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30 de novembro de 2025

Bispos e Papas (19): Fabiano

Bispo Fabiano [1]

O próximo bispo de nossa lista (bispos e papas romanos), que queremos destacar aqui é o Bispo Fabiano. Na lista de Eusébio de Cesareia, em História Eclesiástica (HE, 6, XXIX) [2] encontramos: “Gordiano  sucedeu Maximino  na soberania de Roma, quando Ponciano, que havia ocupado o episcopado por seis anos, foi sucedido por Antero na igreja de Roma, o qual é também sucedido por Fabiano depois de se empenhar no serviço por cerca de um mês. Diz-se que Fabiano chegara a Roma com alguns outros do país e, ali permanecendo de modo notabilíssimo, pela graça divina e celestial, foi apresentado como um dos candidatos para o ofício... Relatam, ainda, que uma pomba de súbito, desceu do alto, pousou sobre sua cabeça, exibindo uma cena como aquela sobre nosso Salvador. Com isso todo o corpo exclamou com toda veemência e a uma só voz, como que movido pelo Espírito de Deus, que ele era digno; e, sem demora tomaram-no e o colocaram no episcopal.”

Na nossa lista, Ponciano foi o 17º bispo, Antero, o 18º. Portanto, o Bispo Fabiano, que sucedeu a Antero, corresponde ao 19º que ocupou o episcopado em Roma, entre 236 a 250, um longo período papal (14 anos) segundo a Igreja Católica.

Além das informações de Eusebio (acima), outras, especificadas aqui [3], por exemplo, afirmam sobre o Bispo ou Papa Fabiano:

§  Era um fazendeiro e homem simples do campo, mas um excelente administrador;

§  Dividiu a cidade de Roma em sete distritos eclesiásticos, cada um sob a responsabilidade de um diácono com auxílio de um subdiácono e assistentes, visando atender à crescente comunidade cristã: cuidados sociais, assistência aos pobres, a gestão das catacumbas (cemitérios cristãos).

§  Cada distrito tinha seu clero, responsável por abrigar doentes, conservar ou construir capelas para cultos e manter contato próximo com o presbítero encarregado pelo papa para o serviço litúrgico. Essa reforma marcou a criação de uma organização muito unida e adaptada ao crescimento do cristianismo na cidade...

Segundo o site católico Paulinas [4], Fabiano, um quase desconhecido antes da eleição, foi muito apreciado também por suas intervenções doutrinais, especialmente nas controvérsias da Igreja da África. O site diz que Fabiano, durante o seu pontificado de catorze anos, houve paz e desenvolvimento interno e externo da Igreja. Mas que também enfrentou problemas com o imperador Décio, que ao enfrentar problemas no seu governo, desencadeou uma ferrenha perseguição contra toda a Igreja. “Ocorreu um grande êxodo de cristãos de Roma, que se deslocaram para o Oriente à procura das comunidades religiosas dos desertos, um pouco mais protegidas das perseguições. Este foi o início para a vida eremita, com os 'anacoretas', mais conhecidos como os padres do deserto. Entretanto, o papa Fabiano permaneceu no seu posto e não renegou a fé, sendo decapitado no dia 20 de janeiro de 250” (Idem).

Eusébio (HE, 6, XXXIX), cita: “Agora pois, a Felipe [5], que havia imperado por sete anos, sucede Décio [6], que por ódio a Felipe suscitou uma perseguição contra as igrejas. Nela Fabiano consumou seu martírio em Roma e Cornélio o sucedeu no episcopado”.

Antes do reinado de Décio, a perseguição aos cristãos no império era esporádica e localizada, mas por volta do início de janeiro de 250 ele emitiu um édito ordenando que todos os cidadãos realizassem um sacrifício religioso na presença de comissários. Um grande número de cristãos desafiou o governo, o que resultou na morte dos bispos de Roma, Jerusalém [Alexandre] e Antioquia [Babilas], e na prisão de muitos outros.

A repressão fortaleceu, em vez de enfraquecer, o movimento cristão, pois a opinião pública condenou a violência do governo e aplaudiu a resistência passiva dos mártires. Décio forneceu o modelo para uma perseguição mais rigorosa aos cristãos, que começou em 303, durante o reinado de Diocleciano. No início de 251, poucos meses antes da morte de Décio, a perseguição aos cristãos cessou [7].

Eusébio (HE, 6, XXXIX), cita: “Agora pois, a Felipe, que havia imperado por sete anos, sucede Décio, que por ódio a Felipe suscitou uma perseguição contra as igrejas. Nela Fabiano consumou seu martírio em Roma e Cornélio o sucedeu no episcopado”.

Portanto, no mesmo ano, 250, além do martírio de Fabiano, houve também os martírios de Alexandre, bispo de Jerusalém, e de Babilas, bispo de Antioquia.


Notas / Referências bibliográficas:

  • [1] Bispo ou Papa Fabiano. Imagem (adaptada) e meramente ilustrativa. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Papa_Fabiano. Acesso em: 05/11/2025.
  • [2] CESAREIA, Eusébio de. História Eclesiástica: os primeiros quatro anos da Igreja Cristã. Rio de Janeiro: CPAD, 1999.
  • [5] Felipe (244-249) e sucessor de Giordano III (238-244). “O reinado de Filipe testemunhou o verdadeiro início da crise do século III, marcada por uma série de invasões bárbaras através do Danúbio e por uma guerra civil interna liderada por generais dissidentes. O sucesso inicial de Décio, enviado por Filipe para enfrentar a invasão gótica de 248, levou o exército de Décio a proclamá-lo imperador” (In: https://www.britannica.com/biography/Philip-Roman-emperor).
  • [6] Décio (249-251) foi imperador romano e sucessor de Felipe.

  • [7] Décio: Imperador romano. Disponível em: < https://www.britannica.com/biography/Decius>. Acesso em: 06/11/2025.

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