Por: Alcides Amorim
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Veja o artigo completo em:
<Lições de um jovem despido: paralelos com patriotas tupiniquins>
História do Cristianismo, geral e do Brasil, Teologia, Cultura, notícias, política e um pouco mais...
Por: Alcides Amorim
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<Lições de um jovem despido: paralelos com patriotas tupiniquins>
“Estude a Bíblia para ser sábio; creia na mesma para ser salvo; siga os seus preceitos para ser santo” (Billy Graham).
Já
destacamos brevemente aqui os
conceitos/diferenças entre a ética e a moral. E continuando, queremos destacar
abaixo o conceito de ética bíblica. Ou seja, a Ética teológica,
que trata daquilo que pode ser aproveitado dos alegados entendimentos de uma
determinada comunidade, no tocante a esta vida ou a do porvir.
A
ética [1]
acha seu lugar num dicionário teológico exatamente porque nem no pensamento
judaico nem no pensamento cristão ela pode ser separada do seu contexto
teológico, a não ser visando o propósito da concentração. Toda a teologia bíblica
tem implicações morais nas quais consiste a ética bíblica.
1.
No Antigo Testamento
Ao
reconhecer o AT como escritura cristã, a Igreja adotou alguns precedentes
morais embaraçosos: a queima das bruxas, a taça envenenada para a prova moral,
o castigo de famílias inteiras, a poligamia, o concubinato e muita violência e
guerra. Mas também foi herdeira de grande dose de instrução moral,
advertências, exemplos, alta inspiração e fé moral, que aumentou
incomensuravelmente os recursos éticos do cristianismo.
A
principal conquista foi, sem dúvida, o fundamento teocrático da ética como a
vontade de Deus, santa, fiel e boa, uma ética que se baseava naquilo que Deus
já fizera como Criador e Redentor do Seu povo. Assim, o Decálogo começa com
"Eu sou o SENHOR teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da
servidão"; ao passo que a aliança sem igual que ligava Israel ao seu
Deus, não num vínculo natural (como se Deus fosse o ancestral mais remoto) mas
num relacionamento moral, que se originou na escolha, promessa e libertação da
parte de Deus, às quais Israel correspondeu com obediência e confiança gratas,
conferiu uma qualidade sem paralelo de humildade e confiança ao pensamento
ético judaico. Corretamente entendida, a obediência não procurava obter o favor
divino, mas era inspirada por ele.
O
próprio Decálogo (perpetuando ideais ainda mais antigos) é um documento ético
notável, sendo que sua forma tradicional abrange um código duplo de deveres
religiosos (Ex 20.3-12) e sociais (vv. 13-17) embora submeta as duas áreas (a
adoração, a proibição dos ídolos, o juramento, o dia sagrado e a piedade
filial, de um lado; e a santidade de vida, casamento, das posses, da verdade e
do desejo, do outro lado) à autoridade divina direta. Inevitavelmente esta
forma de mandamento deu seu tom à moralidade judaica, embora o mandamento final
contra a cobiça entre num âmbito onde o legalismo nada possa fazer.
O
desenvolvimento desta base ética no "Livro da Aliança" (Ex
20.22-23.19; veja 24.7) reflete um fundo histórico simples nômade e agrícola, e
leva um senso de justiça e de responsabilidade comedida às condições
primitivas; os delitos capitais são numerosos, a escravidão é aceita, mas a equidade
e a piedade começam a afetar a vida social.
Deuteronômio
enfatiza um espirito humanitário, uma liberalidade, compaixão e santidade
interior ("Amarás o SENHOR teu Deus", 6.5) inteiramente de
conformidade com o ensino dos profetas. Amós tornou a ética essencial ao
relacionamento entre Israel e Deus, e sua moralidade era pura, autodisciplina,
apaixonadamente defensora dos pobres e oprimidos, oposta à crueldade, ao dolo,
ao luxo e ao egoísmo. Isaias e Miquéias exigiam uma religião de conformidade
com o caráter do Santo de Israel. Jeremias, Ezequiel e Isaias 40-66 aplicam as
lições amargas do exilio na Babilônia de modos éticos inexoráveis, embora
sempre dentro do contexto do propósito inabalável de Deus pelo Seu povo. O Deus
de Israel é enfaticamente o Autor e Guardião da lei moral, exigindo acima de
tudo que os homens pratiquem a justiça, amem a misericórdia e andem
humildemente com o seu Deus (Mq 6.8).
O
ensino moral judaico posterior incluía (em Provérbios, Eclesiastes, Jó.
Siraque) "sabedoria" ética valiosa, cujo alvo era simplificar o dever
em reverência prática por Deus, o mais simples bom-senso naqueles que se sabem
criaturas do Eterno: "O temor do SENHOR é o princípio da sabedoria"
(SI 111.10). O ideal da sabedoria é expresso de modo eloquente em Jó 31.
O
exilio na Babilônia e o domínio estrangeiro que o seguiu tanto ameaçaram a autoidentidade
judaica que uma ênfase tremenda foi dada à lei escrita e oral, que entesourava
tudo quanto era distintivamente judaico. A piedade, o nacionalismo e o orgulho
combinaram-se para produzir um legalismo exagerado, um fardo para a maioria e
uma fonte de cegueira moral, casuísmo hipócrita e farisaísmo para muitos. Daí
surgiu a oposição "religiosa" a Jesus, para quem o legalismo não
tinha nenhuma autoridade divina, e à ênfase que o cristianismo dava à
liberdade.
