Chamam-se
Grandes Navegações
as expedições marítimas realizadas por europeus entre os séculos
XV e XVI.
As
primeiras rotas das grandes navegações
Os
pioneiros na expansão marítima europeia foram os portugueses e os
espanhóis, seguidos pelos ingleses, franceses e holandeses.
Diversos
fatores possibilitaram a Grandes Navegações como o aprimoramento
das técnicas de navegação, a necessidade de metais preciosos e de
se descobrir um novo caminho marítimo para as Índias.
Por
fim, não podemos esquecer os motivos religiosos, algo
importantíssimo naquela época. Deste modo, os europeus também
queriam expandir a fé cristã às novas terras.
Resumo
da história das grandes navegações
Com
a tomada de Constantinopla pelos turcos em 1453, o comércio entre a
Ásia e a Europa sofreu um abalo. Os produtos que ali chegavam
aumentaram de preço devido aos impostos que os turcos passaram a
cobrar dos europeus.
Por
isso, comerciantes de Veneza e Gênova, que monopolizavam o comércio
marítimo, buscaram alternativas para chegar às Índias. Isto vinha
de encontro ao projeto de expansão marítima de Portugal e do Reino
de Castela. Desta forma, os interesses de distintos grupos
convergiram para patrocinar as navegações pelo oceano Atlântico.
A
aliança entre o rei e a burguesia também contribuiu de maneira
decisiva para a expansão comercial e marítima. Nesta época, os
monarcas queriam centralizar o poder, num movimento histórico
conhecido como absolutismo. O rei possuía prestígio, mas pouco
poder e dinheiro. A burguesia tinha dinheiro, mas não poder, nem
prestígio. Desta forma, rei e burguesia apoiaram e financiaram
expedições para a África, Ásia e a América, e assim alcançar
seus objetivos.
Portugal
foi o pioneiro na realização de grandes viagens marítimas. Voltado
para o Atlântico e sem possibilidade de expandir-se dentro da
Península Ibérica, os portugueses preferiram aventurar-se no Mar
Oceano.
No
início do século XV, Portugal tornou-se o centro de estudos de
navegação, através do estímulo do infante D. Henrique, o
Navegador.
Este
príncipe reunia em sua residência, em Sagres, Algarve, navegadores,
cosmógrafos, cartógrafos, mercadores e aventureiros a fim de
ensinarem e aprenderem os segredos dos mares.
Além
disso, D. Henrique patrocinou inúmeras viagens que possibilitaram a
exploração da costa da África.
As
grandes navegações portuguesas
O
pioneirismo português começa em 1415 com a conquista de Ceuta, uma
cidade que era um importante entreposto comercial.
Vejamos
a cronologia das navegações portuguesas:
1415
– chegada à Ceuta, no norte da África.
1419
– ocupação da Ilha da Madeira.
1431
– Gonçalo Velho chega aos Açores
1434
– o Cabo do Bojador é superado pelos navegadores
1444
– descoberto o arquipélago de Cabo Verde.
1471
– ocupadas as ilhas de são Tomé e Príncipe.
1482
– o navegador Diogo Cão entra no rio Congo e estabelece contatos
no território de Angola.
1488
– Bartolomeu
Dias
dobra
o Cabo da Boa Esperança.
1498
– Vasco
da Gama atinge
Calicute, na costa oeste da Índia.
1500
– Pedro
Álvares Cabral oficializa
a existência de terras no sul da América e segue rumo à Ásia,
objetivo final da esquadra.
1500
– em 10 de agosto, Diogo Dias encontra a ilha de Madagascar.
1505
– os portugueses assinam um tratado com os governantes do Ceilão
(Sri Lanka).
1507
– a ilha de Ormuz (atual Irã) é atacada por Alfonso de
Albuquerque.
1510
– tomada de Goa por Alfonso de Albuquerque.
1511
– Francisco Serrão aporta em Malaca (Malásia).
1512
– chegada dos portugueses a Timor.
1543
– estabelecida as relações comerciais entre portugueses e
japoneses.
1557
– as autoridades chinesas permitem os portugueses a ficarem em
Macau.
As grandes
navegações espanholas
O
segundo país europeu a se aventurar nas Grandes Navegações foi a
Espanha, quase oitenta anos depois de Portugal. As expedições
contaram com o apoio, principalmente, de Isabel
de Castela.
O
navegante Cristóvão Colombo pensava ser possível atingir as Índias
por outro caminho a oeste. Para isso, as caravelas deveriam abandonar
a rota segura que margeava a costa africana e seguir pelo oceano
aberto.
Colombo
pediu ajuda aos reis portugueses, mas foi rechaçado. Partiu para o
reino de Castela, onde sua ideia foi considerada louca por alguns e,
por outros, fantástica. Conseguiu convencer especialmente a rainha
de Castela, Isabel I, interessada em expandir seus territórios por
mais distantes que fossem.
