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16 agosto 2021

Breve história de Cuba

A República de Cuba, maior ilha do mar do Caribe, está localizada na América Central, com uma área aproximada de 110 km², é dirigida pelo regime socialista e cujos habitantes falam a língua espanhola.

Cuba faz parte da América Latina, pelo fato de, originalmente, seu território ter sido colonizado pelos espanhóis e de pertencer ao conjunto de países também de línguas de origem latina: espanhola (parte da América, conquistada pela Espanha, em 1492) e portuguesa (parte da América, conquistada por Portugal, em 1500).

O domínio espanhol na ilha cubana durou aproximadamente 400 anos, e ali se cultivavam tabaco e cana-de-açúcar, com a utilização de mão-de-obra escrava, primeiramente indígena e depois africana.

Por sua localização e seu formato geográfico (uma ilha comprida, espécie de costa protetora no Caribe), Cuba foi usada, juntamente com Porto Rico, como base militar dos Estados Unidos. Assim, ambos tornaram-se seus protetorados após a Guerra Hispano-Americana, pelo Tratado de Paris, em 1898.  Com a vitória dos Estados Unidos sobre a Espanha, os norte-americanos passaram a controlar a ilha.  Importante destacar que Cuba e Porto Rico não foram anexados aos Estados Unidos. Eles formavam, como define o termo protetorado, territórios autônomos, mas protegidos diplomática ou militarmente contra terceiros, por um Estado mais forte, no caso os Estados Unidos.

Cuba tornou-se independente da Espanha, com a ajuda e interesses dos Estados Unidos, em 1891[1]. E, como parte da recompensa, foi permitida a construção de uma base militar na cidade de Guatánamo, onde permanece até hoje. E convém destacar ainda que até a Guerra Fria, em 1959, Cuba continuou mantendo boas relações com os Estados Unidos. A ruptura ocorreu com o revolucionário Fidel Castro. Este era um hábil advogado, filho de um rico fazendeiro e apresentava-se como defensor de camponeses e outros trabalhadores. Em 1953, numa tentativa de golpe contra o ditador Fulgêncio Batista, que ficou no poder de 1952 a 1959, Fidel Castro é condenado a 15 anos de prisão, mas foi anistiado em 1955, mudando-se então para o México, de onde chefia um grupo, no qual se incluem seu irmão Raúl Castro e Ernesto Che Guevara, com os quais viaja a Cuba de balsa em 1956 para lutar contra o exército de Batista. Após três anos de guerrilha, toma o poder em janeiro de 1959 e desde então governa o país até sua morte em novembro de 2016, ficando Raúl em seu lugar.

O principal companheiro de luta de Fidel, Che Guevara, ocupou diversos cargos no seu governo e viajou o mundo como embaixador do país. Matéria da Revista Superinteressante[2], de 1º de agosto de 2014, afirma: “... Che – nome de nascimento, Ernesto Rafael Guevara de la Serna – teria se envolvido em 144 mortes e teria sido responsável pela prisão irregular de 30 mil pessoas”, mas outras fontes, como o Portal Conservador cita, por exemplo, falam em números bem mais assustadores. “De acordo com O Livro Negro do Comunismo, escrito por estudiosos franceses de esquerda (...), ocorreram 14.000 execuções por fuzilamento em Cuba até o final de década de 1960[3]”. A matéria também dá destaque ao dircurso de Che na ONU, em 9 de dezembro de 1964, quando ele confirma que praticou execuções e esmo assim recebe aplausos entusiasmados de seus idolatrados presentes.

Como durante a Guerra Fria, a Cuba de Fidel alinhou-se ao bloco econômico soviético, tornando-se assim o único país socialista da América, os Estados Unidos rompem relações econômicas e diplomáticas com a mesma e impõe o "el bloqueo", que consiste em uma interdição de caráter econômico, financeiro e comercial imposta pelos EUA ao governo cubano no ano de 1962. Posteriormente, o bloqueio tornou-se lei no começo dos anos 90[4]” e teve a proibição aumentada ainda mais com o presidente Bill Clinton, em 1999.



Fidel e Che na Sierra Maestra (*).

Por ser de espírito mais revolucionário que Fidel, ambos – ao que parece – chegam a se desentender e Che se separa de seu amigo e muda-se para o Congo em 1965, abdicando-se dos próprios cargos que tinha em Cuba[1]. Mas no Congo, sua empreitada revolucionária foi um fracasso e no mesmo ano, volta-se na clandestinidade para Cuba. No ano seguinte (1966), entra disfarçado na Bolívia, onde é executado por uma rajada de fuzil em 1967.

