O
último período da História do Brasil que ficou conhecido como Nova
República (1985 até o momento), teve como primeiro presidente José
Sarney. Este propôs uma nova Constituição
para o país, a qual foi votada e promulgada em 5 de outubro de 1988. Um dos pilares
da Constituição, no campo político, é a realização de “eleições diretas e
universais com dois turnos”. Nesse sentido, após o fim do mandato de Sarney e das
disputas eleitorais da época, surgiria o segundo Presidente da República, mas o
primeiro eleito diretamente pelos cidadãos brasileiros.
As
eleições diretas para presidente foram realizadas em outubro de 1889, sendo
vencedor o candidato alagoano Fernando Collor de Mello, que derrotou
Luís Inácio Lula da Silva, candidato do Partido dos Trabalhadores.
1. Governo Collor
Collor [2] assumiu no dia 15 de março de 1990. Havia grande expectativa em relação à sua
posse, pois foi o primeiro presidente eleito diretamente pelo voto popular em
quase trinta anos. A expectativa era grande sobretudo em relação às medidas
econômicas que seriam tomadas pelo novo governo, devido à gravidade da situação
do país, que se caracterizava por uma inflação extremamente elevada.
Por
isso, as atenções se concentraram no plano econômico do novo presidente, que
foi anunciado em parte no dia da posse e definido na sua totalidade no dia
seguinte.
A
principal medida econômica, tomada no primeiro dia do governo Collor, foi o
bloqueio de grande parte do dinheiro que as pessoas e as empresas tinham nos
bancos, em conta corrente, em cadernetas de poupança e em outras formas de
aplicação; o objetivo dessa medida era diminuir o volume de dinheiro em poder
das pessoas e, assim, conter a inflação.
A moeda
voltou a ser o cruzeiro.
Além do
objetivo de conter a inflação, faziam parte do plano econômico de Collor;
privatização de empresas estatais;
fechamento de órgãos do governo e venda de
carros, casas e apartamentos de propriedade do governo;
abertura da economia ao capital externo e às
importações de produtos estrangeiros;
demissão de funcionários públicos.
Em 2016, a ex-presidente Dilma Rousseff também foi afastada da presidência acusada de improbidade administrativa e Collor de Mello participou da votação como senador.
PC Farias seria encontrado morto em Alagoas com a namorada em 23 de junho de 1996 e até hoje as circunstâncias do crime não foram esclarecidas.
A ex-primeira-dama Rosane Collor de Mello voltou à mídia para contar sua vida com o ex-presidente e exigir um aumento da pensão.
O movimento dos Caras Pintadas mobilizou
estudantes de todo país
Chefiado pela ministra Zélia Cardoso de Mello, o Ministério da Economia passou a
ser o principal ponto de atenções do novo governo, diante da necessidade que se
colocava de eliminar a inflação. Graças ao choque, a inflação baixou a níveis
inferiores a 10% nos primeiros meses da nova administração.
Nenhum
outro setor da vida nacional recebeu tanta atenção do governo Collor, que se
concentrou, nos primeiros meses, no combate à inflação.
Apesar
de todas as iniciativas, no entanto, a situação do país continuou difícil,
sobretudo porque a principal consequência da política econômica de Collor foi a
recessão, com queda dos salários e aumento do desemprego. Diante do fracasso de
sua política, Zélia Cardoso de Mello abandonou o governo em maio de 1991, sendo
substituída por Marcílio Marques Moreira.
No
final de 1991, além de grave recessão, com diminuição da atividade econômica e
com desemprego generalizado, a inflação voltava a elevar-se para níveis de 20%
ao mês e continuou a subir durante o ano de 1992.
2.Impeachment e renúncia
De
maneira geral, Collor não cumpriu suas promessas de campanha, pois ele prometeu
acabar com a inflação, que, depois de alguns meses, voltou com bastante força;
havia prometido governar para os “descamisados” e “pés-descalços”, mas não
houve redistribuição de renda; jurou acabar com os “marajás” (funcionários
públicos com altos salários e que pouco trabalhavam) e colocar os corruptos na
cadeia, mas ele mesmo passou a usufruir de vantagens de uma rede de corrupção;
comprometeu-se a pagar dignamente os aposentados, mas negou-lhes os reajustes
devidos, levando-os às ruas, em passeatas e outras manifestações públicas, para
exigir o respeito aos seus direitos.
Aos
poucos, porém, foram aparecendo na imprensa informações sobre casos de
corrupção que se multiplicavam em quase todos os setores do governo: no
Ministério da Saúde, foram comprados bicicletas, mochilas e guarda-chuvas em
quantidades desnecessárias e a preços acima dos de mercado; em outros
ministérios, eram contratadas para fazer obras públicas, sem licitação,
empreiteiras que haviam contribuído com dinheiro para a campanha do presidente;
a publicidade oficial era encaminhada às agências que haviam feito a propaganda
eleitoral de Collor; houve denúncias de desvio de dinheiro da Legião Brasileira
de Assistência (LBA), presidida por RosaneCollor, esposa do
presidente.
As
denúncias se avolumavam, envolvendo o nome do tesoureiro da campanha
presidencial, o empresário alagoano Paulo César Farias [3],
o PC. No início de 1992 o próprio irmão do presidente, PedroCollor,
denunciou e confirmou a existência do esquema de corrupção generalizada que
tomava conta do governo.
O
Congresso Nacional formou uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para
investigar as denúncias do irmão do presidente. Inicialmente, os trabalhos da
CPI andaram muito devagar, pois era difícil conseguir provas. Mas, a partir do
depoimento de Eriberto França, motorista de Ana Acioli, secretária de Collor, o
vasto esquema de corrupção, envolvendo centenas de milhões de dólares, começou
a ser conhecido: grandes empresas, para obter favores do governo, pagavam
milhares de dólares às empresas de Paulo César Farias. Este, por meio de contas
bancárias fantasmas, com nomes fictícios, encaminhava parte do dinheiro à conta
de Ana Acioli, que o utilizava para pagar as despesas particulares de Collor –
como a reforma de sua casa – e de seus familiares e amigos. Houve também
denúncias de envio de milhões de dólares ao exterior, carregados por aviões
particulares de PC.