Em
sua primeira viagem, Cristóvão
Colombo desembarcou
nas Bahamas, acreditando ter alcançado as Índias. Somente em 1504
desfez-se o engano, quando o navegador Américo Vespúcio confirmou
tratar-se de um novo continente. Mesmo assim, até a morte, Colombo
sustentava que ele havia atingido o subcontinente indiano.
A
seguir, as principais datas das navegações espanholas:
1492
– Cristóvão Colombo descobre a América.
1499
– Alonso Ojeda chega à Venezuela. Nesta expedição está o
cartógrafo Américo Vespúcio que explica que àquelas terras são
um novo continente.
1500
– Vicente Pinzón navega Amazonas.
1511
– Diogo Velasquez atinge Cuba.
1512
– Ponce de León chega à Flórida.
1513
– Vasco Nunez alcança o Oceano Pacífico.
1516
– Juan Díaz de Solís explora o Rio da Prata.
1519
– Fernão de Magalhães e Sebastián Elcano partem para a primeira
viagem de circum-navegação. Magalhães morreria durante a
travessia e somente Elcano completaria o feito.
1519
– Fernão Cortez chega ao México.
1521
– Fernão de Magallães toma posse das Filipinas.
1531
– Francisco Pizarro conquista o Peru.
1537
– João Ayolas chega ao Paraguai.
1540
– Pedro de Valdívia descobre o Chile.
1541
– Francisco Orellana explora o rio Amazonas.
Outras
navegações europeias
Devido
ao sucesso das expedições portuguesas e castelhanas, outros países
tentaram conquistar novos territórios como Inglaterra, França e
Holanda.
Navegações
inglesas –
Depois
de algumas expedições de reconhecimento geográfico ao longo do
litoral norte-americano, os ingleses só começaram a colonizar a
América do Norte no final do século XVI. Igualmente, durante o
reinado da rainha Isabel I, os navegantes ingleses eram estimulados a
assaltar os galeões espanhóis que voltavam cheio de metais para a
Espanha.
Navegações
francesas
- Por
sua parte, os franceses, jamais aceitaram a divisão da América,
pelo Tratado de Tordesilhas, entre Espanha e Portugal. Por isso,
disputaram territórios dominados pelos espanhóis. As investidas
pelo Caribe e pelas costas norte-americanas resultaram na posse do
Haiti, da Guiana Francesa, do Canadá e da Louisiana. No século XVI,
um grupo de franceses tentaram se estabelecer no Rio de Janeiro, no
episódio conhecido como França
Antártica.Trouxeram,
inclusive, alguns grupos de protestantes que eram perseguidos na
França.
Navegações
holandesas
- Os
holandeses chegaram à América no século XVII, e fundaram Nova
Amsterdã (atual Nova York), porém seriam expulsos pelos ingleses.
Neste mesmo século, invadiram e ocuparam Pernambuco e Bahia,
conquistaram o atual Suriname e Curaçao. No Brasil, seriam
rechaçados pelas tropas hispano-portuguesas, mas conseguiriam se
estabelecer no Caribe, constituindo as Antilhas Holandesas. Na Ásia,
os holandeses entraram em guerra com os portugueses para ocupar
várias territórios que estes possuíam, como Malaca e o Timor.
Consequências
das Grandes Navegações
A
expansão marítima europeia deixou marcas em todos os continentes.
A
Europa percebeu que havia mais povos, línguas e costumes, do que os
conhecidos até então. Na maioria das vezes, o encontro de culturas
foi repleto de violência.
Nas
Américas, a vida dos indígenas nunca mais seria a mesma. Os
colonizadores trouxeram consigo uma nova forma de organização
econômica, política e social. Desta mistura, sempre desigual,
nasceu as sociedades híbridas da América Latina.
A
África foi o palco da deportação de milhares de pessoas que foram
reduzidas à escravidão. Nas Américas, os negros escravizados
aprenderam a se reinventar e misturaram suas crenças e costumes com
os alimentos nativos e aqueles oferecidos pelo colonizador.
Os
reinos asiáticos permitiram que os europeus se estabelecessem em seu
território de maneira restrita. A circulação de europeus só era
permitida nos portos e mesmo assim, constantemente vigiados. Isto não
impediu que os produtos asiáticos chegassem à Europa e modificassem
as modas e a arte daquele momento.
Desta
maneira, as consequências das grandes navegações são sentidas até
hoje, pois foi este movimento que permitiu a difusão da sociedade
europeia nos quatro continentes.
Veja
também:
Referências
bibliográficas:
BEZERRA,
Julina. As
grandes navegações. Disponível em: <As
Grandes Navegações - Toda Matéria (todamateria.com.br)
>
(Texto
adaptado).
Acesso em: 19/05/2022.