Mas o bloqueio econômico não impede os Estados Unidos de exportarem alimentos para Cuba nem de relacionarem com sua economia. Um texto escrito por Nelson Rodríguez Chartrand[6] e publicado pelo Portal Conservador, destaca que apesar do embargo, os Estados Unidos são o principal exportador de produtos agrícolas para Cuba. Veja a tabela:

Desta forma, destaca Chartrand, “... o fato é que, não apenas os EUA têm estado entre os cinco principais sócios comerciais de Cuba, como também, se não bastasse, têm sido os principais fornecedores de produtos agrícolas para a ilha” (Idem). Por isso, independentemente do nível de culpabilidade dos governantes de ambas as partes, é o povo cubano que está sofrendo as consequências.

Veja, a seguir o vídeo de Zoe Martínez, relatando parte do que é a vida em Cuba.


Notas / Bibliografia:

  •  (*)  Fidel e Che. A amizade que marcou a revolução. Imagem e texto (adaptado) disponíveis em: <dn.pt/mundo/fidel-e-che-a-amizade-que-marcou-a-revolucao-5520980.html>. Acesso em: 14/08/2021
  •  [1] PERCíLIA, Eliene. "Cuba"; Brasil Escola (Texto e imagem adaptados). Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historia-da-america/historia-cuba.htm. Acesso em 15/08/2021.
  •  [2] Quem foi Che Guevara? Cinquenta anos após sua morte, Che ainda é motivo de discussão. Disponível em: <https://super.abril.com.br/mundo-estranho/quem-foi-che-guevara/In: <https://super.abril.com.br/mundo-estranho/quem-foi-che-guevara/>. Acesso em: 14/08/2021. 
  •  [3] FONTOVA, Humberto. O verdadeiro Che Guevara. Disponível em: <https://portalconservador.com/o-verdadeiro-che-guevara/>. Acesso em: 14/08/2021. 
  •  [4] ARÚJO, Felipe. Embargo dos Estados Unidos a Cuba. Disponível em: <https://www.infoescola.com/economia/embargo-dos-estados-unidos-a-cuba/>. Acesso em: 16/08/2021. 
  •  [5] Fidel e Che. A amizade que marcou a revolução. Imagem e texto (adaptado) disponíveis em: <dn.pt/mundo/fidel-e-che-a-amizade-que-marcou-a-revolucao-5520980.html>. Acesso em: 14/08/2021. 
  • [6] CHARTRAND, Nelson Rodríguez. A desconhecida história do embargo cubano. Disponível em: <https://portalconservador.com/a-desconhecida-historia-do-embargo-cubano/>. Acesso em: 16/08/2021.

28 junho 2021

Quando vai acontecer a batalha de Gogue e Magogue?

Por Cris Beloni

 (in: <https://www.gospelprime.com.br/quando-vai-acontecer-a-batalha-de-gogue-e-magogue/>.)

Parece que haverá batalhas chamadas de Gogue e Magogue, uma descrita no livro de Ezequiel e outra no Apocalipse. Por ora, quero apenas transcrever literalmente, neste post, o artigo de Cris Beloni, sobre a Batalha profetizada por João, no Apocalipse. Vamos ao texto:

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“Quando terminarem os mil anos, Satanás será solto da sua prisão e sairá para enganar as nações que estão nos quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, a fim de reuni-las para a batalha.” (Ap 20.7-8)


Antes de ir ao contexto, já podemos verificar que o próprio texto responde à pergunta: “quando terminarem os mil anos”. Logo, a questão passa a ser outra: quando começa e quando termina esse milênio?

O termo “mil anos” é literal ou simbólico?

É praticamente impossível encontrar unanimidade nessa resposta. Talvez este seja o ponto que traga maior divergência entre os cristãos das mais variadas denominações. Conheça aqui um breve resumo das principais correntes escatológicas sobre o milênio:

Pré-milenismo – dividido entre clássico e histórico, acredita que Jesus voltará antes do milênio. Aqui o milênio é literal e Jesus reinará fisicamente. Esse também foi o pensamento dos pais da Igreja. Algumas denominações diferenciadas pensam assim, como os batistas por exemplo.

Possível sequência dos fatos – depois da segunda vinda de Cristo, começa o tempo conhecido por milênio e ao final do milênio ocorre a batalha de Gogue e Magogue.

Dispensacionalismo – também conhecido como pré-milenismo dispensacionalista, acredita que Jesus voltará em duas fases: antes da Grande Tribulação para o arrebatamento, de forma invisível, e depois de forma visível, no final da GT. Esse é um pensamento mais recente. A maioria dos assembleianos pensa assim e também as igrejas pentecostais e neo-pentecostais.