2.
No Novo Testamento
Uma
longa tradição ética foi resumida, portanto, quando João Batista apareceu,
exigindo pureza, retidão, honestidade e solicitude social (Lc 3.10-14). Mas
especialmente iluminadora é a discriminação de Jesus, ao retomar do judaísmo
seu monoteísmo ético, sua consciência social e o relacionamento entre a
religião e a moralidade, enquanto rejeitava a tendência ao farisaísmo, o
legalismo duro e externo, o nacionalismo, o cultivo de mérito e a não
diferenciação entre o ritual e a moralidade. Por outro lado, Jesus levou a
exigência da retidão ainda mais longe do que a Lei tinha feito, penetrando na
mentalidade e no motivo por trás do comportamento (Mt 5.17-48), voltando aos
propósitos originais de Deus (Mc 2.27; Mt 19.3-9) ou ao mandamento suficiente e
sobrepujante do amor a Deus e ao próximo (Mt 22.35-40). Neste resumo de todo o
dever, religioso e social, em termo do amor, acha-se a contribuição mais característica
de Jesus ao pensamento ético, e Seu exemplo do significado do amor e Sua morte por
amor aos homens perfazem Sua contribuição mais poderosa à realização ética.
A
religião e a ética encontram-se de novo no evangelho do reino de Deus, que
Cristo pregou, Sua versão da esperança messiânica e da visão dos profetas de
Deus como Senhor da História; a descrição que Cristo fez da vida no reino, com
suas oportunidades e obrigações, dá aplicação à Sua ideia radical e realista de
justiça e de amor à vida da família, mordomia cristã das riquezas,
responsabilidade diante do estado, os males sociais e o fato da enfermidade e
crueldade do pecado. Em todos os âmbitos, a obediência à vontade de Deus
constitui-se no reino e assegura as suas bênçãos, embora possa envolver a perda
da própria vida, que terá lucro eterno.
Mas
o Rei também é Pai, e os cidadãos do reino são Seus filhos, que compartilham de
uma condição e de uma vida que refletem o caráter de Deus, numa comunhão e rum
espírito de perdão, em liberdade e confiança, que tornam alegre a obediência.
Por trás de tudo, está a lealdade pessoal dos homens ao próprio Jesus como
Salvador e Senhor, naquele amor (Jo 14.15; 21.15-17), o desejo de ser como
Cristo torna-se um incentivo moral de imenso poder emocional. Semelhante amor
deleita-se em guardar os mandamentos de Cristo.
Há
bons motivos para se crer que a igreja apostólica oferecia treinamento moral
considerável aos convertidos, abrangendo a abstinência dos pecados antigos e
dos costumes pagãos, a firmeza sob a perseguição, o incentivo à comunhão e a
submissão aos líderes. Este treinamento provavelmente incluía listas de deveres
de maridos, esposas, pais, filhos, servos, escravos, vizinhos (veja Colossenses
e 1 Pedro). O desenvolvimento mais antigo do ensinamento ético cristão
provavelmente seja melhor lustrado em 1 Pedro, onde a ênfase recai sobre a
santidade e a submissão às autoridades civis (2.13-17), aos senhores de
escravos (2.18-25), aos maridos (3.1-7) e dentro da comunhão (3.8-9,
4.8-11:5.5-6). Este tema inesperado não somente descreve o significado da vida
sob o domínio divino; ele segue o conceito bíblico da essência do pecado como
vontade própria.
Ilustrações
da vida cristã moral mais antiga são melhor vistas na galeria impressionante de
Lucas (em Atos) de pessoas essencialmente boas, felizes, socialmente úteis,
corajosas e transformadas, que corresponde estreitamente ao seu quadro de Jesus
em seu evangelho. Tiago, também, provavelmente apresenta um quadro primitivo da
tomada de posição moral da igreja, numa série de meditações sobre as grandes
palavras de Jesus segundo o modo de literatura de sabedoria judaica.
A
preocupação ética de Paulo era ir contra o legalismo que fracassara na sua
própria vida e que ameaçava limitar a Igreja a uma seita judaica; ele assim
fazia ao insistir na suficiência da fé para salvar judeus e gentios,
igualmente, e na liberdade do cristão para seguir a orientação do Espírito
(Gálatas). Ao transmitir aos convertidos a tradição comum do ensinamento ético
(Rm 6.17; 2 Ts 2.15; 3.6), Paulo explicava especialmente o significado ético da
fé e a natureza da vida no Espírito.
Enfrentando
o desafio de quem dizia que, se a justificação é pela fé somente, o crente pode
continuar impunemente no pecado, Paulo responde que a fé que salva envolve tão
grande identificação pessoal com Cristo na morte ao pecado, ao eu, e ao mundo,
e na ressurreição para uma vida nova de liberdade, consagração e triunfo, que
continuar no pecado ao exercer semelhante fé é incoerente, desnecessário e
impossível (Rm 6; Gl 2.20). Para Paulo, a fé que salva, santifica. Se algum
crente achar que não acontece assim, ele está deixando de ser aquilo que em
Cristo veio a ser – morto para o pecado, vivo para Deus.
