A República
de Cuba, maior ilha do mar do Caribe, está localizada na América
Central, com uma área aproximada de 110 km², é dirigida pelo regime socialista
e cujos habitantes falam a língua espanhola.
Cuba faz parte
da AméricaLatina, pelo fato de, originalmente, seu território
ter sido colonizado pelos espanhóis e de pertencer ao conjunto de países também
de línguas de origem latina: espanhola (parte da América, conquistada pela
Espanha, em 1492) e portuguesa (parte da América, conquistada por Portugal, em
1500).
O domínio
espanhol na ilha cubana durou aproximadamente 400 anos, e ali se cultivavam tabaco
e cana-de-açúcar, com a utilização de mão-de-obra escrava, primeiramente
indígena e depois africana.
Por sua localização e seu formato geográfico (uma
ilha comprida, espécie de costa protetora no Caribe), Cuba foi usada,
juntamente com Porto Rico, como base militar dos Estados Unidos. Assim, ambos
tornaram-se seus protetorados após a Guerra Hispano-Americana, pelo Tratado de
Paris, em 1898. Com a vitória dosEstadosUnidos sobre a Espanha, os norte-americanos
passaram a controlar a ilha. Importante destacar que
Cuba e Porto Rico não foram anexados aos Estados Unidos. Eles formavam, como
define o termo protetorado, territórios
autônomos, mas protegidos diplomática ou militarmente contra terceiros, por um
Estado mais forte, no caso os Estados Unidos.
Cuba tornou-se
independente da Espanha, com a ajuda e interesses dos Estados Unidos, em 1891[1].
E, como parte da recompensa, foi permitida a construção de uma basemilitar na cidade de Guatánamo, onde permanece até hoje. E convém
destacar ainda que até a Guerra Fria, em 1959, Cuba continuou mantendo boas
relações com os Estados Unidos. A ruptura ocorreu com o revolucionário FidelCastro.
Este era um hábil advogado, filho de um rico fazendeiro e apresentava-se como defensor
de camponeses e outros trabalhadores. Em 1953, numa tentativa de golpe contra o
ditador Fulgêncio Batista, que ficou no poder de
1952 a 1959, Fidel Castro é condenado a 15 anos de prisão, mas foi anistiado em
1955, mudando-se então para o México, de onde chefia um grupo, no qual se incluem
seu irmão Raúl Castro e Ernesto Che Guevara, com os quais viaja a Cuba de balsa
em 1956 para lutar contra o exército de Batista. Após três anos de guerrilha, toma
o poder em janeiro de 1959 e desde então governa o país até sua morte em
novembro de 2016, ficando Raúl em seu lugar.
O
principal companheiro de luta de Fidel, CheGuevara, ocupou
diversos cargos no seu governo e viajou o mundo como embaixador do país.
Matéria da Revista Superinteressante[2], de 1º
de agosto de 2014, afirma: “... Che – nome de nascimento, Ernesto Rafael Guevara de la Serna – teriase envolvido em 144 mortes e teria sido responsável pela prisão
irregular de 30 mil pessoas”, mas outras
fontes, como o Portal Conservador cita, por exemplo, falam em números bem mais
assustadores. “De acordo com O Livro Negro do Comunismo, escrito por
estudiosos franceses de esquerda (...), ocorreram 14.000 execuções por
fuzilamento em Cuba até o final de década de 1960[3]”. A
matéria também dá destaque ao dircurso de Che na ONU, em 9 de dezembro de 1964,
quando ele confirma que praticou execuções e esmo assim recebe aplausos
entusiasmados de seus idolatrados presentes.
Como durantea GuerraFria, a Cuba de Fidel
alinhou-se ao blocoeconômicosoviético, tornando-se
assim o único país socialista da América, os Estados Unidos rompem relações
econômicas e diplomáticas com a mesma e impõe o "el
bloqueo", que consiste em umainterdição de caráter econômico, financeiro e comercial imposta
pelos EUA ao governo cubano no ano de 1962. Posteriormente, o bloqueio
tornou-se lei no começo dos anos 90[4]” e teve
a proibição aumentada ainda mais com o presidente Bill Clinton, em 1999.
Fidel e Che
na Sierra Maestra (*).
Por ser de
espírito mais revolucionário que Fidel, ambos – ao que parece – chegam a se
desentender e Che se separa de seu amigo e muda-se para o Congo em 1965,
abdicando-se dos próprios cargos que tinha em Cuba[1]. Mas
no Congo, sua empreitada revolucionária foi um fracasso e no mesmo ano,
volta-se na clandestinidade para Cuba. No ano seguinte (1966), entra disfarçado
na Bolívia, onde é executado por uma rajada de fuzil em 1967.
