Lembrando que esta lista não é a mesma da Igreja Católica, uma vez que a tradição católica considera o apóstolo Pedro como tendo sido o primeiro bispo romano e, por isso, o primeiro papa da igreja e, como se vê acima, Eusébio e muitos outros cristãos consideram Lino o primeiro bispo romano e não o apóstolo Pedro.
Afirma Eusébio que o bispo Zeferino foi sucedido por Calisto, e este por Urbano (HE, 6, XXI). E que “... Urbano, que fora bispo de Roma por oito anos, foi sucedido por Ponciano” (HE, 6, XXIII).
Como os outros casos, as informações que temos do Bispo ou papa Urbano são de fontes católicas. Considerando estas fontes (a), b) e c))[3], descritas nas considerações bibliográficas abaixo, temos o seguinte resumo:
O bispo ou papa Urbano I nasceu em Roma, viveu entre 175 e 230 e exerceu seu bispado por 8 anos, entre 222 e 230.
Seu bispado/pontificado ocorreu num período de tolerância (222-235) do imperador Alexandre Severo, portanto, num momento de relativa paz para os cristãos. Embora a religião do Império Romano fosse o paganismo e a perseguição e o massacre ao cristianismo fosse intenso naquela época, Alexandre Severo permitiu certa liberdade de culto e tolerou razoavelmente o convício entre as crenças.
Determinou que as esmolas e os legados ofertados à Igreja fossem aplicados exclusivamente em duas direções: sustento/conversão dos pobres e culto divino.
Estabeleceu pioneiramente o uso de ouro, prata e pedras preciosas em patenas, cálices e vasos sagrados e que o sacramento da Confirmação fosse ministrado, após o Batismo, pelas mãos de um bispo. E também benzeu alguns artefatos deste material para a paróquia de Roma. “Era o início da riqueza que marcaria tão notoriamente a história da Igreja Católica” (Infoescola).
Organizou a Igreja de Roma em 25 unidades eclesiásticas, as paróquias de Roma e consentiu que a Igreja adquirisse bens.
Interveio nas disputas sobre o cisma de Hipólito de Roma e ordenou que o patrimônio da igreja doado pelos fiéis não pudesse ser usado, em hipótese alguma, para outros fins a não ser para o sustento dos próprios missionários.
Foi vítima de calúnia e perseguido pelo prefeito Almáquio, de Roma, sob o império de Alexandre Severo.
Foi responsável por inúmeras conversões, inclusive, de pessoas de alta classe social, dentre os quais Valeriano, esposo de Santa Cecília, convertida e martirizada, e de Tibúrcio, seu irmão.
A hagiografia apresenta geralmente como martirizados em seu tempo Santa Cecília e companheiros. Entretanto, parece que o bispo Urbano, de que se fala o martirológio, não era este papa, mas, sim, algum homônimo seu, dos tempos de Marco Aurélio ou Cômodo (161-192). In: Wikipedia.
Urbano, com a aplicação da benção a artefatos religiosos da paróquia de Roma, dava o início da riqueza que marcaria tão notoriamente a história da Igreja Católica.
Embora o catolicismo já desse sinais de sua preocupação com a riqueza no final do século II, o papa não deixou de pensar nos desvalidos. Mesmo cultuando os objetos de valor, Urbano I determinou que as esmolas ofertadas à Igreja fossem empregadas exclusivamente em duas frentes, o culto divino e os desvalidos. Ou seja, a Igreja demonstrava já seu perfil dúbio que oscila entre riqueza e pobreza.
Ao que parece, Urbano não tenha morrido como mártir. Ele faleceu no ano 230, com 55 anos de idade, sendo sucedido por Ponciano.
O
último período da História do Brasil que ficou conhecido como Nova
República (1985 até o momento), teve como primeiro presidente José
Sarney. Este propôs uma nova Constituição
para o país, a qual foi votada e promulgada em 5 de outubro de 1988. Um dos pilares
da Constituição, no campo político, é a realização de “eleições diretas e
universais com dois turnos”. Nesse sentido, após o fim do mandato de Sarney e das
disputas eleitorais da época, surgiria o segundo Presidente da República, mas o
primeiro eleito diretamente pelos cidadãos brasileiros.
