Translate

Mostrando postagens classificadas por relevância para a consulta Setenta Semanas. Ordenar por data Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens classificadas por relevância para a consulta Setenta Semanas. Ordenar por data Mostrar todas as postagens

26 maio 2020

As Setenta Semanas de Daniel: o que está determinado para Israel


“Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade, para cessar a transgressão, e para dar fim aos pecados, e para expiar a iniquidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e para ungir o Santíssimo. Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar, e para edificar a Jerusalém, até ao Messias, o Príncipe, haverá sete semanas, e sessenta e duas semanas; as ruas e o muro se reedificarão, mas em tempos angustiosos. E depois das sessenta e duas semanas será cortado o Messias, mas não para si mesmo; e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até ao fim haverá guerra; estão determinadas as assolações. E ele firmará aliança com muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oblação; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até à consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador” (Dn 9.24-27 – ACF).

O profeta Daniel, cujo significado é “Deus é meu juiz”, foi levado ainda jovem à Babilônia, na primeira deportação de Nabucodonosor, em 604 a.C., no reinado de Jeoaquim, rei de Judá (Dn 1.1).
Profeticamente, o prazo para os judeus ficarem na Babilônia seria de setenta anos (Jr 25.11 e Dn 9.2). E, no capítulo 9, enquanto Daniel orava e analisava as profecias de Jeremias – setenta anos de cativeiro –, o anjo Gabriel apareceu para ele e revelou o que está sintetizado no verso 24: fim da transgressão e dos pecados, expiação da iniquidade, aplicação da justiça eterna, selo da visão e da profecia e unção dos santos. A explicação destes objetivos está nos versículos seguintes (vs. 25 a 27): as setenta semanas.
1.  Nosso Calendário x Calendário Bíblico
Para melhor entendermos as datas mencionadas no texto de Daniel, é importante destacarmos os conceitos de calendário, tanto o “universal”, o Calendário Cristão ou Gregoriano, quanto o Calendário Bíblico.
O nosso calendário, o Gregoriano, considera um ano médio de 365,25 dias: um ciclo de 3 anos de 365 dias e um de 366, chamado ano bissexto. Mas mesmo assim, este formato que estava em vigor desde Júlio Cesar, apresentava uma diferença de 3 dias a cada 400 anos. Para resolver o problema, o Papa Gregório XIII, seguindo um conselho de sábios, propôs em 1582, a supressão de 3 anos bissextos de 400 em 400 anos. Desta forma, passou-se a considerar um dia a mais a cada 4 anos e ao final de 400 anos desconsidera-se este dia. Por exemplo, o ano 2000 deveria ter sido bissexto por ser múltiplo de 4 anos, mas não foi, por causa do acordo feito em 1582, pois era final de uma série de 400 anos[1].
E o Calendário Bíblico (Hebraico)[2]? Este calendário, que é lunar, considera meses de 30 e de 29 dias, tendo algumas variações em relação ao nosso calendário. Mas para efeito de aproximações (datas arredondadas), consideramos o ano bíblico de 360 dias ou 12 meses de 30 dias. Entendemos que é nesse sentido (aproximado) que as expressões “1.260 dias” ou “42 meses” de Apocalipse 12.6 e 13.5, respectivamente, por exemplo, equivalem a 3 anos e meio. Ex.: 1.260 / 360 = 3,5 anos; ou 42 / 12 = 3.5 anos, respectivamente, repito. Veja ainda as expressões “...tempo, dois tempos e metade dum tempo” (Dn. 7:25), também correspondendo a 3,5 anos ou 1260 dias.
Mas estudiosos dispensacionalistas ou fundamentalistas como o Dr. C. I. SCOFIELD[3], por exemplo, considera que as 70 semanas de Daniel são semanas de anos:
As ‘setenta semanas’ da profecia são semanas de anos, uma importante medida de tempo sabática do calendário judeu. A transgressão da ordem de se guardar o ano inteiro trouxe o juízo do cativeiro babilônico e determinou sua duração de setenta anos. Comp. Lv. 25:1-22; 26:33-35; IICr. 36:19-21; Dn. 9:2. Compare também Gn. 29:26-28 quanto ao uso de ‘semana’ indicando sete anos.  
Assim entendido, consideramos a profecia sobre as “setenta semanas de Daniel” como sendo 490 anos, divididos desta forma:
·         70 x 7 = 490 anos ou um total de 176.400 dias;
·         Entendem-se que 69 semanas (anos) já se cumpriram (69 x 7 = 483 anos);
·         Falta o cumprimento da última semana, isto é, 7 anos ou 84 meses ou ainda 2.520 dias).
Vejamos cada período descrito no texto de Daniel em destaque.
2.    Tempo de restauração, e edificação de Jerusalém: 7 semanas ou 49 anos
Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar, e para edificar a Jerusalém... haverá sete semanas” (v. 25)
Estas “sete semanas”, mencionadas no verso 25, correspondem ao período entre a ordem para a saída do povo do cativeiro babilônico, ocorrida em 445 a.C., no vigésimo ano do rei Artaxerxes (Neemias 2)[4] e o fim da reconstrução da cidade de Jerusalém (Ne 6.15-16), correspondendo assim a sete semanas ou 49 anos.
Segundo o texto bíblico, as ruas e o muro da cidade seriam reedificados, “... mas em tempos angustiosos” (v. 25). O livro de Neemias relata esta dificuldade enfrentada pelo povo. Neemias encontrou adversários como Sambalate (Ne 4.1) e Tobias (Ne 4.3) entre outros, que os forçavam a trabalhar armados, pois a qualquer momento podiam ser atacados. “E disse eu [Neemias] aos nobres, aos magistrados e ao restante do povo: Grande e extensa é a obra, e nós estamos apartados do muro, longe uns dos outros. No lugar onde ouvirdes o som da buzina, ali vos ajuntareis conosco; o nosso Deus pelejará por nós. Assim trabalhávamos na obra; e metade deles tinha as lanças desde a subida da alva até ao sair das estrelas. Também naquele tempo disse ao povo: Cada um com o seu servo fique em Jerusalém, para que à noite nos sirvam de guarda, e de dia na obra” (Ne 4.19-22).
Apesar das perseguições, diz Neemias, “... acabou-se, pois, o muro aos vinte e cinco do mês de Elul [agosto/setembro]; em cinquenta e dois dias” (Ne 6.15), prosseguindo a partir daí com as atividades relacionadas à cidade e ao templo, pondo fim às primeiras sete semanas (49 anos), mencionadas em Daniel 9.25.
3.    Da edificação de Jerusalém à morte do Messias: 62 semanas ou 434 anos
“Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar, e para edificar a Jerusalém, até ao Messias, o Príncipe, haverá sete semanas, e sessenta e duas semanas; as ruas e o muro se reedificarão, mas em tempos angustiosos” (Dn 9.25).
Dividimos Daniel 9.25 em duas partes. A primeira, a qual já comentamos, referente a um período de 7 semanas (ou 49 anos), e esta segunda parte, um período de 62 semanas ou 434 anos, que vai da reconstrução da cidade de Jerusalém até à morte do Ungido ou Messias. “... isto é, alguém que é ao mesmo tempo ungido e também príncipe, ou, em outras palavras, alguém que é sacerdote e príncipe. Existe apenas Um para Quem podem aplicar-se essas palavras, a saber. Jesus, que é o Cristo.”[5]
A expressão “será cortado o Messias” (Dn 9.26) subtende a morte de Jesus:
Da opressão e do juízo foi tirado; e quem contará o tempo da sua vida? Porquanto foi cortado da terra dos viventes; pela transgressão do meu povo ele foi atingido (Is 53.8).
E, quando Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito (Jo 19.30).
Quando isto aconteceu? Isto é, quando Jesus morreu? SCOFIELD fala da morte de Cristo como tendo ocorrido em 29 A.D. (d.C.). E, com a morte de Cristo – a morte do Ungido (Dn 9.26), cf. a versão NVI –,  entendemos que ocorreu o final da 69ª semana de Daniel, ou seja, 483 anos, desde que foi proferida a profecia. Mas pode referir-se também até o ano 70, com a queda de Jerusalém, pois entendemos que a frase “... o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário” (v. 26), esteja ligada ao final da 69ª semana.
Sobre a data da morte de Jesus, em 29 d.C., há outras fontes que indicam esta ou outra data próxima, 29 ou 30, como o Ministério Got Questions[6], por exemplo, que afirma:
