Por: Alcides Amorim
O texto que segue é uma reflexão a partir do
artigo As Controvérsias sobre a Faixa de Gaza [2] (texto adaptado), publicado
pelo Ministério Ensinando de Sião [3], e outros mencionados nas notas.
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A Faixa de Gaza, área situada ao sudoeste de
Israel, é uma região que desde os tempos antigos nunca viveu dias de paz. Em
2005, o então primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, aprovou no parlamento
seu plano de retirada dos colonos judeus de Gaza, alegando que a região não
seria segura o bastante para israelenses. Sharon esperava negociar a região com
as lideranças palestinas em troca de paz. No entanto, em 2007, o Hamás assume o
controle da Faixa de Gaza e, desde então, o local se tornou um verdadeiro centro
de treinamento terrorista. A população de Gaza, apesar das ajudas de Israel,
tem sofrido nas mãos do grupo terrorista, que não se preocupa com o bem-estar
de seus habitantes nem com o desenvolvimento da região, afixando-se à ideologia
irrestrita de “riscar Israel do mapa”. Devido aos últimos ataques do Hamás à
população judaica (já considerados os piores do estado moderno), Israel segue
em incursão para desmantelar o grupo terrorista e libertar sua população do
terror e do medo. Mas uma pergunta permanece: por que esta pequena faixa de
terra tem sido para Israel uma terrível “dor de cabeça” nos últimos 3000 anos?
Para responder a esta pergunta, devemos voltar
no tempo e analisar a história. Nos tempos de Abraão, a região de Gaza se
tornou o reduto dos filisteus. Os filisteus vieram originalmente da ilha de
Creta em direção ao Egito em 1176 a.C., mas foram expulsos pelo Faraó
Ramses II, sendo banidos para a região de Gaza. O local então ficou conhecido
como “Philistiah” ou “terra dos filisteus”. Os filisteus eram pagãos e
realizavam sacrifícios humanos ao deus Marnus. Já nos dias da conquista de
Canaan por Josué, o próprio Deus delimita o território da tribo de Judá
estabelecendo seu limite oeste como o “Mar Grande”, – Mar Mediterrâneo (Js 15.12).
Ou seja, a região ocupada pelos filisteus foi dada por Deus ao povo de Israel.
Durante os reinados de Saul, Davi e Salomão, os filisteus constantemente
atacavam fazendeiros e campos de plantações de Israel, tentando trazer confusão
entre o povo.
Mas os filisteus, ou “palestinos”, foram
aniquilados pelo rei da Judéia Alexander Jannaeus durante o I século a.C.,
quando tentaram organizar uma aliança com os Egípcios e os Sírios para derrotar
Israel. Já no domínio Romano, após a destruição de Jerusalém no ano 70 d.C., a
região de Gaza passou a ser habitada por nômades e beduínos de origem árabe,
que eram responsáveis também pelo comércio de escravos. A região continuou
dessa forma até o séc. XIX, quando judeus sionistas de vários países começaram
a comprar propriedades em Gaza, imigrando para a região.
Uma vez que Deus deu a terra de Israel para o povo judeu como possessão eterna, a decisão de Ariel Sharon de evacuar a região de Gaza foi contra os princípios bíblicos. Uma vez que a intenção declarada do Hamás é “riscar Israel do mapa”, a troca de território por paz provou ser algo ineficaz e irreal. O profeta Ezequiel relata as fronteiras de Israel na qual a região de Gaza é incluída (Ez 47.13-20). O profeta também relata que Deus enviará um grande juízo sobre os habitantes da região os quais se declaram inimigos de Israel:
“Assim diz o Senhor Deus: Visto que os filisteus se houveram vingativamente e com desprezo de alma executaram vingança, para destruírem com perpétua inimizade, assim diz o Senhor Deus: Eis que eu estendo a mão para com os filisteus, e eliminarei os queretitas, e farei perecer o resto da costa do mar.” (Ez 25.15 e 16).
O profeta Sofonias escreve: “Porque
Gaza será desamparada, e Asquelom ficará deserta; Asdode, ao meio-dia, será
expulsa, e Ecron, desarraigada. Ai dos que habitam no litoral, do povo dos
quereítas! (...) ó terra dos filisteus, Eu vos farei destruir, até que não haja
um morador sequer! (...) o litoral pertencerá aos restantes da casa de Judá
(...)”. (Sf 2.4-7).
