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29 de abril de 2025

O que diz a Bíblia sobre o papa e o papado?

Por: GotQuestions [1]


Brasão do Papado e do Vaticano [2]

O ensinamento da Igreja Católica Romana sobre o papa (“papa” significa “pai”) é baseado em e envolve os seguintes ensinamentos romanos católicos:

1) Cristo fez de Pedro o líder dos apóstolos e da igreja (Mateus 16:18-19). Em dar a Pedro as “chaves do reino”, Cristo não apenas fez dele líder, mas também fez dele infalível quando agindo ou falando como representante de Cristo na terra (falando de sua cadeira de autoridade, ou ex cathedra). Esta capacidade de agir no interesse da igreja de forma infalível quando falando “ex cathedra” foi passada de Pedro para seus sucessores, dando desta forma à Igreja um infalível guia na terra. O propósito do papado é guiar a Igreja sem cometer erros.

2) Mais tarde, Pedro se tornou o primeiro Bispo de Roma. Como tal, ele exercia a autoridade sobre todos os bispos e líderes da igreja. O ensinamento de que o Bispo de Roma está acima de todos os bispos em autoridade é conhecido como a “supremacia” do Bispo de Roma.

3) Pedro passou adiante a sua autoridade apostólica ao próximo Bispo de Roma, juntamente com os outros apóstolos que passaram adiante a sua autoridade apostólica aos bispos por eles ordenados. Estes novos bispos, por sua vez, passaram adiante a sua autoridade apostólica àqueles bispos que eles mais tarde ordenaram e assim por diante. Esta “passagem da autoridade apostólica” é conhecida como “sucessão apostólica”.

4) Baseados na alegação católica romana de uma corrente contínua de bispos romanos, os católicos romanos ensinam que a Igreja Católica Romana é a verdadeira igreja, e que todas as igrejas que não aceitam a supremacia do papa têm se desviado dela, a igreja única e verdadeira.

Depois de termos rapidamente visto alguns dos ensinamentos da Igreja Católica Romana a respeito do papado, a questão é se estes ensinamentos estão em concordância com as Escrituras. A Igreja Católica Romana vê o papado e a autoridade infalível da “Igreja mãe” como sendo necessários para guiar a Igreja, e usa isto como raciocínio lógico para justificar a provisão de Deus neste assunto. No entanto, ao examinar as Escrituras, podemos achar o seguinte:

1) Apesar de Pedro ter sido central na primeira expansão do evangelho (parte do significado por trás de Mateus 16:18-19), o ensinamento das Escrituras, tomado em contexto, em nenhum lugar declara que ele estivesse em autoridade sobre os outros apóstolos ou acima da Igreja (veja Atos 15:1-23; Gálatas 2:1-14; I Pedro 5:1-5). Nem é jamais ensinado que o Bispo de Roma deveria ter supremacia sobre a Igreja. Ao invés, há apenas uma referência nas Escrituras de Pedro escrevendo da “Babilônia”, um nome às vezes usado para se referir a Roma, encontrado em I Pedro 5:13. Em grande parte por causa disso e do aumento histórico da influência do Bispo de Roma (devido ao apoio de Constantino e dos imperadores romanos que o sucederam), vem o ensinamento da Igreja Católica Romana da supremacia do Bispo de Roma. Entretanto, as Escrituras mostram que a autoridade de Pedro era compartilhada pelos outros apóstolos (Efésios 2:19-20), e que a autoridade de “ligar e desligar” a ele atribuída era, da mesma forma, dividida pelas igrejas locais, não apenas seus líderes (veja Mateus 18:15-19; I Coríntios 5:1-13; II Coríntios 13:10; Tito 2:15; 3:10-11).

