Translate

09 novembro 2023

Primeira Guerra Mundial

Primeira Guerra Mundial

Por Alcides Barbosa de Amorim 


Sobre a Primeira Guerra Mundial, quero destacar dois posts. Este, com dados históricos (políticos, econômicos, sociais e culturais), de Nelson & Claudino Piletti [1], e abaixo o vídeo da professora Juliana Bezerra [2]. E outro, destacando aspectos teológicos cristãos da época.


. . . . . . . . . . . . . . .


Grandes acontecimentos marcaram o século XX, como a invenção do computador, a chegada do ser humano à Lua e o desenvolvimento de técnicas que permitem a reprodução de animais em laboratório pelo processo de clonagem.

Entretanto, alguns desses acontecimentos provocam sérias preocupações quanto ao futuro da humanidade. Nas últimas décadas, o ser humano produziu armamentos capazes de destruir o mundo em poucos minutos. No século XX, ocorreram também, pela primeira vez na história, conflitos que envolveram, ao mesmo tempo, países de quase todos os lugares do mundo: a Primeira e a Segunda Guerra Mundial.

Esses conflitos transformaram populações civis em alvo militar. As bombas atômicas lançadas pelos Estados Unidos sobre duas cidades do Japão, que colocaram fim à Segunda Guerra Mundial, mataram centenas de milhares de civis.

Neste capítulo, estudaremos a Primeira Guerra Mundial, cujas razões podem ser encontradas no século XIX, como o imperialismo e o nacionalismo exacerbado.

1. A guerra em marcha

Durante a primeira metade do século XIX, França e Inglaterra eram os países de maior poder econômico e político na Europa. Já industrializados, eles dominavam extensas áreas coloniais, principalmente na África e na Ásia. Essas áreas eram importantes como fornecedoras de matérias-primas e como consumidoras de produtos industrializados.

Esse cenário europeu começou a mudar com a unificação da Itália e, sobretudo, da Alemanha, na segunda metade do século XIX.

Após a unificação, esses países passaram a disputar maior espaço no cenário internacional. A Alemanha, por exemplo, também industrializada, pretendia participar da partilha colonial, mas a maior parte da África já tinha sido ocupada pelos principais países europeus ocidentais.

No início do século XX, a intensa disputa por áreas coloniais provocava profundas divergências e rivalidades entre os países europeus, e uma tensão constante no continente.

Diversos conflitos localizados aumentaram ainda mais a tensão. Um desses conflitos envolvia o Império Austro-Húngaro, que pretendia incorporar ao seu domínio territórios da região dos Bálcãs.

Devido ao clima de crescente hostilidade, as potências europeias procuraram agrupar-se por meio de acordos econômicos, políticos e militares. Assim, formaram-se dois blocos distintos: a Tríplice Aliança e a Tríplice Entente.

A Tríplice Aliança englobava a Alemanha, o Império Austro-Húngaro e a Itália. Foi criada em 1882 por articulação de Otto von Bismarck, líder da unificação alemã. 

A Tríplice Entente foi formada em 1907 e era composta por Rússia, Reino Unido e França, principais rivais da Alemanha nas disputas por áreas coloniais.

A formação de dois blocos aumentou ainda mais o clima de tensão na Europa. A rivalidade era visível na desenfreada corrida armamentista entre os integrantes dos dois blocos. Esse período passou a ser chamado de paz armada, uma vez que a paz só se mantinha graças ao sistema de alianças e ao poderio bélico de cada lado. Entretanto, esse difícil equilíbrio se romperia em 1914.

2. O estopim da guerra

Em 28 de junho de 1914, o herdeiro do trono austro-húngaro, o arquiduque Francisco_Ferdinando, foi assassinado em Sarajevo, capital da Bósnia-Herzegovina, uma das províncias anexadas pela Áustria e pretendida pela Sérvia. 

Isso aconteceu quando o arquiduque, em visita oficial, desfilava com a mulher em carro aberto pelas ruas da cidade. O assassino foi um estudante bósnio favorável à unidade dos povos de origem eslava e contrário ao domínio austro-húngaro. Esse episódio foi o estopim da guerra. 

Em represália ao assassinato, em 28 de julho de 1914 tropas austro-húngaras invadiram a Sérvia. Por causa dos acordos militares e das rivalidades, a maioria dos países europeus se mobilizou para reagir à ação do exército austro-húngaro. Sucederam-se então diversos eventos, que levariam à guerra total:

  • 29 de julho – a Rússia, aliada da Sérvia, mobilizou seus exércitos para a guerra;
  • 1º de agosto – a Alemanha declarou guerra à Rússia;

  • 3 de agosto – a Alemanha declarou guerra à França;

  • 4 de agosto – a Alemanha invadiu a Bélgica, país neutro, para atacar a França. A Inglaterra declarou guerra à Alemanha;

  • 5 de agosto – o Império Austro-Húngaro declarou guerra à Rússia.

O conflito, que então começava, rapidamente se estendeu e, pela primeira vez na história, tomou proporções mundiais. Grande parte dos países europeus, suas colônias e os países sob sua influência, além de países interessados em ampliar sua participação no cenário internacional, como os Estados Unidos, se envolveram no conflito. O Japão e a Romênia aliaram-se aos países da Entente. A Turquia e a Bélgica entraram na luta ao lado dos Impérios Centrais.