Temos então uma grande controvérsia: De onde
virá o juízo sobre Gaza? Será que o Eterno usará o poderio militar de Israel
para tal ou testemunharemos uma catástrofe natural?
Como Israel poderá habitar em paz com uma região praticamente dentro de
seus territórios cuja liderança jura aniquilar a população judaica por
completo? Há possiblidade humana de paz quando uma das partes jura destruir e
outra?
O enigma com relação à Gaza continua. O que fazer? Israel tem o direito e o dever de defender seus cidadãos, provendo segurança para seus habitantes. Por outro lado, uma coisa é certa: apenas o príncipe da PAZ pode trazer a PAZ que é humanamente impossível. Apenas o Messias de ISRAEL pode redimir e transformar vidas oprimidas e escravizadas em cidadãos do reino de Deus. Que Yeshua seja revelado tanto a judeus e principalmente a palestinos que vivem sob o terror do Hamás. Que o Leão de Judá traga juízo sobre todos aqueles que intentam o mal e a destruição de Israel. Que o Eterno também possa levantar profetas no meio do seu povo, para que orientem os dirigentes da nação a tomarem a decisão correta em relação não só a questões religiosas, mas também para questões políticas e territoriais. Que em meio à tribulação, o nome do ETERNO possa ser buscado e encontrado. Que haja paz sobre Israel!
Ó Deus, não te cales;
não te emudeças, nem fiques inativo, ó Deus! Os teus inimigos se alvoroçam, e
os que te odeiam levantam a cabeça. Tramam astutamente contra o teu povo e
conspiram contra os teus protegidos. Dizem: Vinde, risquemo-los de entre as nações;
e não haja mais memória do nome de Israel. Pois tramam concordemente e firmam
aliança contra ti. (...) Deus meu, faze-os como folhas impelidas por um
remoinho, como a palha ao léu do vento. Como o fogo devora um bosque e a chama
abrasa os montes, assim, persegue-os com a tua tempestade e amedronta-os com o
teu vendaval. Enche-lhes o rosto de ignomínia, para que busquem o teu nome,
SENHOR. Sejam envergonhados e confundidos perpetuamente; perturbem-se e
pereçam. E reconhecerão que só tu, cujo nome é SENHOR, és o Altíssimo sobre
toda a terra. (Sl 83.2-5,
13-18).
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Bem, no seu artigo o Prof. Matheus Z. Guimarães
destaca os atuais habitantes de Gaza são descendentes dos filisteus, que saíram
de Creta, em direção ao Egito e expulsos pelo Faraó Ramsés II, em 1176. O
professor deixa uma pergunta: “De onde virá o juízo sobre Gaza? Será que o
Eterno usará o poderio militar de Israel para tal ou testemunharemos uma
catástrofe natural?” Pelos últimos acontecimentos envolvendo Israel e
palestinos, vale a pena mais algumas reflexões. Além dos textos expostos por
Guimarães, vejamos mais este, do livro de Zacarias 9.3-10:
3 – E Tiro edificou
para si fortalezas, e amontoou prata como o pó, e ouro fino como a lama das
ruas.
4 – Eis que o Senhor a
despojará e ferirá no mar a sua força, e ela será consumida pelo fogo.
5 – Ascalom o verá e
temerá; também Gaza, e terá grande dor; igualmente Ecrom; porque a sua
esperança será confundida; e o rei de Gaza perecerá, e Ascalom não será
habitada.
6 – E um bastardo
habitará em Asdode, e exterminarei a soberba dos filisteus.
7 – E da sua boca
tirarei o seu sangue, e dentre os seus dentes as suas abominações; e ele também
ficará como um remanescente para o nosso Deus; e será como governador em Judá,
e Ecrom como um jebuseu.
8 – E acampar-me-ei ao
redor da minha casa, contra o exército, para que ninguém passe, nem volte; para
que não passe mais sobre eles o opressor; porque agora vi com os meus olhos.
9 – Alegra-te muito, ó
filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém; eis que o teu rei virá a ti, justo
e Salvador, pobre, e montado sobre um jumento, e sobre um jumentinho, filho de
jumenta.
10 – E de Efraim
destruirei os carros, e de Jerusalém os cavalos; e o arco de guerra será
destruído, e ele anunciará paz aos gentios; e o seu domínio se estenderá de mar
a mar, e desde o rio até às extremidades da terra.
