No nosso capítulo (post) sobre a
doutrina de Deus, vimos que Myer Pearlmann destaca várias referências
bíblicas que enfatizam a divindade de Jesus Cristo. A linguagem dos escritores
do Novo
Testamento era de que Ele está “… sobre todas as coisas, Deus
bendito para sempre” (Rm 9.5). Estas crença e experiência espiritual
dos cristãos apoiavam estas afirmações. Ao conhecer a Jesus, conheciam-no como
Deus. É neste sentido, que queremos estudar neste post, embora de forma
limitada, o significado do Logos ou Verbo, tendo como referência
o prólogo do Evangelho de João. Informações complementares, mas tão importantes
quanto o texto principal, escrevi-as em NOTAS, as quais ajudarão um pouco mais
a compreensão do assunto.
1. O Verbo (Logos): prólogo[1]
do Evangelho de João
Logos para João é uma pessoa, que comunica a realidade de Deus aos homens pela Sua encarnação e sacrifício na cruz... Servia o termo de ponte entre o mundo grego e judaico. Sendo Deus, o Logos é a perfeita expressão Deus. A revelação no A.T. era perfeita, mas incompleta. Em o N.T. é perfeita e completa ... A falta do artigo no original não quer dizer ‘um deus’ mas que o Verbo [tradução de Logos] tinha a natureza divina. ‘O Filho está destacado na Trindade, mas a Trindade toda não é o Verbo’”.[2]
O prólogo do Evangelho de João não é mero
prefácio ou introdução, mas uma declaração do tema central e básico no ensino
do Filho de Deus, a saber, a encarnação do Verbo. O evangelista pinta o pano de
fundo necessário para a revelação do evento redentor, isto é, o Verbo feito
carne. O prólogo é poético na sua forma e estrutura, e constitui um hino à Palavra de Deus. Vejamos o texto:
“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com
Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas
foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a
vida, e a vida era a luz dos homens. E a luz resplandece nas trevas, e as
trevas não a compreenderam. Houve um homem enviado de Deus, cujo nome era João.
Este veio para testemunho, para que testificasse da luz, para que todos cressem
por ele. Não era ele a luz, mas para que testificasse da luz. Ali estava a luz
verdadeira, que ilumina a todo o homem que vem ao mundo. Estava no mundo, e o
mundo foi feito por ele, e o mundo não o conheceu. Veio para o que era seu, e
os seus não o receberam. Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de
serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome; Os quais não nasceram
do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus. E o
Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do
unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” (João1.1-14).
Nos primeiros versículos (1 e 2) encontramos um
eco claro das primeiras palavras do Velho Testamento e também uma indicação do
conceito joanino do Logos – palavra grega traduzida como Verbo em nossas versões em Português – Em Gên. 1.1 encontra-se o
ato criativo de Deus (berê’shiyth bârâ’ ‘elohiym ‘êth hashâmayim ve’êth hâ’ârets
= No princípio criou Deus os céus e a terra[3]), porém João 1.1 (Εν αρχη ητο ο
Λογος, και ο Λογος ητο παρα τω Θεω, και Θεος ητο ο Λογος[4] =
No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus)
revela O Verbo que existe antes da criação. O pensamento do escritor é
impregnado do Velho Testamento e não devemos imaginar que o evangelista esteja
tomando emprestado um termo ou conceito da filosofia grega daquela época, Ele
expõe uma ideia que remonta ao ensino rabínico, concernente à Palavra de Deus.
O Logos é o Ser cuja existência
transcende o tempo. Sua pré-existência eterna é implícita. A preposição com (em “com Deus”, v. 1) implica relação e distinção. Usada com o acusativo
significa não somente coexistência, mas intercomunicação direta. Plummer sugere
“face a face com Deus”. Da expressão “O Verbo era Deus” (v. 1), não se deduz
que o Verbo era Deus, no sentido exclusivo que o identifica com a totalidade da
existência e atributos divinos; entretanto, significa mais do que divindade. Há
uma implicação definida na reivindicação de Ele ser Deus. O substantivo theos é colocado em primeiro lugar sem
o artigo, dando-lhe mais força. O logos
é então identificado com Deus no sentido de que Ele é coparticipante (veja NOTA
10) da essência e natureza divinas e, em virtude de tal relação, pode ser
considerado como Deus. No vers. 2, João reúne todas as três cláusulas da
primeira sentença. O verbo era se
usa no sentido absoluto de “existir” e não no sentido de “tornar-se”. Sua
existência transcende o tempo, não sendo ele criado.
