GONZÁLEZ, Justo L. E
até aos confins da Terra: uma história ilustrada do Cristianismo: a era dos
gigantes – Vol. 2. São Paulo: Vida Nova, 1995, pág. 103 a 111.
Texto e imagens adaptados
por:
Alcides Barbosa de Amorim
História do Cristianismo, geral e do Brasil, Teologia, Cultura, notícias, política, cotidiano, e um pouco mais
GONZÁLEZ, Justo L. E
até aos confins da Terra: uma história ilustrada do Cristianismo: a era dos
gigantes – Vol. 2. São Paulo: Vida Nova, 1995, pág. 103 a 111.
Texto e imagens adaptados
por:
Alcides Barbosa de Amorim
GONZÁLEZ, Justo L. E
até aos confins da Terra: uma história ilustrada do Cristianismo: a era dos
gigantes – Vol. 2. São Paulo: Vida Nova, 1995, pág. 87 a 101.
Texto e imagens adaptados
por:
Alcides Barbosa de Amorim
Por Ronaldo Lidório [1]
Introdução
Durante estes anos em que trabalhamos entre as
etnias Konkombas no nordeste de Gana, África ocidental, muitas vezes nos
surpreendemos com a forma como os novos crentes interpretavam e
contextualizavam os ensinos bíblicos a medida que lhes eram apresentados,
utilizando histórias, contos e provérbios milenares na cultura Konkomba para
elucidar o princípio em questão. Ao fim de uma exposição bíblica sempre há
alguém que diga: “Temos um conto que explica isto!”
Visualizando a profundidade de uma língua
proverbial onde curtas expressões como ‘Aananken amman’ significa ‘Não julgue a sabedoria de um homem pelos
seus cabelos brancos mas pela verdade em suas palavras’, nos deparamos com
inúmeros contos que expressam, culturalmente, a forma como a tribo entende e
avalia os princípios bíblicos dentro de sua cosmovisão.
Estas próximas páginas trazem um destes contos,
que nos foi narrado por dois Konkombas e um Bassari após termos falado sobre as
estratégias do inimigo em confundir o povo de Deus, quando mencionamos o texto
de 1 Pedro 5:8 – “Sede sóbrios e
vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge
procurando alguém para devorar”.
Procurei, até onde foi possível, realizar uma
tradução acurada. Entretanto, reservei-me o direito de adaptação nas expressões
tipicamente Konkombas onde não possuímos equivalentes para o português.
Que este conto sirva de edificação para a sua
vida advertindo-o contra aquele que veio somente para roubar e destruir. Em
Cristo, “Tindindana”- “Senhor das vitórias”-,
Ronaldo Lidório
O Conto
Vivia em uma mata junto
ao rio Molan um leão idoso e sábio
que, como líder dos animais que habitavam a terra, era grandemente respeitado
entre todos. Devido aos longos anos de experiência em liderança, desenvolveu
uma personalidade paciente, meticulosa, vagarosa, quase beirando a
contemplação. Entretanto, era por demais ouvido entre todos quando levantava-se
pensativamente de sua moita favorita usualmente dizendo: “Creio que sei o que
deve ser feito!” Até seus rivais que o criticavam pelo seu jeito pacificador de
ser, enxergavam nele uma fonte de sensatez. Havia apenas um pequeno e quase
imperceptível defeito em sua personalidade o qual, por tão pequeno, não era por
ninguém visto como erro mas sim como uma excentricidade, ‘até uma virtude’ –
diziam muitos: o leão odiava sujeira! Lama, restos de comida ou uma
simples poeira o deixava irritado e descontente. Não chegava a ser, entretanto,
suficiente para nenhuma discórdia ou discussão. No máximo um desabono como um
balançar de cabeça ou um ligeiro suspiro de indignação.
Descendo o rio, no topo
de uma árvore pouco frondosa, morava o leopardo.
Ele era esguio e vivaz. Alegre, contador de piadas e particularmente gostava de
narrar engraçadas histórias sobre os habitantes do rio. Sendo o único animal de
grande porte naquela parte da floresta era chamado em qualquer emergência e,
mesmo sem a ponderação e experiência do leão, promovia soluções fazendo piadas
dos problemas e tornando-os menos sérios. Quase nunca usava sua autoridade de
mais forte e gostava de andar ao redor toda tarde prometendo aos macacos que
eles seriam a sua refeição do dia seguinte se nada melhor aparecesse, o que
gerava uma algazarra nas árvores enquanto ele dava boas risadas.
Apesar de amigo e
companheiro havia algo que o impedia de ter mais proximidade com outros
animais. Ele ficava enraivecido sempre que alguém o fitava. Poderia
conversar longamente com todos desde que ninguém olhasse diretamente
em seus olhos, o que fazia com que ficasse irado e, com um rugido, saía
mal-humorado. Mas todos, conhecendo esta particularidade, sabiam como tratá-lo
e até brincavam entre si dizendo que ele ficara assim desde que vira sua
própria face no espelho de água do rio Molan e admirou-se de como era feio. Era
apenas uma versão entre os macacos que se divertiam com esta história durante
As noites. Ninguém, nem mesmo ele, na verdade, sabia o porque desta irritação
ao ser fitado nos olhos. Entretanto, conhecendo de antemão o seu temperamento,
todos sabiam como tratá-lo e tudo corria bem naquela parte da mata.
Mais distante, próximo
ao pântano da ‘Árvore alta’ vivia Píton,
a cobra. Dentre tantas outras cobras que habitavam aquela área, Píton era a
maior, mais forte e mais inteligente dentre elas. Apesar de temida entre todos
os animais, Píton não era de tão difícil relacionamento como imaginavam. Era
séria, compenetrada e muito desconfiada, sem dúvida. Mas também sempre
mostrava-se bem disposta a ajudar em momentos de crise. “Quando houve a última
enchente” – reconhecem todos – “Píton foi a primeira a voluntariar-se para
ajudar os animais que não conseguiam nadar”. “Mas também fala disto até hoje!”
