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13 abril 2024

Revolução dos Bichos (V)

Por George Orwell [1]

In: Gazeta do Povo [2]

    Capítulo V [3]

À medida que o inverno avançava, Mollie se tornava cada vez mais problemática. Ela chegava atrasada ao trabalho todo dia de manhã e se desculpava dizendo que tinha dormido demais. Se queixava também de dores misteriosas, embora seu apetite fosse excelente. Fugia do trabalho com algum pretexto qualquer e ia para o lago, onde ficava encarando tolamente para seu próprio reflexo na água. Mas havia rumores de algo mais sério. Um dia, enquanto Mollie caminhava alegremente pelo pátio, balançando sua longa cauda e mastigando um pedaço de feno, Esperança a levou para o lado.

“Mollie”, disse ela, “tenho algo muito sério para conversar com você. Esta manhã eu vi você olhando por cima da cerca que divide a Fazenda dos Animais de Foxwood. Um dos homens do Sr. Pilkington estava de pé do outro lado da cerca. E – eu estava muito longe, mas estou quase certa de ter visto isto – ele estava falando com você e você deixava ele acariciar seu nariz. O que isso significa, Mollie?”

“Ele não fez nada! Eu também não! Não foi assim!” gritou Mollie, ficando agitada e batendo a pata no chão.

“Mollie! Olhe bem para mim. Você me dá sua palavra de honra de que aquele homem não estava acariciando seu nariz?”

“Não foi assim!” repetiu Mollie sem olhar Esperança nos olhos e, no momento seguinte, ela se empinou e galopou para o campo.

Uma ideia tomou conta de Esperança. Sem dizer nada aos outros, ela foi para a baia da Mollie e remexeu a palha com seu casco. Uma pequena pilha de torrões de açúcar e várias fitas coloridas estavam ali embaixo.

Três dias depois, Mollie desapareceu. Durante algumas semanas nada se sabia de seu paradeiro, então os pombos relataram que a haviam visto do outro lado de Willingdon. Ela estava entre os eixos de uma charrete vermelha e preta elegante, em frente a uma casa pública. Um homem gordo de rosto vermelho, de calça xadrez e polainas, com pinta de funcionário público, estava acariciando seu nariz e alimentando-a com açúcar. Sua crina estava recém-cortada e ela usava uma fita escarlate ao redor de seu topete. Parecia estar se divertindo, ao menos assim contaram os pombos. Os animais nunca mais falaram sobre a Mollie.

Janeiro trouxe um clima miserável. A terra estava dura como ferro, e nada podia ser feito nos campos. Muitas reuniões foram realizadas no grande celeiro, e os porcos se ocupavam em planejar o trabalho da estação seguinte. Tinham aceitado que os porcos, que eram claramente mais espertos que os outros animais, deveriam decidir todas as questões de política agrícola, embora suas decisões tivessem que ser ratificadas pela maioria de votos. Este arranjo até teria funcionado bem se não fossem as disputas entre Bola de Neve e Napoleão. Os dois discordavam em todos os pontos em que era possível discordar. Se um deles sugerisse semear uma área maior com cevada, o outro certamente exigiria uma área maior de aveia, e se um deles dissesse que tal e tal campos eram adequados para couves, o outro declararia que eram inúteis para qualquer coisa, exceto raízes. Cada um tinha seus próprios seguidores e houve alguns debates violentos. Nas Reuniões, Bola de Neve frequentemente conquistava a maioria com seus discursos brilhantes, mas Napoleão era melhor em buscar apoio para si mesmo entre as falas. Ele foi especialmente bem sucedido com as ovelhas. Ultimamente as ovelhas baliam “Quatro patas bom, duas patas ruim” em qualquer momento, e frequentemente interrompiam a Reunião com isso. Notou-se que gritavam “Quatro patas bom, duas patas ruim” em momentos particularmente cruciais dos discursos de Bola de Neve. Ele havia estudado de perto alguns volumes antigos da revista “Agricultor e Criador de Rebanho” que ele havia encontrado na fazenda, e estava cheio de planos para inovações e melhorias. Ele falou com grande conhecimento sobre esgoto de campo, ensilagem e escória básica, e tinha elaborado um esquema complexo para que todos os animais largassem seu esterco diretamente no campo, em um local diferente a cada dia, para evitar o trabalho de transporte. Napoleão não produziu nenhum esquema próprio, mas disse calmamente que os planos de Bola de Neve não dariam em nada, dando a impressão de que seu tempo já tinha passado. Mas de todas as controvérsias, nenhuma foi tão intensa como a que ocorreu sobre o moinho de vento.