Uma série de fatores nos permite identificar o ano da morte de Jesus. Sabemos que João Batista iniciou o seu ministério em 26 d.C., com base na nota histórica em Lucas 3:1. Jesus provavelmente começou o seu ministério logo após João ter começado o dele. Jesus então ministrou pelos próximos três anos e meio, aproximadamente. Assim, o fim de seu ministério teria sido c. 29-30 AD... Há argumentos acadêmicos que apoiam as duas datas [entre 30 e 33 AD, e entre 29 e 30 AD]... A data anterior (30 AD) parece estar mais de acordo com o que se deduz sobre o início do ministério de Jesus em Lucas 3:1[7].
4.    A 70ª Semana – 7 anos: o príncipe que há de vir
“... e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até ao fim haverá guerra; estão determinadas as assolações. E ele firmará aliança com muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oblação; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até à consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador” (Dn 9.26.27).
Até aqui entende-se o cumprimento de 483 anos, até à morte de Cristo. Observe que o “Messias” ou “Ungido’, nos versos 25 e 26, refere-se ao “Príncipe” – com P (maiúsculo) – e ainda no verso 26, aparece também outro “príncipe’ – com p (minúsculo). E o povo ligado a este (príncipe), diz o verso 26, “... destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até ao fim haverá guerra; estão determinadas as assolações”. Veja também: “Então Pilatos, vendo que nada aproveitava, antes o tumulto crescia, tomando água, lavou as mãos diante da multidão, dizendo: Estou inocente do sangue deste justo. Considerai isso. E, respondendo todo o povo, disse: O seu sangue caia sobre nós e sobre nossos filhos” (Mt 27.24,25). Esta profecia, relacionada à destruição de Jerusalém por Roma, ocorreu no ano 70.
O dia 30 de agosto do ano 70 d.C.  marcou o fim do cerco romano a Jerusalém. O evento foi um dos mais sangrentos da primeira guerra judaico-romana. Durante o conflito, o exército de Roma, comandado pelo futuro imperador Tito, cercou e conquistou a cidade, que era controlada por facções rebeldes da Judéia desde o ano 66 d.C.[8]
E depois disto – destruição de Jerusalém –, entendem os estudiosos, que há um hiato – um longo parêntese – entre a destruição de Jerusalém e a aliança (acordo) que o príncipe fará com muitos por uma semana – a última (70ª), conforme o verso 27. Neste hiato acontecem guerras e assolações.
Este futuro príncipe tem relação com o “pequeno chifre”, referido em Daniel 7.8. Bem, este pequeno chifre surge dentre outros dez chifres de um “... quarto animal, terrívelespantoso...” (verso 7). Este animal “terrível e espantoso” refere-se ao Império Romano que teve seu fim em 476 d.C. Mas
o ex-Império Romano (o reino de ferro de 2:33-35, 40-44; 7:7) terá dez chifres (isto é, reis, Ap. 17:12), correspondentes aos dez artelhos da imagem. Considerando esta visão dos dez reis, Daniel vê que entre eles levantam-se um ‘outro pequeno’ chifre (rei?) que subjuga três dos dez reis de maneira tão completa que a identidade separada dos seus reinos é destruída. Sete reis dos dez são deixados, e o ‘outro pequeno’ chifre que é ‘um príncipe, que há de vir’, de 9:26, a ‘abominação’ de 12:11 e Mt. 24:15. E a ‘besta do mar’ de Ap. 13.1-10. Ele será o chefe do quarto império mundial restaurado (Besta, veja Ap. 19:20...)[9].
Assim como Scofield, outros também acreditam (interpretam) que o antigo Império Romano será restaurado, uma vez que as características do “príncipe” ou “Anticristo” ..., ao qual Daniel se refere, tem relação com os romanos, como vimos acima. “O ‘príncipe que há de vir’ é uma referência ao Anticristo, o qual, ao que parece, terá alguma ligação com Roma, já que foram os romanos que destruíram Jerusalém[10]”. Os adventistas afirmam categoricamente que sobre o Anticristo, trata-se de um papa, por causa de sua ligação com Roma até no nome da Igreja: Católica Romana. Não sendo esta hipótese, não dá como descartar alguma outra instituição, organização, bloco de países etc. que tenha a ligação com o “povo do príncipe, que há de vir”, e que já veio, e já sabemos que foram: os romanos.
Vale destacar também que este hiato, repito, é chamado de “tempo dos gentios”. Quando falava sobre a destruição de Jerusalém, Jesus disse também, em relação aos judeus: “E cairão ao fio da espada, e para todas as nações serão levados cativos; e Jerusalém será pisada pelos gentios, até que os tempos dos gentios se completem” (Lc 21.24). A Igreja Cristã é a assembleia ou corpo de Cristo, formada por judeus e gentios (aqueles que não são judeus), sendo que estes últimos – a maioria dos crentes –, correspondem àqueles que receberam, e continuam recebendo, Jesus, conforme João 1.11,12: “Veio [o Verbo/Jesus] para o que era seu [Israel], e os seus não o receberam. Mas, a todos quantos o receberam [gentios], deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome”.
Portanto, durante o período entre a sexagésima nona e a septuagésima semana deve intervir todo o período da Igreja apresentado no N.T. A interpretação que atribui a última das setenta semanas ao fim dos tempos é dos Pais da Igreja. Quando esta septuagésima semana era mencionada durante os dois séculos e meio da Igreja Cristã, quase sempre era atribuída ao fim dos tempos. Irineu coloca o aparecimento do Anticristo ao fim dos tempos na última semana; na verdade, ele assegura que o período da tirania do Anticristo vai durar exatamente meia semana ou três anos e seis meses. Assim da mesma maneira, Hipólito declara que Daniel ‘indica o aparecimento dos sete anos que serão os últimos tempos’[11].
O tempo dos gentios, que tem seu início, na verdade, com o começo do cativeiro de Judá, por Nabucodonosor, funde-se com o da Igreja, portanto, é um período que não é contado como dentro das 70 semanas, pois não correspondem ao “teu povo e a tua santa cidade”, ou seja, a Israel e à Jerusalém. Há consenso também entre os estudiosos de visão dispensacional e pré-milenista que o arrebatamento da Igreja mencionado em 1 Tessalonicenses 4:13-18, aconteça antes que a 70ª semana comece[12], mas este é assunto para um próximo artigo (estudo). O certo é que a profecia de Daniel é para o “teu povo” (v. 24), isto é, o povo de Daniel, Israel, repito, e “com muitos” de seu povo – acreditamos que nem todos aceitarão –, o príncipe ou Anticristo fará uma aliança  por 7 anos, sendo que na metade da semana, 3 anos e meio (v. 27); ou 1260 dias (Ap 12.6); ou ainda 42 meses (Ap 13,5), ele romperá o acordo “... e terá começo uma feroz perseguição que se prolongará pelos 3 ½ anos restantes do sete [última semana ou 7 anos], quando Cristo então retornará em companhia de Seus santos a fim de reinar por mil anos[13].
O final do versículo 24 de Daniel 9 diz: “... para trazer a justiça eterna, para selar a visão e a profecia, e para ungir o Santo dos Santos”. Estas promessas finais das Setenta Semana de Daniel ocorrerão com a presença do Messias entre “teu povo” e na “tua santa cidade”, portanto, é a revelação de Jesus, na sua segunda vinda, para salvar o Israel remanescente (Is 10.22; 11.9; Rm 9.27), ao qual Zacarias diz corresponder à “terceira parte”, e que será provada como a prata. Este remanescente, a terceira parte, “... invocará o meu nome, e eu a ouvirei; direi: É meu povo, e ela dirá: O SENHOR é meu Deus” (Zc 13.9).
Zacarias 14 é o desfecho da história de Israel que ajuda a entender o final da profecia a Daniel: ajuntamento das nações – Armagedom (v. 2 – Copara com Ap 16.13-16; 19.17); o livramento de Israel entre as nações (v. 3); a volta de Jesus ao Monte das Oliveiras, acompanhado de mudanças físicas na terra, na região de Israel – abertura do Monte das Oliveiras e aparecimento de um rio (vs. 4-8) e, por fim, o estabelecimento do reino e a benção total da terra (v. 9-21):
E o Senhor será rei sobre toda a terra; naquele dia um será o Senhor, e um será o seu nome... e não haverá mais destruição, porque Jerusalém habitará segura (Zc 14.9-11).