Nos primeiros versículos 3 a 5, salienta-se o
fato de o Verbo “tornar-se” algo, o que corresponde ao processo criativo. O
verbo é o instrumento da criação, “pois
todas as coisas foram feitas por ele” (v. 3); literalmente pode-se dizer
que “todas as coisas foram criadas por
intermédio dele”. A origem última é o Pai, e nenhum agente intermediário
teve parte no trabalho da criação, apesar da crença sustentada pelos gnósticos.
“E sem ele nada do que foi feito se fez.
A vida estava nEle, e a vida era a luz dos homens” (vs. 3,4). É excluída a possibilidade de qualquer processo
criativo à parte dele. Salienta-se o pensamento de que todas as coisas criadas
são sustentadas por Ele e se coadunam através do princípio de vida emanada
dEle. “A fonte de vida é necessariamente
a fonte de luz” (Cambridge Bible).
O pensamento do evangelista em “A luz nas trevas” (v. 5) agora abrange a
esfera espiritual. O homem recebeu iluminação espiritual. Tal revestimento
emana da vida que tem seu fundamento na Palavra de Deus. A conexão entre vida e
luz é apontada pelo salmista (“Porque em ti está
o manancial da vida; na tua luz veremos a luz”, Sl 36.9. Ver também: “E esta é a mensagem que dele ouvimos, e vos
anunciamos: que Deus é luz, e não há nele trevas nenhumas” (1Jo 1.5). A luz brilha no mundo, e ela está em conflito com as
espessas trevas originadas na desobediência e ignorância do homem. Não se pode
apagar o testemunho à verdade divina. A luz é inextinguível e inconquistável, “as trevas não prevaleceram contra ela”.
Nos versículos 6 a 13, pode se destacar o Verbo em relação com a História humana. Sua vinda foi
proclamada por João, o Batista, “que veio
para que testificasse da luz” (v. 8). “João
[Batista] era a lâmpada que ardia e
iluminava” (Jo 5.35), porém ele é somente um reflexo da verdadeira luz, não
derivada, que veio ao mundo (v. 9). O testemunho de João Batista é parte integral
do texto. Por outro lado, o evangelista insiste na subordinação de João Batista
ao Verbo, que há de ocupar o primeiro lugar.
A luz criadora estava presente no mundo antes da encarnação. Ela se
tinha revelado imanentemente ao mundo que fora criado por ela, entretanto o
mundo não a conhecia (v. 10). Mais, ainda, Jesus, a Luz, revelou-se
historicamente ao seu próprio povo, Israel, que não O recebeu (v. 11). Aqui
notamos a manifestação progressiva do Verbo. “Ele estava com Deus” (v. 2)... “estava
no mundo” (v. 10)... “Ele veio
para o que era seu” (v. 11). Seu próprio povo recusou acolhê-Lo. A tragédia
desta oposição torna-se evidente. Contudo, todos quantos o receberam entraram
em uma nova relação com Deus tornando-se “filhos
de Deus” (v. 12), através do renascimento espiritual. Esta nova condição,
que resulta da regeneração, não se explica como fenômeno psíquico, nem como
experiência espírita. Esta experiência não é devido a um processo natural,
envolvendo a vontade da carne, nem a vontade do homem (v. 13). Não é alcançada
por nenhuma faculdade inerente do homem, mas por meio de um novo nascimento,
provindo de Deus.
No vers. 14-18, João fala do Verbo
encarnado. Há uma relação notável
entre a declaração fundamental do vers. 1 e a do vers. 14. O Verbo que estava
no princípio com Deus tornou-se homem; o Verbo que estava com Deus tabernaculou
com os homens. Aquele que era Deus estava cheio de Graça e de Verdade, mas agora
este Verbo eterno é identificado com o Cristo da História. “O Verbo se fez carne e habitou entre nós”
(v. 14). Note-se que ao mencionar “carne” exclui-se qualquer espécie de
Docetismo[5] e
outras noções semelhantes dos tempos modernos. Nosso Senhor assumiu um corpo
humano real; ele tabernaculou entre os homens. A essência de Deus se manifesta
naquele que é Graça e Verdade encarnadas. A majestade e o poder de Deus se
encobriram na carne.
“E vimos a sua glória” (v. 14).