No longo pasto, não muito afastado das instalações da fazenda, havia um pequeno monte que era o ponto mais alto do terreno. Depois de fazer o levantamento do terreno, Bola de Neve declarou que este era o lugar perfeito para um moinho de vento, que podia ser feito para alimentar um dínamo e abastecer a fazenda com energia elétrica. Isto permitiria que as baias tivessem luz e fossem aquecidas no inverno, além de operar uma serra circular, um cortador de palha, um cortador de raízes e uma ordenhadeira elétrica. Os animais nunca tinham ouvido falar sobre esse tipo de coisa (pois a fazenda era antiquada e tinha apenas uma maquinaria bem primitiva), e eles ouviam com espanto enquanto Bola de Neve invocava imagens de máquinas fantásticas que fariam seu trabalho por eles enquanto pastavam à vontade nos campos ou melhoravam suas mentes com leitura e conversação.

Em poucas semanas, os planos de Bola de Neve para o moinho de vento foram totalmente elaborados. Os detalhes mecânicos vieram principalmente de três livros que tinham pertencido ao Sr. Jones: “Mil coisas úteis a fazer sobre a casa”, “Cada homem é seu próprio pedreiro” e “Eletricidade para iniciantes”. Bola de Neve usou como seu estudo um galpão que já havia sido usado para incubadoras e tinha um piso de madeira liso, adequado para desenhos. Ele ficava ali fechado por horas e horas. Com livros abertos em cima de uma pedra e um pedaço de giz preso entre os nós dos dedos de sua pata, ele se movia rapidamente de um lado para o outro, desenhando linha após linha e emitindo pequenos gemidos de excitação. Aos poucos os planos foram se transformando em uma complicada massa de manivelas e rodas dentadas, cobrindo mais da metade do piso, o que os outros animais achavam completamente ininteligível, mas muito impressionante. Todos eles vinham ver os desenhos de Bola de Neve pelo menos uma vez por dia. Até mesmo as galinhas e os patos vieram e se esforçaram para não pisar nas marcas de giz. Somente Napoleão se manteve distante. Ele havia se declarado contra o moinho de vento desde o início. Um dia, porém, ele chegou inesperadamente para examinar os planos. Ele andou bastante pelo galpão, olhando atentamente cada detalhe dos planos e os examinando uma ou duas vezes, ficando de pé por algum tempo para contemplá-los pelo canto do olho; de repente levantou a perna, urinou sobre os planos e saiu sem pronunciar uma palavra.

Toda a fazenda estava profundamente dividida em relação ao moinho de vento. Bola de Neve não negou que construí-lo seria difícil. Teriam que carregar pedras para as paredes, fazer as velas e lidar com os dínamos e cabos. (Bola de Neve não especificou como o material seria adquirido). Mas ele defendeu que tudo poderia ser feito dentro de um ano. E depois disso, declarou, economizariam tanta mão-de-obra que os animais precisariam trabalhar apenas três dias por semana. Napoleão, por outro lado, argumentou que a grande necessidade do momento era aumentar a produção de alimentos, e que se eles perdessem tempo no moinho, todos eles morreriam de fome. Os animais se separaram em dois grupos, cada uma com um slogan: “Vote em Bola de Neve e na semana de três dias” e “Vote em Napoleão e na manjedoura cheia”. Benjamin era o único animal que não estava do lado de nenhum dos dois. Ele se recusava a acreditar que a comida se tornaria mais abundante ou que o moinho de vento economizaria trabalho. Com moinho de vento ou sem moinho de vento, disse ele, a vida continuaria como sempre tinha sido – ou seja, ruim.