2) Em nenhum lugar as Escrituras afirmam que, para manter a igreja livre de erro, a autoridade dos apóstolos foi passada aos que eles ordenaram (sucessão apostólica). A sucessão apostólica é uma “leitura forçada” destes versículos que a Igreja Católica Romana usa para apoiar esta doutrina (II Timóteo 2:2; 4:2-5; Tito 1:5; 2:1; 2:15; I Timóteo 5:19-22). O que as Escrituras REALMENTE ENSINAM é que falsos ensinamentos se levantariam, vindo até do meio dos líderes da igreja, e que os cristãos deveriam comparar os ensinamentos destes líderes com as Escrituras, que são a única coisa que a Bíblia cita como infalíveis. A Bíblia não ensina que os apóstolos eram infalíveis, a não ser quando o que escreveram foi incorporado às Escrituras. Paulo, conversando com os líderes da igreja na grande cidade de Éfeso, menciona a vinda de falsos mestres. Paulo NÃO os recomenda aos “apóstolos ou aqueles a quem seria passada sua autoridade”, mas a “Deus e à palavra da sua graça...” (Atos 20:28-32).

Mais uma vez, a Bíblia ensina que as Escrituras devem ser usadas como a medida padrão para determinar a verdade do engano. Em Gálatas 1:8-9, Paulo afirma que não é QUEM ensina, mas O QUE está sendo ensinado que deve ser usado para diferenciar a verdade do engano. Apesar da Igreja Católica Romana continuar a lançar a maldição “anátema” àqueles que rejeitam a autoridade do papa, as Escrituras reservam tal maldição àqueles que ensinarem um evangelho diferente (Gálatas 1:8-9).

3) Apesar da Igreja Católica Romana ver a sucessão apostólica como logicamente necessária para que Deus, de forma livre de erros, guie a Sua Igreja, as Escrituras afirmam que Deus providenciou por [para] Sua igreja através de:

(a) As Escrituras Infalíveis (Atos 20:32; II Timóteo 3:15-17; Mateus 5:18; João 10:35; Atos 17:10-12; Isaías 8:20; 40:8; etc.). Nota: Pedro fala dos escritos de Paulo na mesma categoria de outra Escritura (II Pedro 3:16),

(b) O eterno sumo sacerdócio de Cristo no céu (Hebreus 7:22-28),

(c) A provisão do Espírito Santo, que guiou os apóstolos à verdade depois da morte de Cristo (João 16:12-14), que dá dons aos crentes para a obra do ministério, incluindo o ensino (Romanos 12:3-8; Efésios 4:11-16), e que usa a Palavra escrita como a Sua principal ferramenta (Hebreus 4:12; Efésios 6:17).

Apesar de ter havido homens bons e honrados (humanamente falando) que serviram como papas da Igreja Católica Romana, incluindo o Papa João Paulo II, o Papa Bento XVI e o Papa Francisco I, os ensinamentos da Igreja Católica Romana sobre a autoridade do papa devem ser rejeitados porque não estão de acordo com os ensinamentos da igreja original, a nós divulgados no Novo Testamento. Esta comparação do ensinamento de qualquer igreja é essencial, sob o risco de deixarmos de ter os ensinamentos do Novo Testamento a respeito do evangelho, não apenas correndo o risco de deixarmos de ter vida eterna no céu, mas, sem saber, levarmos outros ao caminho errado (Gálatas 1:8-9).

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Veja também:


Nota:

  • [2] Por que o símbolo pontifício é representado por duas chaves cruzadas? Disponível em: https://www.a12.com/redacaoa12/duvidas-religiosas/por-que-o-simbolo-pontificio-e-representado-por-duas-chaves-cruzadas. Acesso em: 29/04/2025.

23 de abril de 2025

Bispos e Papas (16): Urbano I

 

Bispo Urbano I [1]

O próximo bispo de nossa lista (bispos e papas romanos), que queremos destacar aqui é o Bispo Urbano.

Relembrando os bispos destacados até aqui, seguindo a ordem proposta por Eusébio de Cesareia, em História Eclesiástica (HE) [2]:

· 01) Bispo Lino - 67 a 76.
· 02) Bispo Anacleto - 76 a 88.
· 03) Bispo Clemente de Roma - 88 a 97.
· 04) Bispo Evaristo - 97 a 105.
· 05) Bispo Alexandre I - 106(?) a 116 (?).
· 06) Bispo Sixto I - 115(?) a 129(?).
· 07) Bispo Telésforo - 125(?) a 138.
· 08) Bispo Higino - 138 a 142.
· 09) Bispo Pio - 142 a 155(?).
· 10) Bispo Aniceto - 154(?) a 166.
· 11) Bispo Sotero - 166 a 174/5.
· 12) Bispo Eleutero - 175 e 189.
· 13) Bispo Vitor I - 189 a 199 (Wikipedia).
· 14) Bispo Zeferino (199 a 217).
· 15) Calisto Primeiro (217 a 222).