Milhares
de pessoas, especialmente estudantes – que ficaram conhecidos como caras-pintadas,
por pintarem o rosto com as cores da bandeira nacional –, começaram a ir às
ruas em grandes manifestações, exigindo o afastamento do presidente. “Fora,
Collor” era o grito dos manifestantes.
No dia
29 de setembro de 1992, com base no relatório da CPI, a Câmara dos Deputados,
por grande maioria de votos, autorizou o Senado a processar e julgar
o presidente. De acordo com a Constituição, Collor foi afastado por 180 dias; ItamarFranco, vice-presidente, assumiu interinamente a Presidência.
Três
meses depois, no dia 29 de dezembro, ao ter início o julgamento do Senado,
percebendo que seria derrotado, Collor renunciou ao seu mandato de
presidente da República. No mesmo dia, Itamar Franco foi empossado como
presidente efetivo do Brasil.
Apesar
da renúncia, o Senado continuou o julgamento de Collor e suspendeu seus
direitos políticos por oito anos.
Mais
tarde, em 1995, Collor foi considerado inocente pelo Superior Tribunal Federal
(STF). Livrou-se das acusações de corrupção passiva junto ao “Esquema PC”,
falsidade ideológica e crime de peculato (utilização de cargos públicos para o
desvio de verbas).
Após o
Impeachment, Collor e a primeira-dama Rosane, mudam-se para Miami, nos Estados
Unidos. A presidência seria assumida pelo seu vice, Itamar Franco, em 02 de
outubro de 1992.
Por
fim, o governo de Collor foi muito conturbado, marcado por diversos escândalos
de corrupção, o que culminou na sua deposição.
Três curiosidades
escritas por Juliana Bezerra (aqui, vide R. B.):
Notas:
[1] Fernando Collor. Foto disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Fernando_Collor>. Acesso em: 04/04/2025
[2] PILETTI (Vide Referências Bibliográficas). Texto adaptado.
[3] Paulo César Farias foi tesoureiro e coordenador da campanha de Fernando Collor de Mello. Ele não possuía um cargo público formal no governo Collor, mas atuava como principal conselheiro do presidente. Veja o documentário feito sobre ele pela Brasil Paralelo, destacando “O que aconteceu com PC Farias? Quem assassinou PC Farias? Descoberta de farsas; Fortuna de PC Farias e o esquema PC; Conclusão do caso PC Farias...” em: <https://www.brasilparalelo.com.br/artigos/quem-matou-pc-farias>. Acesso em: 04/04/2025.
"... Neste trabalho tentei fazer um resumo histórico e bíblico do povo hebreu, sua origem na Mesopotâmia, sua migração e instalação na Palestina, seu desenvolvimento como Nação, incluindo formas de governo, suas diásporas, o movimento sionista, a formação do Estado moderno de Israel e um pouco de sua situação atual.
(...)
Descrevemos
neste resumo a história dos hebreus e/ou Israel até o momento, mas sabemos que
muita coisa ainda envolverá este povo e sua relação com os demais povos, e com
o Seu Deus, como dizem as profecias de seu Livro Sagrado... "
No
processo de transição do Regime Militar para a chamada Nova República, Tancredo
Neves é eleito presidente, em 15 de janeiro de 1985, adoece e vem a falecer, sem assumir o poder, em 21 de abril daquele
ano. Seu vice, José Sarney assume então e governa o Brasil até 1990.
Dentre
as primeiras medidas do governo Sarney, a mais importante no campopolítico
foi restabelecer a eleição direta para presidente da República. As restrições à
organização de partidos políticos foram diminuídas.
Mas era
no campoeconômico que se esperavam as medidas mais
significativas, pois a inflação continuava afetando seriamente a economia. Para
derrubar a inflação, o governo Sarney lançou um plano de grande impacto em 28
de fevereiro de 1986. Era o PlanoCruzado,
que consistia em dois pontos principais: substituição do cruzeiro pelo cruzado
sendo que cada cruzado correspondia a mil cruzeiros; e congelamento dos preços
por um ano.
Reforma monetária, com a transformação da moeda Cruzeiro em Cruzado, o qual valia 1000 vezes mais;
Congelamento dos preços em todo o varejo pelo prazo de um ano nos valores de 27 de fevereiro de 1986;
Congelamento e correção automática do salário quando os índices atingissem 20% de inflação;
Adiantamento de 33% do salário mínimo;
Congelamento da Taxa de Câmbio;
Criação do Fundo Nacional de Desenvolvimento (FND) para a implementação do Plano de Metas responsável pela área de infra-estrutura econômica e insumos básicos.
Inicialmente
a maioria da população apoiou as medidas do governo. Muitos consumidores
fiscalizavam os preços e denunciavam os comerciantes que não os respeitavam.
Mas logo surgiram problemas: começaram a faltar mercadorias; empresários
passaram a fazer pequenas modificações (maquiagem) nos produtos para lançá-los
como novos, com preço mais alto; fazendeiros negavam-se a vender o gado pelo
preço de tabela; os empresários e comerciantes começaram a cobrar ágio – valor
além dos preços de tabela – dos produtos em falta no mercado; o valor dos
aluguéis novos disparou...
O
governo não conseguia resolver esses problemas, pois o controle dos preços era
muito difícil numa país tão grande. E algumas matérias-primas importadas tinham
seu preço constantemente aumentado, levando os fabricantes a repassar esse
aumento ao preço dos produtos nacionais.
No fim
do ano, a inflação voltou a subir. O ministro da Fazenda, DílsonFunaro,
responsável pelo Plano Cruzado, demitiu-se e foi substituído por LuísCarlosBresserPereira. Bresser tentou, sem êxito, controlar a crise e
também saiu do governo no final de 1987. Seu sucessor, MaílsondaNóbrega, também não obteve sucesso com o PlanoVerão, de
janeiro de 1989, que novamente congelou preços e salários e substituiu o
cruzado pelo cruzadonovo. No final do governo Sarney a inflação
chegou a 85% ao mês.