– completam os mais críticos. Apesar de não ter a sensatez do Leão e a
descontração do Leopardo, Píton era reconhecida como líder. “Um líder não deve
ser temido, ranzinza e desconfiado” – lembravam os macacos, mostrando que lhe
retirariam o cargo se pudessem. Era sabido que Píton, a cobra, possuía um
grande complexo de inferioridade pelo fato de que, tendo que rastejar,
ficava sempre mais baixa que os outros animais e muitos chegavam até a ignorar
a sua presença. Certa vez um elefante quase pisou-a por não vê-la, o que causou
grande indignação e desde então ela detesta ser tocada e sempre lembra a todos
o seu lema: “Nunca pise em mim!”
Certo dia surgiu um
assunto de urgência que envolvia toda a floresta. Algumas hienas, temidas por
todos os animais de bem, decidiram mudar-se para aquela região. Todos estavam
preocupados e criavam muitos boatos e rumores sobre isto. O Leão, prevendo um
estado de pânico, decidiu convocar uma reunião entre a liderança da floresta:
ele, o Leopardo e a Píton iriam reunir-se junto à sua moita no dia seguinte.
No dia esperado, logo
cedo, chegou o Leopardo e como de costume fazia piadas do Leão chamando-o de
“Jubinha” referindo-se a um fato constrangedor e nunca mencionado pelos outros
animais: o Leão nascera com menos pelos em sua juba que outros da sua espécie.
Fingindo ignorar as piadinhas o Leão chamou-o para baixo da árvore e
ofereceu-lhe água do riacho que por ali passava. Logo em seguida, sutil e
esguia, chegou Píton causando surpresa no Leão. “Não pensei que viria tão cedo”
– comentou ele referindo-se aos constantes atrasos de Píton nas últimas
reuniões de liderança. Como sempre Píton permanecia calada e procurou
calmamente o lugar mais úmido para se enrolar.
Durante o dia o Leão, o
Leopardo e Píton, a cobra, conversaram sobre todas as implicações da vinda das
hienas para a floresta e, após ouvir longamente as inúmeras sugestões dos
outros animais, estavam prestes a tomar uma decisão quando foram interrompidos
pela comida que chegava. “Pensei que era plano do Leão trazer-nos aqui para
matar-nos de fome” – comentou o Leopardo entre risos. Comeram regaladamente e
após tudo ser devidamente limpo decidiram descansar por um curto período antes
de retomarem as discussões.
Neste momento, enquanto
Leão, Leopardo e Píton dormiam, surgiu sorrateiramente um pequeno inseto típico
daquela parte da floresta chamado “Kintano”.
É uma espécie de grilo com apenas 2 centímetros de tamanho e que costuma fazer
um buraquinho na areia onde esconde-se nos momentos mais quentes do dia. Sem
ser por ninguém percebido, Kintano pulou até o lugar onde o Leão deitava-se
sobre sua limpa e macia moita e começou a cavar o seu buraquinho com suas
patinhas traseiras, lançando a areia para trás à medida que desaparecia dentro
do seu abrigo. Entretanto, com a força de suas patinhas, Kintano conseguiu
arremessar aquela fina areia até o focinho do Leão, o qual, cheirando a poeira,
levantou-se de um salto julgando ser uma brincadeira do Leopardo, fitou-o bem
nos olhos e num rugido gritou: “Por que
me sujou? Você sabe como detesto sujeira!!” O leopardo rosnou indignado: “Não sei do que está falando mas você sabe
que odeio quando alguém me fita!” Os dois começaram uma luta quando, não
percebendo a Píton, o leopardo a pisou com sua pata traseira fazendo-a acordar
irada e gritando: “Não admito ser pisada
por ninguém!” O leopardo, mais jovem e forte, matou o leão em uma tremenda
batalha! A Píton, sagaz, enlaçou o leopardo e o apertou até que morresse;
entretanto, com tamanho esforço, não resistiu e também morreu. Houve silêncio
em toda a floresta. Como líderes tão bondosos, gentis e responsáveis chegaram
ao ponto de se matar? – Perguntavam-se todos. Os animais da floresta, atônitos,
abaixaram suas cabeças e dispersaram-se. E o Kintano… O Kintano, após tudo
acabar, saiu do buraquinho na areia, olhou ao seu redor e começou a pular em
direção a outro vale, a procura de outros líderes em outras florestas. ‘U
Mallenyaan nyen Kintan so. U nyen kenin, sedimaten, tob anun ni kagbaan pu na’
‘O Diabo é como o Kintano. Ele veio apenas matar, roubar e destruir’ – dizem os
Konkombas.”
GONZÁLEZ, Justo L. E
até aos confins da Terra: uma história ilustrada do Cristianismo: a era dos
gigantes – Vol. 2. São Paulo: Vida Nova, 1995, pág. 79 a 86.
Texto e imagens adaptados
por:
Alcides Barbosa de Amorim
“Os donatistas
debatem conosco onde está o corpo de Cristo, que é a igreja. Haveremos de
buscar a resposta em nossas próprias palavras, ou nas da cabeça do corpo, nosso
Senhor Jesus Cristo?” (Agostinho de Hipona)
GONZÁLEZ, Justo L. E
até aos confins da Terra: uma história ilustrada do Cristianismo: a era dos
gigantes – Vol. 2. São Paulo: Vida Nova, 1995, pág. 57 a 78.
Texto e imagens adaptados
por:
Alcides Barbosa de Amorim