Notas:

  1. O calendário gregoriano, que usamos no Ocidente, é o resultado de uma adaptação do calendário juliano (romano), ocorrida em 1582, ordenada pelo pala Gregório XIII, no sentido de “... ajustar o ano civil, o do calendário, ao ano solar (...) Para adequar a data da Páscoa com o equinócio de primavera no Hemisfério Norte, o papa Gregório XIII ordenou que o dia seguinte a 4 de outubro de 1582 passasse a ser o dia 15 de outubro. Um salto de 11 dias! Para diminuir a defasagem, os dias bissextos não ocorreriam nos anos centenários (terminados em 00), a não ser que fossem divisíveis de forma exata por 400”. Disponível em: <https://escolakids.uol.com.br/historia/historia-do-calendario.htm>. Acesso em: 19/05/2020.
  2. Sobre os nomes e as variações dos meses e das horas em relação ao calendário hebraico ou bíblico, veja o artigo <https://bibliacompartilhada.com/calendario-biblico/>. Acesso em: 19/05/2020.
  3. SCOFIELD, C. I. Notas de Daniel 9.24-27. In: Bíblia Sagrada (ARA). São Paulo: Imprensa Batista Regular do Brasil: 1987.
  4. Considerei aqui o Decreto de Artaxerxes, mas outros consideram o Decreto de Ciro, mencionado em Ed 6.3: “No primeiro ano do rei Ciro, este baixou o seguinte decreto: A casa de Deus, em Jerusalém, se reedificará para lugar em que se ofereçam sacrifícios, e seus fundamentos serão firmes; a sua altura de sessenta côvados, e a sua largura de sessenta côvados”. Este decreto é datado de volta do ano 536 a.C.
  5. SHEDD, Dr. Russel P. (Editor). O Novo Comentário da Bíblia, Vol. II. São Paulo: Vida Nova: 1983 (Reimpressão), pág. 829.
  6. Got Questions Ministriesum ministério que “busca glorificar o Senhor Jesus Cristo disponibilizando respostas bíblicas, apropriadas e rápidas a perguntas relacionadas à espiritualidade através do ambiente da internet”.
  7. Disponível em: <https://www.gotquestions.org/Portugues/que-ano-Jesus-morreu.html>. Acesso em: 21/05/2020.
  8. Cerco romano a Jerusalém termina em banho de sangue”. Disponível em: <https://br.historyplay.tv/hoje-na-historia/cerco-romano-jerusalem-termina-em-banho-de-sangue>. Acesso em: 23/0/5/2020.
  9. SCOFIELD. Vide Nota 3.
  10. O que são as setenta semanas de Daniel?”. Disponível em: <https://www.gotquestions.org/Portugues/setenta-semanas.html>. Acesso em: 23/05/2020.
  11. SHEDD, Dr. Russel P. Vide Nota 5.
  12. Por exemplo, Alexandre DUTRA. Disponível em: <https://www.gospelprime.com.br/setenta-semanas-daniel-messias/>. Acesso em: 23/05/2020.
  13. SHEDD, Dr. Russel P. Vide Nota 4., pág. 830.

= = = = = = = = = = = = = = = = = = 
  • Sugiro o estudo do Pastor Armando Bispo sobre o assunto, acessando o vídeo a seguir:

= = = = = = = = = = = = = = = = = = 
    Para visualizar e/ou imprimir este artigo em PDF, acesse:


    = = = = = = = = = = = = = = = = = = 

    14 outubro 2023

    Sionismo e sionismo cristão

     Sionismo e sionismo cristão

    Por Alcides B. de Amorim



    Sobre a relação da Igreja e a sociedade mundial com Israel, já destacamos aqui algumas postagens, como: A Igreja e Israel no Novo Testamento; Semitismo, Antissemitismo e Xenofobia; As Setenta Semanas de Daniel… e agora destaco o que é sionismo e porque a maioria dos cristãos o defende. E para tanto, quero utilizar os textos quase na íntegra de D. A. Rausch [1], um resumo de Fritz May e o vídeo de Marcos Granconato.

    . . . . . . . . . . . . .

    1. O que é sionismo


    Este termo [sionismo] refere-se à filosofia da restauração do povo judeu a "Sião”, que no começo da história judaica era identificado com Jerusalém. Depois de os romanos expulsarem os judeus de Jerusalém em 135 d.C., essa ideia de "Sião" nunca se separou completamente do pensamento judaico, e as orações dos judeus (tanto individuais como coletivas) enfatizavam o desejo de voltarem à sua pátria. O judeu religioso sonhava com um período final de derradeira libertação da sua dispersão entre as nações e de uma volta à Terra Prometida. Um pequeno número de judeus sempre tinha permanecido na Palestina, e os números foram aumentados pelos refugiados da Inquisição Espanhola em 1492. Apesar disso, para muitos judeus, a noção de uma volta física para a Palestina parecia um sonho ilusório e até mesmo impossível.