Mas o bloqueio econômico não impede os Estados
Unidos de exportarem alimentos para Cuba nem de relacionarem com sua economia. Um
texto escrito por Nelson Rodríguez Chartrand[6] e
publicado pelo Portal Conservador, destaca que apesar do embargo, os Estados
Unidos são o principal exportador de produtos agrícolas para Cuba. Veja a
tabela:
Desta forma,
destaca Chartrand, “... o fato é que, não apenas os EUA têm estado entre os
cinco principais sócios comerciais de Cuba, como também, se não bastasse, têm
sido os principais fornecedores de produtos agrícolas para a ilha” (Idem).
Por isso, independentemente do nível de culpabilidade dos governantes de ambas
as partes, é o povo cubano que está sofrendo as consequências.
Veja, a seguir o
vídeo de Zoe Martínez, relatando parte do que é a vida em Cuba.
Notas / Bibliografia:
(*) Fidel e Che. A amizade que marcou a revolução. Imagem e texto (adaptado) disponíveis em: <dn.pt/mundo/fidel-e-che-a-amizade-que-marcou-a-revolucao-5520980.html>. Acesso em: 14/08/2021
[1]PERCíLIA, Eliene. "Cuba"; Brasil Escola (Texto e imagem adaptados).
Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/historia-da-america/historia-cuba.htm. Acesso
em 15/08/2021.
[2]QuemfoiCheGuevara?
Cinquenta anos após sua morte, Che ainda é motivo de discussão.
Disponível em: <https://super.abril.com.br/mundo-estranho/quem-foi-che-guevara/In:
<https://super.abril.com.br/mundo-estranho/quem-foi-che-guevara/>. Acesso
em: 14/08/2021.
[3] FONTOVA, Humberto. O verdadeiro Che
Guevara. Disponível em:
<https://portalconservador.com/o-verdadeiro-che-guevara/>. Acesso em:
14/08/2021.
[4] ARÚJO, Felipe. Embargo dos Estados
Unidos a Cuba. Disponível em: <https://www.infoescola.com/economia/embargo-dos-estados-unidos-a-cuba/>.
Acesso em: 16/08/2021.
[5]Fidel e Che. A amizade que marcou a
revolução. Imagem e texto (adaptado) disponíveis em:
<dn.pt/mundo/fidel-e-che-a-amizade-que-marcou-a-revolucao-5520980.html>.
Acesso em: 14/08/2021.
[6] CHARTRAND,
Nelson Rodríguez. A desconhecida história do embargo cubano. Disponível
em: <https://portalconservador.com/a-desconhecida-historia-do-embargo-cubano/>.
Acesso em: 16/08/2021.
Parece
que haverá batalhas chamadas de Gogue e Magogue, uma descrita no livro de
Ezequiel e outra no Apocalipse. Por ora, quero apenas transcrever literalmente,
neste post, o artigo de Cris Beloni, sobre a Batalha profetizada por João, no
Apocalipse. Vamos ao texto:
“Quando
terminarem os mil anos, Satanás será solto da sua prisão e sairá para enganar
as nações que estão nos quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, a fim de
reuni-las para a batalha.” (Ap 20.7-8)
Antes de ir ao contexto, já podemos verificar
que o próprio texto responde à pergunta: “quando terminarem os mil anos”. Logo,
a questão passa a ser outra: quando começa e quando termina esse milênio?
O termo “mil anos” é literal ou simbólico?
É praticamente impossível encontrar
unanimidade nessa resposta. Talvez este seja o ponto que traga maior
divergência entre os cristãos das mais variadas denominações. Conheça aqui um
breve resumo das principais correntes escatológicas sobre o milênio:
Pré-milenismo –
dividido entre clássico e histórico, acredita que Jesus voltará antes do
milênio. Aqui o milênio é literal e Jesus reinará fisicamente. Esse também foi
o pensamento dos pais da Igreja. Algumas denominações diferenciadas pensam
assim, como os batistas por exemplo.
Possível
sequência dos fatos – depois da segunda vinda de Cristo,
começa o tempo conhecido por milênio e ao final do milênio ocorre a batalha de
Gogue e Magogue.
Dispensacionalismo –
também conhecido como pré-milenismo dispensacionalista, acredita que Jesus
voltará em duas fases: antes da Grande Tribulação para o arrebatamento, de
forma invisível, e depois de forma visível, no final da GT. Esse é um
pensamento mais recente. A maioria dos assembleianos pensa assim e também as
igrejas pentecostais e neo-pentecostais.