Além das disputas sobre o moinho de vento, havia a questão da defesa. Todos compreenderam que, embora os seres humanos tivessem sido derrotados na Batalha do Estábulo, eles poderiam fazer outra tentativa mais preparada de reconquistar a fazenda e reintegrar a posse do Sr. Jones. Eles tinham ainda mais razões para fazer isso porque a notícia de sua derrota se espalhou pelo campo, deixando os animais das outras fazendas mais inquietos do que nunca. Como de costume, Bola de Neve e Napoleão não concordavam. Segundo Napoleão, os animais deveriam adquirir armas de fogo e treinar tiro. Segundo Bola de Neve, eles deveriam enviar mais pombos mensageiros e promover a revolução entre os animais das outras fazendas. Um argumentou que se não conseguissem se defender, seriam conquistados, o outro argumentou que se as rebeliões acontecessem em todos os lugares eles não teriam necessidade de se defender. Os animais ouviram primeiro Napoleão, depois Bola de Neve, e não conseguiam decidir o que era melhor; na verdade, sempre se encontravam de acordo com aquele que estava falando no momento.

Finalmente, chegou o dia em que os planos de Bola de Neve foram concluídos. Na Reunião do domingo seguinte, a questão de começar ou não os trabalhos do moinho de vento seria colocada à votação. Quando os animais se reuniram no grande celeiro, Bola de Neve se levantou e, embora tenha sido ocasionalmente interrompido pelos balidos das ovelhas, expôs suas razões para defender a construção do moinho de vento. Então Napoleão se levantou para responder. Ele disse muito silenciosamente que o moinho era um disparate e não aconselhou ninguém a votar nele, voltando a se sentar prontamente; ele havia falado por apenas trinta segundos, e parecia quase indiferente ao efeito produzido. Nisso, Bola de Neve se levantou e, gritando para as ovelhas, que estavam balindo de novo, proferiu um apelo apaixonado em favor do moinho de vento. Até agora, os animais estavam divididos igualmente em suas simpatias, mas a eloquência de Bola de Neve apagou qualquer dúvida. Com frases brilhantes, ele pintou um quadro de como seria a Fazenda dos Animais quando o trabalho sórdido fosse retirado das costas dos animais. Sua imaginação tinha agora corrido muito além dos cortadores de palha e raízes. A eletricidade, disse ele, podia operar máquinas debulhadoras, arados, grades, rolos, colheitadeiras e aglutinadores, além de fornecer a cada estábulo sua própria luz elétrica, água quente e fria, e um aquecedor elétrico. Quando ele terminou de falar, não havia dúvidas quanto ao caminho a ser seguido para a votação. Mas exatamente neste momento Napoleão se levantou e, lançando um olhar peculiar de Bola de Neve, proferiu um guincho agudo, de um tipo que ninguém jamais havia ouvido antes.

Isso foi seguido por um terríveis latidos vindos de fora, e nove cachorros enormes usando coleiras de latão chegaram no celeiro. Eles correram direto para Bola de Neve, que saiu de seu lugar a tempo de fugir das mandíbulas estalando. De repente ele já estava do lado de fora da porta, com os cachorros em seu encalço. Surpresos e assustados demais para falar, todos os animais se amontoaram na porta para assistir a perseguição. Bola de Neve estava correndo pelo longo pasto que dava na estrada. Ele estava correndo como só um porco pode correr, mas os cães estavam chegando perto. Então ele escorregou e parecia certo que a corrida chegaria ao fim. Mas conseguiu se levantar e correu mais rápido do que nunca. Mas não adiantou: os cachorros já estavam perto novamente. Um deles quase mordeu o rabo de Bola de Neve, que a desviou bem na hora. Ele deu um último gás e, com poucos centímetros de vantagem, escapou por um buraco na cerca, não sendo mais visto.

Silenciosos e aterrorizados, os animais se arrastaram de volta para o celeiro. Os cachorros voltaram logo atrás, latindo. No início, ninguém foi capaz imaginar de onde vieram essas criaturas, mas o problema logo foi resolvido: eles eram os filhotes de cachorro que Napoleão havia separado de suas mães e criado. Embora ainda não tivessem crescido completamente, eles eram cães enormes, com uma aparência tão feroz quanto lobos.

Eles se mantiveram perto de Napoleão. Notou-se que eles abanavam suas caudas para ele da mesma forma que os outros cães costumavam fazer com o Sr. Jones.