Em 15
de novembro de 1986, foram eleitos novos deputados e senadores; além das
tarefas normais como congressistas, eles tinham a importante incumbência de
elaborar uma nova Constituição. Por isso, esse Congresso tinha também a
função de AssembleiaNacionalConstituinte.
Os
trabalhos foram iniciados em fevereiro de 1987. A Constituição era
uma antiga reivindicação da sociedade. Diversos setores mobilizaram-se para
participar da Constituinte, nas diversas comissões que se formaram. A
legislação relativa ao trabalho e ao vínculo dos empregados com as empresas
sofreu diversas alterações. A nova Constituição foi promulgada em 5 de outubro
de 1988, assunto do qual falaremos em outro post.
Principais
datas e acontecimentos:
1985 – Morte de Tancredo e posse de Sarney.
1986 – Lançamento do Plano Cruzado, por Dílson
Funaro.
1986 – Eleição de deputados e senadores.
1987 – Lançamento do Plano Cruzado Novo, por
Bresser Pereira.
1987 – Formação da Assembleia Nacional Constituinte.
1988 – Promulgação da atual Constituição, em 5
de outubro daquele ano.
1989 – Lançamento do Plano Verão, por Maílson da
Nóbrega.
1990 – Fim do governo Sarney e eleições gerais. Pela
primeira vez todas as 27 unidades federativas do país elegeram seus
governadores, deputados federais, senadores e presidente. Os candidatos vitoriosos
para a presidência da república foram: Collor de Melo (presidente) e Itamar
Franco (vice).
1990 – Sarney mudou seu domicílio eleitoral para o Amapá, onde é eleito senador.
Em síntese,
o Governo Sarney teve muitos planos e poucos resultados.
TancredoNeves
enfermo, ao lado de seus médicos [1]
Comojávimos aqui, a eleição indireta de Tancredo
Neves representou o auge da transição entre o Regime Militar e a Nova
República. A emenda de Dante de Oliveira em 1984,
que restabelecia eleição direta para presidente, proposta ao Congresso,
não foi votada, por falta de quórum, mas o movimento das “Diretas Já!” ganhou
ainda mais força com manifestações por todo o Brasil. Surgiram então algumas
alianças para disputar o poder.
1. A Vitória de
Tancredo
O PDS, partido onde se concentraram os
ex-integrantes da Arena, divide-se, entre três
candidatos: Aureliano Chaves, Mário Andreazza e Paulo Maluf. O primeiro,
percebendo a pouca chance que tinha, retira a candidatura. Paulo Maluf vence
com facilidade a convenção, habilitando-se à sucessão presidencial. Tal
vitória, porém, leva a uma fragmentação do PDS, dando origem ao Partido da
Frente Liberal (PFL). Formado por grupos derrotados na convenção que
elegeu Maluf, tal partido se aproxima da candidatura oposicionista de TancredoNeves, do PMDB. A aliança implica ceder a vice-presidência a um membro
do PFL, no caso JoséSarney, ex-arenista.
Em 15
de janeiro de 1985, a oposição chega ao poder com a vitória de Tancredo e de
seu vice Sarney. Mas Tancredo Neves morre antes de tomar posse. Depois
de muito impasse e da decepção política que envolve a escolha, prevaleceu a
determinação legal que garantia a posse do vice-presidente José Sarney ao
poder, interinamente, em 15 de março de 1985, e em 21 de abril de 1985, de
forma definitiva. E governa o Brasil até 1990.
2. Questionamentos [2] acerca da morte de Tancredo
A
versão oficial sobre a morte de Tancredo é que ela teria sido provocada
por diverticulite -
doença inflamatória no intestino grosso –, e veio a falecer com 75 anos antes
de tomar posse, em São Paulo, em 21 de abril de 1985. Mas muitos
acreditam que ele teria sido assassinado por
meio de envenenamento ou mesmo baleado.
A
hipótese de envenenamento de Tancredo tem relação com outra morte, a do seu
mordomo JoãoRosa, em circunstâncias parecidas, isto é, ele teria
sentido os mesmos sintomas e dores de Tancredo. O mordomo João, que morreu um
dia depois do Presidente, também foi diagnosticado como sendo diverticulite a
causa de sua morte.
A outra
hipótese, a de um possível assassinato, diz-se que no dia anterior à sua posse,
Tancredo estava numa missa em Brasília, para celebrar a vitória, sentiu-se mal
e foi internado no Hospital de Base de Brasília, um local sem as condições
necessárias para realizar as cirurgias às quais Tancredo foi submetido. A UTI
do hospital estava em reforma. Mas por algum motivo desconhecido os médicos
impediram Tancredo de ir para São Paulo, onde poderia ser melhor tratado.
A
própria data do seu falecimento também é discutida. Há quem acredite que o
anúncio da sua morte foi propositalmente feito no Dia de Tiradentes (21 de
abril), mas que Tancredo Neves já teria morrido dias antes.
Conspirações
ou não, o certo é que a morte de Tancredo é tema de muitas suspeitas e
discussões. Veja também o vídeo [3], a seguir, acerca do da
polêmica morte de Tancredo Neves.
Fontes:
[1] Foto: Os bastidores da foto mais polêmica de Tancredo Neves. In: <https://aventurasnahistoria.com.br/noticias/almanaque/presidente-morto-vivo-os-bastidores-da-foto-mais-polemica-de-tancredo-neves.phtml>. Acesso em: 08/01/2025.
O
dia em que a ditadura acabou (Gazeta do Povo, 14/01/2015)
Em meio
à repressão e censura do Regime Militar, movimentos de protesto exigindo
eleições livres e diretas, fim do regime, melhorias salariais e condições de
trabalho foram constantes nos anos 70 e início dos 80. Os eleitores valiam-se
das próprias eleições para manifestar sua oposição ao regime. Nas eleições de
1970, houve 60% de votos nulos e em branco; nas de 1974, os partidos de
oposição foram vitoriosos; em 1978, o governo obteve a maioria graças aos “senadores
biônicos” (senadores nomeados) e foi obrigado a manter as eleições indiretas
para governador para não perder em muitos estados; nas eleições para
governador, em 1982, o governo foi o grande derrotado, com a vitória dos
partidos de oposição.