João, o Evangelista, está falando como testemunha ocular da glória de Deus. O
conceito deve ser tomado subjetivamente. “Este
conceito é moral e espiritualmente grandioso” (Plummer). Esta “glória” se
define como a “glória do Unigênito do Pai”
(v. 14), exclusividade de sua filiação com o Pai e, conforme a palavra “como”
(v. 14) sugere, a filiação de Jesus é diferente de qualquer outra espécie de
filiação.
Como vimos, Gênesis 1.1 inicia-se com a criação do mundo (céus e a terra), enquanto em João 1.1, vimos que o Logos (Verbo) existe antes da criação mencionada em Gênesis e foi Ele também o criador do mundo. O Verbo “estava com Deus”, “o Verbo era Deus”, “todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez” (cf. vs. 1 a 3). A expressão Logos, na Septuaginta[6], tem sido usada para traduzir a palavra hebraica Dabhar (Palavra = Palavra de Deus). Mas outros sentidos também estão envolvidos no Logos, como “afirmação”, “declaração”, “discurso”, “assunto”, “doutrina”, “questão”, “razão”, “causa”, “motivo” etc.
Como afirma Pearlman[7], a palavra do homem é aquela por meio da qual ele se expressa e se comunica com os seus semelhantes. Por sua palavra ele dá a conhecer seus pensamentos e sentimentos, e por sua palavra ele manda e executa a sua vontade. A palavra com que se expressa está impregnada de seu pensamento e de seu caráter. Pela expressão verbal de um homem até um cego pode conhecê-lo perfeitamente. Embora se veja uma pessoa e dela se tenha informações, não se conhecerá o suficiente enquanto ela não falar. A palavra do homem é a expressão de seu caráter. Da mesma maneira, a "Palavra de Deus" é o veiculo mediante o qual Deus se comunica com outros seres, e é o meio pelo qual Deus expressa o seu poder, a sua inteligência e a sua vontade. Cristo é a Palavra ou Verbo, porque por meio dele, Deus revelou sua atividade, sua vontade e propósito, e por meio dele tem contato com o mundo. Nós nos expressamos por meio de palavras; o eterno Deus se expressa a si mesmo por meio do seu Filho, o qual "é a expressa imagem da sua pessoa" (Hb 1.3). Cristo é a Palavra de Deus, demonstrando-o em pessoa. Ele não somente traz a mensagem de Deus — ele é a mensagem de Deus.
O homem anelava por uma resposta mais clara à seguinte pergunta: como é Deus? Para responder a esta pergunta, surgiu o evento mais significativo da história — "E o Verbo se fez carne" (Jo 1.14). O Verbo eterno de Deus tomou sobre si mesmo a natureza humana e se tornou homem, a fim de revelar o eterno Deus por meio de uma personalidade humana. "Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho" (Hb 1.1,2). De modo que à pergunta "como é Deus?", o cristão responde: Deus é como Cristo, porque Cristo é o Verbo — a ideia que Deus tem de si mesmo. Isto é, ele é "a expressa imagem da sua pessoa" (Hb 1.3), "a imagem do Deus invisível" (Cl 1.5).
2. A cristologia do Logos (Verbo)
“Uma palavra é um meio pelo qual os pensamentos
são expressos, e a aplicação dessa palavra [Logos] ao Filho eterno nos leva a
crer que a auto expressão é inerente à Divindade, que Deus está sempre
procurando falar com a sua criação...”[8]
Continuando,
quero destacar o que J. N. BIRDSALL[9] fala
sobre como foi conceituada a cristologia do Logos. A Palavra de Deus é a autorevelação do Logos. Ela possui um
poder semelhante ao de Deus, o qual a profere (cf. Is 55.11, “Assim será a minha palavra, que sair da minha boca; ela não
voltará para mim vazia, antes fará o que me apraz, e prosperará naquilo para
que a enviei”) e efetua Sua vontade sem qualquer resistência.
Por conseguinte o termo pode referir-se à palavra criadora de Deus. Na
literatura de Sabedoria e poder criador de Deus é referido como a Sua
sabedoria, e, em certo número de passagens é referida como uma hipóstase[10]
distinta de Deus (p. ex. Pv 8.22-30).
