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23 abril 2025

Bispos e Papas (16): Urbano I

 

Bispo Urbano I [1]

O próximo bispo de nossa lista (bispos e papas romanos), que queremos destacar aqui é o Bispo Urbano.

Relembrando os bispos destacados até aqui, seguindo a ordem proposta por Eusébio de Cesareia, em História Eclesiástica (HE) [2]:

· 01) Bispo Lino - 67 a 76.
· 02) Bispo Anacleto - 76 a 88.
· 03) Bispo Clemente de Roma - 88 a 97.
· 04) Bispo Evaristo - 97 a 105.
· 05) Bispo Alexandre I - 106(?) a 116 (?).
· 06) Bispo Sixto I - 115(?) a 129(?).
· 07) Bispo Telésforo - 125(?) a 138.
· 08) Bispo Higino - 138 a 142.
· 09) Bispo Pio - 142 a 155(?).
· 10) Bispo Aniceto - 154(?) a 166.
· 11) Bispo Sotero - 166 a 174/5.
· 12) Bispo Eleutero - 175 e 189.
· 13) Bispo Vitor I - 189 a 199 (Wikipedia).
· 14) Bispo Zeferino (199 a 217).
· 15) Calisto Primeiro (217 a 222).

Lembrando que esta lista não é a mesma da Igreja Católica, uma vez que a tradição católica considera o apóstolo Pedro como tendo sido o primeiro bispo romano e, por isso, o primeiro papa da igreja e, como se vê acima, Eusébio e muitos outros cristãos consideram Lino o primeiro bispo romano e não o apóstolo Pedro.

Afirma Eusébio que o bispo Zeferino foi sucedido por Calisto, e este por Urbano (HE, 6, XXI). E que “... Urbano, que fora bispo de Roma por oito anos, foi sucedido por Ponciano” (HE, 6, XXIII).

Como os outros casos, as informações que temos do Bispo ou papa Urbano são de fontes católicas. Considerando estas fontes (a), b) e c))[3], descritas nas considerações bibliográficas abaixo, temos o seguinte resumo:

  • O bispo ou papa Urbano I nasceu em Roma, viveu entre 175 e 230 e exerceu seu bispado por 8 anos, entre 222 e 230.
  • Seu bispado/pontificado ocorreu num período de tolerância (222-235) do imperador Alexandre Severo, portanto, num momento de relativa paz para os cristãos. Embora a religião do Império Romano fosse o paganismo e a perseguição e o massacre ao cristianismo fosse intenso naquela época, Alexandre Severo permitiu certa liberdade de culto e tolerou razoavelmente o convício entre as crenças. 
  • Determinou que as esmolas e os legados ofertados à Igreja fossem aplicados exclusivamente em duas direções: sustento/conversão dos pobres e culto divino. 
  • Estabeleceu pioneiramente o uso de ouro, prata e pedras preciosas em patenas, cálices e vasos sagrados e que o sacramento da Confirmação fosse ministrado, após o Batismo, pelas mãos de um bispo. E também benzeu alguns artefatos deste material para a paróquia de Roma. “Era o início da riqueza que marcaria tão notoriamente a história da Igreja Católica” (Infoescola). 
  • Organizou a Igreja de Roma em 25 unidades eclesiásticas, as paróquias de Roma e consentiu que a Igreja adquirisse bens. 
  • Interveio nas disputas sobre o cisma de Hipólito de Roma e ordenou que o patrimônio da igreja doado pelos fiéis não pudesse ser usado, em hipótese alguma, para outros fins a não ser para o sustento dos próprios missionários. 
  • Foi vítima de calúnia e perseguido pelo prefeito Almáquio, de Roma, sob o império de Alexandre Severo. 
  • Foi responsável por inúmeras conversões, inclusive, de pessoas de alta classe social, dentre os quais Valeriano, esposo de Santa Cecília, convertida e martirizada, e de Tibúrcio, seu irmão.
A hagiografia apresenta geralmente como martirizados em seu tempo Santa Cecília e companheiros. Entretanto, parece que o bispo Urbano, de que se fala o martirológio, não era este papa, mas, sim, algum homônimo seu, dos tempos de Marco Aurélio ou Cômodo (161-192). In: Wikipedia.
  • Urbano, com a aplicação da benção a artefatos religiosos da paróquia de Roma, dava o início da riqueza que marcaria tão notoriamente a história da Igreja Católica. 
  • Embora o catolicismo já desse sinais de sua preocupação com a riqueza no final do século II, o papa não deixou de pensar nos desvalidos. Mesmo cultuando os objetos de valor, Urbano I determinou que as esmolas ofertadas à Igreja fossem empregadas exclusivamente em duas frentes, o culto divino e os desvalidos. Ou seja, a Igreja demonstrava já seu perfil dúbio que oscila entre riqueza e pobreza.