1.João Figueiredo e a abertura política
João Figueiredo
Durante o último presidente militar, João Baptista Figueiredo(1918-1999), foi consolidada a abertura política do país através da Lei da
Anistia, a Lei 6683, de 1979, que das eleições diretas para o Congresso
e os governos dos estados.
Passeata
pela anistia no Rio de Janeiro
Com a abertura política, o processo de democratização
passava, ainda, pela garantia da pluralidade partidária. Até então, o Brasil
vivia o bipartidarismo e somente existiam dois partidos: a Arena
(Aliança Renovadora Nacional) e o MDB (Movimento Democrático
Brasileiro). Mas Figueiredo permitiu a criação de vários partidos. Assim
surgiram:
PDS (Partido Democrático Social), onde se concentraram os ex-integrantes da Arena;
PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro), integrado por aqueles que formaram o MDB e liderado pelo deputado Ulysses Guimarães;
PP (Partido Popular), fundado pelo deputado Tancredo Neves;
PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), fundado por Getúlio Vargas;
PDT (Partido Democrático Trabalhista) de orientação à esquerda e liderado por Leonel Brizola
PT (Partido dos Trabalhadores), fundado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
E
também na gestão de João Baptista Figueiredo, foi aprovado o projeto que
garantia o voto direto para governadores e prefeitos, deputados e senadores,
mas não para presidente.
2. Campanha das “diretas já!”
A oposiçãoestava suficientemente fortalecida a ponto de lançar um
movimento pelo retorno das eleições diretas para presidente. Como é sabido,
desde 1964 esse processo era controlado, por intermédio do Congresso Nacional,
pelas forças armadas. A campanha pelas “Diretas Já!” consegue grande adesão
popular, sendo registrados comícios com até um milhão de pessoas. Em 1984, a
emenda Dante de Oliveira – que restabelece a eleição direta para
presidente – é proposta ao Congresso. No entanto, por falta de quórum, não
é votada. Embora não tenha atingido seu objetivo principal, a mobilização
popular influencia os meios de comunicação de massa, gerando divisões nas
elites e fazendo recuar setores radicais do Exército. Pela primeira vez em
vinte anos, os militares não controlam mais a sucessão presidencial. O PDS
divide-se, então, entre três candidatos: Aureliano Chaves, Mário Andreazza e
Paulo Maluf. O primeiro, percebendo a pouca chance que tinha, retira a
candidatura. Paulo Maluf vence com facilidade a convenção, habilitando-se à sucessão
presidencial. Tal vitória, porém, leva a uma fragmentação do PDS, dando origem
ao Partido da Frente Liberal (PFL). Formado por grupos derrotados na convenção
que elegeu Maluf, tal partido se aproxima da candidatura oposicionista de
Tancredo Neves, do PMDB. A aliança implica ceder a vice-presidência a um membro
do PFL, no caso José Sarney, ex-arenista e pedessista, que acompanha a
dissidência liderada por Aureliano Chaves, vice-presidente na gestão do general
Figueiredo.
Em 15
de janeiro de 1985, a oposição chega ao poder. A campanha, porém, é exaustiva
para o candidato vitorioso. Com mais de 70 anos e saúde debilitada, TancredoNeves morre antes de tomar posse, em 21 de abril de 1985. Apesar da
decepção política da maioria dos brasileiros, a determinação legal que garantia
a posse do vice-presidente foi acatada e José Sarney tomou posse interinamente
em 15 de março de 1985 e em abril de 1985, com a morte de Tancredo, de forma
definitiva a presidência da república, tendo que lidar com a hiperinflação e a
recessão econômica instalada no Brasil.
Portanto,
a chamada ditaduramilitar terminou em 1985, com a eleição de
Tancredo Neves, ainda de forma indireta, mas com a Presidência da República nas
mãos de um civil depois de 21 anos.
A
seguir, veja o vídeo abaixo Redemocratização do Brasil: revelando os 4 fatos
que marcaram o fim da ditadura militar.
DEL
PRIORI, Mary e VENANCIO, Renato. Uma breve história do Brasil. São
Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2010.
TODA MATÉRIA. Redemocratização do Brasil:
revelando os 4 fatos que marcaram o fim da ditadura militar. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=DAxqtxYnqU0.
Acesso em: 31/12/2024.
Os historiadores costumam chamar o
período pós-1985 de Nova República ou Redemocratização. Teve
início com o fim da Ditadura Militar e segue até o momento. Portanto, é um
período que ainda está em vigência. Queremos destacar os principais fatos e medidas
dos governantes deste período até 2022: fim do Governo Bolsonaro.
O início da Nova República foi marcado
por graves crises econômicas que geraram a chamada hiperinflação. Além
disso, o primeiro presidente eleito pelo povo renunciou ao cargo quando estava
prestes a sofrer um impeachment. Também foi marcado por muitos escândalos de
corrupção, mortes suspeitas, instabilidade política e crise entre os poderes.
A seguir, enumero os temas/assuntos que
pretendo desenvolver acerca deste período, conforme segue:
Quero destacar
também o vídeo, a seguir, do Canal Fatocioso, que destaca: “... o quinto
período da República no Brasil é conhecido como Nova República, e teve início
em 1985, quando o vice-presidente eleito José Sarney assumiu a presidência do
Brasil, após a morte do cabeça de chapa, Tancredo Neves. A nova República
estabeleceu as eleições diretas em todos os níveis e tornou a legalizar os
partidos políticos. Houve também o fim da censura e garantiu-se o direito de
greve, e de liberdade sindical, além dos direitos trabalhistas, que foram
aumentados. Saiba mais sobre a história da República no Brasil.” In:
O rei Ciro, ao qual nos referimos aqui, também
chamado de Ciro II e Ciro, oGrande, foi responsável pela
formação do Império Persa e a efetivação de uma política de expansão territorial,
consolidando um dos maiores impérios da Antiguidade. E também foi um
instrumento de Deus em favor de Israel, chamado inclusive por Deus de “meu
pastor” e meu “ungido”.