O
outro tema ético de Paulo argumenta que aquilo que a Lei nunca pode fazer, por
causa da fraqueza da natureza humana, "a lei do Espírito da vida em
Cristo Jesus" realiza, de modo que a lei é cumprida em nós (Rm 8.1-4).
Jeremias e Ezequiel já tinham ligado o poder invisível de Deus na criação e na
história (Espírito) com o novo coração e a nova vontade necessários em Israel.
Lucas, ao demonstrar que Jesus traz o Espírito e O outorga, e João, ao
descrever o Espírito como o outro Eu de Jesus, revelam como, no pensamento
cristão primitivo, a ideia inteira do Espírito divino estava estampada com a
imagem de Jesus (At 16.7). Paulo declara que o efeito desta identificação é
produzir a o caráter semelhante ao de Cristo – o fruto do Espírito – em cada
crente bem disposto (Gl 5.22-23, Rm 5.5: 8.9-14). Esta transformação dos homens
pela dinâmica interior do Espírito de Cristo é um dos temas éticos centrais do
cristianismo.
Outro tema comum em todo o ensinamento ético do NT é a imitação de Cristo. Os evangelhos sinóticos apresentam o tema como simplesmente seguir a Jesus. João expõe o ideal de Christus Exemplar, como amar (13.34; 15.12), obedecer (9.4, 15:10) ficar firme (15.20) e servir humildemente (13.14-15), conforme Jesus fez por nós. 1 João a liga com a esperança cristã (3.2). Pedro associa a imitação especialmente com a Cruz (1 Pe 2.21-25; 3.17-18; 4.1,13). Paulo faz dela o alvo da adoração (2) Co 3.18), do ministério (Ef 4.11-13), da exortação (1 Co 11.1) e da providência divina (Rm 8.28-29) definindo seu significado mais interno como ter "a mente de Cristo" (1 Co 2.16, Fp 2.5) “o Espirito de Deus" (1 Co 7.40).
Resumo.
Em contraste com os sistemas filosóficos, as marcas permanentes da ética bíblica são: seu fundamento no relacionamento com Deus; sua obrigação imposta e objetiva à obediência; eu apelo aquilo que há de mais profundo no homem, sua relevância social realista, e sua capacidade de adaptação e desenvolvimento contínuos
A formulação bíblica final do ideal como a semelhança a Cristo relaciona-se diretamente com o amor e a gratidão despertados pela experiência da redenção, está arraigada na História objetiva (como implicação ética óbvia da Encarnação): faz um forte apelo às melhores intuições morais do homem, exige um ministério semelhante ao de Cristo entre os necessitados deste mundo e o cumprimento do reino de Deus na terra e no decurso dos séculos cristãos suas muitas formas e interpretações têm comprovado sua adaptabilidade flexível às condições mutáveis. O mandamento bíblico antigo: "Sede santos, porque Eu sou santo", acha um claro reflexo na promessa bíblica mais recente: "Seremos como Ele".
Nota / Referência bibliográfica:
Por: Alcides Amorim
“E, tirando-os para fora, disse: Senhores, que é necessário que eu faça para ser salvo? E eles disseram: Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e a tua casa” (Atos 16.30,31).
Ouça o conteúdo: ...
No
contexto dos versos bíblicos acima, os missionários Paulo e Silas estavam
presos em Filipos, uma das cidades da Macedônia, por pregarem o Evangelho. E
perto da meia-noite, enquanto ambos oravam e cantavam hinos a Deus, e os outros
presos os escutavam, sobreveio à prisão um tão grande terremoto, que os
alicerces do cárcere se moveram, e logo se abriram todas as portas, e foram
soltas as prisões de todos. O carcereiro assustado, vendo abertas as portas da
prisão, tirou a espada, e quis matar-se, cuidando que os presos já tinham
fugido. Mas Paulo pede que ele não lhe fizesse nenhum mal, pois ninguém tinha
escapado. “... todos aqui estamos”, disse Paulo. O carcereiro, “todo
trêmulo, se prostrou ante Paulo e Silas” (v. 29), e pergunta o que fazer
para ser salvo (v. 30). A resposta de Paulo e Silas ao carcereiro foi: “... crê
no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e a tua casa” (v. 31).
Então
podemos perguntar: e o que é a salvação? Quem é que salva as pessoas e do que
as pessoas são salvas? Em princípio, a salvação que o carcereiro e sua família
buscavam era um livramento da pena do Estado romano caso os presos tivessem
fugido e também pelo fato de prender um cidadão romano (Paulo) sem averiguar
antes as consequências desta atitude. Mas os missionários partem deste ponto e
vão mais além, falando da salvação eterna (v. 32) a ele e a todos os que
estavam em sua casa. Ao serem batizados (v. 33), o carcereiro e os membros de
sua família já tinham entendido o que era arrependimento dos pecados, confissão
e entrega ao Salvador. Desta forma, ele e a sua família creu e obteve a
salvação espiritual e eterna agora como parte da Igreja de Cristo. Neste caso,
o carcereiro foi salvo tanto da situação presente e terrena quanto da pena
eterna dos seus pecados na vida pós-morte.
