"... Neste trabalho tentei fazer um resumo histórico e bíblico do povo hebreu, sua origem na Mesopotâmia, sua migração e instalação na Palestina, seu desenvolvimento como Nação, incluindo formas de governo, suas diásporas, o movimento sionista, a formação do Estado moderno de Israel e um pouco de sua situação atual.
(...)
Descrevemos
neste resumo a história dos hebreus e/ou Israel até o momento, mas sabemos que
muita coisa ainda envolverá este povo e sua relação com os demais povos, e com
o Seu Deus, como dizem as profecias de seu Livro Sagrado... "
O texto que segue é uma reflexão a partir do
artigo As Controvérsias sobre a Faixa de Gaza [2] (texto adaptado), publicado
pelo Ministério Ensinando de Sião [3], e outros mencionados nas notas.
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A Faixa de Gaza, área situada ao sudoeste de
Israel, é uma região que desde os tempos antigos nunca viveu dias de paz. Em
2005, o então primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, aprovou no parlamento
seu plano de retirada dos colonos judeus de Gaza, alegando que a região não
seria segura o bastante para israelenses. Sharon esperava negociar a região com
as lideranças palestinas em troca de paz. No entanto, em 2007, o Hamás assume o
controle da Faixa de Gaza e, desde então, o local se tornou um verdadeiro centro
de treinamento terrorista. A população de Gaza, apesar das ajudas de Israel,
tem sofrido nas mãos do grupo terrorista, que não se preocupa com o bem-estar
de seus habitantes nem com o desenvolvimento da região, afixando-se à ideologia
irrestrita de “riscar Israel do mapa”. Devido aos últimos ataques do Hamás à
população judaica (já considerados os piores do estado moderno), Israel segue
em incursão para desmantelar o grupo terrorista e libertar sua população do
terror e do medo. Mas uma pergunta permanece: por que esta pequena faixa de
terra tem sido para Israel uma terrível “dor de cabeça” nos últimos 3000 anos?
Para responder a esta pergunta, devemos voltar
no tempo e analisar a história. Nos tempos de Abraão, a região de Gaza se
tornou o reduto dos filisteus. Os filisteus vieram originalmente da ilha de
Creta em direção ao Egito em 1176 a.C., mas foram expulsos pelo Faraó
Ramses II, sendo banidos para a região de Gaza. O local então ficou conhecido
como “Philistiah” ou “terra dos filisteus”. Os filisteus eram pagãos e
realizavam sacrifícios humanos ao deus Marnus. Já nos dias da conquista de
Canaan por Josué, o próprio Deus delimita o território da tribo de Judá
estabelecendo seu limite oeste como o “Mar Grande”, – Mar Mediterrâneo (Js 15.12).
Ou seja, a região ocupada pelos filisteus foi dada por Deus ao povo de Israel.
Durante os reinados de Saul, Davi e Salomão, os filisteus constantemente
atacavam fazendeiros e campos de plantações de Israel, tentando trazer confusão
entre o povo.
Mas os filisteus, ou “palestinos”, foram
aniquilados pelo rei da Judéia Alexander Jannaeus durante o I século a.C.,
quando tentaram organizar uma aliança com os Egípcios e os Sírios para derrotar
Israel. Já no domínio Romano, após a destruição de Jerusalém no ano 70 d.C., a
região de Gaza passou a ser habitada por nômades e beduínos de origem árabe,
que eram responsáveis também pelo comércio de escravos. A região continuou
dessa forma até o séc. XIX, quando judeus sionistas de vários países começaram
a comprar propriedades em Gaza, imigrando para a região.
Uma vez que Deus deu a terra de Israel para o
povo judeu como possessão eterna, a decisão de Ariel Sharon de evacuar a região
de Gaza foi contra os princípios bíblicos. Uma vez que a intenção declarada do
Hamás é “riscar Israel do mapa”, a troca de território por paz provou ser algo
ineficaz e irreal. O profeta Ezequiel relata as fronteiras de Israel na qual a
região de Gaza é incluída (Ez 47.13-20). O profeta também relata que Deus
enviará um grande juízo sobre os habitantes da região os quais se declaram
inimigos de Israel:
“Assim diz o Senhor Deus:
Visto que os filisteus se houveram vingativamente e com desprezo de alma
executaram vingança, para destruírem com perpétua inimizade, assim diz o Senhor
Deus: Eis que eu estendo a mão para com os filisteus, e eliminarei os
queretitas, e farei perecer o resto da costa do mar.” (Ez 25.15 e 16).