Outro aspecto da guerra que se iniciava era a organização da produção bélica em nível industrial e tecnológico. Uma economia de guerra.

3. A guerra entre 1914 e 1918

A primeira Guerra Mundial pode ser dividida em três momentos.

O primeiro, em 1914, caracterizou-se pela movimentação de exércitos e pela ocorrência de grandes batalhas. Vitórias e derrotas de ambos os lados garantiram o equilíbrio de forças.

O segundo momento, entre 1915 e 1916, é marcado pelo equilíbrio de forças que resultou num conflito longo e sangrento, conhecido como guerra de trincheiras. O território era disputado palmo a palmo. Em 23 de maio de 1915, a Itália, que até então tinha se mantido neutra, apesar de ter formado a Tríplice Aliança, rompeu relações com a Alemanha e entrou na guerra ao lado da França e da Inglaterra, fortalecendo a Entente.

O momento final da guerra, entre 1917 e 1918, foi marcado por dois acontecimentos decisivos:

  • na Rússia, uma revolução liberal burguesa derrubou o czar Nicolau II. O novo governo da Rússia negociou com a Alemanha e assinou um tratado pondo fim às hostilidades entre os dois países;

  • a entrada dos Estados Unidos na guerra ao lado da Entente.

A saída da Rússia e, sobretudo, a entrada dos Estados Unidos na guerra mudariam substancialmente os rumos do conflito. Fortalecidos, os países da Entente conseguiram romper o imobilismo da guerra. No final de 1918 o Império Austro-Húngaro e a Alemanha estavam derrotados. No dia 11 de novembro, representantes da Alemanha assinavam o cessar-fogo dentro de um vagão de trem em Compiègne, França. Pelo acordo, os alemães aceitavam as condições de rendição estabelecidas pelos países vitoriosos.

4. O mundo pós-guerra

Calcula-se em 9 milhões o número de mortos e em 30 milhões o de feridos ao final da Primeira Guerra Mundial.

As nações envolvidas estavam devastadas. Ao término da luta, o nacionalismo agressivo e o imperialismo, que provocaram a guerra, continuavam latentes. Para piorar a situação, uma grave crise econômica ameaçava a estabilidade de diversos países.

a) O Tratado de Versalhes

Após a rendição, o governo da Alemanha foi obrigado a aceitar uma série de penalidades impostas pelas nações vitoriosas. Essas penalidades estavam contidas no Tratado de Versalhes

Por esse tratado, a Alemanha foi responsabilizada pela guerra e, em consequência, obrigada a aceitar as seguintes penalidades:

  • ceder partes de seu território à França (Alsácia e Lorena), à Bélgica, à Polônia e à Dinamarca; suas colônias foram divididas entre a Inglaterra, o Japão, a Austrália, a França, a Bélgica e a Nova Zelândia;

  • entregar material bélico e de transporte aos países vencedores;

  • ceder a região do Sarre, rica em minas de carvão, à França por quinze anos;

  • pagar uma pesada indenização aos vencedores;

  • ficou proibida de rearmar-se.

Devido a essas e outras mudanças provocadas pela guerra, o mapa da Europa foi redesenhado. Além das alterações previstas no Tratado de Versalhes, outros acordos redefiniram as fronteiras europeias; com isso diversas regiões ganharam autonomia, como a Polônia, a Tchecoslováquia e a Iugoslávia.

b) A Liga das Nações

Durante as reuniões para a elaboração do Tratado de Versalhes foi criada a Liga das Nações. Seu principal objetivo era garantir a paz mundial. Com sede em Genebra, Suíça, a organização excluiu a Rússia e a Alemanha de sua formação. Entretanto, ao longo dos anos seguintes, a Liga iria se mostrar pouco eficiente nas tentativas de manter a paz.

Em 1946, após a Segunda Guerra Mundial, a ideia de um órgão internacional que gerenciasse as relações entre países foi concretizada com a criação da Organização das Nações Unidas (ONU).

Europa: antes e depois da guerra


. . . . . . . . . . . . . . .


Veja também:


Notas / Referências bibliográficas:

  • [1] PILETTI, Nelson & Claudino. História: EJA, 4º Ciclo… São Paulo: Ática, 2003, páginas 107 a 111 (Texto adaptado). Um dos textos didáticos (muito bom) que utilizava quando ministrava aulas de História para turmas de EJA: Educação de Jovens e Adultos.
  • [2Neste vídeo, Juliana Bezerra destaca “… as causas e o desenvolvimento da Primeira Guerra Mundial, ocorrida de 1914 a 1918…, quais foram os países envolvidos, as duras condições de luta nas trincheiras e entende o que mudou com o fim das hostilidades.”


Veja ainda o vídeo:



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Este artigo foi útil para você? Deixe sua opinião nos comentários. Responderei assim que possível...
Obrigado, pela visita.
Abraço!

Campo 14 – bebês mortos a pauladas, fome e execuções: a vida em um campo de concentração norte-coreano

P or J ones R ossi  [ 1 ] Uma aula no Campo 14   Os  professores do Campo 14 eram guardas uniformizados:  tratados por Shin no desenho acima...