    Durante o século XIX, a ascensão da literatura hebraica, do nacionalismo judaico, e, principalmente, de um novo surto de anti-semitismo, estimulou grupo como Hoveve Zion (“Amantes de Sião") a levantarem recursos financeiros para os judeus que se estabeleciam na Palestina. Os pogroms na Rússia czarista depois de 1881 tiveram como resultado milhares de refugiados tomados pelo pânico, que perceberam que a Palestina seria seu melhor lugar de refúgio. As colonias agrícolas eram patrocinadas, também, por benfeitores como o Barão Edmond de Rothschild.

    O sionismo pré-moderno enfatizava um tema religioso e uma colonização pacifica do território. Com a publicação de Der Juden-staat ("O Estado Judaico") por Theodor-Herzl em 1896, no entanto, nasceu o sionismo politico e, com ele, o conceito moderno do sionismo. Abriu-se uma nova era na história Judaica quando Herzl, um jornalista austríaco, deixou a defesa da assimilação Judaica adotando a crença de que o anti-semitismo seria inevitável enquanto a maioria do povo judaico vivesse fora da sua pátria. Ele expunha esforços políticos, econômicos e técnicos que, segundo acreditava, eram necessários para criar um Estado judaico que funcionasse. O primeiro Congresso Sonista reuniu-se em 1897, e mais de duzentos delegados do mundo inteiro adotaram o Programa de Basileia. Esse programa ressaltava que o sionismo queria criar uma pátria legalizada na Palestina para o povo judeu, e que promoveria a colonização, criaria organizações mundiais para unir os judeus, fortaleceria a consciência nacional judaica e obteria o consentimento dos governos do mundo.

    O pensamento de Herzl era puramente secular; na realidade, ele era agnóstico. A maioria dos seus seguidores, no entanto, eram judeus ortodoxos, do sudeste da Europa, e embora Herzl se opusesse a transformar o sionismo numa sociedade cultural, religiosa ou de colonização gradativa, fez concessões a seus defensores. Essa aliança frágil indica as muitas facetas do sionismo durante o século XX. Para Herzl, o alvo principal do sionismo era obter uma carta magna politica que concedesse aos judeus os direitos de soberania na sua pátria. Pouco depois da sua morte em 1904, aproximadamente setenta mil judeus já tinham se estabelecido na Palestina. Uma maioria (pelo menos 60 por cento) habitavam nas cidades. O sionismo foi transformado num movimento de massa e poder politico durante a Primeira Guerra Mundial. Em 1917, os britânicos promulgaram a Declaração Balfour [2], que favoreceu o estabelecimento de um lar nacional dos judeus na Palestina.

    O sionismo era um movimento minoritário e encontrava oposição mesmo dentro da comunidade judaica. O Judaísmo Reformado dos Estados Unidos, por exemplo, acreditava que os judeus não tinham condições de enfrentar os rigores da Palestina, onde grassavam a fome e a peste. Além disso, alegavam que a Palestina já não era um país judaico, e que os Estados Unidos representavam "Sião". Segundo esses judeus não-sionistas, o sionismo estava lesando a harmonia do judaísmo e apenas servia para provocar a inimizade dos russos. Somente o horror do assassinato em massa de cem mil judeus por unidades do exército russo entre 1919 e 1921, e, finalmente, o horror do holocausto nazista durante a Segunda Guerra Mundial, quando foram exterminados seis milhões de judeus, reuniu os sionistas e os não-sionistas no apoio à Palestina como uma república judaica – um porto seguro para os perseguidos e os desabrigados. Em novembro de 1947, um plano de dividir a região para criar um estado judaico, endossado tanto pelos Estados Unidos como pela União Soviética, foi adotado pela Assembleia Geral das Nações Unidas. O Estado de Israel foi formalmente reconhecido 14 de maio de 1948, quando terminou o domínio britânico. À medida que o novo Estado se fortalecia, a definição do sionismo, e aquilo que deve ser seus alvos propósitos atuais, têm sido debatidos calorosamente dentro da própria Organiza Sionista Mundial. A partir de 1968, a ênfase da aliyah (a migração pessoal para Israel) tem sido entendido por muitos como um alvo final, ainda que controvertido.

    O sionismo tem sido ajudado nos séculos XIX e XX pelos "sionistas cristãos”. Por causa da sua escatologia pré-milenista, os evangélicos fundamentalistas têm dado apoio especial ao retorno do povo judaico a Israel, e ao próprio Israel no século XX.

    2. Sionismo Cristão

    Os cristãos têm desempenhado um papel importante no apoio ao retorno do povo judeu a "Sião". Dentro da tradição milenista, a convicção de que s judeus voltariam à Palestina veio a ser um dogma importante. À medida que pré-milenismo foi conquistando terreno durante o século XIX, formando o coração do movimento fundamentalista antigo, os adeptos não somente acreditavam que o povo Judeu voltaria, como também se pronunciavam abertamente a favor do direto de os judeus serem reconduzidos à sua pátria original. Até mesmo antes de Der Judenstaat de Theodor Herzl, o evangélico fundamenta-lista William E._Blackstone [3] propunha o reestabelecimento de um Estado Judaico e circulou uma petição conclamando os Estados Unidos a devolverem a terra da Palestina ao povo judeu. A Petição de Blackstone de 1891 foi assinada por 413 líderes cristãos e judeus de destaque, e foi distribuída às principais nações do mundo através do Departamento do Estado. Durante a Primeira Guerra Mundial, Blackstone persuadiu o Presidente Woodrow Wilson a fazer mais uma petição, e em 1918 foi convidado a falar diante de uma concentração sionista em Los Angeles.

    Outros cristãos, tais como William H. Hechler, amigo intimo de Herzl, trabalhavam diligentemente para promover o sionismo político como a solução final para a questão judaica. Hechler tentava encorajar chefes de estados (inclusive o sultão turco que controlava a Palestina) a apoiarem as propostas de Herzl, e acompanhou Herzi à Palestina em 1898 para um encontro com o kaiser. O apoio de tais sionistas cristãos em muitos países influenciou a ação politica, e mesmo a Declaração Balfour de 1917 foi o resultado de atividade religiosa e não apenas politica. Os sionistas cristãos, como indivíduos, provinham de uma ampla gama de tradições teológicas. Até mesmo o protestantismo liberal, que historicamente se opunha ao sionismo, contribuiu com clérigos através de organizações como o Concilio Cristão para a Palestina durante a Segunda Guerra Mundial.