As
eleições diretas para presidente foram realizadas em outubro de 1889, sendo
vencedor o candidato alagoano Fernando Collor de Mello, que derrotou
Luís Inácio Lula da Silva, candidato do Partido dos Trabalhadores.
1. Governo Collor
Collor [2] assumiu no dia 15 de março de 1990. Havia grande expectativa em relação à sua
posse, pois foi o primeiro presidente eleito diretamente pelo voto popular em
quase trinta anos. A expectativa era grande sobretudo em relação às medidas
econômicas que seriam tomadas pelo novo governo, devido à gravidade da situação
do país, que se caracterizava por uma inflação extremamente elevada.
Por
isso, as atenções se concentraram no plano econômico do novo presidente, que
foi anunciado em parte no dia da posse e definido na sua totalidade no dia
seguinte.
A
principal medida econômica, tomada no primeiro dia do governo Collor, foi o
bloqueio de grande parte do dinheiro que as pessoas e as empresas tinham nos
bancos, em conta corrente, em cadernetas de poupança e em outras formas de
aplicação; o objetivo dessa medida era diminuir o volume de dinheiro em poder
das pessoas e, assim, conter a inflação.
A moeda
voltou a ser o cruzeiro.
Além do
objetivo de conter a inflação, faziam parte do plano econômico de Collor;
privatização de empresas estatais;
fechamento de órgãos do governo e venda de
carros, casas e apartamentos de propriedade do governo;
abertura da economia ao capital externo e às
importações de produtos estrangeiros;
demissão de funcionários públicos.
Em 2016, a ex-presidente Dilma Rousseff também foi afastada da presidência acusada de improbidade administrativa e Collor de Mello participou da votação como senador.
PC Farias seria encontrado morto em Alagoas com a namorada em 23 de junho de 1996 e até hoje as circunstâncias do crime não foram esclarecidas.
A ex-primeira-dama Rosane Collor de Mello voltou à mídia para contar sua vida com o ex-presidente e exigir um aumento da pensão.
O movimento dos Caras Pintadas mobilizou
estudantes de todo país
Chefiado pela ministra Zélia Cardoso de Mello, o Ministério da Economia passou a
ser o principal ponto de atenções do novo governo, diante da necessidade que se
colocava de eliminar a inflação. Graças ao choque, a inflação baixou a níveis
inferiores a 10% nos primeiros meses da nova administração.
Nenhum
outro setor da vida nacional recebeu tanta atenção do governo Collor, que se
concentrou, nos primeiros meses, no combate à inflação.
Apesar
de todas as iniciativas, no entanto, a situação do país continuou difícil,
sobretudo porque a principal consequência da política econômica de Collor foi a
recessão, com queda dos salários e aumento do desemprego. Diante do fracasso de
sua política, Zélia Cardoso de Mello abandonou o governo em maio de 1991, sendo
substituída por Marcílio Marques Moreira.
No
final de 1991, além de grave recessão, com diminuição da atividade econômica e
com desemprego generalizado, a inflação voltava a elevar-se para níveis de 20%
ao mês e continuou a subir durante o ano de 1992.
2.Impeachment e renúncia
De
maneira geral, Collor não cumpriu suas promessas de campanha, pois ele prometeu
acabar com a inflação, que, depois de alguns meses, voltou com bastante força;
havia prometido governar para os “descamisados” e “pés-descalços”, mas não
houve redistribuição de renda; jurou acabar com os “marajás” (funcionários
públicos com altos salários e que pouco trabalhavam) e colocar os corruptos na
cadeia, mas ele mesmo passou a usufruir de vantagens de uma rede de corrupção;
comprometeu-se a pagar dignamente os aposentados, mas negou-lhes os reajustes
devidos, levando-os às ruas, em passeatas e outras manifestações públicas, para
exigir o respeito aos seus direitos.