Você
já está salvo ou salva? Esta é uma pergunta recorrente dos evangelistas
cristãos às pessoas que ouvem suas pregações. E também foi feita pelo pastor John Harper um pouco antes de sua morte. Ouvi
sobre ele no último domingo, 5 de maio de 2025, na celebração das 8 horas, em
minha igreja, Igreja da Cidade de Pindamonhangaba, pelo
Pr
David Tiburcio que citou, durante sua mensagem, como aquele pregador
e pastor morreu. Isto me levou a
pesquisar um pouco mais sobre o mesmo.
John
Harper nasceu em 29 de maio de 1872, em Houston, Escócia, e sua morte aconteceu
em 15 de abril de 1912, no Oceano Atlântico, tendo ele apenas 39 anos. Aquele
pastor batista começou a pregar aos 18 anos e quando faleceu já era viúvo e
tinha uma filha de seis anos.
Convidado
para pregar por várias semanas em Chicago, em Illinois, nos Estados Unidos, na
Igreja Moody, Harper, sua filha Annie Jessie, e sua irmã, Jessie W. Leitch
estavam naquele famoso navio Titanic.
Quando o navio colidiu com um iceberg, sua irmã e sua filha foram colocadas
em um bote salva-vidas e sobreviveram, mas Harper ficou para trás com o objetivo de cumprir sua última
missão: perder sua vida para salvar outras.
Diz o Portal Guiame (aqui) [1]:
Pastor John Harper e o Titanic
No livro “The Titanic's Last Hero” (“O Último
Herói do Titanic”), publicado em 2012 por Moody Adams, foi registrado o
testemunho do último homem evangelizado pelo pastor.
Nos cinquenta minutos finais, George Henry Cavell [2], que
estava apoiado numa prancha, se aproximou de John Harper. Harper, que estava se
debatendo na água, gritou: ‘Você é salvo?’ Ele respondeu: ‘Não’. Harper gritou
as palavras da Bíblia: ‘Creia no Senhor Jesus Cristo e será salvo’. Antes de
responder, o homem foi puxado para dentro do mar.
Minutos mais tarde, a
corrente trouxe George de volta e eles ficaram à vista um do outro. Mais uma
vez, Harper gritou: "Você é salvo?" Novamente, ele respondeu:
"Não". Harper repetiu as palavras de Atos 16:31: "Creia no
Senhor Jesus Cristo e você será salvo".
Cansado e sem forças, Harper escorregou no
mar e morreu afogado. O homem que ele evangelizou depositou sua fé em Jesus
Cristo e, mais tarde, foi resgatado pelos botes salva-vidas. Na província de
Ontário, no Canadá, George Henry testemunhou que foi o último convertido de
John Harper.
O pregador Harper testemunhou a mensagem para
várias pessoas no mar antes de morrer. Em seu artigo [3]
A última conversão de John Harper, por exemplo, Dr. Erwin W. Lutzer faz referência ao último convertido de
John Harper, mas ele não cita o nome, mas parece tratar-se do mesmo personagem relatado
acima: George Henry Cavell. Lutzer fala também de uma pessoa que ficou com o colete
salva-vidas de Harper que parece ser outra pessoa, além de Cavell. “Um
relatório diz que Harper, sabendo que não poderia sobreviver por muito tempo na
água gelada, tirou o colete salva-vidas e jogou-o para outra pessoa com as
palavras, ‘Você precisa mais disso do que eu!’ Momentos depois, Harper
desapareceu debaixo d'água...”.
Bem, John Harper foi salvo sem se
salvar. Explico: ele não salvou sua vida terrena no naufrágio do Titanic, mas
salvou sua vida espiritual (alma/espírito) da eternidade sem Cristo. Mas Jesus
fala da salvação do corpo todo (cf. Mateus 5.29-30) também. Mas isto se dará com
a ressurreição final dos mortos, quando, inclusive, o mar dará os seus
mortos que nele houverem (Apocalipse 20.13).
Jesus disse que veio à Terra para que todos
tenham vida e a tenham com abundância (João 10.10), embora Jesus mesmo morreu!
Seus apóstolos também! Mas ressuscitou! E “ ... tendo sido Cristo
ressuscitado dentre os mortos, já não morre; a morte não mais tem domínio sobre
ele” (Romanos 6.9). A morte física é destino de (quase) todos [4]. Mas
os que morrem fisicamente em Cristo, mesmo sendo num naufrágio, seu espírito
será salvo; e continuam vivos, aliás, a verdadeira vida começa após a sua morte
física e a vida eterna também. E esta questão vai além da razão e é assunto da própria filosofia. Um filósofo que também morreu jovem, com apenas 39 anos – a exemplo
de John Harper –, chamado Blaise Pascal, propôs que “apostemos” no
assunto da crença em Deus e na eternidade. Apostar que Deus existe importa numa
modesta entrega da nossa razão, mas optar pela não-existência divina é arriscar
a perda da vida e felicidade eternas. Óbvio que como filósofo e racionalista,
Pascal também questiona que caso Deus não existisse (mas ele cria) o valor da
aposta (a nossa razão) é mínimo comparado ao prêmio que pode ser ganho na
eternidade.
Alexandre
Robles afirma que a impressão que ele tem é que este mundo é um Titanic em naufrágio. Os botes que existem
são negociados pelos políticos corruptos que lutam para salvar sua pele; os
miseráveis estão no mais baixo pavimento lutando para emergir e salvar a
própria vida; a elite está bem servida etc., enquanto a “... religião está
tocando violinos, discutindo teologias caducas e promovendo cultos alienantes,
porque não sabe o que fazer diante do iminente trágico e na esperança de fazer
o fundo musical do evento, neste caso mórbido”[5].