O profeta Sofonias escreve: “Porque
Gaza será desamparada, e Asquelom ficará deserta; Asdode, ao meio-dia, será
expulsa, e Ecron, desarraigada. Ai dos que habitam no litoral, do povo dos
quereítas! (...) ó terra dos filisteus, Eu vos farei destruir, até que não haja
um morador sequer! (...) o litoral pertencerá aos restantes da casa de Judá
(...)”. (Sf 2.4-7).
Temos então uma grande controvérsia: De onde
virá o juízo sobre Gaza? Será que o Eterno usará o poderio militar de Israel
para tal ou testemunharemos uma catástrofe natural?Como Israel poderá habitar em paz com uma região praticamente dentro de
seus territórios cuja liderança jura aniquilar a população judaica por
completo? Há possiblidade humana de paz quando uma das partes jura destruir e
outra?
O enigma com relação à Gaza continua. O que
fazer? Israel tem o direito e o dever de defender seus cidadãos, provendo
segurança para seus habitantes. Por outro lado, uma coisa é certa: apenas o
príncipe da PAZ pode trazer a PAZ que é humanamente impossível. Apenas o
Messias de ISRAEL pode redimir e transformar vidas oprimidas e escravizadas em
cidadãos do reino de Deus. Que Yeshua seja revelado tanto a judeus e
principalmente a palestinos que vivem sob o terror do Hamás. Que o Leão de Judá
traga juízo sobre todos aqueles que intentam o mal e a destruição de Israel.
Que o Eterno também possa levantar profetas no meio do seu povo, para que
orientem os dirigentes da nação a tomarem a decisão correta em relação não só a
questões religiosas, mas também para questões políticas e territoriais. Que em
meio à tribulação, o nome do ETERNO possa ser buscado e encontrado. Que haja
paz sobre Israel!
Ó Deus, não te cales;
não te emudeças, nem fiques inativo, ó Deus! Os teus inimigos se alvoroçam, e
os que te odeiam levantam a cabeça. Tramam astutamente contra o teu povo e
conspiram contra os teus protegidos. Dizem: Vinde, risquemo-los de entre as nações;
e não haja mais memória do nome de Israel. Pois tramam concordemente e firmam
aliança contra ti. (...) Deus meu, faze-os como folhas impelidas por um
remoinho, como a palha ao léu do vento. Como o fogo devora um bosque e a chama
abrasa os montes, assim, persegue-os com a tua tempestade e amedronta-os com o
teu vendaval. Enche-lhes o rosto de ignomínia, para que busquem o teu nome,
SENHOR. Sejam envergonhados e confundidos perpetuamente; perturbem-se e
pereçam. E reconhecerão que só tu, cujo nome é SENHOR, és o Altíssimo sobre
toda a terra. (Sl 83.2-5,
13-18).
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Bem, no seu artigo o Prof. Matheus Z. Guimarães
destaca os atuais habitantes de Gaza são descendentes dos filisteus, que saíram
de Creta, em direção ao Egito e expulsos pelo Faraó Ramsés II, em 1176. O
professor deixa uma pergunta: “De onde virá o juízo sobre Gaza? Será que o
Eterno usará o poderio militar de Israel para tal ou testemunharemos uma
catástrofe natural?” Pelos últimos acontecimentos envolvendo Israel e
palestinos, vale a pena mais algumas reflexões. Além dos textos expostos por
Guimarães, vejamos mais este, do livro de Zacarias 9.3-10:
3 – E Tiro edificou
para si fortalezas, e amontoou prata como o pó, e ouro fino como a lama das
ruas.
4 – Eis que o Senhor a
despojará e ferirá no mar a sua força, e ela será consumida pelo fogo.
5 – Ascalom o verá e
temerá; também Gaza, e terá grande dor; igualmente Ecrom; porque a sua
esperança será confundida; e o rei de Gaza perecerá, e Ascalom não será
habitada.
6 – E um bastardo
habitará em Asdode, e exterminarei a soberba dos filisteus.
7 – E da sua boca
tirarei o seu sangue, e dentre os seus dentes as suas abominações; e ele também
ficará como um remanescente para o nosso Deus; e será como governador em Judá,
e Ecrom como um jebuseu.