Ao que parece, Urbano não tenha morrido como mártir. Ele faleceu no ano 230, com 55 anos de idade, sendo sucedido por Ponciano.


Notas/Referências bibliográficas:

  • [1] Imagem (adaptada) e meramente ilustrativa. Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Papa_Urbano_I>. Acesso em: 22/04/2025.
  • [2] CESAREIA, Eusébio. História Eclesiástica: os primeiros quatro anos da Igreja Cristã. Rio de Janeiro: CPAD, 1999.

  • [3] Papa Urbano I:

31 março 2025

Bispos e Papas (15): Calisto Primeiro

 

Bispo Calisto I [1]

Continuando nossa lista dos bispos e papas romanos, quero destacar aqui o bispo Calisto, que na História Eclesiástica (HE)[2] de Eusébio de Cesareia, aparece como o número 15 da lista. Depois de Zeferino  servir a Igreja por 18 anos, “... foi sucedido no episcopado por Calisto...” (HE, 6, XXI).

Como os outros casos, as informações que temos são de fontes católicas. Conforme esta fonte, por exemplo, Calisto era romano de Trastevere e filho de escravos. Trata-o como como um “administrador pouco habilidoso” que deu grande desfalque ao imperador Cômodo e, por isso, teve que fugir, mas foi capturado em Óstia (cidade próxima de Roma) e condenado a girar a roda de um moinho. Depois foi deportado para as minas da Sardenha. Aqui, encontramos também que “... ele foi preso por ter brigado em uma sinagoga, quando tentou emprestar dinheiro ou receber débitos de alguns judeus’.

Calisto teve o apoio do papa [bispo] Vítor que, para ajudá-lo a desviar da tentação, fixou-lhe um ordenado. Depois, o sucessor do bispo Vitor, Zeferino, foi igualmente generoso com ele e ordenou-o diácono, confiando-lhe a guarda do cemitério cristão na via Ápia Antiga. Calisto sucedeu a Zeferino em Roma, mas seu pontificado atraiu as inimizades de uma ala da comunidade cristã de Roma que acusou o processo de sua escolha de heresia. Como era esperado, Calisto teve muitos opositores, incluindo um antipapa – Hipólito de Roma –. Por conta disto, muitas informações sobre ele são distorcidas. O motivo da discórdia com Hipólito de Roma “... fora a questão trinitária e a absolvição concedida por Calisto aos pecadores de adultério, homicídio e apostasia, absolvição que antes só era dada uma vez na vida e após uma dura penitência pública, enquanto os reincidentes eram excluídos da comunhão eclesial...” (Idem).

Calisto morreu numa revolta popular contra os cristãos e foi lançado a um poço. Mais tarde, deram-lhe sepultura honorífica no Cemitério de Calepódio, na Via Aurélia, junto do lugar do seu martírio.

A Cripta de São Calisto: 