Em
suma, podemos afirmar que assim como no Titanic, no mundo, em se tratando de
vida terrena e vida eterna, há apenas duas classes de pessoas: salvas e
perdidas. Se você não tem certeza de que lado está, escolha JESUS. “Creia no
Senhor Jesus e será salvo ou salva”.
Solus Christus! A Ele, Soli Deo Gloria!!!
Sugiro também o vídeo de Diego Urbano:
Notas / Referências bibliográficas:
Por: GotQuestions [1]
O ensinamento da Igreja Católica Romana sobre o
papa (“papa” significa “pai”) é baseado em e envolve os seguintes ensinamentos
romanos católicos:
1) Cristo fez de Pedro o líder dos apóstolos e
da igreja (Mateus 16:18-19). Em dar a Pedro as “chaves do reino”, Cristo não
apenas fez dele líder, mas também fez dele infalível quando agindo ou falando
como representante de Cristo na terra (falando de sua cadeira de autoridade, ou
ex cathedra). Esta capacidade de agir no interesse da igreja de forma infalível
quando falando “ex cathedra” foi passada de Pedro para seus sucessores, dando
desta forma à Igreja um infalível guia na terra. O propósito do papado é guiar
a Igreja sem cometer erros.
2) Mais tarde, Pedro se tornou o primeiro Bispo
de Roma. Como tal, ele exercia a autoridade sobre todos os bispos e líderes da
igreja. O ensinamento de que o Bispo de Roma está acima de todos os bispos em
autoridade é conhecido como a “supremacia” do Bispo de Roma.
3) Pedro passou adiante a sua autoridade
apostólica ao próximo Bispo de Roma, juntamente com os outros apóstolos que
passaram adiante a sua autoridade apostólica aos bispos por eles ordenados.
Estes novos bispos, por sua vez, passaram adiante a sua autoridade apostólica
àqueles bispos que eles mais tarde ordenaram e assim por diante. Esta “passagem
da autoridade apostólica” é conhecida como “sucessão apostólica”.
4) Baseados na alegação católica romana de uma
corrente contínua de bispos romanos, os católicos romanos ensinam que a Igreja
Católica Romana é a verdadeira igreja, e que todas as igrejas que não aceitam a
supremacia do papa têm se desviado dela, a igreja única e verdadeira.
Depois
de termos rapidamente visto alguns dos ensinamentos da Igreja Católica Romana a
respeito do papado, a questão é se estes ensinamentos estão em concordância com
as Escrituras. A Igreja Católica Romana vê o papado e a autoridade infalível da
“Igreja mãe” como sendo necessários para guiar a Igreja, e usa isto como
raciocínio lógico para justificar a provisão de Deus neste assunto. No entanto,
ao examinar as Escrituras, podemos achar o seguinte:
1) Apesar de Pedro ter sido central na primeira
expansão do evangelho (parte do significado por trás de Mateus 16:18-19),
o ensinamento das Escrituras, tomado em contexto, em nenhum lugar declara que
ele estivesse em autoridade sobre os outros apóstolos ou acima da Igreja
(veja Atos 15:1-23; Gálatas 2:1-14; I Pedro 5:1-5). Nem é jamais
ensinado que o Bispo de Roma deveria ter supremacia sobre a Igreja. Ao invés,
há apenas uma referência nas Escrituras de Pedro escrevendo da “Babilônia”, um
nome às vezes usado para se referir a Roma, encontrado em I Pedro 5:13. Em
grande parte por causa disso e do aumento histórico da influência do Bispo de
Roma (devido ao apoio de Constantino e dos imperadores romanos que o
sucederam), vem o ensinamento da Igreja Católica Romana da supremacia do Bispo
de Roma. Entretanto, as Escrituras mostram que a autoridade de Pedro era
compartilhada pelos outros apóstolos (Efésios 2:19-20), e que a autoridade de
“ligar e desligar” a ele atribuída era, da mesma forma, dividida pelas igrejas
locais, não apenas seus líderes (veja Mateus 18:15-19; I Coríntios
5:1-13; II Coríntios 13:10; Tito 2:15; 3:10-11).
2) Em nenhum lugar as Escrituras afirmam que,
para manter a igreja livre de erro, a autoridade dos apóstolos foi passada aos
que eles ordenaram (sucessão apostólica). A sucessão apostólica é uma “leitura
forçada” destes versículos que a Igreja Católica Romana usa para apoiar esta
doutrina (II Timóteo 2:2; 4:2-5; Tito 1:5; 2:1; 2:15; I
Timóteo 5:19-22). O que as Escrituras REALMENTE ENSINAM é que falsos
ensinamentos se levantariam, vindo até do meio dos líderes da igreja, e que os
cristãos deveriam comparar os ensinamentos destes líderes com as Escrituras,
que são a única coisa que a Bíblia cita como infalíveis. A Bíblia não ensina
que os apóstolos eram infalíveis, a não ser quando o que escreveram foi
incorporado às Escrituras. Paulo, conversando com os líderes da igreja na
grande cidade de Éfeso, menciona a vinda de falsos mestres. Paulo NÃO os
recomenda aos “apóstolos ou aqueles a quem seria passada sua autoridade”, mas a
“Deus e à palavra da sua graça...” (Atos 20:28-32).