8 – E acampar-me-ei ao
redor da minha casa, contra o exército, para que ninguém passe, nem volte; para
que não passe mais sobre eles o opressor; porque agora vi com os meus olhos.
9 – Alegra-te muito, ó
filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém; eis que o teu rei virá a ti, justo
e Salvador, pobre, e montado sobre um jumento, e sobre um jumentinho, filho de
jumenta.
10 – E de Efraim
destruirei os carros, e de Jerusalém os cavalos; e o arco de guerra será
destruído, e ele anunciará paz aos gentios; e o seu domínio se estenderá de mar
a mar, e desde o rio até às extremidades da terra.
No seu texto, publicado aqui [4], em 18 de janeiro de 2009,
Haroldo Luís Ribeiro Tôrres Alves destaca
que as mortes de mais de mil palestinos à época, e o desejo dos povos árabes de
destruírem Israel por completo – riscar Israel do mapa –, podem ser sinais da
proximidade da segunda vinda de Cristo que será Rei sobre toda a terra. Um resumo
que ele faz sobre o texto acima diz:
“O texto é claro em
dizer que Gaza ‘terá grande dor’, ‘o rei de Gaza perecerá, e Asquelom não será
habitada’, profecias descritas em Zacarias 9.5, falando das cidades palestinas
mais duramente atingidas no conflito atual e também no versículo 6 ainda diz: ‘exterminarei
a soberba dos filisteus (palestinos).’ Deus declara no versículo 8: ‘Acampar-me-ei
ao redor da minha casa para defendê-la contra forças militantes’ e
imediatamente na sequência do texto, Zacarias 9.9, descreve a vinda do Senhor
Jesus, conforme a profecia já cumprida e descrita em Lucas 19.28 a 40. Mas o
texto não para aí e em Zacarias 9.10 refere a respeito da vinda do Rei que ‘anunciará
paz às nações; o seu domínio se estenderá de mar a mar e desde o Eufrates até
às extremidades da terra’, uma clara referência à segunda vinda do Senhor
Jesus, do mesmo modo que Isaías 9.6 menciona a primeira vinda e Isaías 9.7
descreve a segunda vinda de Cristo para estabelecer o Seu governo em Jerusalém sobre
toda Israel com paz sem fim, juízo e justiça, desde aquele momento e para
sempre. A sequência do texto de Zacarias no capítulo 9, bem como nos capítulos
seguintes são referentes à segunda vinda do Senhor Jesus e o estabelecimento de
seu Reino sobre todas as nações.
Outra parte da pergunta do Prof. Matheus Z.
Guimarães diz: “Será que o Eterno usará o poderio militar de Israel para tal
ou testemunharemos uma catástrofe natural?”. Considerando as vitórias de
Israel sobre seus inimigos até hoje e o que afirmam as profecias, podemos
afirmar que ambas as situações ocorrerão. Por ora, porém, para os palestinos,
principalmente os membros do Hamás e nações vizinhas inimigas de Israel, antes
mas próximo do reino do Messias, disse Deus: “Eis que eu farei de Jerusalém um
copo de tremor para todos os povos em redor, e também para Judá, durante o
cerco contra Jerusalém. E acontecerá naquele dia que farei de Jerusalém uma
pedra pesada para todos os povos; todos os que a carregarem certamente serão
despedaçados; e ajuntar-se-á contra ela todo o povo da terra” (Zc 12.2-3).
[3]O Ministério
Ensinando de Sião “... é uma instituição de ensino bíblico, composta por
não-judeus, descendentes de judeus e judeus. Apregoamos o ensino e a obediência
aos Escritos judaicos da Torá (Pentateuco), dos Neviim (Profetas), dos Ketuvim
(escritos) e da Brit Chadashá (Nova Aliança – Jr 31:31). Com base em tais
Escritos, cremos ser Yeshua haMashiach o Messias de Israel e veículo da
redenção do Eterno, sendo primeiramente enviado há 2000 anos como ‘Mashiach Ben
Yossef’, mas que em breve voltará trazendo redenção e paz para os da Casa de
Israel e para todas as nações como ‘Mashiach Ben David’...”. Mais em: https://ensinandodesiao.com.br/pagina/66406/quem-somos.
Acesso em: 06/02/2025.
No
processo de transição do Regime Militar para a chamada Nova República, Tancredo
Neves é eleito presidente, em 15 de janeiro de 1985, adoece e vem a falecer, sem assumir o poder, em 21 de abril daquele
ano. Seu vice, José Sarney assume então e governa o Brasil até 1990.