Possível sequência dos fatos – o arrebatamento da igreja vem primeiro, depois a Grande Tribulação, a segunda volta de Cristo, a batalha de Gogue e Magogue e depois o milênio.

Pós-milenismo – acredita que Jesus só voltará depois do milênio. Esse milênio não é literal, mas um longo período de tempo que foi iniciado com a primeira vinda de Cristo. Nessa visão, a volta Dele depende da pregação do Evangelho a nível universal, através do avanço missionário. Há uma visão muito otimista nessa crença, de que mundo será melhor progressivamente, enquanto a humanidade vai sendo evangelizada. 

Mas essa posição praticamente não existe mais. Conforme o pastor Luiz Sayão, existiu no século 19, em alguns contextos americanos. Em português, temos acesso a essa interpretação através do livro Teologia Sistemática, de Charles Hodge. Segundo Sayão, praticamente, não há muitos defensores dessa corrente nos dias de hoje. 

Amilenismo – acredita que o milênio teve início com a primeira vinda de Cristo. Não é um milênio literal, mas simboliza um longo período de tempo. Para os amilenistas, então, nós já estamos vivendo no milênio, o reinado de Cristo já começou a partir do primeiro século, de forma espiritual, e no céu. Satanás está preso, mas atuante de forma limitada. A batalha de Gogue e Magogue vai acontecer junto da segunda vinda de Cristo e ao findar do milênio. Para essa corrente, Armagedom é a mesma batalha. A maioria dos presbiterianos segue essa linha.

Possível sequência dos fatos – primeira vinda de Cristo, satanás sendo preso nessa ocasião, milênio e reinado espiritual de Cristo, satanás sendo solto ao final deste milênio vigente, Grande Tribulação, Gogue e Magogue – que é o Armagedon. 

Adventismo – conforme o Dr. Rodrigo Silva, os adventistas têm uma escatologia um tanto distinta dessas já apresentadas. Ele explicou: “somos pré-milenistas, mas o reino milenar de Cristo ocorrerá – nesta compreensão – no céu e não na terra. Satanás, na terra estará preso por uma cadeia de circunstâncias e não haverá nenhum ser vivo para fazer-lhe companhia. Depois do milênio vem a Nova Jerusalém, a ressurreição dos ímpios e a batalha final do bem contra o mal, Gogue e Magogue”, explicou.

Para o arqueólogo, o Armagedom é uma guerra espiritual que começa na volta de Jesus e tem seu desfecho depois do milênio, conforme Apocalipse 20. Para os adventistas, essa batalha é espiritual e não um movimento histórico-presente de comoção no Oriente ou de uma luta envolvendo os países atuais. Mas esse ponto também tem diferentes interpretações dentro do próprio no adventismo.

Apesar das divergências

Todas essas correntes escatológicas possuem pontos em comum. São eles: Jesus voltará e todo olho o verá, todo joelho se dobrará e toda língua o confessará. Ele julgará vivos e mortos, haverá uma ressurreição e depois a vida eterna.

As divergências apenas giram em torno da cronologia ou da sequência dos acontecimentos, o que jamais deveria ser motivo de discussão ou discórdia entre os cristãos. Se você quer se aprofundar neste assunto, leia o e-book Apocalipse Investigado. CLIQUE AQUI para ter acesso. 

Milênio ao longo da história da Igreja

Na história da igreja, a segunda vinda de Cristo nunca foi esperada como se fosse acontecer a qualquer hora ou instante, mas precedida de um período de grande sofrimento, a Grande Tribulação, conforme a Bíblia descreve. Esse pensamento só foi alterado por volta de 1830, na Inglaterra, após uma “profecia” de uma jovem, conforme citou o saudoso pastor Russell Shedd, numa de suas pregações, ainda disponíveis na internet. 

Ele contou que a jovem deu início ao que se tornou, hoje, uma nova interpretação bíblica acerca do fim dos tempos – o arrebatamento secreto. Depois disso, vários líderes começaram a divulgar essa posição, conhecida como dispensacionalista. Podemos compreender essa interpretação também como pré-milenista e pré-tribulacionista.

Saber que existe mais de uma interpretação em termos de visão de futuro e profecias que ainda vão se cumprir, é como ter “linhas divisórias” entre os pensamentos dos cristãos, a cerca do tempo do fim. Perceba que só analisando o tema “milênio” já encontramos pelo menos “cinco pensamentos” distintos.