No seu texto, publicado aqui [4], em 18 de janeiro de 2009,
Haroldo Luís Ribeiro Tôrres Alves destaca
que as mortes de mais de mil palestinos à época, e o desejo dos povos árabes de
destruírem Israel por completo – riscar Israel do mapa –, podem ser sinais da
proximidade da segunda vinda de Cristo que será Rei sobre toda a terra. Um resumo
que ele faz sobre o texto acima diz:
“O texto é claro em
dizer que Gaza ‘terá grande dor’, ‘o rei de Gaza perecerá, e Asquelom não será
habitada’, profecias descritas em Zacarias 9.5, falando das cidades palestinas
mais duramente atingidas no conflito atual e também no versículo 6 ainda diz: ‘exterminarei
a soberba dos filisteus (palestinos).’ Deus declara no versículo 8: ‘Acampar-me-ei
ao redor da minha casa para defendê-la contra forças militantes’ e
imediatamente na sequência do texto, Zacarias 9.9, descreve a vinda do Senhor
Jesus, conforme a profecia já cumprida e descrita em Lucas 19.28 a 40. Mas o
texto não para aí e em Zacarias 9.10 refere a respeito da vinda do Rei que ‘anunciará
paz às nações; o seu domínio se estenderá de mar a mar e desde o Eufrates até
às extremidades da terra’, uma clara referência à segunda vinda do Senhor
Jesus, do mesmo modo que Isaías 9.6 menciona a primeira vinda e Isaías 9.7
descreve a segunda vinda de Cristo para estabelecer o Seu governo em Jerusalém sobre
toda Israel com paz sem fim, juízo e justiça, desde aquele momento e para
sempre. A sequência do texto de Zacarias no capítulo 9, bem como nos capítulos
seguintes são referentes à segunda vinda do Senhor Jesus e o estabelecimento de
seu Reino sobre todas as nações.
Outra parte da pergunta do Prof. Matheus Z.
Guimarães diz: “Será que o Eterno usará o poderio militar de Israel para tal
ou testemunharemos uma catástrofe natural?”. Considerando as vitórias de
Israel sobre seus inimigos até hoje e o que afirmam as profecias, podemos
afirmar que ambas as situações ocorrerão. Por ora, porém, para os palestinos,
principalmente os membros do Hamás e nações vizinhas inimigas de Israel, antes
mas próximo do reino do Messias, disse Deus: “Eis que eu farei de Jerusalém um
copo de tremor para todos os povos em redor, e também para Judá, durante o
cerco contra Jerusalém. E acontecerá naquele dia que farei de Jerusalém uma
pedra pesada para todos os povos; todos os que a carregarem certamente serão
despedaçados; e ajuntar-se-á contra ela todo o povo da terra” (Zc 12.2-3).
Veja mais sobre o assunto no vídeo a seguir:
Notas:
- [1] Faixa de Gaza. Imagem disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Faixa_de_Gaza. Acesso em: 06/02/2025.
- [2] GUIMARÃES, Matheus Zandona. As Controvérsias sobre a Faixa de Gaza. Disponível em: https://ensinandodesiao.com.br/estudos/103982/as-controversias-sobre-a-faixa-de-gaza. Acesso em: 06/02/2025.
- [3] O Ministério Ensinando de Sião “... é uma instituição de ensino bíblico, composta por não-judeus, descendentes de judeus e judeus. Apregoamos o ensino e a obediência aos Escritos judaicos da Torá (Pentateuco), dos Neviim (Profetas), dos Ketuvim (escritos) e da Brit Chadashá (Nova Aliança – Jr 31:31). Com base em tais Escritos, cremos ser Yeshua haMashiach o Messias de Israel e veículo da redenção do Eterno, sendo primeiramente enviado há 2000 anos como ‘Mashiach Ben Yossef’, mas que em breve voltará trazendo redenção e paz para os da Casa de Israel e para todas as nações como ‘Mashiach Ben David’...”. Mais em: https://ensinandodesiao.com.br/pagina/66406/quem-somos. Acesso em: 06/02/2025.
- [4] ALVES, Haroldo Luís Ribeiro Tôrres. O conflito em Gaza que antecede a volta do Senhor Jesus. Disponível em: https://www.ultimato.com.br/comunidade-conteudo/o-conflito-em-gaza-que-antecede-a-volta-do-senhor-jesus/200. Acesso em: 06/02/2025.