Dentre
as primeiras medidas do governo Sarney, a mais importante no campopolítico
foi restabelecer a eleição direta para presidente da República. As restrições à
organização de partidos políticos foram diminuídas.
Mas era
no campoeconômico que se esperavam as medidas mais
significativas, pois a inflação continuava afetando seriamente a economia. Para
derrubar a inflação, o governo Sarney lançou um plano de grande impacto em 28
de fevereiro de 1986. Era o PlanoCruzado,
que consistia em dois pontos principais: substituição do cruzeiro pelo cruzado
sendo que cada cruzado correspondia a mil cruzeiros; e congelamento dos preços
por um ano.
Reforma monetária, com a transformação da moeda Cruzeiro em Cruzado, o qual valia 1000 vezes mais;
Congelamento dos preços em todo o varejo pelo prazo de um ano nos valores de 27 de fevereiro de 1986;
Congelamento e correção automática do salário quando os índices atingissem 20% de inflação;
Adiantamento de 33% do salário mínimo;
Congelamento da Taxa de Câmbio;
Criação do Fundo Nacional de Desenvolvimento (FND) para a implementação do Plano de Metas responsável pela área de infra-estrutura econômica e insumos básicos.
Inicialmente
a maioria da população apoiou as medidas do governo. Muitos consumidores
fiscalizavam os preços e denunciavam os comerciantes que não os respeitavam.
Mas logo surgiram problemas: começaram a faltar mercadorias; empresários
passaram a fazer pequenas modificações (maquiagem) nos produtos para lançá-los
como novos, com preço mais alto; fazendeiros negavam-se a vender o gado pelo
preço de tabela; os empresários e comerciantes começaram a cobrar ágio – valor
além dos preços de tabela – dos produtos em falta no mercado; o valor dos
aluguéis novos disparou...
O
governo não conseguia resolver esses problemas, pois o controle dos preços era
muito difícil numa país tão grande. E algumas matérias-primas importadas tinham
seu preço constantemente aumentado, levando os fabricantes a repassar esse
aumento ao preço dos produtos nacionais.
No fim
do ano, a inflação voltou a subir. O ministro da Fazenda, DílsonFunaro,
responsável pelo Plano Cruzado, demitiu-se e foi substituído por LuísCarlosBresserPereira. Bresser tentou, sem êxito, controlar a crise e
também saiu do governo no final de 1987. Seu sucessor, MaílsondaNóbrega, também não obteve sucesso com o PlanoVerão, de
janeiro de 1989, que novamente congelou preços e salários e substituiu o
cruzado pelo cruzadonovo. No final do governo Sarney a inflação
chegou a 85% ao mês.
Em 15
de novembro de 1986, foram eleitos novos deputados e senadores; além das
tarefas normais como congressistas, eles tinham a importante incumbência de
elaborar uma nova Constituição. Por isso, esse Congresso tinha também a
função de AssembleiaNacionalConstituinte.
Os
trabalhos foram iniciados em fevereiro de 1987. A Constituição era
uma antiga reivindicação da sociedade. Diversos setores mobilizaram-se para
participar da Constituinte, nas diversas comissões que se formaram. A
legislação relativa ao trabalho e ao vínculo dos empregados com as empresas
sofreu diversas alterações. A nova Constituição foi promulgada em 5 de outubro
de 1988, assunto do qual falaremos em outro post.
Principais
datas e acontecimentos:
1985 – Morte de Tancredo e posse de Sarney.
1986 – Lançamento do Plano Cruzado, por Dílson
Funaro.
1986 – Eleição de deputados e senadores.
1987 – Lançamento do Plano Cruzado Novo, por
Bresser Pereira.
1987 – Formação da Assembleia Nacional Constituinte.
1988 – Promulgação da atual Constituição, em 5
de outubro daquele ano.
1989 – Lançamento do Plano Verão, por Maílson da
Nóbrega.
1990 – Fim do governo Sarney e eleições gerais. Pela
primeira vez todas as 27 unidades federativas do país elegeram seus
governadores, deputados federais, senadores e presidente. Os candidatos vitoriosos
para a presidência da república foram: Collor de Melo (presidente) e Itamar
Franco (vice).
1990 – Sarney mudou seu domicílio eleitoral para o Amapá, onde é eleito senador.
Em síntese,
o Governo Sarney teve muitos planos e poucos resultados.