Napoleão, com os cães seguindo-o, estava agora na parte mais alta do lugar, onde o Major tinha anteriormente parado para fazer seu discurso. Ele anunciou que a partir de agora as reuniões de domingo de manhã não seriam mais realizadas. Elas eram desnecessárias, disse ele, e desperdiçavam tempo. No futuro, todas as questões relacionadas ao funcionamento da fazenda seriam resolvidas por um comitê especial de porcos, presidido por ele mesmo. Estes se reuniriam em particular e depois comunicariam suas decisões aos demais. Os animais ainda se reuniriam aos domingos de manhã para saudar a bandeira, cantar “Animais da Inglaterra” e receber as ordens para a semana; mas não haveria mais debates.

Apesar do choque causado pela expulsão de Bola de Neve, os animais ficaram desolados com este anúncio. Vários deles teriam protestado se pudessem encontrar os argumentos certos. Até mesmo Golias ficou vagamente perturbado. Suas orelhas estavam ligeiramente viradas para trás e ele abanava o topete várias vezes, tentando arduamente organizar seus pensamentos; mas no final, ele não conseguiu pensar em nada para dizer. Mas alguns dos porcos eram, no entanto, mais articulados. Quatro jovens porcos na fila da frente gritavam estridentemente em tom de desaprovação, e todos os quatro se levantaram e começaram a falar ao mesmo tempo. Mas de repente os cães sentados ao redor de Napoleão soltaram rosnados profundos e ameaçadores, e os porcos se calaram e sentaram novamente. Em seguida, as ovelhas se lançaram em um tremendo balido de “Quatro patas bom, duas patas ruim!” que durou quase um quarto de hora e pôs fim a qualquer possibilidade de discussão.

Em seguida, Berro foi enviado para explicar o novo arranjo aos outros.

“Camaradas”, disse ele, “espero que cada animal aqui valorize o sacrifício que o camarada Napoleão fez ao tomar para si este trabalho extra. Não imaginem, camaradas, que a liderança é um prazer! Pelo contrário, é uma responsabilidade difícil e pesada. Ninguém acredita mais firmemente do que o camarada Napoleão que todos os animais são iguais. Ele ficaria muito feliz em deixar vocês tomarem suas próprias decisões. Mas às vezes vocês podem acabar tomando as decisões erradas, camaradas, e então, onde estaríamos? Vamos supor que vocês tivessem decidido seguir Bola de Neve, com seu sonho de moinhos de vento – Bola de Neve que, como sabemos agora, não passava de um criminoso?”.

“Ele lutou bravamente na Batalha do Estábulo”, disse alguém.

“Bravura não basta”, disse Berro. “Lealdade e obediência são mais importantes. E quanto à Batalha do Estábulo, acredito que chegará o momento em que descobriremos que o papel de Bola de Neve nela foi muito exagerado. Disciplina, camaradas, disciplina de ferro! Essa é a palavra de ordem para hoje. Um passo em falso, e nossos inimigos estarão sobre nós. Com certeza, camaradas, vocês não querem Jones de volta”.

Mais uma vez, este argumento era incontestável. Certamente, os animais não queriam Jones de volta; se era possível que a realização dos debates nas manhãs de domingo contribuíssem para a volta de Jones, então os debates deveriam parar. Golias, que agora tinha tido tempo para refletir, expressou o sentimento geral dizendo: “Se o camarada Napoleão diz, deve estar certo”. E a partir daí ele adotou a máxima: “Napoleão está sempre certo”, além de seu lema pessoal: “Vou trabalhar mais”.

Nessa época, o tempo já estava mudando e a aragem da primavera havia começado. O galpão onde Bola de Neve havia traçado seus planos do moinho de vento havia sido fechado e se supunha que os planos tinham sido apagados do chão. Todos os domingos de manhã, às dez horas, os animais se reuniam no grande celeiro para receber suas ordens para a semana. O crânio do velho Major, agora já sem qualquer resquício de carne, havia sido desenterrado do pomar e exposto em um toco ao pé da bandeira, ao lado da arma. Após o hasteamento da bandeira, os animais eram obrigados a passar pelo crânio de forma reverente antes de entrar no celeiro. Agora já não sentavam todos juntos como antes. Napoleão, assim como Berro e um outro porco chamado Minimus, que tinha um dom notável para compor canções e poemas, sentavam-se na frente da plataforma elevada, com os nove cachorros jovens formando um semicírculo à sua volta e os outros porcos sentados atrás. O resto dos animais sentou-se de frente para eles na parte principal do celeiro. Napoleão leu as ordens para a semana em estilo militar áspero e, depois de um único canto de “Animais da Inglaterra”, todos os animais se dispersaram.