    Ainda assim, são os evangélicos fundamentalistas que, por causa da sua escatologia pré-milenista, têm dado mais apoio à restauração do povo judeu à terra de Israel, e à própria nação de Israel no século XX. Na sua revista Our Hope ("Nossa Esperança"), Arno C. Gaebelein defendia, desde 1894 até 1945, não somente o retorno do povo judeu à Palestina, como também que eles tinham um direito inerente de posse aquela terra. Quando Israel tornou-se um Estado em 1948, os cristãos que enfatizavam as profecias consideravam que se tratava de um milagre de Deus. Na década de 1960 o protestantismo liberal fazia apelos a favor da "internacionalização" da cidade de Jerusalém, mas o evangélico fundamentalista declarava que a Bíblia a dava ao povo judeu. Depois da Guerra de Seis Dias em 1967, a Concilio Nacional de Igrejas condenou o fato de Israel ter anexado a Cidade Velha de Jerusalém. Por outro lado, os evangélicos fundamentalistas regozijavam-se e insistiam que Deus tinha feito com que o povo Judaico saísse vencedor, a despeito da opressão e dos obstáculos impostos pelo mundo.

    Em 30 de outubro de 1977, Billy Graham deu destaque a décadas de apoio a Israel, ao fazer uma preleção diante da reunião do Conselho Executivo Nacional do Comitê Judaico Norte-Americano, quando conclamou os Estados Unidos a se rededicar à existência e à segurança de Israel. No Congresso Bicentenário da Profecia em Filadélfia no ano anterior, uma proclamação que apoiava Israel tinha sido assinada por onze evangélicos fundamentalistas de destaque. Recebeu, então, sete mil assinaturas adicionais rapidamente, e foi apresentada ao embaixador do Estado de Israel. Declarações de apoio também tem aparecido em anúncios de páginas inteiras nos jornais – vários no jornal New York Times.

    Esse inequívoco sionismo cristão não tem passado sem receber ataques. Tem sido criticado mesmo dentro do evangelicalismo, como uma filosofia politica errônea baseada numa interpretação espúria da Bíblia que declara que a Palestina moderna é o território especial dos judeus. Esses criticos argumentam que o sionismo cristão desconsidera totalmente os direitos do povo árabe palestino, e que os judeus, já há muito tempo, perderam seu direito à Terra Prometida por causa da sua infidelidade.

    . . . . . . . . . . . . .

    O que são sionistas cristãos (destaques)?

    “Sionistas cristãos são pessoas:

    • que creem no Senhor Jesus Cristo.
    • que têm raízes espirituais inseparavelmente ligadas com o povo de Israel.
    • que promovem e incentivam a volta do povo judeu a Sião com todos os meios disponíveis (oração, recursos, diálogo).
    • que amam e visitam Jerusalém e a terra de Israel (Sião), para aprofundarem a sua fé e sua relação com Israel.
    • que se empenham pelo direito à existência do povo e da terra de Israel entre o Mediterrâneo e o Jordão e que demonstram amor e solidariedade para com pessoas judias (Is 62.1ss).

    Um pouco mais sobre a base do sionismo, em:


    Notas:

    • [1David A. Rausch: Professor PhD na Universidade Estadual de Kent. Professor de História Eclesiástica, Universidade de Guelph, Ontário, Canadá. "Ele serviu como presidente do Departamento de História e Ciência Política da Ashland University… e escreveu centenas de artigos e pelo menos trinta e nove livros”. O texto a seguir é uma contribuição à Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã (Vide Referência bibliográfica).

    • [2] Leia mais aqui sobre a Declaração de Balfour, documento “… em que os britânicos comprometeram-se a criar um lar para os judeus - por isso, ele pode ser usado como um marco para o início da formação do Estado de Israel...”.

    • [3] Na Petição de 1891 Blackstone comentou, em relação aos judeus: “Por que não lhes devolver a Palestina? De acordo com a distribuição das nações feita por Deus, a Palestina é a sua terra natal — uma possessão inalienável da qual eles foram expulsos à força. Quando eles a cultivavam, era uma terra extraordinariamente frutífera que sustentava milhões de israelitas; eles diligentemente lavravam as suas encostas e vales. Eram agricultores e produtores, bem como se constituíam numa nação de grande importância comercial — o centro da civilização e da religião [...] Cremos que este é o momento adequado para que todas as nações, principalmente as nações cristãs da Europa, demonstrem benevolência para com Israel. Um milhão de exilados que, devido ao seu terrível sofrimento, imploram, de forma comovente, a nossa compaixão, justiça e humanidade. Restauremos-lhes agora a terra da qual eles tão cruelmente foram despojados pelos nossos ancestrais Romanos". In: <Blackstone e o Sionismo cristão>. Acesso em 12/10/2023.


    Referência bibliográfica:

    • RAUSCH, David A. Sionismo / Sionismo Cristão. In: Enciclopédia Histórico-Teológica. Editor Walter A. Elwell. Vol. III. São Paulo: Vida Nova: 1988, Pág. 400 a 403 (Texto adaptado).

    17 dezembro 2024

    Ciro, o persa... e outros

    Por: Alcides Barbosa de Amorim

    O rei Ciro, ao qual nos referimos aqui, também chamado de Ciro II e Ciro, o Grande, foi responsável pela formação do Império Persa e a efetivação de uma política de expansão territorial, consolidando um dos maiores impérios da Antiguidade. E também foi um instrumento de Deus em favor de Israel, chamado inclusive por Deus de “meu pastor” e meu “ungido”.

    Ciro, o grande, com o seu cilindro [1]

    1.  Ciro e o Império Persa

    O planalto do Irã, região montanhosa e desértica, situado à leste do Crescente Fértil [2], entre a Mesopotâmia e a Índia, foi povoado pelos medos e pelos persas. A princípio, os persas eram dominados pelos medos. Essa situação se inverteria por volta de 559 a.C., pois nessa época, sob o comando de Ciro, os persas dominaram os medos e passaram a controlar a região.

    Com Ciro, os persas se estenderam por um largo território e conquistaram vários reinos como Babilônia, Egito, Reinos da Lídia, Fenícia, Síria, Palestina e regiões gregas da Ásia Menor. Ciro governou entre 559 e 530 a.C.

    Ciro era descendente de Teispes, neto de Ciro I e filho de certo Acaemênio Cambises. Dentre suas virtudes destacamos o fato de que ele respeitava os costumes e religiões dos povos conquistados e defendia os direitos humanos. Por conta disto Ciro gozava de elevada reputação também entre os judeus.

    Ciro era da Dinastia Aquemênida e depois dele, segue a lista de reis desta dinastia [3]: Cambises II (530-522 a.C.); Esmérdis (522 a.C.); Dario I, o Grande (522-486 a.C.); Xerxes I (486-465 a.C.); Artaxerxes I (465-424 a.C.) etc., até a conquista do Reino por Alexandre, o Grande (336-323 a.C.). Para nosso propósito, no entanto, queremos destacar apenas a pessoa de Ciro, o Grande, e como ele chegou à Babilônia, em 539 a.C., pondo fim à hegemonia babilônica, como – teologicamente falando – um instrumento de Deus para a realização de sua vontade naquele momento histórico, sobretudo em favor de Israel.

    2.  Ciro e a conquista de Babilônia

    Em Isaías 44.28 se lê: “Que digo de Ciro: É meu pastor, e cumprirá tudo o que me apraz, dizendo também a Jerusalém: Tu serás edificada; e ao templo: Tu serás fundado”. Ligando os textos bíblicos com a história, sabemos que aqui foi a primeira vez que Ciro é mencionado pelo nome. E o nome Ciro foi profetizado por Isaías cerca de mais de 150 anos antes de ele nascer, pois Isaías profetizou entre 740 e 701 a.C. e Ciro, o persa, reinou entre 559 e 530 a.C.

