legado de ter levado Cristo a uma nação, não apenas a nação branca de classe média e alta, mas a nação brasileira realmente carente e necessitada de um salvador em todos os sentidos. Cristo, levado pela chama pentecostal e pregado pelos lábios pentecostais, alcançou a população simples e necessitada do Brasil como nunca antes. Nasce, com os pentecostais, a religião mais negra do Brasil, a mais alegre, apaixonada e por vezes perseguida. Nasce o protestantismo brasileiro e, não apenas isso, em suas relações e trocas de informação e vitalidade com o catolicismo romano popular, nasce o Cristianismo Brasileiro, em alguns aspectos um movimento absolutamente valioso e belo, em outros por vezes problemático. Mas, diferente do protestantismo tradicional, um cristianismo que experiências, vivencias e convicção religiosa dialética e simbiótica. Não existem experiências na igreja pentecostal que sejam compradas ou rejeitadas a priori, apenas experiências adquiridas e experimentadas.

Frida morre na Suécia aos 49 anos, no dia 30 de setembro de 1940, sete anos após Gunnar (falecido em 1933). Após uma vida de trabalhos incessantes, lutas e as mais diversas dificuldades, após passar fome, noites de oração em agonia e lágrimas, além das enfermidades sofridas por ela e pelo esposo [11].

No túmulo de sua mãe Ivar escreveu a seguinte mensagem: “Aquele que leva a preciosa semente, andando e chorando, voltará sem dúvida com alegria, trazendo consigo os seus molhos” (Salmos 126.6).

 

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Veja também:

A missionária sueca perseguida no Brasil, internada em hospício e ‘esquecida’ pela História.


Referências bibliográficas:

  • ARAUJO, Isael de. Dicionário do Movimento Pentecostal, 1ª Edição. Rio de Janeiro. CPAD: 2007.

  • MESQUITA, Antônio Pereira de. (Editor). Mensageiro da Paz: Artigos Históricos, 1ª Edição. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.


Notas:

  • [1]  “Igreja Reformada sempre em Reforma” ou “Igreja reformada sempre se reformando”.
  • [2]  ARAUJO, 2007, p. 903.
  • [3]  Idem, p. 493.
  • [4]  Idem, p. 493.
  • [5]  Idem, p. 493.
  • [6]  Araujo comenta que “… o fato de Nyström ter uma posição definida sobre o assunto não o impediu de trabalhar com uma mulher a frente da obra, quando se fez necessário. Por outro lado, ele também não mudou sua opinião. Ele entendia que aquilo se tratava de algo excepcional” (ARAUJO, 2007, p. 493,494).
  • [7]  ARAUJO, 2007, p. 492.
  • [8]  Idem, p. 905.
  • [9Idem, pp. 905, 906.
  • [10VINGREN, Frida, Mensageiro da Paz: Artigos Históricos. CPAD, 2004, p. 32.
  • [11Em carta envia dia 27 de Maio de 1932 Frida escreve: “Somente o Senhor sabe da tribulação e do sofrimento que têm sido o preço do trabalho. Têm sido dias e noites de oração, lágrimas e agonia. Mas também não foi em vão pois temos visto a glória de Deus se manifestar. Tendo [sido] completamente esgotada dos nervos e também sofrida do coração, mas o Senhor tem me ajudado e curado muitas vezes” (ARAUJO, 2007, p. 905). Seu esposo Gunnar, confidencia o seguinte: “Durante o ano passado, eu tinha uma dívida. Então, para pagá-la, fizemos um esforço especial no último trimestre, e fomos forçados a viver com quase nada. A minha família teve que andar com roupa velha e usada. Minha esposa é testemunha de como eu tratei de compra somente o mais necessário. Mas eu agradeço ao Senhor por tudo, pois poderia ter sido muito pior” (ARAUJO, 2007, p. 905).