Influenciado
tanto pelo Antigo Testamento como pelo pensamento helênico, Filo[11]
fez uso frequente do termo Logos, ao qual deu um significado altamente
desenvolvido e um lugar central em seu esquema teológico. Ele deriva o termo de
fontes estoicas e de conformidade com sua descoberta do pensamento grego nas
escrituras hebraicas, fez uso do mesmo sobre a base de passagens tais como
Salmo 33.6 (“Pela palavra do Senhor
foram feitos os céus, e todo o exército deles pelo espírito da sua boca”), para expressar os
meios mediante os quais o Deus transcendental podia ser o Criador do universo e
o revelador de Si mesmo a Moisés e aos patriarcas. Pelo lado grego, Filo
equiparou o Logos com conceito platônico do Mundo de Ideias, pelo que se torna
tanto o plano de Deus como o poder de Deus na criação. Pelo lado da exegese
bíblica, Filo identificou o Logos com o Anjo do Senhor e com o Nome de Deus, o
qual é descrito através de uma variedade de termos, como Sumo-Sacerdote,
Capitão e Guia, Advogado (Paracletos) e Filho de Deus. O Logos é chamado então
de um segundo Deus, e, por outro lado, é descrito como o Homem Ideal, o Padrão
da criação terrena do homem por parte de Deus. A despeito de toda essa
terminologia de personificação, entretanto, o termo permanece –
inevitavelmente, em vista do inquebrantável Judaísmo de Filo (pelo menos quanto
à intenção) – como um termo e instrumento filosófico e teológico.
Um outro possível fator
determinante do uso do Logos, nas passagens que precisamos examinar, é o
emprego desse termo para significar a mensagem evangélica[12].
O termo é usado de modo absoluto (exemplo, pregar a Palavra) e com certo número
de genitivos (a Palavra de Deus, de Cristo, da cruz, da reconciliação, da vida
etc.). Esses genitivos mostram que a história evangélica é encarnada no Novo
Testamento essencialmente como uma apresentação do próprio Jesus; Ele é a Palavra
que é pregada. Mas isso de forma alguma é sempre implícito na frase.
Birdsall destaca os três
lugares na Bíblia, onde o uso do Logos aparece em sentido técnico: João 1.1 e
14, 1João 1.1-3 e Apocalipse 19.13 (todas as passagens do mesmo autor: João). Só
queremos destacar, ainda, sobre João 1.1, o que Filo fala a respeito. Para ele,
neste texto, há um esquema claramente teológico em que a Palavra possui uma unidade
semelhante com Deus e uma semelhante distinção entre si mesma e Deus, e na qual
tanto a atividade criativa como a atividade sustentadora do universo e a
atividade revelatória para com o homem se atribuem ao Logos. Além disso, o
conceito necessariamente sem paralelo da encarnação é, não obstante, um
desenvolvimento apropriado da identificação do Logos com o Homem Ideal.
O certo é
que, como afirma B. Hägglund[13], a cristologia do Logos
visa responder a questão mais difícil da fé cristã na linguagem da época. Os
apologistas [defensores da fé, principalmente do segundo século] escolheram um
conceito da filosofia contemporânea e usaram para descrever o que para a
mentalidade grega era absurdo – que Cristo é Deus, mas que, com isso, a unidade
da Divindade não é negada. Se Cristo é apresentado como Logos, a razão divina,
é natural considerar sua obra principalmente em termos pedagógicos. Ele nos
transmite o verdadeiro conhecimento de Deus e nos instrui na nova lei, que nos
guia ao caminho da vida. Considera-se do ponto de vista do desenvolvimento
histórico do dogma, que a principal contribuição dos apologistas foi sua
tentativa de correlacionar o cristianismo com a erudição grega, tentativa que
encontrou sua expressão mais marcante na doutrina do Logos e sua aplicação à
cristologia.
Bem, ao
contrário de Mateus e Lucas que se ocupam da linhagem humana de Jesus, o
evangelista e apóstolo João começa seu Evangelho falando do Verbo (Logos), o Cristo Deus e Criador, que É
(existe) antes de qualquer criatura e mesmo porque sem Ele “nada do que foi feito se fez”. E João
testifica que suas “... mãos tocaram da
Palavra da Vida” (1Jo 1.1), porque “... o
nome pelo qual se chama é a Palavra de Deus” ( Ap 19.13). O Logos que era
tema de preocupação filosófica nos dias de João, depois dele serviu de ponte
entre a filosofia e o cristianismo, como também para a elucidação dos dogmas da
encarnação do Verbo e da Trindade pelos apologistas cristãos.
Veja mais sobre este assunto, acessando o link abaixo:
Link: <https://www.youtube.com/watch?v=tbF2OxmVi08>
Referências bibliográficas:
ELWELL, Walter. A. (Editor). Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã, Vol. II. São Paulo. Vida Nova, 1990.