    Deus governa sobre toda a terra usando pessoas como instrumentos para cumprirem seus propósitos. No texto de Isaías 44.24 até 45.25, o instrumento que Deus usou foi Ciro, chamando-o, inclusive de “meu pastor” (44.28) e “ungido” (45.1). Com esse último título (ungido), por exemplo, Ciro é, em determinado sentido, considerado o precursor gentio, ou tipo do Messias: Jesus Cristo. W. Fitch [4] destaca que “... Flavo Josefo (Antiguidades [5], 11:1, seção 2) registra que mostraram a Ciro esta profecia quando ele entrou na Babilônia, resolvendo logo o monarca dar-lhe cumprimento...”. Sabe-se que Isaías faleceu provavelmente em 701 a.C., e em seu trabalho sobre o assunto Gabriel Girotto Lauter afirma que “... isso faz com que muitos tenham dificuldade em crer que se trata de uma profecia genuína, mas defendem que essa porção do livro tenha sido escrita no período em que os fatos aconteceram...[6]”. Mas, como sabemos pelas Escrituras, Deus anuncia o “fim” desde o “princípio” e “... desde a antiguidade as coisas que ainda não sucederam...” (Is 46.10).

    Considera-se que a expressão “Que diz a profundeza: ‘seca-te’” (Is 44.27) seja um ardil de que Ciro se serviu para conquistar Babilônia. Nabonido era o rei na época e foi o último governante da Babilônia. “Por artes de engenharia, [Ciro] desviou as águas do Eufrates do seu curso através da cidade, e fez com que os seus soldados entrassem nela pelo leito seco do rio” (Fitch, Nota 4). Isto ocorreu em 539 a.C. Mas, segundo ainda Lauter, “... as tropas de Ciro sitiaram a cidade e seu general entrou nela sem precisar lutar. O povo da Babilônia recebeu Ciro como libertador e não como conquistador...” (Idem, Nota 6). Heródoto, segundo Fitch, informa ainda que “... as portas de Babilônia eram em número de cem. Todas elas se abrirão [abriram] de par em par, revelando tesouros ocultos, escondidos nas caves e lugares secretos da cidade[7]. Bem, podemos resumir o que diz a Bíblia acerca de Ciro, assim, conforme os cinco primeiros versos do capítulo 45 de Isaías:

    • Deus escolheu Ciro como seu agente para cumprir sua divina vontade. E ai dos que se opusessem ao seu governo!
    • Deus o ungiria como rei, iria à sua frente e aplanaria as montanhas.
    • Deus arrebentaria portões de bronze e quebraria trancas de ferro.
    • Deus lhe daria tesouros escondidos e riquezas guardadas em lugares secretos.
    • Ciro cumpriria a vontade do Deus de Israel mesmo não conhecendo-O.

    Assim diz o SENHOR ao seu ungido, a Ciro, a quem tomo pela mão direita, para abater as nações diante de sua face, e descingir os lombos dos reis, para abrir diante dele as portas, e as portas não se fecharão. Eu irei adiante de ti, e endireitarei os caminhos tortuosos; quebrarei as portas de bronze, e despedaçarei os ferrolhos de ferro. Dar-te-ei os tesouros escondidos, e as riquezas encobertas, para que saibas que eu sou o Senhor, o Deus de Israel, que te chama pelo teu nome. Por amor de meu servo Jacó, e de Israel, meu eleito, eu te chamei pelo teu nome, pus o teu sobrenome, ainda que não me conhecesses. Eu sou o Senhor, e não há outro; fora de mim não há Deus; eu te cingirei, ainda que tu não me conheças...” (Is 45.1-5).

    3.    O decreto de Ciro e o fim do cativeiro

    Importante destacar que o Soberano Deus usa reis e outras importantes personalidades como Lhe apraz, seja para castigar ou abençoar o seu povo. Por exemplo, Deus usou também outro rei, este último, porém, com caráter e postura muito diferentes de Ciro, há uns 70 anos antes, por volta de 607 a.C., que foi Nabucodonosor, chamando-o “meu servo” (Jr 27.6), para castigar seu povo, levando-o cativo para a Babilônia. “E toda esta terra virá a ser um deserto e um espanto; e estas nações servirão ao rei de babilônia setenta anos” (Jr 25.11), disse o Senhor. Mas “... no ano primeiro de Dario [8], filho de Assuero, da linhagem dos medos, o qual foi constituído rei sobre o reino dos caldeus” (Dn 9.1), Daniel entendera pela leitura dos escritos de Jeremias (Dn 9.2), que o cativeiro estava chegando ao fim. E se pôs a orar ao seu Deus. A resposta vinda a ele pelo anjo Gabriel (Dn 9.21) fala da “... ordem para restaurar e para edificar Jerusalém...” (v. 25) até do surgimento do “... príncipe, que há de vir...” (v. 26), assunto do qual já falamos aqui.

    Sabemos que a ordem de saída trata-se do edito de Ciro, assinado em 538 a.C., que põe fim ao cativeiro babilônico. Isto significa que Ciro tomou esta decisão um ano após ter conquistado o Império Babilônico. Veja 2Cr 36.22,23; Ed 1.2; 5.13; 6.3. Ciro também devolveu os vasos pertencentes ao templo (Ed 1.7) e proveu fundos para a obra de reabilitação de Judá (Ed 3.7).

    O texto do decreto de Ciro tal como foi descrito em Esdras 1.1-4, “... poderia sugerir que Ciro cria em Jeová. No entanto, sabemos pelas inscrições do próprio Ciro que ele também atribuiu as suas vitórias ao deus babilônico Marduc. É provável que Ciro sentisse respeito por vários deuses em geral e redigisse os seus decretos a todas as nações. Provavelmente pediu a qualquer dirigente judaico (quem sabe se Daniel) para redigir o decreto de forma que este fosse aceitável para os judeus[9]. Ciro era benquisto por todos os seus governados, mas não alguém que se convertera ao Deus dos judeus. Mesmo assim, Deus o usou pois como Ele diz: “Eu fiz a terra, o homem, e os animais que estão sobre a face da terra, com o meu grande poder, e com o meu braço estendido, e a dou a quem é reto aos meus olhos” (Jr 27.5); “... o Altíssimo domina sobre os reinos dos homens e os dá a quem quer" (Dn 4.32). Aliás, a referência de Daniel 4.32, é uma continuação da explicação de Daniel a respeito do sonho que Nabuconosor teve, que dizia respeito à queda da “grande Babilônia”, assim considerada pelo rei. "A sentença sobre Nabucodonosor cumpriu-se imediatamente. Ele foi expulso do meio dos homens e passou a comer capim como os bois. Seu corpo molhou-se com o orvalho do céu, até que os seus cabelos e pelos cresceram como as penas de uma águia, e as suas unhas como as garras de uma ave” (Dn 4.33). O Império Persa também chegou ao fim, em 330 a.C. através do grande rei Alexandre da Macedônia. Veja: “Agora, pois, vou dar-lhe a conhecer a verdade: Outros três reis aparecerão na Pérsia, e depois virá um quarto rei, que será bem mais rico do que todos os outros. Quando ele tiver conquistado o poder com sua riqueza, instigará todos contra o reino da Grécia. Então surgirá um rei guerreiro, que governará com grande poder e fará o que quiser” (Dn 11.2-3). O rei guerreiro (poderoso) mencionado no verso 3 trata-se de Alexandre, o Grande. Mas o fim deste também já estava previsto: “Depois que ele [Alexandre] surgir, o seu império se desfará e será repartido para os quatro ventos do céu. Não passará para os seus descendentes, e o império não será poderoso como antes, pois será desarraigado e dado a outros” (v. 4). E assim, temos uma sucessão de reinos e governantes até a volta do”... REI DOS REIS E SENHOR DOS SENHORES” (Ap 19.16).