Possível sequência dos fatos –
o arrebatamento da igreja vem primeiro, depois a Grande Tribulação, a
segunda volta de Cristo, a batalha de Gogue e Magogue e depois o milênio.
Pós-milenismo –
acredita que Jesus só voltará depois do milênio. Esse milênio não é literal,
mas um longo período de tempo que foi iniciado com a primeira vinda de Cristo.
Nessa visão, a volta Dele depende da pregação do Evangelho a nível universal,
através do avanço missionário. Há uma visão muito otimista nessa crença, de que
mundo será melhor progressivamente, enquanto a humanidade vai sendo
evangelizada.
Mas essa posição praticamente não existe mais.
Conforme o pastor Luiz Sayão, existiu no século 19, em alguns contextos
americanos. Em português, temos acesso a essa interpretação através do livro
Teologia Sistemática, de Charles Hodge. Segundo Sayão, praticamente, não há
muitos defensores dessa corrente nos dias de hoje.
Amilenismo
– acredita que o milênio teve início com a primeira vinda de Cristo.
Não é um milênio literal, mas simboliza um longo período de tempo. Para os
amilenistas, então, nós já estamos vivendo no milênio, o reinado de Cristo já
começou a partir do primeiro século, de forma espiritual, e no céu. Satanás
está preso, mas atuante de forma limitada. A batalha de Gogue e Magogue vai acontecer
junto da segunda vinda de Cristo e ao findar do milênio. Para essa corrente,
Armagedom é a mesma batalha. A maioria dos presbiterianos segue essa
linha.
Possível sequência dos fatos –
primeira vinda de Cristo, satanás sendo preso nessa ocasião, milênio e reinado
espiritual de Cristo, satanás sendo solto ao final deste milênio vigente,
Grande Tribulação, Gogue e Magogue – que é o Armagedon.
Adventismo – conforme o Dr. Rodrigo Silva, os
adventistas têm uma escatologia um tanto distinta dessas já apresentadas. Ele
explicou: “somos pré-milenistas, mas o reino milenar de Cristo ocorrerá – nesta
compreensão – no céu e não na terra. Satanás, na terra estará preso por uma
cadeia de circunstâncias e não haverá nenhum ser vivo para fazer-lhe companhia.
Depois do milênio vem a Nova Jerusalém, a ressurreição dos ímpios e a batalha
final do bem contra o mal, Gogue e Magogue”, explicou.
Para o arqueólogo, o Armagedom é uma
guerra espiritual que começa na volta de Jesus e tem seu desfecho depois do
milênio, conforme Apocalipse 20. Para os adventistas, essa batalha é espiritual
e não um movimento histórico-presente de comoção no Oriente ou de uma luta
envolvendo os países atuais. Mas esse ponto também tem diferentes
interpretações dentro do próprio no adventismo.
Apesar das divergências
Todas
essas correntes escatológicas possuem pontos em comum. São eles: Jesus voltará e todo olho o verá, todo joelho se
dobrará e toda língua o confessará. Ele julgará vivos e mortos, haverá uma
ressurreição e depois a vida eterna.
As divergências apenas giram em torno da
cronologia ou da sequência dos acontecimentos, o que jamais deveria ser motivo
de discussão ou discórdia entre os cristãos. Se você quer se aprofundar neste
assunto, leia o e-book Apocalipse Investigado. CLIQUE AQUI para ter acesso.
Milênio ao longo da história da Igreja
Na história da igreja, a segunda vinda de
Cristo nunca foi esperada como se fosse acontecer a qualquer hora ou instante,
mas precedida de um período de grande sofrimento, a Grande Tribulação, conforme
a Bíblia descreve. Esse pensamento só foi alterado por volta de 1830, na
Inglaterra, após uma “profecia” de uma jovem, conforme citou o saudoso pastor
Russell Shedd, numa de suas pregações, ainda disponíveis na internet.
Ele contou que a jovem deu início ao que se
tornou, hoje, uma nova interpretação bíblica acerca do fim dos tempos – o
arrebatamento secreto. Depois disso, vários líderes começaram a divulgar essa
posição, conhecida como dispensacionalista. Podemos compreender essa
interpretação também como pré-milenista e pré-tribulacionista.
Saber
que existe mais de uma interpretação em termos de visão de futuro e profecias
que ainda vão se cumprir, é como ter “linhas divisórias” entre os pensamentos
dos cristãos, a cerca do tempo do fim. Perceba que só analisando o tema
“milênio” já encontramos pelo menos “cinco pensamentos” distintos.
