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31 março 2021

Chá de Sabugueiro: sem comprovação científica

Cuidado!!! 
Chá de sabugueiro não tem comprovação científica para tratamento de sarampo.

Chá de Sabugueiro[1]

Nos anos 60, na região em que eu morava no estado do Paraná, houve um surto de sarampo muito grande – aliás, em todo o Brasil –, que atingia principalmente as crianças. Eu, ainda muito novo, também fui atingido, enquanto informações sobre mortes por causa da doença ocupavam os noticiários da época.

E não havia vacina contra o sarampo? Na época, não. Apenas em 1973 é que “... foi criado o Programa Nacional de Imunizações – PNI, com os objetivos principais de organizar, implementar e avaliar as ações de imunização em todo o país”[2]

Sem vacinas, o que as famílias faziam? Corriam atrás de um arbusto chamado sabugueiro, do qual (de suas folhas e flores) faziam um chá para os doentes tomarem. Foi o que eu tomei quando tive sarampo. Lembro-me de ter tido muita febre, precisei ficar de cama e isolado por alguns dias, talvez (não me lembro) tomando também cibalena, o analgésico mais conhecido na época. Depois de alguns dias, eu estava curado e imunizado. E, quando surgiu a vacina, nem precisei tomá-la.

Mas havia comprovação científica que o chá de sabugueiro curava sarampo? Bem, nem agora há. Hoje, por exemplo, encontrei esta informação: “... sabugueiro é muito utilizado para tratar os sintomas da gripe e do resfriado, mas dependendo do modo de uso, pode ser nocivo[3]. Além disso, neste artigo intitulado “sabugueiro: riscos e benefícios”, não encontrei nenhuma vez a informação que ele seja bom para sarampo. Pobres famílias dos anos 60: davam um remédio caseiro sem comprovação científica para as pessoas doentes de sarampo!

E quanto aos recursos jurídicos para impedirem o uso de medicamento sem comprovação científica? Ninguém recorriam contra este perigo? Não! Nos anos 60, não havia partidos como REDE, PT, PDT, PCdoB, PSOL e mais algum outro. Só tinham apenas dois partidos, ARENA e MDB, e o partido de oposição (MDB) não se prestava a este trabalho de prevenir famílias contra chá sem comprovação científica, e assim as mães, principalmente, ficavam à vontade para buscar o melhor tratamento para seus filhos.

Por que eu estou dizendo isto? Há alguma relação com o que estamos vivendo hoje no Brasil, em tempos de COVID-19 (ou já é Covid-B21, em se tratando do nosso país?). Sim, tristemente vejo que os defensores das chamadas "evidências cientificas" ou qualquer outro nome que se dá, estão impondo seus “cuidados” à sociedade para alertá-la do perigo de tomar um medicamento sem comprovação cientifica, e impedindo-a de encontrar o caminho da cura, como fazem partidos como os acima citados, que costumam defender uso da maconha, por exemplo. Aliás, encontrei esta matéria atual que diz que “do PT ao PSDB, candidatos defendem legalização da maconha[4]. E li também que “estudo mostra potenciais riscos da maconha para a saúde do coração... principalmente em portadores de doenças cardíacas, o consumo de maconha merece cautela, segundo cardiologistas[5], mas isto não vem ao caso, o que importa é que tratamento precoce – não posso falar o nome de alguns remédios “perigosos” que compões este tratamento aqui – não serve para tratamento de covid. E na sua esteira, há uma imensa plateia como imprensa, estudantes, professores, advogados, procuradores e (pasmem!) até uma quantidade considerável de médicos. Hoje, por exemplo, vi um vídeo de um homem, testado positivo com covid e que foi receitado para ele, dipirona e outro remédio para enjoo. Ao ser questionado que estes remédios não iriam curá-lo, o médico afirmou que não poderia receitar outro, para não correr o risco de ter o registro do CRM cassado.

E onde entra o chá nesta história? É que no tempo que só havia chá de sabugueiro e nem tinha tratamento precoce como hoje, mas também não tinham espectadores para promoverem a festa das mortes, as pessoas se viravam como podiam. Uma pessoa próxima a mim, segundo foi-me dito, teve covid e tomou chá de boldo e se curou. Mas foi só isso? Não, mas acredito que também por causa disso. Entendo que se eu estou numa pandemia terrível, e não há tratamento comprovado contra a mesma, mas existem “alguns chás” ou “tratamento precoce”, por que não fazer uso dos mesmos? Será que os defensores da maconha, quando pegam covid preferem ficar apenas com a sua ervinha ou tomam, talvez escondidos, remédio do qual já ouviu que é bom para a pandemia, como já fizeram algumas personalidades, inclusive da área da saúde, das quais não quero falar aqui?

O chá de sabugueiro era resultado da experiência da maioria das famílias, mas não dá para comparar sarampo com covid. Sim, por isso mesmo a busca pelo remédio que for – ou parecer ser – mais eficaz contra a doença, deve ser intensa, isto se a Globo e os “especialistas” deixarem obviamente.

Saudade do chá de sabugueiro e de quando não havia “especialistas” em "não cura" de pandemias!


Notas:

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