TancredoNeves
enfermo, ao lado de seus médicos [1]
Comojávimos aqui, a eleição indireta de Tancredo
Neves representou o auge da transição entre o Regime Militar e a Nova
República. A emenda de Dante de Oliveira em 1984,
que restabelecia eleição direta para presidente, proposta ao Congresso,
não foi votada, por falta de quórum, mas o movimento das “Diretas Já!” ganhou
ainda mais força com manifestações por todo o Brasil. Surgiram então algumas
alianças para disputar o poder.
1. A Vitória de
Tancredo
O PDS, partido onde se concentraram os
ex-integrantes da Arena, divide-se, entre três
candidatos: Aureliano Chaves, Mário Andreazza e Paulo Maluf. O primeiro,
percebendo a pouca chance que tinha, retira a candidatura. Paulo Maluf vence
com facilidade a convenção, habilitando-se à sucessão presidencial. Tal
vitória, porém, leva a uma fragmentação do PDS, dando origem ao Partido da
Frente Liberal (PFL). Formado por grupos derrotados na convenção que
elegeu Maluf, tal partido se aproxima da candidatura oposicionista de TancredoNeves, do PMDB. A aliança implica ceder a vice-presidência a um membro
do PFL, no caso JoséSarney, ex-arenista.
Em 15
de janeiro de 1985, a oposição chega ao poder com a vitória de Tancredo e de
seu vice Sarney. Mas Tancredo Neves morre antes de tomar posse. Depois
de muito impasse e da decepção política que envolve a escolha, prevaleceu a
determinação legal que garantia a posse do vice-presidente José Sarney ao
poder, interinamente, em 15 de março de 1985, e em 21 de abril de 1985, de
forma definitiva. E governa o Brasil até 1990.
2. Questionamentos [2] acerca da morte de Tancredo
A
versão oficial sobre a morte de Tancredo é que ela teria sido provocada
por diverticulite -
doença inflamatória no intestino grosso –, e veio a falecer com 75 anos antes
de tomar posse, em São Paulo, em 21 de abril de 1985. Mas muitos
acreditam que ele teria sido assassinado por
meio de envenenamento ou mesmo baleado.
A
hipótese de envenenamento de Tancredo tem relação com outra morte, a do seu
mordomo JoãoRosa, em circunstâncias parecidas, isto é, ele teria
sentido os mesmos sintomas e dores de Tancredo. O mordomo João, que morreu um
dia depois do Presidente, também foi diagnosticado como sendo diverticulite a
causa de sua morte.
A outra
hipótese, a de um possível assassinato, diz-se que no dia anterior à sua posse,
Tancredo estava numa missa em Brasília, para celebrar a vitória, sentiu-se mal
e foi internado no Hospital de Base de Brasília, um local sem as condições
necessárias para realizar as cirurgias às quais Tancredo foi submetido. A UTI
do hospital estava em reforma. Mas por algum motivo desconhecido os médicos
impediram Tancredo de ir para São Paulo, onde poderia ser melhor tratado.
A
própria data do seu falecimento também é discutida. Há quem acredite que o
anúncio da sua morte foi propositalmente feito no Dia de Tiradentes (21 de
abril), mas que Tancredo Neves já teria morrido dias antes.
Conspirações
ou não, o certo é que a morte de Tancredo é tema de muitas suspeitas e
discussões. Veja também o vídeo [3], a seguir, acerca do da
polêmica morte de Tancredo Neves.
Fontes:
[1] Foto: Os bastidores da foto mais polêmica de Tancredo Neves. In: <https://aventurasnahistoria.com.br/noticias/almanaque/presidente-morto-vivo-os-bastidores-da-foto-mais-polemica-de-tancredo-neves.phtml>. Acesso em: 08/01/2025.
O
dia em que a ditadura acabou (Gazeta do Povo, 14/01/2015)
Em meio
à repressão e censura do Regime Militar, movimentos de protesto exigindo
eleições livres e diretas, fim do regime, melhorias salariais e condições de
trabalho foram constantes nos anos 70 e início dos 80. Os eleitores valiam-se
das próprias eleições para manifestar sua oposição ao regime. Nas eleições de
1970, houve 60% de votos nulos e em branco; nas de 1974, os partidos de
oposição foram vitoriosos; em 1978, o governo obteve a maioria graças aos “senadores
biônicos” (senadores nomeados) e foi obrigado a manter as eleições indiretas
para governador para não perder em muitos estados; nas eleições para
governador, em 1982, o governo foi o grande derrotado, com a vitória dos
partidos de oposição.