Conclusão
Diante de tantas diferenças na cronologia dos
últimos acontecimentos, qual seria a resposta para a nossa pergunta: quando vai
acontecer a batalha de Gogue e Magogue? Depende do que você pensa a respeito do
milênio. Se você acha que o milênio já começou na primeira vinda de Cristo,
então você pensa como os amilenistas e,Gogue e Magogue vai acontecer logo após satanás ser solto
novamente por um período curto de tempo. Se você acha que estamos dentro do
milênio, então falta pouco para essa batalha acontecer.
Mas se você pensa como os pré-milenistas ou
como os dispensacionalistas, o milênio terá início logo após a
segunda vinda de Cristo e ao final deste período de mil anos literais,
acontecerá a batalha de Gogue e Magogue.
Neste estudo, você teve acesso às diferentes
formas de pensar sobre a cronologia do fim dos tempos. O Movimento Bíblia Investigada é uma “exposição” de
pensamentos e não uma “imposição”. E todos nós temos liberdade de pensamento,
de consciência e de expressão, e essa liberdade é, inclusive, garantida por lei
em nosso país. Por isso, estar diante de diferentes opiniões não deve ser um
problema, basta respeitarmos a forma de pensar de cada um.
Se
houver necessidade de “mudança de pensamento”, o próprio Espírito Santo atuará
nesse caso. Não devemos julgar as pessoas que pensam diferente de nós. E que o
amor prevaleça em nosso meio, acima de tudo. Lembre-se do que Jesus disse:
“Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração,
de toda a sua alma e de todo o seu entendimento. Este é o primeiro e maior
mandamento. E o segundo é semelhante a ele: Ame o seu próximo como a si mesmo.”
(Mateus 22.37-39)
E para finalizar:
“Se vocês permanecerem firmes na minha
palavra, verdadeiramente serão meus discípulos. E conhecerão a verdade, e a
verdade os libertará.” (João 8.31-32)
Colaborou “muito” com este estudo o professor
e teólogo Luiz Sayão e o arqueólogo Rodrigo Silva.
O ArrebatamentodaIgreja
é um dos assuntos que compõem a série de estudos
da escatologia,
estudo das últimas coisas. A maioria dos
cristãos acredita que haverá um tempo de sete anos de grande angústia sobre a
terra, chamada de grande
tribulação e que o arrebatamento será um grande “rapto" de cristãos fiéis
que ocorrerá em toda a terra antes deste período. Daí, o nome de
arrebatamento pré-tribulacional.
O texto a seguir é
uma cópia literal do ministério GotQuestions[1], em
relação aos questionamentos sobre os pontos fortes e fracos desta doutrina ou
teoria. Vejamos:
- - - - - - - - - -
- - - - - - - - - - - -
Na escatologia, é
importante lembrar-se de que quase todos os cristãos concordam com estas três
coisas: 1) Está chegando um momento de grande Tribulação tal como o mundo nunca
viu, 2) depois da Tribulação, Cristo voltará para estabelecer o Seu reino na
terra, e 3) haverá um Arrebatamento -- "repentina transição" da
mortalidade para a imortalidade -- para os crentes (João 14:1-3, 1 Coríntios
15:51-52 e 1 Tessalonicenses 4:16-17). A única questão é esta: quando o
Arrebatamento ocorrerá em relação à Tribulação e à Segunda Vinda?
Com o passar dos
anos, três teorias principais sobre o momento do Arrebatamento têm surgido:
Pré-tribulacionismo (a crença de que ocorrerá antes da Tribulação),
Mesotribulacionismo (a crença de que ocorrerá na metade da Tribulação) e
Pós-tribulacionismo (a crença de que ocorrerá no final da Tribulação). Este
artigo trata especificamente do ponto de vista pré-tribulacional.
O
Pré-tribulacionismo ensina que o Arrebatamento ocorre antes da Tribulação
começar. Naquela época, a igreja irá encontrar Cristo nos ares e em algum
momento depois disso o Anticristo é revelado e a Tribulação começa. Em outras
palavras, o Arrebatamento e a Segunda Vinda de Cristo (para estabelecer o Seu
reino) são separados por pelo menos sete anos. Segundo essa visão, a igreja não
passa pela Tribulação.