No terceiro domingo após a expulsão de Bola de Neve, os animais ficaram um pouco surpresos ao ouvir Napoleão anunciar que o moinho de vento seria construído no fim das contas. Ele não deu nenhuma razão para ter mudado de ideia, simplesmente avisou os animais que esta tarefa extra significaria muito trabalho árduo, podendo até mesmo ser necessário reduzir suas rações. Os planos, entretanto, tinham sido todos preparados, até o último detalhe. Um comitê especial de porcos estava trabalhando neles durante as últimas três semanas. A construção do moinho de vento, além de várias outras melhorias, deveria levar dois anos.

Naquela noite, Berro explicou em particular para os outros animais que Napoleão nunca se opôs ao moinho de vento. Pelo contrário, foi ele quem o tinha defendido no início, e o plano que Bola de Neve tinha desenhado no chão do galpão tinha sido, na verdade, roubado de Napoleão. O moinho de vento foi, de fato, uma criação do próprio Napoleão. Por que então, perguntou alguém, ele havia falado tão fortemente contra o plano? Agora Berro parecia muito dissimulado. Isso, disse ele, era a astúcia do camarada Napoleão. Parecia que ele tinha se oposto ao moinho de vento simplesmente como uma manobra para se livrar de Bola de Neve, que era uma figura perigosa e uma má influência. Agora que estava fora do caminho, o plano podia ir adiante sem sua interferência. Isto, disse Berro, era algo chamado de tática. Ele repetiu várias vezes, “Tática, camaradas, tática!” pulando e balançando sua cauda com uma alegre gargalhada. Os animais não tinham certeza do que a palavra significava, mas Berro foi tão persuasivo, e os três cães que estavam com ele rosnaram tão ameaçadoramente, que aceitaram sua explicação sem mais perguntas.

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Veja também o capítulo 5 no vídeo a seguir:



Notas:

  • [1George Orwell: “...escritor nascido em uma colônia inglesa na Índia, é considerado um dos mais importantes romancistas da vertente distópica da literatura mundial, caracterizada pela narração de enredos em que os personagens vivenciam situações em espaço e tempo futuros, nos quais não há possibilidade para a utopia, ou seja, para o sonho e para a esperança. Nessa linha, destacam-se suas duas obras-primas, traduzidas para vários idiomas e transpostas para as telas do cinema mais de uma vez: o romance A revolução dos bichos, publicado em 1945, e o romance 1984, publicado em 1949.” Veja mais aqui.

  • [2O que diz o livro Revolução dos Bichos? “O conhecido livro do inglês George Orwell, A Revolução dos Bichos (1945), é um dos legados atemporais mais importantes que escritores do século passado nos deixaram. Na obra, Orwell faz uma crítica ao stalinismo. Então socialista, o inglês – nascido na Índia durante o domínio britânico – se desilude com a ideologia ao ver o totalitarismo soviético e satiriza o sucessor de Lênin. Na alegoria, o autor apresenta uma revolução idealizada por um porco, o Major (que pode representar tanto Marx como Lênin), que convoca os bichos da granja em que vive a expulsar seu proprietário, o humano Sr. Jones (que seria Nicolau II, imperador do Czar). Porco Major morre em seguida e dois outros suínos tomam a frente: Napoleão (representando Stálin) e Bola de Neve (que seria Trotski). A estória segue o roteiro soviético… Napoleão expurga Bola de Neve, deturpa as leis a seu favor e se torna um ditador. Os demais bichos (galinhas, gado, cavalo…) se rendem à autocracia sem questionar, de forma passiva. Cada vez trabalham mais, exaustivamente e com alimento controlado; enquanto isso, Napoleão toma posse das dependências do Sr. Jones, agindo, portanto, de forma mais exploradora e cruel que o antigo chefe. A ironia está no fato de que a máxima da revolução era ‘duas pernas/patas mau’ – referindo-se a seres humanos”. Leia mais em: Rodrigo Constantino – Gazeta do Povo.com.

  • [3ORWELL, George. Revolução dos Bichos. Gazeta do Povo. Capítulo V, pág. 54 a 69. Veja o livro completo aqui.

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