Conclusão

Diante de tantas diferenças na cronologia dos últimos acontecimentos, qual seria a resposta para a nossa pergunta: quando vai acontecer a batalha de Gogue e Magogue? Depende do que você pensa a respeito do milênio. Se você acha que o milênio já começou na primeira vinda de Cristo, então você pensa como os amilenistas e, Gogue e Magogue vai acontecer logo após satanás ser solto novamente por um período curto de tempo. Se você acha que estamos dentro do milênio, então falta pouco para essa batalha acontecer.

Mas se você pensa como os pré-milenistas ou como os dispensacionalistas, o milênio terá início logo após a segunda vinda de Cristo e ao final deste período de mil anos literais, acontecerá a batalha de Gogue e Magogue. 

Neste estudo, você teve acesso às diferentes formas de pensar sobre a cronologia do fim dos tempos. O Movimento Bíblia Investigada é uma “exposição” de pensamentos e não uma “imposição”. E todos nós temos liberdade de pensamento, de consciência e de expressão, e essa liberdade é, inclusive, garantida por lei em nosso país. Por isso, estar diante de diferentes opiniões não deve ser um problema, basta respeitarmos a forma de pensar de cada um.

Se houver necessidade de “mudança de pensamento”, o próprio Espírito Santo atuará nesse caso. Não devemos julgar as pessoas que pensam diferente de nós. E que o amor prevaleça em nosso meio, acima de tudo. Lembre-se do que Jesus disse:

“Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento. Este é o primeiro e maior mandamento. E o segundo é semelhante a ele: Ame o seu próximo como a si mesmo.” (Mateus 22.37-39)

E para finalizar:

“Se vocês permanecerem firmes na minha palavra, verdadeiramente serão meus discípulos. E conhecerão a verdade, e a verdade os libertará.” (João 8.31-32)

Colaborou “muito” com este estudo o professor e teólogo Luiz Sayão e o arqueólogo Rodrigo Silva.


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31 maio 2021

Arrebatamento pré-tribulacional: pontos fracos e fortes

O Arrebatamento da Igreja é um dos assuntos que compõem a série de estudos da escatologia, estudo das últimas coisas. A maioria dos cristãos acredita que haverá um tempo de sete anos de grande angústia sobre a terra, chamada de grande tribulação e que o arrebatamento será um grande “rapto" de cristãos fiéis que ocorrerá em toda a terra antes deste período. Daí, o nome de arrebatamento pré-tribulacional.

O texto a seguir é uma cópia literal do ministério GotQuestions[1], em relação aos questionamentos sobre os pontos fortes e fracos desta doutrina ou teoria. Vejamos:  

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Na escatologia, é importante lembrar-se de que quase todos os cristãos concordam com estas três coisas: 1) Está chegando um momento de grande Tribulação tal como o mundo nunca viu, 2) depois da Tribulação, Cristo voltará para estabelecer o Seu reino na terra, e 3) haverá um Arrebatamento -- "repentina transição" da mortalidade para a imortalidade -- para os crentes (João 14:1-3, 1 Coríntios 15:51-52 e 1 Tessalonicenses 4:16-17). A única questão é esta: quando o Arrebatamento ocorrerá em relação à Tribulação e à Segunda Vinda?

Com o passar dos anos, três teorias principais sobre o momento do Arrebatamento têm surgido: Pré-tribulacionismo (a crença de que ocorrerá antes da Tribulação), Mesotribulacionismo (a crença de que ocorrerá na metade da Tribulação) e Pós-tribulacionismo (a crença de que ocorrerá no final da Tribulação). Este artigo trata especificamente do ponto de vista pré-tribulacional.

O Pré-tribulacionismo ensina que o Arrebatamento ocorre antes da Tribulação começar. Naquela época, a igreja irá encontrar Cristo nos ares e em algum momento depois disso o Anticristo é revelado e a Tribulação começa. Em outras palavras, o Arrebatamento e a Segunda Vinda de Cristo (para estabelecer o Seu reino) são separados por pelo menos sete anos. Segundo essa visão, a igreja não passa pela Tribulação.

Biblicamente, o ponto de vista pré-tribulacional tem muito a seu favor. Por exemplo, a igreja não é designada à ira (1 Tessalonicenses 1:9-10, 5:9), e os crentes não passarão pelo Dia do Senhor (1 Tessalonicenses 5:1-9). A igreja de Filadélfia recebeu a promessa de ser guardada da "hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro" (Apocalipse 3:10). Note que a promessa não é da preservação através do julgamento, mas de ser guardada da hora, isto é, do período de tempo do julgamento.