Biblicamente, o
ponto de vista pré-tribulacional tem muito a seu favor. Por exemplo, a igreja
não é designada à ira (1 Tessalonicenses 1:9-10, 5:9), e os crentes não
passarão pelo Dia do Senhor (1 Tessalonicenses 5:1-9). A igreja de Filadélfia
recebeu a promessa de ser guardada da "hora da provação que há de vir
sobre o mundo inteiro" (Apocalipse 3:10). Note que a promessa não é da
preservação através do julgamento, mas de ser guardada da hora, isto é, do
período de tempo do julgamento.
O
Pré-tribulacionismo também encontra apoio no que não é encontrado nas
Escrituras. A palavra "igreja" aparece dezenove vezes nos três
primeiros capítulos de Revelação, mas, significativamente, a palavra não é
usada novamente até o capítulo 22. Em outras palavras, em toda a longa descrição
da Tribulação de Apocalipse, a palavra igreja é visivelmente ausente. Na
verdade, a Bíblia nunca usa a palavra "igreja" em uma passagem
relativa à Tribulação.
O
Pré-tribulacionismo é a única teoria que claramente mantém a distinção entre
Israel e a igreja e os planos distintos de Deus para cada um. Os setenta
"setes" de Daniel 9:24 são decretados sobre o povo de Daniel (os
judeus) e a santa cidade de Daniel (Jerusalém). Esta profecia torna claro que a
septuagésima semana (a Tribulação) é um tempo de purificação e restauração para
Israel e para Jerusalém, não para a igreja.
Além disso, o
Pré-tribulacionismo tem suporte histórico. De acordo com João 21:22-23, parece
que a igreja primitiva enxergava o retorno de Cristo como iminente, ou seja,
que Ele poderia voltar a qualquer momento. Caso contrário, o boato de que Jesus
voltaria durante a vida de João não teria persistido. A iminência, o que é
incompatível com as outras duas teorias do Arrebatamento, é um princípio
fundamental do Pré-tribulacionismo.
O ponto de vista
pré-tribulacional parece ser o que mais combina com o caráter de Deus e o Seu
desejo de guardar os justos do julgamento do mundo. Os exemplos bíblicos da
salvação de Deus incluem Noé, que foi protegido do dilúvio mundial; Ló, que foi
protegido de Sodoma; e Raabe, que foi protegida de Jericó (2 Pedro 2:6-9).
Um ponto fraco que
se percebe do Pré-tribulacionismo é o seu desenvolvimento relativamente recente
como uma doutrina da Igreja, não tendo sido formulado detalhadamente até o
início do século 19. Um outro ponto fraco é que o Pré-tribulacionismo divide o
retorno de Jesus Cristo em duas "fases" – o Arrebatamento e a Segunda
Vinda – ao passo que a Bíblia não delineia claramente tais fases.
Uma outra
dificuldade enfrentada pela teoria pré-tribulacional é o fato de que certamente
haverá santos na Tribulação (Apocalipse 13:7, 20:9). Os pré-tribulacionistas
respondem a isso distinguindo os santos do Antigo Testamento e da Tribulação
dos santos da igreja do Novo Testamento. Os crentes vivos durante o
Arrebatamento serão removidos antes da Tribulação, mas haverá aqueles que virão
a Cristo durante a Tribulação.
E uma fraqueza final
da visão pré-tribulacional é compartilhada pelas outras duas teorias: a Bíblia
não dá um cronograma explícito em relação a eventos futuros. As Escrituras não
ensinam claramente um ponto de vista ao outro, e é por isso que temos
diversidade de opiniões acerca dos tempos finais e algumas variedades de como
as profecias relacionadas devem ser harmonizadas.
“Ninguém de maneira alguma vos
engane; porque não será assim sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o
homem do pecado, o filho da perdição, o qual se opõe, e se levanta contra tudo
o que se chama Deus, ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no
templo de Deus, querendo parecer Deus” (2Ts 2.3-4)[2].
O apóstolo João é o único autor bíblico que usa
a palavra "anticristo", mas resolvemos usar o texto de Paulo acima
como abertura deste artigo por se tratar do mesmo personagem, classificando-o
como o “... homem do pecado, o filho da perdição, o qual se opõe, e
se levanta contra tudo o que se chama Deus, ou se adora”. O Anticristo é o arquioponente de Deus e seu Messias, oposição
refletida no prefixo “anti”, que significa contra, mas que também
pode significar “em lugar de” Deus ou de Cristo ou ambos os significados.