Ciro, o grande, com o seu cilindro [1]
1.Ciro e
o Império Persa
O planalto do
Irã, região montanhosa e desértica, situado à leste do Crescente Fértil [2], entre a Mesopotâmia e a
Índia, foi povoado pelos medos e pelos persas. A princípio, os persas eram
dominados pelos medos. Essa situação se inverteria por volta de 559 a.C., pois
nessa época, sob o comando de Ciro, os persas dominaram os medos e
passaram a controlar a região.
Com Ciro, os
persas se estenderam por um largo território e
conquistaram vários reinos como Babilônia, Egito, Reinos da Lídia, Fenícia,
Síria, Palestina e regiões gregas da Ásia Menor. Ciro governou entre 559
e 530 a.C.
Ciro era
descendente de Teispes, neto de Ciro I e filho de certo Acaemênio Cambises.
Dentre suas virtudes destacamos o fato de que ele respeitava os costumes e
religiões dos povos conquistados e defendia os direitos humanos. Por conta
disto Ciro gozava de elevada reputação também entre os judeus.
Ciro era da DinastiaAquemênida e
depois dele, segue a lista de reis desta dinastia [3]: Cambises II (530-522 a.C.);
Esmérdis (522 a.C.); Dario I, o Grande (522-486 a.C.); Xerxes I (486-465 a.C.);
Artaxerxes I (465-424 a.C.) etc., até a conquista do Reino por Alexandre, o
Grande (336-323 a.C.). Para nosso propósito, no entanto, queremos destacar apenas
a pessoa de Ciro, o Grande, e como ele chegou à Babilônia, em 539 a.C., pondo
fim à hegemonia babilônica, como – teologicamente falando – um instrumento de
Deus para a realização de sua vontade naquele momento histórico, sobretudo em
favor de Israel.
2.Ciro e
a conquista de Babilônia
Em Isaías 44.28 se lê: “Que digo de Ciro: É
meu pastor, e cumprirá tudo o que me apraz, dizendo também a Jerusalém: Tu
serás edificada; e ao templo: Tu serás fundado”. Ligando os textos bíblicos
com a história, sabemos que aqui foi a primeira vez que Ciro é mencionado pelo
nome. E o nome Ciro foi profetizado por Isaías cerca de mais de 150 anos
antes de ele nascer, pois Isaías profetizou entre 740 e 701 a.C. e Ciro, o
persa, reinou entre 559 e 530 a.C.
Deus governa sobre toda a terra usando pessoas
como instrumentos para cumprirem seus propósitos. No texto de Isaías 44.24 até
45.25, o instrumento que Deus usou foi Ciro, chamando-o, inclusive de
“meu pastor” (44.28) e “ungido” (45.1). Com esse último título (ungido), por
exemplo, Ciro é, em determinado sentido, considerado o precursor gentio, ou
tipo do Messias: Jesus Cristo. W. Fitch [4] destaca que “... Flavo
Josefo (Antiguidades [5], 11:1,
seção 2) registra que mostraram a Ciro esta profecia quando ele entrou na Babilônia,
resolvendo logo o monarca dar-lhe cumprimento...”. Sabe-se que
Isaías faleceu provavelmente em 701 a.C., e em seu trabalho sobre o assunto
Gabriel Girotto Lauter afirma que “... isso faz com que muitos tenham
dificuldade em crer que se trata de uma profecia genuína, mas defendem que essa
porção do livro tenha sido escrita no período em que os fatos aconteceram...[6]”. Mas, como sabemos pelas
Escrituras, Deus anuncia o “fim” desde o “princípio” e “... desde a
antiguidade as coisas que ainda não sucederam...” (Is 46.10).
Considera-se que a expressão “Que diz a
profundeza: ‘seca-te’” (Is 44.27) seja um ardil de que Ciro se serviu para
conquistar Babilônia. Nabonido era o rei na época e foi o último governante da
Babilônia. “Por artes de engenharia, [Ciro] desviou as águas do
Eufrates do seu curso através da cidade, e fez com que os seus soldados
entrassem nela pelo leito seco do rio” (Fitch, Nota 4). Isto ocorreu em 539
a.C. Mas, segundo ainda Lauter, “... as tropas de Ciro sitiaram a cidade e
seu general entrou nela sem precisar lutar. O povo da Babilônia recebeu Ciro
como libertador e não como conquistador...” (Idem, Nota 6). Heródoto,
segundo Fitch, informa ainda que “... as portas de Babilônia eram em número
de cem. Todas elas se abrirão [abriram] de par em par, revelando
tesouros ocultos, escondidos nas caves e lugares secretos da cidade”[7].Bem, podemos
resumir o que diz a Bíblia acerca de Ciro, assim, conforme os cinco primeiros
versos do capítulo 45 de Isaías:
Deus escolheu Ciro como seu agente para cumprir sua divina vontade. E ai dos que se opusessem ao seu governo!
Deus o ungiria como rei, iria à sua frente e aplanaria as montanhas.
Deus arrebentaria portões de bronze e quebraria trancas de ferro.
Deus lhe daria tesouros escondidos e riquezas guardadas em lugares secretos.
Ciro cumpriria a vontade do Deus de Israel mesmo não conhecendo-O.
“Assim diz o SENHOR ao seu ungido, a Ciro, a quem tomo pela mão
direita, para abater as nações diante de sua face, e descingir os lombos dos
reis, para abrir diante dele as portas, e as portas não se fecharão. Eu irei
adiante de ti, e endireitarei os caminhos tortuosos; quebrarei as portas de
bronze, e despedaçarei os ferrolhos de ferro.Dar-te-ei os
tesouros escondidos, e as riquezas encobertas, para que saibas que eu sou o
Senhor, o Deus de Israel, que te chama pelo teu nome. Por amor de meu servo
Jacó, e de Israel, meu eleito, eu te chamei pelo teu nome, pus o teu sobrenome,
ainda que não me conhecesses. Eu sou o Senhor, e não há outro; fora de mim não
há Deus; eu te cingirei, ainda que tu não me conheças...” (Is 45.1-5).