O Pré-tribulacionismo também encontra apoio no que não é encontrado nas Escrituras. A palavra "igreja" aparece dezenove vezes nos três primeiros capítulos de Revelação, mas, significativamente, a palavra não é usada novamente até o capítulo 22. Em outras palavras, em toda a longa descrição da Tribulação de Apocalipse, a palavra igreja é visivelmente ausente. Na verdade, a Bíblia nunca usa a palavra "igreja" em uma passagem relativa à Tribulação.

O Pré-tribulacionismo é a única teoria que claramente mantém a distinção entre Israel e a igreja e os planos distintos de Deus para cada um. Os setenta "setes" de Daniel 9:24 são decretados sobre o povo de Daniel (os judeus) e a santa cidade de Daniel (Jerusalém). Esta profecia torna claro que a septuagésima semana (a Tribulação) é um tempo de purificação e restauração para Israel e para Jerusalém, não para a igreja.

Além disso, o Pré-tribulacionismo tem suporte histórico. De acordo com João 21:22-23, parece que a igreja primitiva enxergava o retorno de Cristo como iminente, ou seja, que Ele poderia voltar a qualquer momento. Caso contrário, o boato de que Jesus voltaria durante a vida de João não teria persistido. A iminência, o que é incompatível com as outras duas teorias do Arrebatamento, é um princípio fundamental do Pré-tribulacionismo.

O ponto de vista pré-tribulacional parece ser o que mais combina com o caráter de Deus e o Seu desejo de guardar os justos do julgamento do mundo. Os exemplos bíblicos da salvação de Deus incluem Noé, que foi protegido do dilúvio mundial; Ló, que foi protegido de Sodoma; e Raabe, que foi protegida de Jericó (2 Pedro 2:6-9).

Um ponto fraco que se percebe do Pré-tribulacionismo é o seu desenvolvimento relativamente recente como uma doutrina da Igreja, não tendo sido formulado detalhadamente até o início do século 19. Um outro ponto fraco é que o Pré-tribulacionismo divide o retorno de Jesus Cristo em duas "fases" – o Arrebatamento e a Segunda Vinda – ao passo que a Bíblia não delineia claramente tais fases.

Uma outra dificuldade enfrentada pela teoria pré-tribulacional é o fato de que certamente haverá santos na Tribulação (Apocalipse 13:7, 20:9). Os pré-tribulacionistas respondem a isso distinguindo os santos do Antigo Testamento e da Tribulação dos santos da igreja do Novo Testamento. Os crentes vivos durante o Arrebatamento serão removidos antes da Tribulação, mas haverá aqueles que virão a Cristo durante a Tribulação.

E uma fraqueza final da visão pré-tribulacional é compartilhada pelas outras duas teorias: a Bíblia não dá um cronograma explícito em relação a eventos futuros. As Escrituras não ensinam claramente um ponto de vista ao outro, e é por isso que temos diversidade de opiniões acerca dos tempos finais e algumas variedades de como as profecias relacionadas devem ser harmonizadas.

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Fonte:

[1] Quais são os pontos fortes e fracos da visão pré-tribulacional do Arrebatamento (Pré-tribulacionismo)? Disponível em: https://www.gotquestions.org/Portugues/pre-tribulacional.html. Acesso em: 31/05/2021.

30 abril 2021

Anticristo

O Anticristo[1]

No post (artigo) Escatologia, doutrina das últimas coisas, já destacamos alguns assuntos relativos a este ramo da teologia, como o tempo do fim para Israel, a morte, o estado Intermediário dos mortos e a grande tribulação. Neste, queremos destacar sobre o Anticristo.

1.  Quem é o Anticristo?

Ninguém de maneira alguma vos engane; porque não será assim sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição, o qual se opõe, e se levanta contra tudo o que se chama Deus, ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus” (2Ts 2.3-4)[2].

O apóstolo João é o único autor bíblico que usa a palavra "anticristo", mas resolvemos usar o texto de Paulo acima como abertura deste artigo por se tratar do mesmo personagem, classificando-o como o “... homem do pecado, o filho da perdição, o qual se opõe, e se levanta contra tudo o que se chama Deus, ou se adora”. O Anticristo é o arquioponente de Deus e seu Messias, oposição refletida no prefixo “anti”, que significa contra, mas que também pode significar “em lugar de” Deus ou de Cristo ou ambos os significados.