Uma das metas obrigatórias para os peregrinos e turistas que se dirigem à Roma são as catacumbas. Particularmente célebres e frequentadas são as de São Calisto, definidas pelo Papa João XXIII “as mais respeitáveis e as mais célebres de Roma”. Numa área de mais de 120.000 m², com quatro andares sobrepostos, foi calculado que lá existem não menos de 20 quilômetros de corredores... Essa obra colossal fixa para sempre a memória de São Calisto, que cuidou de sua realização, primeiro como diácono do Papa Zeferino, e depois como o próprio Papa. Mas além das dimensões, este lugar é precioso pelo grande número e pela importância dos mártires que ali foram sepultados, e particularmente célebres são a cripta de Santa Cecília e a contígua à dos papas, na qual foram sepultados o Papa Ponciano Antero, Fabiano entre outros... O túmulo dele está colocado bem no meio da Roma antiga, na basílica de Santa Maria in Trastevere, que, construída por determinação do Papa Júlio, na metade do século IV, foi intitulada também de São Calisto. Essa obra colossal fixa para sempre a memória de São Calisto, que cuidou de sua realização, primeiro como diácono do Papa Zeferino, e depois como o próprio Papa. Mas além das dimensões, este lugar é precioso pelo grande número e pela importância dos mártires que ali foram sepultados, e particularmente célebres são a cripta de Santa Cecília e a contígua à dos papas, na qual foram sepultados o Papa Ponciano Antero, Fabiano entre outros... O túmulo dele está colocado bem no meio da Roma antiga, na basílica de Santa Maria in Trastevere, que, construída por determinação do Papa Júlio, na metade do século IV, foi intitulada também de São Calisto (Canção Nova).

Referências bibliográficas:

CANÇÃO NOVA. São Calisto I, Papa criador do cemitério da Via Ápia. Disponível em: https://santo.cancaonova.com/santo/sao-calisto-i-papa-criador-do-cemiterio-da-via-apia/. Acesso em: 27/03/2025.

WIKIPEDIA. Papa Calisto I. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Papa_Calisto_I>. Acesso em: 27/03/2025.


Notas:

  •  [1] Imagem (adaptada) e meramente ilustrativa. Disponível em: <https://santo.cancaonova.com/santo/sao-calisto-i-papa-criador-do-cemiterio-da-via-apia/>. Acesso em: 27/03/2025.
  •  [2CESAREIA, Eusébio. História Eclesiástica: os primeiros quatro anos da Igreja Cristã. Rio de Janeiro: CPAD, 1999.

24 fevereiro 2025

Bispos e Papas (14): Zeferino

 Publicado por: Alcides Amorim  


Bispo Zeferino [1]

Neste post, como parte de nossa lista dos bispos e papas romanos, quero destacar a pessoa do bispo Zeferino, que na História Eclesiástica (HE) [2] de Eusébio de Cesareia, aparece como o número 14 da lista. Ou seja, o 14º bispo, mas considerado o 15º papa para os católicos.

Eusébio fala de um rei Antonino, que governou sete anos e seis meses, sendo sucedido por Macrino, e este, depois de um ano, “... foi sucedido por outro Antonino na soberania de Roma” (HE, 6, XXI). Na sequência, Eusébio diz que “Zeferino, o bispo de Roma, partiu desta vida, depois de se responsabilizar pela igreja por dezoito anos” (idem). Considerando esta lista de imperadores romanos [3], temos: Antonino (Caracalla) que governou entre 188 e 217; Macrino, de 217 a 218 e Antonino Heliogábalo, de 218 a 222. Ligando estas informações com as de Eusébio, entendemos que o bispo Zeferino faleceu no ano 218, tendo exercido seu bispado por 18 anos. Ou seja, por estas informações, Zeferino foi bispo de Roma entre 200 e 218. Pode ser data aproximada de um ano. Neste caso, as informações batem com esta fonte católica (Paulus) [4] e com esta (wikipedia). Desta última, extrai as informações a seguir – texto adaptado –, acerca do bispo Zeferino:

  • Foi o primeiro ‘papa” do século III e décimo quinto da Igreja, sucedendo a Vitor I ... 
  • Era natural de Roma, foi eleito em 199.
  • · Seu pontificado se caracterizou por duras lutas teológicas que levaram, por exemplo à excomunhão de Tertuliano.
Sobre Tertuliano, já falei um pouco aqui:

Outra observação, ainda do exemplo do próprio Tertuliano, é o fato de ele ter-se unido ao movimento montanista, fundado por um sacerdote pagão chamado Montano, que se converteu no ano de 155. Mas com o tempo, Montano começou a profetizar, dizendo ter sido possuído pelo Espírito. Juntaram-se a ele duas mulheres, Priscila e Maximila, profetizando nas igrejas e afirmando que uma ‘nova era’ tinha chegado. Por isto mesmo, embora fossem normais suas profecias, a afirmação da chegada de uma nova era recebeu a objeção da igreja. Outra questão, além das práticas de profetizar dos montanistas, foi sua rigorosidade e moralismo que caracterizavam seus modos de viver. E parece ser justamente este último item que chamou a atenção de Tertuliano. Verifica-se então, com Tertuliano, uma voz destoante do (quase) todo dos mestres da época. Por que Tertuliano julgava a influência grega uma heresia para a igreja e não as ideias montanistas? Onde buscar a base para a refutação de alguns pontos de vista doutrinários e aceitação de outros?  Portanto, o gnosticismo dentre outros movimentos sincretistas ou heréticos, e Márciom e Montano, dentre outros falsos mestres (ou não), significaram grandes desafios para os verdadeiros mestres e responsáveis pela conservação da sã doutrina, ou ‘depósito da fé’, recebido dos apóstolos. Daí, a necessidade de uma reposta que representasse a ‘mensagem única’ e ao mesmo ‘universal’ para a igreja. O cânon, a formulação do Credo Apostólico e a sucessão apostólica, constituíam parte desta resposta [5].

  • O crítico do bispo Zeferino, São Hipólito, o descreveu como um homem simples, sem educação e dominado pelo seu assessor, Calisto, do qual falaremos na sequência.
  • Dentre outras medidas de Zeferino: “... estabeleceu que os fiéis católicos, depois dos 14 anos, comungassem, pelo menos na ocasião da Festa da Páscoa [e] determinou o uso da patena e dos cálices sagrados, até então confeccionados em madeira, que deveriam ser feitos ao menos de vidro...”

O Portal Paulus entende ser impropriamente considerar o bispo/papa “São Zeferino” um mártir e afirma que ele foi sepultado nas catacumbas de são Calisto, num edifício onde foi sepultado depois também são Tarcísio.

Sobre Tertuliano, já falei um pouco aqui:

Nesta fonte do vídeo sugerido a seguir, Altierez dos Santos diz que o papado de Zeferino foi o um dos mais longos: de 198 a 218, portanto, 20 anos de papado. Confirme outras informações aqui [6].

Notas / Referências bibliográficas:

 

 

23 dezembro 2024

Bispos e Papas (13): Vítor

 Por: Alcides Amorim 


Bispo Vítor I [1]


Continuando a lista dos bispos e papas, destacando inicialmente os listados por Eusébio de Cesareia, ele descreve a ordem dos bispos até o número 12 de seu livro História Eclesiástica (HE) [2], que foi Eleutero. Este aparece no final do seu livro 5, capítulo VI: “O décimo segundo desde os apóstolos no episcopado agora é Eleutero, na mesma ordem e na mesma doutrina...”.  Os demais bispos citados por ele, não aparecem na ordem numérica.

O próximo bispo, o número 13 na ordem dos bispos romanos, é Vítor. “No décimo ano do reinado de Cômodo, Eleutero, que tinha mantido o episcopado por treze anos, foi sucedido por Vítor...” (EC, 5, XXII). Na lista de todos os papas da Igreja Católica (p.ex., aqui), o nome Vítor é acrescido do número I (Vítor I) e corresponde ao 14º papa da lista, considerando que o Apóstolo Pedro também foi papa, juntamente com os demais bispos de Roma. Na Lista, há também o Vítor II (1055-1057), que ocupa a 153ª posição. 

As informações que transcrevemos sobre Vítor I são de fontes católicas, por exemplo, nesta [3] e nesta outra [4].

Vítor I:

  • Nasceu na atual Tunísia, norte da África. Portanto, o primeiro “papa” africano
  • Seu pontificado [ou bispado] foi marcado por definições importantes na liturgia da igreja, referentes a (o):

- Idioma: uso do latim na celebração da missa, ao invés do grego; 

- Batismo: uso de qualquer água no rito batismal;

- Páscoa: celebração no domingo, dia da ressurreição de Cristo;

- Domingo: dia mais importante da semana, em lugar do sábado judaico;

  • As definições litúrgicas acima foram institucionalizadas no primeiro Concílio de Niceia (325).
  • Vítor I também combateu heresias como o adocionismo [5], que ”... pregava que Jesus Cristo não era filho de Deus, mas um homem puríssimo e superior aos outros, adotado por Ele como seu filho...” (Nota 4).