Aos
poucos, porém, foram aparecendo na imprensa informações sobre casos de
corrupção que se multiplicavam em quase todos os setores do governo: no
Ministério da Saúde, foram comprados bicicletas, mochilas e guarda-chuvas em
quantidades desnecessárias e a preços acima dos de mercado; em outros
ministérios, eram contratadas para fazer obras públicas, sem licitação,
empreiteiras que haviam contribuído com dinheiro para a campanha do presidente;
a publicidade oficial era encaminhada às agências que haviam feito a propaganda
eleitoral de Collor; houve denúncias de desvio de dinheiro da Legião Brasileira
de Assistência (LBA), presidida por RosaneCollor, esposa do
presidente.
As
denúncias se avolumavam, envolvendo o nome do tesoureiro da campanha
presidencial, o empresário alagoano Paulo César Farias [3],
o PC. No início de 1992 o próprio irmão do presidente, PedroCollor,
denunciou e confirmou a existência do esquema de corrupção generalizada que
tomava conta do governo.
O
Congresso Nacional formou uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para
investigar as denúncias do irmão do presidente. Inicialmente, os trabalhos da
CPI andaram muito devagar, pois era difícil conseguir provas. Mas, a partir do
depoimento de Eriberto França, motorista de Ana Acioli, secretária de Collor, o
vasto esquema de corrupção, envolvendo centenas de milhões de dólares, começou
a ser conhecido: grandes empresas, para obter favores do governo, pagavam
milhares de dólares às empresas de Paulo César Farias. Este, por meio de contas
bancárias fantasmas, com nomes fictícios, encaminhava parte do dinheiro à conta
de Ana Acioli, que o utilizava para pagar as despesas particulares de Collor –
como a reforma de sua casa – e de seus familiares e amigos. Houve também
denúncias de envio de milhões de dólares ao exterior, carregados por aviões
particulares de PC.
Milhares
de pessoas, especialmente estudantes – que ficaram conhecidos como caras-pintadas,
por pintarem o rosto com as cores da bandeira nacional –, começaram a ir às
ruas em grandes manifestações, exigindo o afastamento do presidente. “Fora,
Collor” era o grito dos manifestantes.
No dia
29 de setembro de 1992, com base no relatório da CPI, a Câmara dos Deputados,
por grande maioria de votos, autorizou o Senado a processar e julgar
o presidente. De acordo com a Constituição, Collor foi afastado por 180 dias; ItamarFranco, vice-presidente, assumiu interinamente a Presidência.
Três
meses depois, no dia 29 de dezembro, ao ter início o julgamento do Senado,
percebendo que seria derrotado, Collor renunciou ao seu mandato de
presidente da República. No mesmo dia, Itamar Franco foi empossado como
presidente efetivo do Brasil.
Apesar
da renúncia, o Senado continuou o julgamento de Collor e suspendeu seus
direitos políticos por oito anos.
Mais
tarde, em 1995, Collor foi considerado inocente pelo Superior Tribunal Federal
(STF). Livrou-se das acusações de corrupção passiva junto ao “Esquema PC”,
falsidade ideológica e crime de peculato (utilização de cargos públicos para o
desvio de verbas).
Após o
Impeachment, Collor e a primeira-dama Rosane, mudam-se para Miami, nos Estados
Unidos. A presidência seria assumida pelo seu vice, Itamar Franco, em 02 de
outubro de 1992.
Por
fim, o governo de Collor foi muito conturbado, marcado por diversos escândalos
de corrupção, o que culminou na sua deposição.
Três curiosidades
escritas por Juliana Bezerra (aqui, vide R. B.):
Notas:
[1] Fernando Collor. Foto disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Fernando_Collor>. Acesso em: 04/04/2025
[2] PILETTI (Vide Referências Bibliográficas). Texto adaptado.
[3] Paulo César Farias foi tesoureiro e coordenador da campanha de Fernando Collor de Mello. Ele não possuía um cargo público formal no governo Collor, mas atuava como principal conselheiro do presidente. Veja o documentário feito sobre ele pela Brasil Paralelo, destacando “O que aconteceu com PC Farias? Quem assassinou PC Farias? Descoberta de farsas; Fortuna de PC Farias e o esquema PC; Conclusão do caso PC Farias...” em: <https://www.brasilparalelo.com.br/artigos/quem-matou-pc-farias>. Acesso em: 04/04/2025.