Mesmo no Antigo Testamento, embora Cristo ainda não tivesse sido encarnado (sua primeira vinda à terra), encontramos um pano de fundo para este “homem do pecado”, que faz oposição a Deus. Queremos destacar apenas o “Chifre pequeno”, de Daniel 7. Depois da visão do profeta acerca de quatro animais: o leão (v. 4), que simbolizava a Babilônia, o urso (v. 6), que simbolizava o império medo-persa, o leopardo, a Grécia, e o animal terrível e espantoso que tinha dez chifre (v. 7), relacionado ao Império Romano, aparece dentre os dez chifres deste quarto animal, um “... chifre pequeno, diante do qual três dos primeiros chifres foram arrancados; e eis que neste chifre havia olhos, como os de homem, e uma boca que falava grandes coisas” (v. 8). Segundo Scofield, a visão deste chifre pequeno trata-se do

fim do domínio mundial gentio. O ex-império Romano (o reino de ferro de 2:33-35, 40-44; 7:7) terá dez chifres (isto é, reis, Ap. 17:12), correspondentes aos dez artelhos da imagem. Considerando esta visão dos dez reis, Daniel vê que entre eles levanta-se um ‘outro pequeno’ chifre (rei) que subjuga três dos dez reis de maneira tão completa que a identidade separada dos seus reinos é destruída. Sete reis dos dez são deixados, e o ‘outro pequeno’ chifre que é ‘um príncipe, que há de vir’, de 9:26, a ‘abominação’ de 12:11 e Mt. 24:15, e a ‘besta do mar’ de Ap. 13:1-10. Ele será o chefe do quarto império mundial restaurado... Alguns expositores também o igualam ao rei que ‘fará segundo a sua vontade’ de 11:36-45, e ao homem da iniquidade’ de IITs.2:3-8”[3].

Veja que Scofield, ao comentar sobre o “pequeno chifre”, de Daniel 7.8, relaciona-o com várias outras referências do próprio livro de Daniel e do Novo Testamento. Pois estes e outros textos indicam como será o caráter deste “homem do pecado”. Na referência de Ap 13.20, por exemplo, o Anticristo é chamado de a “besta”; em Dn 9.27, de “assolador”; em Mt 24.15, de “abominável da desolação”; em 2Ts 3.8, de “iníquo”, além de “filho da perdição”, como já vimos acima. O certo é que o Anticristo, conforme destaca ainda Scofield, é “... o último e pior tirano da terra, o cruel instrumento da ira e do ódio de Satanás contra Deus e os santos judeus. A ele Satanás dará o poder que ele ofereceu a Cristo (Mt. 4:8-9; Ap. 13:4)”[4].

Observe também que Scofield fala deste personagem como alguém que virá nos últimos dias e será o “último e pior tirano”, embora outros personagens que serviram de “tipos” (pessoas ou coisas do passado que prenunciam pessoas ou coisas do futuro) do Anticristo já viveram antes e depois de Cristo. O próprio João disse que muitos “anticristos” haviam se levantado (1Jo 2.18,22; 4.3; 2Jo 7). Mas veja que Jesus fala da abominação da desolação “... de que falou o profeta Daniel” (Mt 24.15), que estará no lugar santo, apontando para o final dos tempos. Neste caso, os “anticristos” são aqueles que têm o mesmo espírito do real Anticristo. E quando este vier, “... firmará aliança com muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oblação; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até à consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador” (Dn 9.27).  Ou seja, embora muitos com o espírito do Anticristo já existiram e/ou existirão, “... é aceita a crença numa personificação do mal através de um anticristo escatológico, aquele que estará no mundo no dia da segunda vinda de Cristo (2Ts 2.8). Hitler, alguns líderes religiosos e outros malfeitores da história foram apontados como sendo o anticristo. Porém, Jesus não voltou em suas épocas e o título ficou para outra pessoa[5].

Resumindo, podemos ver que o Anticristo é chamado na Bíblia por vários nomes, entre eles[6]:

- O chifre pequeno (Dn 7.8);

- A Besta (Ap 13.1; 14:9; 15:2; 16:2; 17: 3,11;19:20; 20:10);

- O homem do pecado e filho da perdição (II Ts 2.3);

- O príncipe que há de vir e o assolador (Dn. 9.26,27);

- Rei de Feroz Catadura (Dn 8.23);

- Rei voluntarioso (Dn 11.36);

- O iníquo (2 Ts 2.8);

- O abominável da desolação (Mt. 24:15).

2.  O governo do Anticristo

E a besta que vi era semelhante ao leopardo, e os seus pés como os de urso, e a sua boca como a de leão; e o dragão deu-lhe o seu poder, e o seu trono, e grande poderio... E foi-lhe permitido fazer guerra aos santos, e vencê-los; e deu-se-lhe poder sobre toda a tribo, e língua, e nação” (Ap 13.2-7).