Lembrando que esta lista não é a mesma da Igreja Católica, uma vez que a tradição católica considera o apóstolo Pedro como tendo sido o primeiro bispo romano e, por isso, o primeiro papa da igreja e, como se vê acima, Eusébio e muitos outros cristãos consideram Lino o primeiro bispo romano e não o apóstolo Pedro.

Afirma Eusébio que o bispo Zeferino foi sucedido por Calisto, e este por Urbano (HE, 6, XXI). E que “... Urbano, que fora bispo de Roma por oito anos, foi sucedido por Ponciano” (HE, 6, XXIII).

Como os outros casos, as informações que temos do Bispo ou papa Urbano são de fontes católicas. Considerando estas fontes (a), b) e c))[3], descritas nas considerações bibliográficas abaixo, temos o seguinte resumo:

  • O bispo ou papa Urbano I nasceu em Roma, viveu entre 175 e 230 e exerceu seu bispado por 8 anos, entre 222 e 230.
  • Seu bispado/pontificado ocorreu num período de tolerância (222-235) do imperador Alexandre Severo, portanto, num momento de relativa paz para os cristãos. Embora a religião do Império Romano fosse o paganismo e a perseguição e o massacre ao cristianismo fosse intenso naquela época, Alexandre Severo permitiu certa liberdade de culto e tolerou razoavelmente o convício entre as crenças. 
  • Determinou que as esmolas e os legados ofertados à Igreja fossem aplicados exclusivamente em duas direções: sustento/conversão dos pobres e culto divino. 
  • Estabeleceu pioneiramente o uso de ouro, prata e pedras preciosas em patenas, cálices e vasos sagrados e que o sacramento da Confirmação fosse ministrado, após o Batismo, pelas mãos de um bispo. E também benzeu alguns artefatos deste material para a paróquia de Roma. “Era o início da riqueza que marcaria tão notoriamente a história da Igreja Católica” (Infoescola). 
  • Organizou a Igreja de Roma em 25 unidades eclesiásticas, as paróquias de Roma e consentiu que a Igreja adquirisse bens. 
  • Interveio nas disputas sobre o cisma de Hipólito de Roma e ordenou que o patrimônio da igreja doado pelos fiéis não pudesse ser usado, em hipótese alguma, para outros fins a não ser para o sustento dos próprios missionários. 
  • Foi vítima de calúnia e perseguido pelo prefeito Almáquio, de Roma, sob o império de Alexandre Severo. 
  • Foi responsável por inúmeras conversões, inclusive, de pessoas de alta classe social, dentre os quais Valeriano, esposo de Santa Cecília, convertida e martirizada, e de Tibúrcio, seu irmão.
A hagiografia apresenta geralmente como martirizados em seu tempo Santa Cecília e companheiros. Entretanto, parece que o bispo Urbano, de que se fala o martirológio, não era este papa, mas, sim, algum homônimo seu, dos tempos de Marco Aurélio ou Cômodo (161-192). In: Wikipedia.
  • Urbano, com a aplicação da benção a artefatos religiosos da paróquia de Roma, dava o início da riqueza que marcaria tão notoriamente a história da Igreja Católica. 
  • Embora o catolicismo já desse sinais de sua preocupação com a riqueza no final do século II, o papa não deixou de pensar nos desvalidos. Mesmo cultuando os objetos de valor, Urbano I determinou que as esmolas ofertadas à Igreja fossem empregadas exclusivamente em duas frentes, o culto divino e os desvalidos. Ou seja, a Igreja demonstrava já seu perfil dúbio que oscila entre riqueza e pobreza.