Mais
uma vez, a Bíblia ensina que as Escrituras devem ser usadas como a medida
padrão para determinar a verdade do engano. Em Gálatas 1:8-9, Paulo afirma
que não é QUEM ensina, mas O QUE está sendo ensinado que deve ser usado para
diferenciar a verdade do engano. Apesar da Igreja Católica Romana continuar a
lançar a maldição “anátema” àqueles que rejeitam a autoridade do papa, as
Escrituras reservam tal maldição àqueles que ensinarem um evangelho diferente (Gálatas
1:8-9).
3) Apesar da Igreja Católica Romana ver a
sucessão apostólica como logicamente necessária para que Deus, de forma livre
de erros, guie a Sua Igreja, as Escrituras afirmam que Deus providenciou por [para]
Sua igreja através de:
(a) As Escrituras Infalíveis (Atos 20:32; II
Timóteo 3:15-17; Mateus 5:18; João 10:35; Atos 17:10-12; Isaías
8:20; 40:8; etc.). Nota: Pedro fala dos escritos de Paulo na mesma
categoria de outra Escritura (II Pedro 3:16),
(b) O eterno sumo sacerdócio de Cristo no céu (Hebreus
7:22-28),
(c) A provisão do Espírito Santo, que guiou os
apóstolos à verdade depois da morte de Cristo (João 16:12-14), que dá dons aos
crentes para a obra do ministério, incluindo o ensino (Romanos 12:3-8; Efésios
4:11-16), e que usa a Palavra escrita como a Sua principal ferramenta (Hebreus
4:12; Efésios 6:17).
Apesar
de ter havido homens bons e honrados (humanamente falando) que serviram como
papas da Igreja Católica Romana, incluindo o Papa João Paulo II, o Papa Bento
XVI e o Papa Francisco I, os ensinamentos da Igreja Católica Romana sobre a
autoridade do papa devem ser rejeitados porque não estão de acordo com os
ensinamentos da igreja original, a nós divulgados no Novo Testamento. Esta
comparação do ensinamento de qualquer igreja é essencial, sob o risco de
deixarmos de ter os ensinamentos do Novo Testamento a respeito do evangelho,
não apenas correndo o risco de deixarmos de ter vida eterna no céu, mas, sem
saber, levarmos outros ao caminho errado (Gálatas 1:8-9).
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Veja também:
Nota:
Bispo Calisto I [1]
Continuando nossa lista dos bispos e papas romanos, quero
destacar aqui o bispo Calisto, que na História Eclesiástica (HE)[2] de
Eusébio de Cesareia,
aparece como o número 15 da lista. Depois de Zeferino servir a Igreja por 18 anos, “... foi
sucedido no episcopado por Calisto...” (HE, 6, XXI).
Como os outros casos, as informações que temos são de
fontes católicas. Conforme esta
fonte, por exemplo, Calisto era romano de Trastevere e filho de
escravos. Trata-o como como um “administrador pouco habilidoso” que deu grande
desfalque ao imperador Cômodo e, por isso, teve que fugir, mas foi capturado em
Óstia (cidade próxima de Roma) e condenado a girar a roda de um moinho. Depois
foi deportado para as minas da Sardenha. Aqui, encontramos
também que “... ele foi preso por ter brigado em uma sinagoga, quando
tentou emprestar dinheiro ou receber débitos de alguns judeus’.
Calisto teve o apoio do papa [bispo] Vítor que, para
ajudá-lo a desviar da tentação, fixou-lhe um ordenado. Depois, o sucessor do
bispo Vitor, Zeferino, foi igualmente generoso com ele e ordenou-o diácono, confiando-lhe
a guarda do cemitério cristão na via Ápia Antiga. Calisto sucedeu a Zeferino em
Roma, mas seu pontificado atraiu as inimizades de uma ala da comunidade cristã
de Roma que acusou o processo de sua escolha de heresia. Como era esperado,
Calisto teve muitos opositores, incluindo um antipapa – Hipólito de Roma –. Por
conta disto, muitas informações sobre ele são distorcidas. O
motivo da discórdia com Hipólito de Roma “... fora a questão
trinitária e a absolvição concedida por Calisto aos pecadores
de adultério, homicídio e apostasia, absolvição que antes
só era dada uma vez na vida e após uma dura penitência pública, enquanto os
reincidentes eram excluídos da comunhão eclesial...” (Idem).
Calisto morreu numa revolta popular contra os
cristãos e foi lançado a um poço. Mais tarde, deram-lhe sepultura honorífica no
Cemitério de Calepódio, na Via Aurélia, junto do lugar do seu martírio.