Entendo, como os autores citados nas fontes que utilizamos aqui, a interpretação sobre o Anticristo, o “homem do pecado”, sob uma perspectiva futurista e que o mesmo governará durante a grande tribulação, que acreditamos ser a septuagésima (70ª) semana de Daniel. E quando ele vier, “... firmará aliança com muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oblação; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até à consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador” (Dn 9.27). Acreditamos também que este período se trata da “grande ira” (Ap 12.12; 1Ts 5.9), a “hora da tentação” (Ap 3.10), a “ira futura” (1Ts 1.10) etc. E ainda interpretamos a expressão “homem do pecado”, dita por Paulo, de forma literal. Ou seja, o Anticristo trata-se de um homem, uma personalidade. Mas não um homem qualquer, ele será um grande líder político, que terá como sede do seu governo a cidade simbólica de Babilônia. Esta era, nos dias de João, uma referência à Roma, a cidade que fica entre as sete colinas. “Aqui o sentido, que tem sabedoria. As sete cabeças são sete montes, sobre os quais a mulher está assentada... E a mulher que viste é a grande cidade que reina sobre os reis da terra” (Ap 17.9,8). No sentido escatológico, a Grande Babilônia pode ter dois significados: “... a Babilônia política (Ap. 17.8-17) e a babilônia eclesiástica (Ap. 17.1-7,18, 18:1-24). A Babilônia política é o império confederado da besta, a última forma do domínio mundial gentio. A Babilônia eclesiástica é todo o Cristianismo apóstata, no qual o Papado sem dúvida será proeminente; é muito provável que esta união inclua todas as religiões do mundo... A Babilônia eclesiástica é a ‘grande meretriz’ (Ap. 17:1) e será destruída pela Babilônia política (Ap. 17:15-18), para que só a besta seja objeto de culto (IITs. 2:3-4; Ap. 13:15). O poder da Babilônia política será destruído pela volta do Senhor em glória[7].

Bem, Lutero e demais reformadores afirmavam categoricamente que a Babilônia do Apocalipse refere-se à Igreja Católica. Na Confissão de Westminster, por exemplo, destaca Lucas Banzoli, está explicitada que “... não há outro Cabeça da Igreja senão o Senhor Jesus Cristo; em sentido algum pode ser o papa de Roma o cabeça dela, mas ele é aquele anticristo, aquele homem do pecado e filho da perdição que se exalta na Igreja contra Cristo e contra tudo o que se chama Deus[8]. Continua ainda Banzoli: “Isso se junta ao fato de que a “mulher”, que representa uma igreja, estava coberta de nomes da blasfêmia (Ap.17:3), representando uma igreja apóstata, e não uma igreja fiel. Essa apostasia é a prostituição espiritual que não podemos encontrar em nenhuma igreja do mundo a não ser em uma que já foi cristã, mas que se desviou ao longo dos séculos. Sim, Lutero sabia do que estava falando[9]. Portanto, o que Scofield e os reformadores afirmam ser a Babilônia eclesiástica, todo o Cristianismo apóstata, tem relação sem dúvida com a Igreja Católica e o papado.

O Anticristo ou a besta será um grande líder, um personagem de muita habilidade e cujas “... sabedoria e capacidade terão elementos sobrenaturais, pois além do poderio bélico, da alta tecnologia e do poder econômico, o governo do anticristo contará com uma inédita atuação diabólica[10]. Veja como ele exercerá seu poder de forma sobrenatural:

- Ele convencerá as massas com seus discursos inflamados (Ap 13.5);

- A Bíblia diz que toda a terra se maravilhará após a besta (Ap 13.3);

- Ele buscará a paz e travará guerras (Dn 9.27; Ap. 6:2);

- Ele certamente aparecerá com a solução para as diversas crises sociais e econômicas que até hoje não foram resolvidas e estabelecerá uma falsa paz (I Ts 5.3; Ap 6.2);

- Durante a Grande Tribulação, o anticristo declarará ser Deus e exigirá adoração, e perseguirá severamente os que permanecerem leais a Cristo (II Ts 2.4; Ap 11.6,7; 13.7);

- Mediante o poder satânico, o anticristo fará grandes sinais e maravilhas a fim de propagar o engano com mais eficiência (II Ts 2.9; Ap 13.3)[11].

Como já vimos, o governo do Anticristo durará sete (7) anos e terminará com sua destruição, por Jesus, no momento de sua segunda vinda. O Senhor o “... desfará pelo assopro da sua boca, e [o] aniquilará pelo esplendor da sua vinda” (2 Ts 2.8).