3.O
decreto de Ciro e o fim do cativeiro
Importante destacar que o Soberano Deus usa
reis e outras importantes personalidades como Lhe apraz, seja para castigar ou
abençoar o seu povo. Por exemplo, Deus usou também outro rei, este último,
porém, com caráter e postura muito diferentes de Ciro, há uns 70 anos antes,
por volta de 607 a.C., que foi Nabucodonosor, chamando-o “meu servo” (Jr 27.6),
para castigar seu povo, levando-o cativo para a Babilônia. “E toda esta
terra virá a ser um deserto e um espanto; e estas nações servirão ao rei de
babilônia setenta anos” (Jr 25.11), disse o Senhor. Mas “... no ano
primeiro de Dario [8], filho de Assuero, da
linhagem dos medos, o qual foi constituído rei sobre o reino dos caldeus”
(Dn 9.1), Daniel entendera pela leitura dos escritos de Jeremias (Dn 9.2), que
o cativeiro estava chegando ao fim. E se pôs a orar ao seu Deus. A resposta
vinda a ele pelo anjo Gabriel (Dn 9.21) fala da “... ordem para restaurar e
para edificar Jerusalém...” (v. 25) até do surgimento do “... príncipe,
que há de vir...” (v. 26), assunto do qual já falamos aqui.
Sabemos que a ordem de saída trata-se do edito
de Ciro, assinado em 538 a.C., que põe fim ao cativeiro babilônico. Isto
significa que Ciro tomou esta decisão um ano após ter conquistado o Império
Babilônico. Veja 2Cr 36.22,23; Ed 1.2; 5.13; 6.3. Ciro também devolveu os vasos
pertencentes ao templo (Ed 1.7) e proveu fundos para a obra de reabilitação de
Judá (Ed 3.7).
O texto do decreto de Ciro tal como foi
descrito em Esdras 1.1-4, “... poderia sugerir que Ciro cria em Jeová. No
entanto, sabemos pelas inscrições do próprio Ciro que ele também atribuiu as
suas vitórias ao deus babilônico Marduc. É provável que Ciro sentisse respeito
por vários deuses em geral e redigisse os seus decretos a todas as nações.
Provavelmente pediu a qualquer dirigente judaico (quem sabe se Daniel) para
redigir o decreto de forma que este fosse aceitável para os judeus”[9]. Ciro era benquisto por
todos os seus governados, mas não alguém que se convertera ao Deus dos judeus.
Mesmo assim, Deus o usou pois como Ele diz: “Eu fiz a terra, o homem, e os
animais que estão sobre a face da terra, com o meu grande poder, e com o meu
braço estendido, e a dou a quem é reto aos meus olhos” (Jr 27.5); “... o
Altíssimo domina sobre os reinos dos homens e os dá a quem quer" (Dn
4.32). Aliás, a referência de Daniel 4.32, é uma continuação da explicação de
Daniel a respeito do sonho que Nabuconosor teve, que dizia respeito à queda da “grande
Babilônia”, assim considerada pelo rei. "A sentença sobre Nabucodonosor cumpriu-se imediatamente. Ele foi expulso do meio dos
homens e passou a comer capim como os bois. Seu corpo molhou-se com o orvalho
do céu, até que os seus cabelos e pelos cresceram como as penas de uma águia, e
as suas unhas como as garras de uma ave” (Dn 4.33). O Império Persa
também chegou ao fim, em 330 a.C. através do grande rei Alexandre da Macedônia.
Veja: “Agora, pois, vou dar-lhe a conhecer a verdade: Outros três reis
aparecerão na Pérsia, e depois virá um quarto rei, que será bem mais rico do
que todos os outros. Quando ele tiver conquistado o poder com sua riqueza,
instigará todos contra o reino da Grécia. Então surgirá um rei guerreiro, que
governará com grande poder e fará o que quiser” (Dn 11.2-3). O rei guerreiro
(poderoso) mencionado no verso 3 trata-se de Alexandre, o Grande. Mas o fim
deste também já estava previsto: “Depois que ele [Alexandre] surgir,
o seu império se desfará e será repartido para os quatro ventos do céu. Não
passará para os seus descendentes, e o império não será poderoso como antes,
pois será desarraigado e dado a outros” (v. 4). E assim, temos uma sucessão
de reinos e governantes até a volta do”... REI DOS REIS E SENHOR DOS SENHORES”
(Ap 19.16).
4. Existem
“Ciros” nos dias atuais?
Como dissemos acima, Deus usou no passado e ainda
usa – no presente –, pessoas para exercerem determinadas tarefas segundo a sua
vontade no mundo, sejam elas pessoas honestas, religiosas ou não. Normalmente –
podemos afirmar – que Deus interfere na história quando determinados fatos têm
relação direta com Israel. Devemos lembrar que segundo a Bíblia, quem não é
judeu ou israelita é chamado de “gentio”[10] (ou estrangeiro), e embora
a graça de Deus abranja toda a humanidade [11], há uma aliança dEle específica
com seu povo: Israel. De modo que todos que aceitam crer e servir a
Deus, tornando-se parte da Igreja de Cristo, têm que ter em mente que o Deus em
quem eles creem como cristãos é antes de tudo o Deus de Israel. Portanto, o
Deus dos cristãos é o mesmo Deus dos judeus. Não é concebível ser cristão e
antissemita, por exemplo. A propósito, veja este meu artigo sobre o assunto: Semitismo, antissemitismo e xenofobia.