Ao que parece, Urbano não tenha morrido como mártir. Ele faleceu no ano 230, com 55 anos de idade, sendo sucedido por Ponciano.


Notas/Referências bibliográficas:

  • [1] Imagem (adaptada) e meramente ilustrativa. Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Papa_Urbano_I>. Acesso em: 22/04/2025.
  • [2] CESAREIA, Eusébio. História Eclesiástica: os primeiros quatro anos da Igreja Cristã. Rio de Janeiro: CPAD, 1999.

  • [3] Papa Urbano I:

7 de abril de 2025

Nova República (5): Fernando Collor de Mello

Fernando Affonso Collor de Mello [1]

Ouça o artigo:             (via Clipchamp/Dropbox) ...


O último período da História do Brasil que ficou conhecido como Nova República (1985 até o momento), teve como primeiro presidente José Sarney. Este propôs uma nova Constituição para o país, a qual foi votada e promulgada em 5 de outubro de 1988. Um dos pilares da Constituição, no campo político, é a realização de “eleições diretas e universais com dois turnos”. Nesse sentido, após o fim do mandato de Sarney e das disputas eleitorais da época, surgiria o segundo Presidente da República, mas o primeiro eleito diretamente pelos cidadãos brasileiros.

As eleições diretas para presidente foram realizadas em outubro de 1889, sendo vencedor o candidato alagoano Fernando Collor de Mello, que derrotou Luís Inácio Lula da Silva, candidato do Partido dos Trabalhadores.

1. Governo Collor

Collor [2] assumiu no dia 15 de março de 1990. Havia grande expectativa em relação à sua posse, pois foi o primeiro presidente eleito diretamente pelo voto popular em quase trinta anos. A expectativa era grande sobretudo em relação às medidas econômicas que seriam tomadas pelo novo governo, devido à gravidade da situação do país, que se caracterizava por uma inflação extremamente elevada.

Por isso, as atenções se concentraram no plano econômico do novo presidente, que foi anunciado em parte no dia da posse e definido na sua totalidade no dia seguinte.

A principal medida econômica, tomada no primeiro dia do governo Collor, foi o bloqueio de grande parte do dinheiro que as pessoas e as empresas tinham nos bancos, em conta corrente, em cadernetas de poupança e em outras formas de aplicação; o objetivo dessa medida era diminuir o volume de dinheiro em poder das pessoas e, assim, conter a inflação.

A moeda voltou a ser o cruzeiro.

Além do objetivo de conter a inflação, faziam parte do plano econômico de Collor;

  • privatização de empresas estatais; 
  • fechamento de órgãos do governo e venda de carros, casas e apartamentos de propriedade do governo;

  • abertura da economia ao capital externo e às importações de produtos estrangeiros;

  • demissão de funcionários públicos.
  • Em 2016, a ex-presidente Dilma Rousseff também foi afastada da presidência acusada de improbidade administrativa e Collor de Mello participou da votação como senador.
  • PC Farias seria encontrado morto em Alagoas com a namorada em 23 de junho de 1996 e até hoje as circunstâncias do crime não foram esclarecidas.
  • A ex-primeira-dama Rosane Collor de Mello voltou à mídia para contar sua vida com o ex-presidente e exigir um aumento da pensão.

O movimento dos Caras Pintadas mobilizou
estudantes de todo país

Chefiado pela ministra Zélia Cardoso de Mello, o Ministério da Economia passou a ser o principal ponto de atenções do novo governo, diante da necessidade que se colocava de eliminar a inflação. Graças ao choque, a inflação baixou a níveis inferiores a 10% nos primeiros meses da nova administração.

Nenhum outro setor da vida nacional recebeu tanta atenção do governo Collor, que se concentrou, nos primeiros meses, no combate à inflação.

Apesar de todas as iniciativas, no entanto, a situação do país continuou difícil, sobretudo porque a principal consequência da política econômica de Collor foi a recessão, com queda dos salários e aumento do desemprego. Diante do fracasso de sua política, Zélia Cardoso de Mello abandonou o governo em maio de 1991, sendo substituída por Marcílio Marques Moreira.