A Cripta de São
Calisto:
Uma das metas
obrigatórias para os peregrinos e turistas que se dirigem à Roma são as
catacumbas. Particularmente célebres e frequentadas são as de São Calisto,
definidas pelo Papa João XXIII “as mais respeitáveis e as mais célebres de
Roma”. Numa área de mais de 120.000 m², com quatro andares sobrepostos, foi
calculado que lá existem não menos de 20 quilômetros de corredores... Essa obra
colossal fixa para sempre a memória de São Calisto, que cuidou de sua
realização, primeiro como diácono do Papa Zeferino, e depois como o próprio
Papa. Mas além das dimensões, este lugar é precioso pelo grande número e pela
importância dos mártires que ali foram sepultados, e particularmente célebres
são a cripta de Santa Cecília e a contígua à dos papas, na qual foram sepultados
o Papa Ponciano Antero, Fabiano entre outros... O túmulo dele está colocado bem
no meio da Roma antiga, na basílica de Santa Maria in Trastevere, que,
construída por determinação do Papa Júlio, na metade do século IV, foi
intitulada também de São Calisto. Essa obra colossal fixa para sempre a memória
de São Calisto, que cuidou de sua realização, primeiro como diácono do Papa
Zeferino, e depois como o próprio Papa. Mas além das dimensões, este lugar é
precioso pelo grande número e pela importância dos mártires que ali foram
sepultados, e particularmente célebres são a cripta de Santa Cecília e a
contígua à dos papas, na qual foram sepultados o Papa Ponciano Antero, Fabiano
entre outros... O túmulo dele está colocado bem no meio da Roma antiga, na
basílica de Santa Maria in Trastevere, que, construída por determinação do Papa
Júlio, na metade do século IV, foi intitulada também de São Calisto (Canção Nova).
Referências
bibliográficas:
CANÇÃO NOVA. São
Calisto I, Papa criador do cemitério da Via Ápia. Disponível em: https://santo.cancaonova.com/santo/sao-calisto-i-papa-criador-do-cemiterio-da-via-apia/. Acesso em:
27/03/2025.
WIKIPEDIA. Papa Calisto I.
Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Papa_Calisto_I>. Acesso em:
27/03/2025.
Notas:
Tancredo Neves enfermo, ao lado de seus médicos [1]
Como
já vimos aqui, a eleição indireta de Tancredo
Neves representou o auge da transição entre o Regime Militar e a Nova
República. A emenda de Dante de Oliveira em 1984,
que restabelecia eleição direta para presidente, proposta ao Congresso,
não foi votada, por falta de quórum, mas o movimento das “Diretas Já!” ganhou
ainda mais força com manifestações por todo o Brasil. Surgiram então algumas
alianças para disputar o poder.
1. A Vitória de
Tancredo
O PDS, partido onde se concentraram os
ex-integrantes da Arena, divide-se, entre três
candidatos: Aureliano Chaves, Mário Andreazza e Paulo Maluf. O primeiro,
percebendo a pouca chance que tinha, retira a candidatura. Paulo Maluf vence
com facilidade a convenção, habilitando-se à sucessão presidencial. Tal
vitória, porém, leva a uma fragmentação do PDS, dando origem ao Partido da
Frente Liberal (PFL). Formado por grupos derrotados na convenção que
elegeu Maluf, tal partido se aproxima da candidatura oposicionista de Tancredo
Neves, do PMDB. A aliança implica ceder a vice-presidência a um membro
do PFL, no caso José Sarney, ex-arenista.
Em 15
de janeiro de 1985, a oposição chega ao poder com a vitória de Tancredo e de
seu vice Sarney. Mas Tancredo Neves morre antes de tomar posse. Depois
de muito impasse e da decepção política que envolve a escolha, prevaleceu a
determinação legal que garantia a posse do vice-presidente José Sarney ao
poder, interinamente, em 15 de março de 1985, e em 21 de abril de 1985, de
forma definitiva. E governa o Brasil até 1990.
2. Questionamentos [2] acerca da morte de Tancredo
A
versão oficial sobre a morte de Tancredo é que ela teria sido provocada
por diverticulite -
doença inflamatória no intestino grosso –, e veio a falecer com 75 anos antes
de tomar posse, em São Paulo, em 21 de abril de 1985. Mas muitos
acreditam que ele teria sido assassinado por
meio de envenenamento ou mesmo baleado.
A
hipótese de envenenamento de Tancredo tem relação com outra morte, a do seu
mordomo João Rosa, em circunstâncias parecidas, isto é, ele teria
sentido os mesmos sintomas e dores de Tancredo. O mordomo João, que morreu um
dia depois do Presidente, também foi diagnosticado como sendo diverticulite a
causa de sua morte.
A outra
hipótese, a de um possível assassinato, diz-se que no dia anterior à sua posse,
Tancredo estava numa missa em Brasília, para celebrar a vitória, sentiu-se mal
e foi internado no Hospital de Base de Brasília, um local sem as condições
necessárias para realizar as cirurgias às quais Tancredo foi submetido. A UTI
do hospital estava em reforma. Mas por algum motivo desconhecido os médicos
impediram Tancredo de ir para São Paulo, onde poderia ser melhor tratado.
A
própria data do seu falecimento também é discutida. Há quem acredite que o
anúncio da sua morte foi propositalmente feito no Dia de Tiradentes (21 de
abril), mas que Tancredo Neves já teria morrido dias antes.
Conspirações ou não, o certo é que a morte de Tancredo é tema de muitas suspeitas e discussões. Veja também o vídeo [3], a seguir, acerca do da polêmica morte de Tancredo Neves.