    4.  Existem “Ciros” nos dias atuais?

    Como dissemos acima, Deus usou no passado e ainda usa – no presente –, pessoas para exercerem determinadas tarefas segundo a sua vontade no mundo, sejam elas pessoas honestas, religiosas ou não. Normalmente – podemos afirmar – que Deus interfere na história quando determinados fatos têm relação direta com Israel. Devemos lembrar que segundo a Bíblia, quem não é judeu ou israelita é chamado de “gentio”[10(ou estrangeiro), e embora a graça de Deus abranja toda a humanidade [11], há uma aliança dEle específica com seu povo: Israel. De modo que todos que aceitam crer e servir a Deus, tornando-se parte da Igreja de Cristo, têm que ter em mente que o Deus em quem eles creem como cristãos é antes de tudo o Deus de Israel. Portanto, o Deus dos cristãos é o mesmo Deus dos judeus. Não é concebível ser cristão e antissemita, por exemplo. A propósito, veja este meu artigo sobre o assunto: Semitismo, antissemitismo e xenofobia.

    Seguindo este raciocínio, podemos dizer que outros “Ciros” (figurativamente e talvez de menor importância) foram e estão sendo usados hoje através da história, para o bem de Israel e de sua Igreja, assim como outros “Nabucodonosores”, “Faraós” ou “Herodes”..., mas para o castigo e/ou disciplina do seu povo. Interferência na história e negócios dos homens é um dos meios como Deus como “Senhor da História”. A tolerância dos pecados homens tem um tempo determinado por Deus. Assim, podemos dizer que Deus interviu em alguns momentos da história modificando seu rumo e permitiu em outros momentos as ações de governantes – inclusive tiranos – para um julgamento posterior. Diversas passagens bíblicas como Ezequiel 38 e 39, Zacarias 12 e 14, Apocalipse 14 etc., tratam do juízo de Deus no futuro, de nações rebeldes e inimigas de Israel. Disse Deus: “Por meu intermédio os reis governam, e as autoridades exercem a justiça; também por meu intermédio governam os nobres, todos os juízes da terra” (Pv 8.15,16 – NVI).

    Bem, sobre o holocausto, por exemplo, será que Hitler foi usado ou teve permissão de Deus para praticar aqueles horrores que ele fez aos judeus, matando cerca de seis milhões deles? Ele se gabava, por exemplo, de ter sido escolhido por Deus para castigar os judeus. Aliás, veja aqui, qual foi também a posição cristã católica (mais especificamente, do Papa Pio XII)  e protestante (principalmente de Dietrich Bonhoeffer) sobre as atitudes de Hitler durante a segunda guerra mundial.

    Em linhas gerais, como nos Estados Modernos não há reis com poderes absolutos (ou não deveriam ter) e sim democráticos, que dependem da escolha dos seus líderes pelos cidadãos de seus respectivos países, entendo – como um cristão conservador – que para errarmos menos, devemos votar em nossos representantes, seja do Poder Legislativo, mas principalmente do Executivo, que, em linhas gerais, sejam pró-Israel; defensores da cultura judaico-cristã – não se trata de defesa do etnocentrismo ocidental ou do cristianismo apenas –, conservadores que reconhecem os fundamentos do Cristianismo e da Bíblia como alicerce da civilização ocidental; defensores de princípios como honestidade, família tradicional (pai, mãe, filhos), liberdade de comércio, de imprensa e de crença (seja ela qual for); que sejam defensores do Estado laico e não laicismo... Além disso, por princípio, os conservadores são contrários ao Comunismo e defensores do Capitalismo. Como já falamos aquio conservadorismo implica em preservar valores, costumes e tradições da cultura judaico-cristã. Portanto, se alguém é antissemitista, e anticristão, por exemplo, não pode ser considerado um conservador, ao passo que na sociedade, alguém que mesmo não sendo ... cristão, mas aceita os valores cristãos como moral, ética etc., conseguem conviver muito bem com os conservadores...”.

    Votando então à questão de que se existem “Ciros” nos dias atuais, podemos afirmar que governantes que consideram os princípios acima sine qua non em sua administração podem ser um Ciro moderno. E acrescento que os que assim o fazem presenciam prosperidade econômica e social em seus países, com as devidas proporções, obviamente, porque na sociedade, aqueles que não aceitam tal postura lutam (e muito) contra suas aplicações das medidas que defendem.

    Um exemplo de líder político conservador que até certo ponto, pode se assemelhar a um “Ciro” moderno é Donald Trump nos EUA. Uma matéria do Portal Vox [12], publicada em março de 2018, trazia o título: A história bíblica que a direita cristã usa para defender Trump. A história bíblica é exatamente a de Ciro, o persa. Segundo a matéria, há até uma moeda mostrando Trump e Ciro lado a lado. O apelo e o desejo da direita estadunidense de ver Trump presidente do seu país (agora, novamente eleito), significa que esta (grande) parcela da sociedade norte-americana goza dos mesmos princípios que Trump. Acho que estas pessoas não esperam um Trump santo, mas um líder que defende os princípios descritos acima: judaico-cristãos e base da civilização ocidental. Mas o que mais leva em conta na comparação de Trump com Ciro é o fato de ambos defenderem Israel. A maioria dos que apoiam e votam em Trump, portanto conservadores, é cristã. E estes cristãos entendem que a bênção de Abraão está sobre os que apoiam os filhos de Abraão: “E abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gn 12.3).