HÄGGLUND, Bengt. História da Teologia. Porto
Alegre: Concórdia: 2003.
PEARLMAN, Myer. Conhecendo as doutrinas da Bíblia. São
Paulo: Vida, 1978 (7ª ed.).
SHEDD, Dr. Russell P.
(Editor). O Novo Comentário da Bíblia,
Vol. II. São Paulo: Vida Nova, 1983 (reimpressão).
Notas:
[1] Texto resumido do Prólogo no Comentário sobre o Evangelho de João por A. J. MACLEOD. In: SHEDD: 1983, pp. 1063 e 1064.
[2] SHEDD, Russell P. (Editor Responsável). Nota de João 1.1. A Bíblia Vida Nova. São Paulo: Vida Nova, (?).
[3] Texto transliterado e traduzido, disponível em: <http://hebraico.top/biblia-hebraica-online-transliterada/geneses-bereshit-completo-%D7%91%D6%BC%D6%B0%D7%A8%D6%B5%D7%90%D7% A9%D7%81%D6%B4%D7%99%D7%AA-hebraico-portugues-e-transliterado/bereshit-geneses-capitulo-01-%D7%91%D7%A8%D7%90%D7%A9%D7%99%D7%AA-portugues-hebraico-transliterado/>. Acesso em 30/05/2019.
[4] Texto de João 1.1, em grego, disponível em: <https://www.bibliaonline.com.br/greek/jo/1>. Acesso em: 30/05/2019.
[5] Em linhas gerais, o Docetismo era uma corrente doutrinária que afirmava que o corpo de Jesus era apenas uma ilusão, e que sua crucificação teria sido apenas aparente. Os docetistas afirmavam “... que Jesus tão-somente parecia existir em forma humana, que apenas parecia ter sofrido na cruz e que depois da ressurreição retornou a uma existência espiritual incorpórea” (HÄGGLUND: 2003, p. 18). Esta doutrina desconsiderava o fato de que “o Verbo se fez carne”, ou seja, Jesus Cristo humanizou-se, mediante a Encarnação.
[6] Septuaginta ou Setenta (LXX) foi uma tradução dos livros judaicos para o grego feita no século III a.C., durante o reinado de Ptolomeu Filadelfo (285-245 a.C.), para a sua biblioteca em Alexandria, no Egito. Esta versão recebeu este nome por causa da quantidade de tradutores, um tanto inexata, que era de setenta e dois anciãos, e foi feita também para atender a conveniência de alguns judeus de fala grega, que por causa da influência do helenismo desconheciam sua própria língua. Veja mais sobre isto em: <As Escrituras (2): formação do cânon e outras considerações>.
[7] PEARLMAN: 1978, pp. 100 e 101 (Op. Cit.).
[8] TOZER, A. W. Nota sobre João 1.1.
[9] BIRDSALL, J. N. Logos. In: SHEDD: 1983, pp. 958-60 – Texto parcial e adaptado conforme o Novo Acordo Ortográfico Brasileiro.
[10] Hipóstase é um termo grego que pode se referir à natureza de algo, de uma pessoa, com personalidade própria, individual e distinta. “... Teologicamente foi desenvolvida como o termo para descrever qualquer das três substâncias reais e distintas na única substancia ou essência indivisíveis de Deus, e especialmente a única personalidade unificada de Cristo, o Filho, em Suas duas naturezas, a humana e a divina...” (WARD, W. E. Hipóstase. In: ELWELL: 1990, p. 252.
[11] Filo ou Filon de Alexandria (10 a.C - 50 d.C) “... foi um dos mais renomados filósofos do judaísmo helênico, interpretou a bíblia utilizando elementos da filosofia de Platão, para ele o Demiurgo de Platão é o Deus criador dos hebreus... Para ele existe um Deus único, incorpóreo e que não tem princípio. Deus criou o Logos, que é a atividade intelectiva de Deus, e ao Logos devemos a criação do mundo. O Logos é o que está entre Deus e os homens, é o intermediário da relação entre os dois. O Logos é o ser mais antigo, o primeiro a ser criado por Deus e é também a sua imagem...” (Disponível em: <http://www.filosofia.com.br/historia_show.php?id=39>. Acesso em: 04/06/2019.
[12] Veja meu artigo Cultura e Evangelho, principalmente no capítulo onde destaco “o Logos e a catolicidade dos Evangelhos para e nas culturas”.
[13] HÄGGLUND: 2003, pp. 23 e 24.
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