1.João Figueiredo e a abertura política
João Figueiredo
Durante o último presidente militar, João Baptista Figueiredo(1918-1999), foi consolidada a abertura política do país através da Lei da
Anistia, a Lei 6683, de 1979, que das eleições diretas para o Congresso
e os governos dos estados.
Passeata
pela anistia no Rio de Janeiro
Com a abertura política, o processo de democratização
passava, ainda, pela garantia da pluralidade partidária. Até então, o Brasil
vivia o bipartidarismo e somente existiam dois partidos: a Arena
(Aliança Renovadora Nacional) e o MDB (Movimento Democrático
Brasileiro). Mas Figueiredo permitiu a criação de vários partidos. Assim
surgiram:
PDS (Partido Democrático Social), onde se concentraram os ex-integrantes da Arena;
PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro), integrado por aqueles que formaram o MDB e liderado pelo deputado Ulysses Guimarães;
PP (Partido Popular), fundado pelo deputado Tancredo Neves;
PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), fundado por Getúlio Vargas;
PDT (Partido Democrático Trabalhista) de orientação à esquerda e liderado por Leonel Brizola
PT (Partido dos Trabalhadores), fundado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
E
também na gestão de João Baptista Figueiredo, foi aprovado o projeto que
garantia o voto direto para governadores e prefeitos, deputados e senadores,
mas não para presidente.
2. Campanha das “diretas já!”
A oposiçãoestava suficientemente fortalecida a ponto de lançar um
movimento pelo retorno das eleições diretas para presidente. Como é sabido,
desde 1964 esse processo era controlado, por intermédio do Congresso Nacional,
pelas forças armadas. A campanha pelas “Diretas Já!” consegue grande adesão
popular, sendo registrados comícios com até um milhão de pessoas. Em 1984, a
emenda Dante de Oliveira – que restabelece a eleição direta para
presidente – é proposta ao Congresso. No entanto, por falta de quórum, não
é votada. Embora não tenha atingido seu objetivo principal, a mobilização
popular influencia os meios de comunicação de massa, gerando divisões nas
elites e fazendo recuar setores radicais do Exército. Pela primeira vez em
vinte anos, os militares não controlam mais a sucessão presidencial. O PDS
divide-se, então, entre três candidatos: Aureliano Chaves, Mário Andreazza e
Paulo Maluf. O primeiro, percebendo a pouca chance que tinha, retira a
candidatura. Paulo Maluf vence com facilidade a convenção, habilitando-se à sucessão
presidencial. Tal vitória, porém, leva a uma fragmentação do PDS, dando origem
ao Partido da Frente Liberal (PFL). Formado por grupos derrotados na convenção
que elegeu Maluf, tal partido se aproxima da candidatura oposicionista de
Tancredo Neves, do PMDB. A aliança implica ceder a vice-presidência a um membro
do PFL, no caso José Sarney, ex-arenista e pedessista, que acompanha a
dissidência liderada por Aureliano Chaves, vice-presidente na gestão do general
Figueiredo.
Em 15
de janeiro de 1985, a oposição chega ao poder. A campanha, porém, é exaustiva
para o candidato vitorioso. Com mais de 70 anos e saúde debilitada, TancredoNeves morre antes de tomar posse, em 21 de abril de 1985. Apesar da
decepção política da maioria dos brasileiros, a determinação legal que garantia
a posse do vice-presidente foi acatada e José Sarney tomou posse interinamente
em 15 de março de 1985 e em abril de 1985, com a morte de Tancredo, de forma
definitiva a presidência da república, tendo que lidar com a hiperinflação e a
recessão econômica instalada no Brasil.
Portanto,
a chamada ditaduramilitar terminou em 1985, com a eleição de
Tancredo Neves, ainda de forma indireta, mas com a Presidência da República nas
mãos de um civil depois de 21 anos.
A
seguir, veja o vídeo abaixo Redemocratização do Brasil: revelando os 4 fatos
que marcaram o fim da ditadura militar.
DEL
PRIORI, Mary e VENANCIO, Renato. Uma breve história do Brasil. São
Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2010.
TODA MATÉRIA. Redemocratização do Brasil:
revelando os 4 fatos que marcaram o fim da ditadura militar. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=DAxqtxYnqU0.
Acesso em: 31/12/2024.