Mesmo no Antigo Testamento, embora Cristo ainda não
tivesse sido encarnado (sua primeira vinda à terra), encontramos um pano de
fundo para este “homem do pecado”, que faz oposição a Deus. Queremos destacar
apenas o “Chifre pequeno”, de Daniel 7. Depois da visão do profeta acerca de
quatro animais: o leão (v. 4), que simbolizava a Babilônia, o urso (v. 6), que
simbolizava o império medo-persa, o leopardo, a Grécia, e o animal terrível e
espantoso que tinha dez chifre (v. 7), relacionado ao Império Romano, aparece
dentre os dez chifres deste quarto animal, um “... chifre pequeno, diante do
qual três dos primeiros chifres foram arrancados; e eis que neste chifre havia
olhos, como os de homem, e uma boca que falava grandes coisas” (v. 8).
Segundo Scofield, a visão deste chifre pequeno trata-se do
fim do domínio mundial gentio.
O ex-império Romano (o reino de ferro de 2:33-35, 40-44; 7:7) terá dez chifres
(isto é, reis, Ap. 17:12), correspondentes aos dez artelhos da imagem.
Considerando esta visão dos dez reis, Daniel vê que entre eles levanta-se um
‘outro pequeno’ chifre (rei) que subjuga três dos dez reis de maneira tão
completa que a identidade separada dos seus reinos é destruída. Sete reis dos
dez são deixados, e o ‘outro pequeno’ chifre que é ‘um príncipe, que há de
vir’, de 9:26, a ‘abominação’ de 12:11 e Mt. 24:15, e a ‘besta do mar’ de Ap.
13:1-10. Ele será o chefe do quarto império mundial restaurado... Alguns
expositores também o igualam ao rei que ‘fará segundo a sua vontade’ de
11:36-45, e ao homem da iniquidade’ de IITs.2:3-8”[3].
Veja que
Scofield, ao comentar sobre o “pequeno chifre”, de Daniel 7.8, relaciona-o com várias
outras referências do próprio livro de Daniel e do Novo Testamento. Pois estes
e outros textos indicam como será o caráter deste “homem do pecado”. Na
referência de Ap 13.20, por exemplo, o Anticristo é chamado de a “besta”; em Dn
9.27, de “assolador”; em Mt 24.15, de “abominável da desolação”; em 2Ts 3.8, de
“iníquo”, além de “filho da perdição”, como já vimos acima. O certo é que o
Anticristo, conforme destaca ainda Scofield, é “... o último e pior tirano
da terra, o cruel instrumento da ira e do ódio de Satanás contra Deus e os
santos judeus. A ele Satanás dará o poder que ele ofereceu a Cristo (Mt.
4:8-9; Ap. 13:4)”[4].
Observe também que Scofield fala deste
personagem como alguém que virá nos últimos dias e será o “último e pior
tirano”, embora outros personagens que serviram de “tipos” (pessoas ou coisas
do passado que prenunciam pessoas ou coisas do futuro) do Anticristo já
viveram antes e depois de Cristo. O próprio João disse que muitos “anticristos”
haviam se levantado (1Jo 2.18,22;
4.3; 2Jo 7). Mas veja que Jesus fala da abominação da desolação “... de
que falou o profeta Daniel” (Mt 24.15), que
estará no lugar santo, apontando para o final dos tempos. Neste caso, os
“anticristos” são aqueles que têm o mesmo espírito do real Anticristo. E quando
este vier, “... firmará aliança com muitos por uma semana; e na metade da
semana fará cessar o sacrifício e a oblação; e sobre a asa das abominações virá
o assolador, e isso até à consumação; e o que está determinado será derramado
sobre o assolador” (Dn 9.27).Ou seja, embora muitos com o espírito do Anticristo já existiram e/ou
existirão, “... é aceita a crença numa personificação do mal através de um
anticristo escatológico, aquele que estará no mundo no dia da segunda vinda de
Cristo (2Ts 2.8). Hitler, alguns líderes religiosos e outros malfeitores da
história foram apontados como sendo o anticristo. Porém, Jesus não voltou em
suas épocas e o título ficou para outra pessoa”[5].
Resumindo, podemos ver que o Anticristo é
chamado na Bíblia por vários nomes, entre eles[6]:
- O chifre pequeno
(Dn 7.8);
- A Besta (Ap 13.1;
14:9; 15:2; 16:2; 17: 3,11;19:20; 20:10);
- O homem do pecado
e filho da perdição (II Ts 2.3);
- O príncipe que há
de vir e o assolador (Dn. 9.26,27);
- Rei de Feroz
Catadura (Dn 8.23);
- Rei voluntarioso
(Dn 11.36);
- O iníquo (2 Ts
2.8);
- O abominável da
desolação (Mt. 24:15).