Eusébio (5, XXIV) afirma que o bispo Vítor recebeu de Polícrates, líder dos bispos da Ásia, uma carta na qual afirma: “... assim observamos o dia genuíno, sem pôr nem tirar. Pois na Asia grandes luzes já dormem, as quais ressuscitarão no dia da manifestação do Senhor, em que Ele virá do céu com glória e levantará todos os santos... Todos eles [Filipe e João (apóstolos), Policarpo e outros] eles observam o décimo quarto dia da páscoa de acordo com o evangelho, não se desviando em nada, antes, seguindo a regra da fé...”. Eusébio afirma que Vítor tentou excomungar Polícrates e outros por terem tido essa opinião, mas depois reverteu sua decisão após Irineu e outros terem intercedido. Observe que aqui percebemos divergências doutrinárias entre as igrejas da Ásia e as de Roma...

Bem, segundo esta fonte , Vítor I foi papa entre 189 a 199. E no vídeo, a seguir, veja mais sobre o Bispo ou papa Vítor I.


Notas / Referências bibliográficas:

03 dezembro 2024

Bispos e Papas (12): Eleutero

Eleutero [1]

Continuando nossa lista de bispos e papas, destacando inicialmente os listados por Eusébio de Cesareia, quero destacar o número 12 de seu livro História Eclesiástica (HE) [2]: Eleutero. Depois de citar a sequência de bispos (HE: 5, VI): Lino, Anacleto, Clemente, Evaristo, Alexandre, Xisto, Telésforo, Higino, Pio, Aniceto e Sotero “... o décimo segundo desde os apóstolos no episcopado agora é Eleutero...”.

Sobre o bispo Eleutero ou Eleutério [3] segundo as fontes listadas abaixo [4], destacamos:

  • Eleutério é mencionado apenas a partir de fontes hagiográficas tardias (século VIII);
  • Era grego e seu nome (em grego) significa “homem livre”; parece indicar que ele era um escravo liberto.
  • Veio a Roma acompanhando do Papa (Bispo) Aniceto e tornou-se seu secretário. Depois, como papa (ou bispo), exerceu seu “papado” (episcopado) entre 175 e 189.
  • Seu episcopado foi marcado pela luta contra movimentos heréticos que chegaram a Roma: gnosticismo, montanismo e marcionismo.
  • Com a perseguição mais amena, no tempo do Cômodo, Eleutério passou a dedicar ao combate às questões heréticas. Emitiu um decreto acabando com a distinção herética entre alimentos puros e impuros. E, através de outro decreto, acredita-se que Eleutério tenha ordenado que o dia da Páscoa fosse comemorado no domingo.
  •  Foi martirizado (em 189) durante uma nova perseguição aos cristãos.

“Segundo a tradição, [Eleutério] recebeu cartas de Lúcio, rei de uma parte da Bretanha, pedindo o envio de missionários para o instruir na fé Católica[5]. Atendeu ao pedido iniciando assim a obra de evangelização, enviando os padres São Damião e São Fugácio para baptizarem o rei Lúcio, sua rainha e grande parte da população. Esta história merece o cepticismo dos historiadores por não ser suportada por relatos concretos. Eleutério resolveu a questão de origem judaica, sobre a distinção entre alimentos puros e impuros, libertando os cristãos de restrições alimentares” (Papa Eleutório / Coração devoto).

Sugiro, para concluir, o vídeo do site católico Altivez Altierez dos Santos Catequese e Teologia Católica, sobre Eleutério:


Notas / Referências bibliográficas:

  • [1] Imagem ilustrativa e adaptada. Disponível em: <https://coracaodevoto.com.br/paginas/papas/13>. Acesso em: 02/12/2024.

  • [2] Na versão publicada pela CPAD em 1995, nas páginas 409/410, a editora fez uma lista de 29 bispos de Roma citados por Eusébio, e Pio é o número 9 da lista...

  • [3] O bispo, chamado por Eusébio de Eleutero é conhecido também como Papa/Santo Eleutério nas fontes católicas consultadas.