    De 2016 para cá, passei a observar o perfil de outro líder político brasileiro: Jair Bolsonaro. Na época, eu ainda achava que PSDB, por exemplo, era partido de direita. Mas quando percebi que Bolsonaro não era bem quisto nem pela extrema esquerda e nem pelos psdbistas passei a questionar o porquê daquele deputado federa na época ser tão perseguido. Mais adiante, em setembro de 2018, quando levou uma facada acabei descobrindo que quem eu achava ser de direita, na verdade era apenas uma oposição faz-de-conta da extrema-esquerda. Foi nesta época que conheci a expressão de Olavo de Carvalho: “o teatro das tesouras”. A defesa da crença em Deus, de apoio a Israel, da família tradicional etc., foram os temas que mostram a grande diferença entre os verdadeiros conservadores e os demais. Jair Bolsonaro está sempre cercado de apoiadores e conta com grande popularidade dos conservadores, cristãos, em sua maioria. E mesmo inelegível (no momento, pelo menos – dezembro de 2024) [13] e mesmo depois de tanta perseguição que sofreu durante o seu governo (2019-2022), ainda mantém seu slogan: “Deus, Pátria, Família e Liberdade”. Portanto, embora odiado pela esquerda ele é recompensado pelo apreço da maioria dos cristãos por conta desta sua defesa dos mesmos princípios conservadores, mas que – podemos afirmar – seus princípios servem para todos. O país de Jair Bolsonaro é muito diferente do de Trump, e não teria a mesma relevância. Quando o Presidente dos EUA fala ou toma alguma medida, esta tem repercussão internacional. A mesma atitude de Jair Bolsonaro não teria o mesmo efeito, mas seu país e parte do mundo seriam beneficiados como já foi entre 2019 e 2022, em meio a um turbilhão de críticas de opositores, pandemia, justiça trabalhando contra e assim por diante. Por que ele não foi reeleito em 2022? Bem, este é assunto do qual não podemos falar hoje no Brasil. Outros líderes conservadores, como Javier Milei, na Argentina, Nayib Bukele em El-Salvador, Giorgia Meloni na Itália e outros seguem no mesmo caminho.

    Concluindo, o governo de Ciro, o persa, é visto como um governo ideal. Deus usou sua pessoa e outros como seus instrumentos e também abençoa os que têm os princípios conservadores como norteadores de suas administrações. Mas embora, mesmo sendo cidadãos que votamos para escolher nossos representantes, não podemos nos esquecer de que Deus governam as nações. E ao que espiritualmente observo, Deus está permitindo nosso país passar pelo que está passando: Judiciário aliado a um Executivo de extrema-esquerda, portanto contrário aos princípios conservadores. Diz a Palavra de Deus: “Todos devem sujeitar-se às autoridades governamentais, pois não há autoridade que não venha de Deus; as autoridades que existem foram por ele estabelecidas” (Rm 13.1). Por meu intermédio os reis governam, e as autoridades exercem a justiça; também por meu intermédio governam os nobres, todos os juízes da terra” (Pv 8.15,16). “Na verdade, as nações são como a gota que sobra do balde; para ele [o Senhor] são como o pó que resta na balança; para ele as ilhas não passam de um grão de areia” (Is 40.15). Que as Nações atuais tenham ou não seus Ciros, o certo é que:

    “Já refulge a glória eterna de Jesus, o Rei dos reis

    Breve os reinos deste mundo seguirão as Suas leis

    Os sinais da Sua vinda mais se mostram cada vez

    Vencendo vem Jesus...

    (...)

    E, por fim entronizado, as nações irá julgar

    Todos, grandes e pequenos, o Juiz hão de encarar

    E os remidos, triunfantes, lá no Céu irão cantar

    Venceu o Rei Jesus!!!”

    (in: Cantor Cristão: 112) [14].



    Notas / Referências bibliográficas
    :

    • [2] O Crescente Fértil “... corresponde a uma região do Oriente Médio, com aproximadamente 500 mil km2 de extensão. Está localizada entre a Jordânia, Líbano, Síria, Egito, Israel, Palestina, Irã, Iraque e parte da Turquia. Abriga grandes rios tal qual o Nilo, Tigre, Eufrates e Jordão. Todos eles tornaram a agricultura o principal meio de subsistência das primeiras grandes civilizações da antiguidade oriental... O ‘Crescente Fértil’ ou ‘Meia Lua Fértil’ recebe esse nome uma vez que a região, se olhada no mapa, possui a forma de uma lua em estágio crescente...”. In: <https://www.todamateria.com.br/crescente-fertil/>. Acesso em: 06/12/2024.
    • [4] FITCH, W. Isaías. Apud: SHEDD, Russel P., Editor. O Novo Comentário da Bíblia, Vol. I. São Paulo: Vida Nova, 1963 (1ª ed.)., pág. 724.
    • [5] FLÁVIO JOSEFO foi um escritor e historiador judeu do século I d.C. Dentre suas obras está Antiguidades Judaicas (AJ). As Antiguidades dos Judeus detalham a história do povo judeu desde a narrativa da criação (Gênesis no Antigo Testamento) a época da escrita de Josefo (Novo Testamento e depois).
    • [6] LAUTER. Gabriel Girotto. Um estudo das profecias sobre Ciro presentes no livro do profeta Isaías. Disponível em:  <https://revista.batistapioneira.edu.br/index.php/ensaios/article/view/102/141>. Acesso em: 09/12/2024.
    • [7] In: FITCH, Nota 4, pág. 724.
    • [8] Dario I, o Grande (522-486 a.C.), foi o quarto rei da Dinastia Aquemênida. Como o Decreto de Ciro, dando oportunidade para os judeus voltarem para sua terra foi assinado em 538 a.C., entende-se que esta oração de Daniel ocorreu cerca de pelo menos uns trinta anos depois. E muita gente ainda não tinha voltado para Israel nesta época.
    • [9] WRIGHT, J. Stafford. Esdras. Apud: SHEDD, Russel P., Editor. O Novo Comentário da Bíblia, Vol. I. São Paulo: Vida Nova, 1963 (1ª ed.)., pág. 431.
    • [10] Os hebreus, povo escolhido por Deus, através de Abraão, com o tempo teve seu Estado, chamado Reino de Israel. Depois de Salomão, houve uma divisão do reino em Israel, formado por dez tribos do Norte, e Judá, formado por duas tribos do Sul. São as tribos do Sul que foram levadas por Nabucodonosor para a Babilônia. Depois disto, o adjetivo judeu (de Judá) passou também a ser sinônimo de hebreu e israelita. O profeta Daniel fala que depois da 69ª semana (Dn 9.25-26 = 7 semanas + 62 semanas) o Messias (Jesus) seria cortado (morto). Jesus veio para todos: judeus e não-judeus, estes chamados de gentios. De judeus e gentios, Jesus, que “... de ambos os povos [judeus e gentios] fez um...” (Ef 2.14) formou sua Igreja. Portanto, os povos bíblicos são: judeus (povo escolhido), gentios (não-judeus) e igreja (judeus e gentios que receberam Cristo como seu Senhor e Salvador). Veja também a nota seguinte.
    • [11] Jesus “... veio para o que era seu [Israel], e os seus [maioria dos israelitas] não o receberam. Mas, a todos quantos o receberam [Igreja], deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome” (Jo 1.11-12).
    • [13] Enquanto escrevo isto – 14 de dezembro de 2024 –, ouço a notícia da prisão do ex-Chefe do Estado-Maior do Exército do Governo Bolsonaro (2019-2022). Por isso, acho que o caminho para a prisão do líder maior dos conservadores brasileiros, Jair Bolsonaro está aberto e a ditadura do Judiciário já está instalada no Brasil.
    • [14] Louvor "Vencendo Vem Jesus", apresentado pelo local da Igreja Memorial Batista/Brasília. In: <https://www.youtube.com/watch?v=uPn7eHATdS0>. Acesso em: 16/12/2024.