Mas o Anticristo contará com o apoio outros personagens, chamados no Apocalipse de o Dragão e o Falso Profeta. O Dragão é identificado como a Antiga Serpente (Ap 12.9), ou o próprio Diabo e Satanás. Isto significa que haverá uma luta espiritual muito forte naqueles dias. A exemplo da Gn 3.1-7, esta “antiga serpente” seduzirá a raça humana a cometer a segunda grande apostasia da história: adorá-lo como deus na pessoa do Anticristo. O outro embusteiro personagem, o Falso Profeta, “... será convincente e irresistível. Seus milagres e prodígios serão de tal forma grandiosos que até fogo fará descer do céu (2 Ts 2.9; Ap 13.13). O apóstolo Paulo chama seus milagres de mentirosos. Ele realizará dois grandes sinais. O primeiro será uma falsa ressurreição: fará com que o Anticristo, dado como morto num possível atentado, volte à vida (Ap 13.3). Diante do acontecido, a humanidade exclamará: ‘Quem é semelhante à besta? Quem poderá batalhar contra ela?’ (Ap 13.4)”.  Se o primeiro sinal causou admiração e espanto, o que não diremos do segundo? Ele ordenará aos que habitam na terra que ergam uma imagem à besta que sobrevivera à ferida mortal. Em seguida, dará vida à estátua, que se porá a falar (Ap 13.14,15). Com esses prodígios, convencerá todos a aceitarem a plataforma de governo do Anticristo[12].

Quem é o Anticristo? Ele já está no mundo? Não temos respostas para estas perguntas. O que sabemos por ora, é que há muitos sinais que indicam seu aparecimento em breve. Apenas há uma força “restringente” que impede seu aparecimento. “E agora vós sabeis o que o detém, para que a seu próprio tempo seja manifestado” (2Ts 2.6). Este “que o detém”, segundo nosso entendimento, é o Espírito Santo. Com o arrebatamento da Igreja (assunto para outro momento), o seu Advogado ou Guia (Jo 16.13), “... que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece” (Jo 14.17), deixará de ser a força restringente e então homem do pecado será revelado. “... O Espírito Santo continuará uma atividade divina até o tempo fim, embora não como um restritor do mal através da Igreja”[13].

Portanto, O Anticristo é o representante máximo de Satanás e sua mais perfeita representação (1Jo 2.18), um homem maligno que estará à inteira disposição do Diabo, com o intuito de governar o planeta em seu nome. Mas sua malignidade será maior nos últimos três anos e meio da 70ª semana de Daniel (Dn 9.27), ou quarenta e dois meses (Ap 13.5), ou ainda mil duzentos e sessenta dias (Ap 11.3). Depois isto, será destruído pelo “assopro” da boca do Rei dos Reis e Senhor dos Senhores.

Sugiro a leitura do livro em PDF, Anticristo, por David W. Dyer:

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Veja também o vídeo abaixo:


Notas / Referências:

  • [1] Imagem disponível em: <www.chamada.com.br/mensagens/o_anticristo.html>. Acesso em: 30/04/2021.
  • [2] Todas as referências bíblicas utilizadas neste artigo são da versão ACF – Almeida Corrigida Fiel. Disponível em: <https://www.bibliaonline.com.br/acf>. Acesso em: 25/04/2021.
  • [3]  SCOFIELD, C. I. Nota de Daniel 7.8. In: Bíblia Sagrada (ARA). São Paulo: Imprensa Batista Regular do Brasil: 1987. 
  • [4] Idem, Nota sobre Apocalipse 19.20.
  • [5] COELHO FILHO, Isaltino. O Apocalipse de João. Disponível em: <https://www.isaltino.com.br/2007/09/o-apocalipse-de-joao/>. Acesso em: 26/04/2021.
  • [6] Conforme resumo destacado por: SANTOS, Luciano. O Governo do Anticristo. Disponível em: <https://www.estudosgospel.com.br/estudo-biblico-apocalipse-escatologia/o-governo-do-anticristo.html>. Acesso em: 29/04/2021.
  • [7] SCOFIELD (Op Cit., Nota 3). Nota sobre Apocalipse 18.2.
  • [8] In: BANZOLI, Lucas. Quem é a Babilônia do Apocalipse? Disponível em: <http://heresiascatolicas.blogspot.com/2015/01/quem-e-babilonia-do-apocalipse.html>. Acesso em: 29/04/2021.
  • [9] Idem.
  • [10] SANTOS, Op. Cit. (Nota 6).
  • [11] Idem.
  • [12] Lição 10: O governo do Anticristo, 03/06/2012. Disponível em: <https://escola-ebd.com.br/licao-10-o-governo-do-anticristo/>. Acesso em: 29/04/2021.
  • [13] SCOFIELD (Op. Cit., Nota 2). Nota sobre 2 Ts 2.3ss.


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