2.O governo
do Anticristo
“E a besta que vi era semelhante ao
leopardo, e os seus pés como os de urso, e a sua boca como a de leão; e o
dragão deu-lhe o seu poder, e o seu trono, e grande poderio... E foi-lhe permitido fazer guerra aos
santos, e vencê-los; e deu-se-lhe poder sobre toda a tribo, e língua, e nação”
(Ap 13.2-7).
Entendo, como os autores citados nas fontes que
utilizamos aqui, a interpretação sobre o Anticristo, o “homem do
pecado”, sob uma perspectiva futurista e que o mesmo governará durante a grande tribulação, que acreditamos ser a
septuagésima (70ª) semana de Daniel. E quando ele vier, “... firmará
aliança com muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o
sacrifício e a oblação; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso
até à consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador”
(Dn 9.27). Acreditamos também que este período se trata da “grande ira”
(Ap 12.12; 1Ts 5.9), a “hora da tentação” (Ap 3.10), a “ira futura” (1Ts 1.10)
etc. E ainda interpretamos a expressão “homem do pecado”, dita por Paulo, de
forma literal. Ou seja, o Anticristo trata-se de um homem, uma
personalidade. Mas não um homem qualquer, ele será um grande líder político,
que terá como sede do seu governo a cidade simbólica de Babilônia. Esta
era, nos dias de João, uma referência à Roma, a cidade que fica entre as sete
colinas. “Aqui o sentido, que tem sabedoria. As sete cabeças são
sete montes, sobre os quais a mulher está assentada... E a mulher que viste é a
grande cidade que reina sobre os reis da terra” (Ap 17.9,8). No sentido escatológico, a Grande Babilônia pode
ter dois significados: “... a Babilônia política (Ap. 17.8-17) e a babilônia
eclesiástica (Ap. 17.1-7,18, 18:1-24). A Babilônia política é o império
confederado da besta, a última forma do domínio mundial gentio. A Babilônia
eclesiástica é todo o Cristianismo apóstata, no qual o Papado sem dúvida será
proeminente; é muito provável que esta união inclua todas as religiões do
mundo... A Babilônia eclesiástica é a ‘grande meretriz’ (Ap. 17:1) e será
destruída pela Babilônia política (Ap. 17:15-18), para que só a besta seja
objeto de culto (IITs. 2:3-4; Ap. 13:15). O poder da Babilônia política será
destruído pela volta do Senhor em glória”[7].
Bem, Lutero e demais reformadores afirmavam categoricamente que a Babilônia
do Apocalipse refere-se à Igreja Católica. Na Confissão de Westminster, por exemplo, destaca
Lucas Banzoli, está explicitada que “... não há outro Cabeça da Igreja senão
o Senhor Jesus Cristo; em sentido algum pode ser o papa de Roma o cabeça dela,
mas ele é aquele anticristo, aquele homem do pecado e filho da perdição que se
exalta na Igreja contra Cristo e contra tudo o que se chama Deus”[8]. Continua
ainda Banzoli: “Isso se junta ao fato de que a “mulher”, que representa uma
igreja, estava coberta de nomes da blasfêmia (Ap.17:3), representando uma
igreja apóstata, e não uma igreja fiel. Essa apostasia é a prostituição espiritual
que não podemos encontrar em nenhuma igreja do mundo a não ser em uma
que já foi cristã, mas que se desviou ao longo dos séculos. Sim,
Lutero sabia do que estava falando”[9].
Portanto, o que Scofield e os reformadores afirmam ser a Babilônia
eclesiástica, todo o Cristianismo apóstata, tem relação sem dúvida com a Igreja
Católica e o papado.
O Anticristo ou a besta será um grande líder,
um personagem de muita habilidade e cujas “... sabedoria e capacidade terão
elementos sobrenaturais, pois além do poderio bélico, da alta tecnologia e do
poder econômico, o governo do anticristo contará com uma inédita atuação
diabólica”[10].
Veja como ele exercerá seu poder de forma sobrenatural:
- Ele convencerá as
massas com seus discursos inflamados (Ap 13.5);
- A
Bíblia diz que toda a terra se maravilhará após a besta (Ap 13.3);
- Ele
buscará a paz e travará guerras (Dn 9.27; Ap. 6:2);
- Ele
certamente aparecerá com a solução para as diversas crises sociais e econômicas
que até hoje não foram resolvidas e estabelecerá uma falsa paz (I Ts 5.3; Ap
6.2);
- Durante
a Grande Tribulação, o anticristo declarará ser Deus e exigirá adoração, e
perseguirá severamente os que permanecerem leais a Cristo (II Ts 2.4; Ap
11.6,7; 13.7);
-
Mediante o poder satânico, o anticristo fará grandes sinais e maravilhas a fim de propagar o engano
com mais eficiência (II Ts 2.9; Ap 13.3)[11].
