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27 maio 2022

A Monarquia inglesa

Sobre a centralização do poder nas monarquias europeias e a sua consequente consolidação do absolutismo, já vimos sobre a monarquia francesa, e neste capítulo (post), veremos como este processo ocorreu na Inglaterra.

A Torre de Londres foi, durante a Idade Média, o
 centro do poder real na Inglaterra. À medida que
 o Parlamento foi conquistando seus poderes, ela
teve sua importância diminuída [1].

Nas Ilhas Britânicas1, em meados do século XI, havia quatro reinos: Escócia, País de Gales e Irlanda, formados pelos celtas, e Inglaterra, formada por povos anglo-saxões.

Em 1066, o duque Guilherme, da Normandia (região do norte da França), invadiu e conquistou a Inglaterra.

Guilherme, o Conquistador, como ficou conhecido, era vassalo do rei francês. Ele dividiu a Inglaterra em condados, para os quais nomeou um funcionário a fim de representá-lo. Esse funcionário (xerife) tinha autoridade sobre todos os habitantes, fossem eles senhores ou camponeses. Com isso, Guilherme acabou fortalecendo seu poder.

Em 1154, um nobre francês, Henrique Plantageneta, parente de Guilherme, herdou a Coroa do Reino da Inglaterra, passando a chamar-se Henrique II (1154 – 1189). Nesse período ocorreu de fato a centralização do poder na Inglaterra.

Henrique II foi sucedido por seu filho, Ricardo Coração de Leão (1189 – 1199). Dos dez anos de seu governo, Ricardo ausentou-se da Inglaterra por nove anos, liderando a Terceira Cruzada e lutando no continente europeu para manter seus domínios na França. Essa longa ausência causou o enfraquecimento da autoridade real e o fortalecimento dos senhores feudais.

No reinado de João Sem-Terra (1199 – 1216), irmão de Ricardo, o enfraquecimento da autoridade real foi ainda maior. Após ser derrotado em conflitos com a França e com o papado, João Sem-Terra foi obrigado, pela nobreza inglesa, a assinar um documento chamado Magna Carta (1215). Por esse documento, a autoridade do rei da Inglaterra ficava bastante limitada. Ele não podia, por exemplo, aumentar os impostos sem prévia autorização dos nobres. A Magna Carta estabelecia que o rei só podia criar impostos depois de ouvir o Grande Conselho, formado por bispos, condes e barões.

Henrique III (1216 – 1272), filho e sucessor de João Sem-Terra, além da oposição da nobreza, enfrentou forte oposição popular. Um nobre, Simon de Montfort, liderou uma revolta da aristocracia e, para conseguir a adesão popular, convocou um Grande Parlamento em 1265, do qual participavam, além da nobreza e do clero, representantes da burguesia.

No reinado de Eduardo I (1272 – 1307), oficializou-se a existência do Parlamento. Durante os reinados de Eduardo II e de Eduardo III, o poder do Parlamento continuou a se fortalecer. Em 1350, o Parlamento foi dividido em duas câmaras: a Câmara dos Lordes, formada pelo clero e pelos nobres, e a Câmara dos Comuns, formada pelos cavaleiros e pelos burgueses.

Como podemos ver, na Inglaterra o rei teve seu poder restringido pela Magna Carta e pelo Parlamento. Mas isso não significou ameaça à unidade territorial ou um poder central enfraquecido, muito pelo contrário. Comandada pelo rei, conforme os limites impostos pelo Parlamento, a Inglaterra se tornaria um dos países mais poderosos da Europa, a partir do século XVI. Até hoje, a Inglaterra é uma monarquia parlamentarista.

Veja também:


Notas / Referência bibliográfica:

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