Fontes:
a) A misteriosa morte de Tancredo Neves, um trabalho do aluno Fabrício Ma, do 8º Ano... Disponível em: https://colband.net.br/2013/05/25/a-misteriosa-morte-de-tancredo-neves/. Acesso em: 08/01/2025.
b) A morte de Tancredo. Disponível em: https://averdadenomundo.blogspot.com/2011/06/morte-de-tancredo-neves.html. Acesso em: 08/01/2025.
c) Tancredo Neves. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/tancredo-neves/. Acesso em: 08/01/2025.
Por: Alcides Amorim
O dia em que a ditadura acabou (Gazeta do Povo, 14/01/2015)
Em meio à repressão e censura do Regime Militar, movimentos de protesto exigindo eleições livres e diretas, fim do regime, melhorias salariais e condições de trabalho foram constantes nos anos 70 e início dos 80. Os eleitores valiam-se das próprias eleições para manifestar sua oposição ao regime. Nas eleições de 1970, houve 60% de votos nulos e em branco; nas de 1974, os partidos de oposição foram vitoriosos; em 1978, o governo obteve a maioria graças aos “senadores biônicos” (senadores nomeados) e foi obrigado a manter as eleições indiretas para governador para não perder em muitos estados; nas eleições para governador, em 1982, o governo foi o grande derrotado, com a vitória dos partidos de oposição.
1. João Figueiredo e a abertura política
João Figueiredo
Durante o último presidente militar, João Baptista Figueiredo
(1918-1999), foi consolidada a abertura política do país através da Lei da
Anistia, a Lei 6683, de 1979, que das eleições diretas para o Congresso
e os governos dos estados.
Passeata
pela anistia no Rio de Janeiro
Com a abertura política, o processo de democratização
passava, ainda, pela garantia da pluralidade partidária. Até então, o Brasil
vivia o bipartidarismo e somente existiam dois partidos: a Arena
(Aliança Renovadora Nacional) e o MDB (Movimento Democrático
Brasileiro). Mas Figueiredo permitiu a criação de vários partidos. Assim
surgiram:
E também na gestão de João Baptista Figueiredo, foi aprovado o projeto que garantia o voto direto para governadores e prefeitos, deputados e senadores, mas não para presidente.
2. Campanha das “diretas já!”
A oposição estava suficientemente fortalecida a ponto de lançar um movimento pelo retorno das eleições diretas para presidente. Como é sabido, desde 1964 esse processo era controlado, por intermédio do Congresso Nacional, pelas forças armadas. A campanha pelas “Diretas Já!” consegue grande adesão popular, sendo registrados comícios com até um milhão de pessoas. Em 1984, a emenda Dante de Oliveira – que restabelece a eleição direta para presidente – é proposta ao Congresso. No entanto, por falta de quórum, não é votada. Embora não tenha atingido seu objetivo principal, a mobilização popular influencia os meios de comunicação de massa, gerando divisões nas elites e fazendo recuar setores radicais do Exército. Pela primeira vez em vinte anos, os militares não controlam mais a sucessão presidencial. O PDS divide-se, então, entre três candidatos: Aureliano Chaves, Mário Andreazza e Paulo Maluf. O primeiro, percebendo a pouca chance que tinha, retira a candidatura. Paulo Maluf vence com facilidade a convenção, habilitando-se à sucessão presidencial. Tal vitória, porém, leva a uma fragmentação do PDS, dando origem ao Partido da Frente Liberal (PFL). Formado por grupos derrotados na convenção que elegeu Maluf, tal partido se aproxima da candidatura oposicionista de Tancredo Neves, do PMDB. A aliança implica ceder a vice-presidência a um membro do PFL, no caso José Sarney, ex-arenista e pedessista, que acompanha a dissidência liderada por Aureliano Chaves, vice-presidente na gestão do general Figueiredo.
Em 15 de janeiro de 1985, a oposição chega ao poder. A campanha, porém, é exaustiva para o candidato vitorioso. Com mais de 70 anos e saúde debilitada, Tancredo Neves morre antes de tomar posse, em 21 de abril de 1985. Apesar da decepção política da maioria dos brasileiros, a determinação legal que garantia a posse do vice-presidente foi acatada e José Sarney tomou posse interinamente em 15 de março de 1985 e em abril de 1985, com a morte de Tancredo, de forma definitiva a presidência da república, tendo que lidar com a hiperinflação e a recessão econômica instalada no Brasil.
Portanto,
a chamada ditadura militar terminou em 1985, com a eleição de
Tancredo Neves, ainda de forma indireta, mas com a Presidência da República nas
mãos de um civil depois de 21 anos.
A seguir, veja o vídeo abaixo Redemocratização do Brasil: revelando os 4 fatos que marcaram o fim da ditadura militar.
Referências
bibliográficas:
BEZERRA,
Juliana. João Baptista Figueiredo. Disponível em: <https://www.todamateria.com.br/joao-baptista-figueiredo/>. Acesso em:
31/12/2024.
_______________. José
Sarney. Disponível em: <https://www.todamateria.com.br/jose-sarney/.
Acesso em: 31/12/2024.
DEL
PRIORI, Mary e VENANCIO, Renato. Uma breve história do Brasil. São
Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2010.
TODA MATÉRIA. Redemocratização do Brasil: revelando os 4 fatos que marcaram o fim da ditadura militar. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=DAxqtxYnqU0. Acesso em: 31/12/2024.