Como já vimos, o governo do Anticristo durará
sete (7) anos e terminará com sua destruição, por Jesus, no momento de sua
segunda vinda. O Senhor o “... desfará pelo assopro da sua boca, e [o] aniquilará pelo esplendor da sua vinda” (2 Ts 2.8).
Mas o Anticristo contará com o apoio outros personagens,
chamados no Apocalipse de o Dragão e o Falso Profeta. O Dragão é identificado como a Antiga Serpente (Ap
12.9), ou o próprio Diabo e Satanás. Isto significa que haverá uma luta
espiritual muito forte naqueles dias. A exemplo
da Gn 3.1-7, esta “antiga serpente” seduzirá a raça humana a cometer a segunda
grande apostasia da história: adorá-lo como deus na pessoa do Anticristo. O
outro embusteiro personagem, o Falso Profeta, “... será convincente e
irresistível. Seus milagres e prodígios serão de tal forma grandiosos que até
fogo fará descer do céu (2 Ts 2.9; Ap 13.13). O apóstolo Paulo chama seus
milagres de mentirosos. Ele realizará dois grandes sinais. O primeiro será uma
falsa ressurreição: fará com que o Anticristo, dado como morto num possível
atentado, volte à vida (Ap 13.3). Diante do acontecido, a humanidade exclamará:
‘Quem é semelhante à besta? Quem poderá batalhar contra ela?’ (Ap 13.4)”.Se o primeiro sinal causou admiração e
espanto, o que não diremos do segundo? Ele ordenará aos que habitam na terra
que ergam uma imagem à besta que sobrevivera à ferida mortal. Em seguida, dará
vida à estátua, que se porá a falar (Ap 13.14,15). Com esses prodígios,
convencerá todos a aceitarem a plataforma de governo do Anticristo”[12].
Quem é o Anticristo? Ele já está
no mundo? Não temos respostas para estas perguntas. O que sabemos por ora, é
que há muitos sinais que indicam seu aparecimento em breve. Apenas há uma força
“restringente” que impede seu aparecimento. “E agora vós sabeis o que o
detém, para que a seu próprio tempo seja manifestado”
(2Ts 2.6). Este “que o detém”, segundo nosso entendimento, é o Espírito Santo.
Com o arrebatamento da Igreja (assunto para outro momento), o seu Advogado ou
Guia (Jo 16.13), “... que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o
conhece” (Jo 14.17), deixará de ser a força restringente e então homem do
pecado será revelado. “... O Espírito Santo continuará uma atividade divina
até o tempo fim, embora não como um restritor do mal através da Igreja”[13].
Portanto, O Anticristo é o representante
máximo de Satanás e sua mais perfeita representação (1Jo 2.18), um homem
maligno que estará à inteira disposição do Diabo, com o intuito de governar o
planeta em seu nome. Mas sua malignidade será maior nos últimos três anos e
meio da 70ª semana de Daniel (Dn 9.27), ou quarenta e dois meses (Ap
13.5), ou ainda milduzentos e sessenta dias (Ap 11.3). Depois isto, será destruído pelo
“assopro” da boca do Rei dos Reis e Senhor dos Senhores.
Sugiro a leitura do livro em PDF, Anticristo, porDavid W. Dyer:
[2] Todas as referências bíblicas
utilizadas neste artigo são da versão ACF – Almeida Corrigida Fiel. Disponível
em: <https://www.bibliaonline.com.br/acf>. Acesso em: 25/04/2021.
[3]SCOFIELD, C. I. Nota de Daniel 7.8.
In: Bíblia Sagrada (ARA). São Paulo: Imprensa Batista Regular do Brasil:
1987.
[7] SCOFIELD (Op Cit., Nota 3). Nota
sobre Apocalipse 18.2.
[8] In: BANZOLI,
Lucas. Quem é a Babilônia do Apocalipse? Disponível em:
<http://heresiascatolicas.blogspot.com/2015/01/quem-e-babilonia-do-apocalipse.html>.
Acesso em: 29/04/2021.
[12] Lição 10: O governo do Anticristo,
03/06/2012. Disponível em: <https://escola-ebd.com.br/licao-10-o-governo-do-anticristo/>.
Acesso em: 29/04/2021.
[13] SCOFIELD (Op. Cit., Nota 2). Nota
sobre 2 Ts 2.3ss.