Seguindo este raciocínio, podemos dizer que
outros “Ciros” (figurativamente e talvez de menor importância) foram e estão
sendo usados hoje através da história, para o bem de Israel e de sua Igreja,
assim como outros “Nabucodonosores”, “Faraós” ou “Herodes”..., mas para o
castigo e/ou disciplina do seu povo. Interferência na história e negócios dos
homens é um dos meios como Deus como “Senhor da História”. A tolerância dos
pecados homens tem um tempo determinado por Deus. Assim, podemos dizer que Deus
interviu em alguns momentos da história modificando seu rumo e permitiu em
outros momentos as ações de governantes – inclusive tiranos – para um
julgamento posterior. Diversas passagens bíblicas como Ezequiel 38 e 39,
Zacarias 12 e 14, Apocalipse 14 etc., tratam do juízo de Deus no futuro, de
nações rebeldes e inimigas de Israel. Disse Deus: “Por meu intermédio os
reis governam, e as autoridades exercem a justiça; também por meu intermédio
governam os nobres, todos os juízes da terra” (Pv 8.15,16 – NVI).
Bem, sobre o holocausto, por exemplo, será
que Hitler foi usado ou teve permissão de Deus para praticar aqueles horrores
que ele fez aos judeus, matando cerca de seis milhões deles? Ele se gabava, por
exemplo, de ter sido escolhido por Deus para castigar os judeus. Aliás, veja aqui, qual foi também a posição cristã
católica (mais especificamente, do Papa Pio XII)e
protestante (principalmente de Dietrich Bonhoeffer) sobre as atitudes de Hitler
durante a segunda guerra mundial.
Em linhas gerais, como nos Estados Modernos não
há reis com poderes absolutos (ou não deveriam ter) e sim democráticos, que
dependem da escolha dos seus líderes pelos cidadãos de seus respectivos países,
entendo – como um cristão conservador – que para errarmos menos, devemos votar
em nossos representantes, seja do Poder Legislativo, mas principalmente do
Executivo, que, em linhas gerais, sejam pró-Israel; defensores da
cultura judaico-cristã – não se trata de defesa do etnocentrismo
ocidental ou do cristianismo apenas –, conservadores que reconhecem os
fundamentos do Cristianismo e da Bíblia como alicerce da civilização ocidental;
defensores de princípios como honestidade, família tradicional (pai,
mãe, filhos), liberdade de comércio, de imprensa e de crença (seja ela qual
for); que sejam defensores do Estado laico e não laicismo... Além disso, por
princípio, os conservadores são contrários ao Comunismo e defensores do Capitalismo.
Como já falamos aqui “o conservadorismo implica em
preservar valores, costumes e tradições da cultura judaico-cristã. Portanto, se
alguém é antissemitista, e anticristão, por exemplo, não pode ser considerado
um conservador, ao passo que na sociedade, alguém que mesmo não sendo ...
cristão, mas aceita os valores cristãos como moral, ética etc., conseguem
conviver muito bem com os conservadores...”.
Votando então à questão de que se existem
“Ciros” nos dias atuais, podemos afirmar que governantes que consideram os
princípios acima sine qua non em sua administração podem ser um Ciro
moderno. E acrescento que os que assim o fazem presenciam prosperidade
econômica e social em seus países, com as devidas proporções, obviamente,
porque na sociedade, aqueles que não aceitam tal postura lutam (e muito) contra
suas aplicações das medidas que defendem.
Um exemplo de líder político conservador que
até certo ponto, pode se assemelhar a um “Ciro” moderno é DonaldTrump
nos EUA. Uma matéria do PortalVox [12], publicada em março de
2018, trazia o título: A história bíblica que a direita cristã usa para defender
Trump. A história bíblica é exatamente a de Ciro, o persa. Segundo
a matéria, há até uma moeda mostrando Trump e Ciro lado a lado. O apelo e o
desejo da direita estadunidense de ver Trump presidente do seu país (agora,
novamente eleito), significa que esta (grande) parcela da sociedade
norte-americana goza dos mesmos princípios que Trump. Acho que estas pessoas
não esperam um Trump santo, mas um líder que defende os princípios descritos
acima: judaico-cristãos e base da civilização ocidental. Mas o que mais leva em
conta na comparação de Trump com Ciro é o fato de ambos defenderem Israel. A
maioria dos que apoiam e votam em Trump, portanto conservadores, é cristã. E
estes cristãos entendem que a bênção de Abraão está sobre os que apoiam os
filhos de Abraão: “E abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que
te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gn
12.3).
De 2016 para cá, passei a observar o perfil de
outro líder político brasileiro: JairBolsonaro. Na época, eu
ainda achava que PSDB, por exemplo, era partido de direita. Mas quando percebi
que Bolsonaro não era bem quisto nem pela extrema esquerda e nem pelos
psdbistas passei a questionar o porquê daquele deputado federa na época ser tão
perseguido. Mais adiante, em setembro de 2018, quando levou uma facada acabei
descobrindo que quem eu achava ser de direita, na verdade era apenas uma
oposição faz-de-conta da extrema-esquerda. Foi nesta época que conheci a
expressão de Olavo de Carvalho: “o teatro das tesouras”. A defesa da crença em
Deus, de apoio a Israel, da família tradicional etc., foram os temas que
mostram a grande diferença entre os verdadeiros conservadores e os demais. Jair
Bolsonaro está sempre cercado de apoiadores e conta com grande popularidade dos
conservadores, cristãos, em sua maioria. E mesmo inelegível (no momento, pelo
menos – dezembro de 2024) [13] e mesmo depois de tanta perseguição
que sofreu durante o seu governo (2019-2022), ainda mantém seu slogan: “Deus,
Pátria, Família e Liberdade”. Portanto, embora odiado pela esquerda ele é
recompensado pelo apreço da maioria dos cristãos por conta desta sua defesa dos
mesmos princípios conservadores, mas que – podemos afirmar – seus princípios servem
para todos. O país de Jair Bolsonaro é muito diferente do de Trump, e não teria
a mesma relevância. Quando o Presidente dos EUA fala ou toma alguma medida, esta
tem repercussão internacional. A mesma atitude de Jair Bolsonaro não teria o
mesmo efeito, mas seu país e parte do mundo seriam beneficiados como já foi
entre 2019 e 2022, em meio a um turbilhão de críticas de opositores, pandemia, justiça
trabalhando contra e assim por diante. Por que ele não foi reeleito em 2022?