  • [5] Entende-se por “fé católica” a aceitação, já no segundo século, após a morte dos apóstolos, de uma unidade doutrinária universal (católica) do Cristianismo. “A organização da Igreja Católica tomou-se necessária em face de um grande perigo. O Gnosticismo lançava confusão nas massas a respeito da verdade cristã. Outro movimento estava também produzindo dissensão: o Montanismo. Os montanistas desejavam uma igreja como a do 1º século, sob a direção do governo direto do Espírito Santo. Sustentavam que as autoridades da Igreja estorvavam a ação do Espírito, e se opunham ao poder sempre crescente que se desenvolvia no ministério. A crença deles a respeito da direção imediata do Espírito levou-os a uma estranha e fanática emissão de sons e palavras. Para preservar a religião cristã de se perder na confusão, foram necessários certos meios de unidade externa. O meio de que lançaram mão foi a organização da Igreja Católica, uma instituição que pretendia possuir autoridade, excluindo do seu seio os que se recusassem a lhe obedecer. Esse fato teve posteriormente resultados funestos, mas foi necessário naquele tempo...” (NICHOLS, Robert Hastings. História da Igreja Cristã. São Paulo: Casa Editora Presbiteriana, 2000, pag. 47/48). Destaques meus...

14 outubro 2024

Bispos e Papas (11): Sotero

 

Bispo Sotero [1]

Como já dissemos nos posts anteriores sobre os bispos e papas, estamos destacando inicialmente os listados por Eusébio de Cesareia, no seu livro História Eclesiástica [2]. Já vimos os dez primeiros bispos, e desta feita, vamos ver um pouco sobre o décimo primeiro da lista, chamado Aniceto. Os dez bispos que já vimos até aqui são: Lino, Anacleto, Clemente, Evaristo, Alexandre, Xisto, Telésforo, Higino, Pio e Aniceto (HE: 5, VI). E mais: “foi no oitavo ano de reinado acima mencionado, ou seja, o de Vero [Lucio Vero] [3], que Aniceto, que mantivera o episcopado de Roma por onze anos, foi sucedido por Sotero...”

Sobre Sotero, conforme as fontes [4] listadas abaixo, destacamos:

  • Sotero, segundo a Igreja Católica, foi o 12º papa e exerceu seu papado entre 166 e 174 ou 175.

  • Nasceu “… na cidade de Fondi, na Campânia, Itália, e seu pai se chamava Concórdio (In: Franciscanos).

  • Seu pontificado foi marcado por seu zelo pela doutrina e pelas obras sociais, envio de esmolas para muitas igrejas em várias cidades.

  • Opôs-se com rigor aos hereges montanistas e proibiu as mulheres de tocarem nos vasos e ornamentos sagrados e também de oferecerem incenso durante as cerimônias.

  • Sobre a doutrina montanista, combatida por Sotero, (cf Franciscanos): ela “… propunha um exagerado rigor de costumes. Era uma doutrina de medo e de pessimismo, porque o fim do mundo sempre poderia acontecer a qualquer momento. Supondo isso, todos os cristãos deveriam viver numa santidade irreal, renunciando ao matrimônio e buscando o sofrimento da penitência constante, porque, segundo Montano, a Igreja não tinha faculdades para perdoar os pecados. Essa doutrina, que também era defendida por Tertuliano e, principalmente, Novaciano, foi condenada pela Igreja na época do papa Sotero”.

  • Sotero foi também um eloquente defensor dos cristãos perseguidos…

  • Embora tratado como santo e mártir, mas parece haver contradições nas informações acerca disto, do bispo Sotero. Por exemplo, aqui encontramos que “… de modo algum são Sotero e são Caio devem ser contados entre mártires. São Caio é lembrado no livro Depositio episcoporum (354), enquanto ignora-se o dia de nascimento de são Sotero”.

Sugiro, a seguir, o vídeo do site católico Altivez Altierez dos Santos Catequese e Teologia Católica, sobre Sotero:



Notas:

  • [1] Imagem (adaptada) e meramente ilustrativa. Disponível em: <https://osaopaulo.org.br/santo-do-dia/a-igreja-recorda-sao-sotero-papa/>. Acesso em: 11/10/2024.

  • [2] Na versão publicada pela CPAD em 1995, nas páginas 409/410, a editora fez uma lista de 29 bispos de Roma citados por Eusébio, e Pio é o número 9 da lista...