Bem, este é assunto do qual não podemos falar hoje no Brasil. Outros líderes
conservadores, como Javier Milei, na Argentina, Nayib Bukele em El-Salvador, Giorgia
Meloni na Itália e outros seguem no mesmo caminho.
Concluindo, o governo de Ciro, o
persa, é visto como um governo ideal. Deus usou sua pessoa e outros como seus
instrumentos e também abençoa os que têm os princípios conservadores como
norteadores de suas administrações. Mas embora, mesmo sendo cidadãos que votamos
para escolher nossos representantes, não podemos nos esquecer de que Deus
governam as nações. E ao que espiritualmente observo, Deus está permitindo
nosso país passar pelo que está passando: Judiciário aliado a um Executivo de
extrema-esquerda, portanto contrário aos princípios conservadores. Diz a Palavra
de Deus: “Todos devem sujeitar-se às autoridades governamentais, pois não há
autoridade que não venha de Deus; as autoridades que existem foram por ele
estabelecidas” (Rm 13.1). “Por meu intermédio os reis
governam, e as autoridades exercem a justiça; também por meu intermédio
governam os nobres, todos os juízes da terra” (Pv 8.15,16). “Na verdade,
as nações são como a gota que sobra do balde; para ele [o Senhor] são
como o pó que resta na balança; para ele as ilhas não passam de um grão de
areia” (Is 40.15). Que as Nações atuais tenham ou não seus Ciros, o certo é
que:
“Já refulge a glória
eterna de Jesus, o Rei dos reis
[2] O CrescenteFértil
“... corresponde a uma região do Oriente Médio, com aproximadamente 500 mil
km2 de extensão. Está localizada entre a Jordânia, Líbano,
Síria, Egito, Israel, Palestina, Irã, Iraque e parte da Turquia. Abriga grandes
rios tal qual o Nilo, Tigre, Eufrates e Jordão. Todos eles tornaram a
agricultura o principal meio de subsistência das primeiras grandes civilizações
da antiguidade oriental... O ‘Crescente Fértil’ ou ‘Meia Lua Fértil’ recebe
esse nome uma vez que a região, se olhada no mapa, possui a forma de uma lua em
estágio crescente...”. In: <https://www.todamateria.com.br/crescente-fertil/>. Acesso em:
06/12/2024.
[4] FITCH, W. Isaías.
Apud: SHEDD, Russel P., Editor. O NovoComentáriodaBíblia,
Vol. I. São Paulo: Vida Nova, 1963 (1ª ed.)., pág. 724.
[5] FLÁVIO JOSEFO foi um
escritor e historiador judeu do século I d.C. Dentre suas obras está
Antiguidades Judaicas (AJ). As Antiguidades dos Judeus detalham a
história do povo judeu desde a narrativa da criação (Gênesis no Antigo
Testamento) a época da escrita de Josefo (Novo Testamento e depois).
[6] LAUTER. Gabriel
Girotto. Um estudo das profecias sobre Ciro presentes no livro do profeta Isaías.
Disponível em: <https://revista.batistapioneira.edu.br/index.php/ensaios/article/view/102/141>. Acesso em:
09/12/2024.
[7] In: FITCH, Nota 4, pág. 724.
[8]Dario I, o Grande
(522-486 a.C.), foi o quarto rei da Dinastia Aquemênida. Como o Decreto de
Ciro, dando oportunidade para os judeus voltarem para sua terra foi assinado em
538 a.C., entende-se que esta oração de Daniel ocorreu cerca de pelo menos uns
trinta anos depois. E muita gente ainda não tinha voltado para Israel nesta
época.
[9] WRIGHT, J. Stafford. Esdras.
Apud: SHEDD, Russel P., Editor. O Novo Comentário da Bíblia, Vol.
I. São Paulo: Vida Nova, 1963 (1ª ed.)., pág. 431.
[10] Os hebreus,
povo escolhido por Deus, através de Abraão, com o tempo teve seu Estado,
chamado ReinodeIsrael. Depois de Salomão, houve uma
divisão do reino em Israel, formado por dez tribos do Norte, e Judá,
formado por duas tribos do Sul. São as tribos do Sul que foram levadas por
Nabucodonosor para a Babilônia. Depois disto, o adjetivo judeu (de Judá) passou
também a ser sinônimo de hebreu e israelita. O profeta Daniel fala que depois
da 69ª semana (Dn 9.25-26 = 7 semanas + 62 semanas) o Messias (Jesus) seria
cortado (morto). Jesus veio para todos: judeus e não-judeus, estes chamados de
gentios. De judeus e gentios, Jesus, que “... de ambos os povos [judeus e
gentios] fez um...” (Ef 2.14) formou sua Igreja. Portanto, os povos bíblicos
são: judeus (povo escolhido), gentios (não-judeus) e igreja (judeus
e gentios que receberam Cristo como seu Senhor e Salvador). Veja também a nota
seguinte.
[11] Jesus “... veio
para o que era seu [Israel], e os seus [maioria dos israelitas] não
o receberam. Mas, a todos quantos o receberam [Igreja], deu-lhes o poder
de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome” (Jo 1.11-12).
[13] Enquanto escrevo isto
– 14 de dezembro de 2024 –, ouço a notícia da prisão do ex-Chefe do
Estado-Maior do Exército do Governo Bolsonaro (2019-2022). Por isso, acho que o
caminho para a prisão do líder maior dos conservadores brasileiros, Jair
Bolsonaro está aberto e a ditadura do Judiciário já está instalada no Brasil.
[14] Louvor "Vencendo
Vem Jesus", apresentado pelo local da Igreja Memorial Batista/Brasília.
In: <https://www.youtube.com/watch?v=uPn7eHATdS0>. Acesso em: 16/12/2024.