No final de 1991, além de grave recessão, com diminuição da atividade econômica e com desemprego generalizado, a inflação voltava a elevar-se para níveis de 20% ao mês e continuou a subir durante o ano de 1992.

2.    Impeachment e renúncia

De maneira geral, Collor não cumpriu suas promessas de campanha, pois ele prometeu acabar com a inflação, que, depois de alguns meses, voltou com bastante força; havia prometido governar para os “descamisados” e “pés-descalços”, mas não houve redistribuição de renda; jurou acabar com os “marajás” (funcionários públicos com altos salários e que pouco trabalhavam) e colocar os corruptos na cadeia, mas ele mesmo passou a usufruir de vantagens de uma rede de corrupção; comprometeu-se a pagar dignamente os aposentados, mas negou-lhes os reajustes devidos, levando-os às ruas, em passeatas e outras manifestações públicas, para exigir o respeito aos seus direitos. 

Aos poucos, porém, foram aparecendo na imprensa informações sobre casos de corrupção que se multiplicavam em quase todos os setores do governo: no Ministério da Saúde, foram comprados bicicletas, mochilas e guarda-chuvas em quantidades desnecessárias e a preços acima dos de mercado; em outros ministérios, eram contratadas para fazer obras públicas, sem licitação, empreiteiras que haviam contribuído com dinheiro para a campanha do presidente; a publicidade oficial era encaminhada às agências que haviam feito a propaganda eleitoral de Collor; houve denúncias de desvio de dinheiro da Legião Brasileira de Assistência (LBA), presidida por Rosane Collor, esposa do presidente. 

As denúncias se avolumavam, envolvendo o nome do tesoureiro da campanha presidencial, o empresário alagoano Paulo César Farias [3], o PC. No início de 1992 o próprio irmão do presidente, Pedro Collor, denunciou e confirmou a existência do esquema de corrupção generalizada que tomava conta do governo.

O Congresso Nacional formou uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as denúncias do irmão do presidente. Inicialmente, os trabalhos da CPI andaram muito devagar, pois era difícil conseguir provas. Mas, a partir do depoimento de Eriberto França, motorista de Ana Acioli, secretária de Collor, o vasto esquema de corrupção, envolvendo centenas de milhões de dólares, começou a ser conhecido: grandes empresas, para obter favores do governo, pagavam milhares de dólares às empresas de Paulo César Farias. Este, por meio de contas bancárias fantasmas, com nomes fictícios, encaminhava parte do dinheiro à conta de Ana Acioli, que o utilizava para pagar as despesas particulares de Collor – como a reforma de sua casa – e de seus familiares e amigos. Houve também denúncias de envio de milhões de dólares ao exterior, carregados por aviões particulares de PC.

Milhares de pessoas, especialmente estudantes – que ficaram conhecidos como caras-pintadas, por pintarem o rosto com as cores da bandeira nacional –, começaram a ir às ruas em grandes manifestações, exigindo o afastamento do presidente. “Fora, Collor” era o grito dos manifestantes.

No dia 29 de setembro de 1992, com base no relatório da CPI, a Câmara dos Deputados, por grande maioria de votos, autorizou o Senado a processar e julgar o presidente. De acordo com a Constituição, Collor foi afastado por 180 dias; Itamar Franco, vice-presidente, assumiu interinamente a Presidência.

Três meses depois, no dia 29 de dezembro, ao ter início o julgamento do Senado, percebendo que seria derrotado, Collor renunciou ao seu mandato de presidente da República. No mesmo dia, Itamar Franco foi empossado como presidente efetivo do Brasil.

Apesar da renúncia, o Senado continuou o julgamento de Collor e suspendeu seus direitos políticos por oito anos.

Mais tarde, em 1995, Collor foi considerado inocente pelo Superior Tribunal Federal (STF). Livrou-se das acusações de corrupção passiva junto ao “Esquema PC”, falsidade ideológica e crime de peculato (utilização de cargos públicos para o desvio de verbas).

Após o Impeachment, Collor e a primeira-dama Rosane, mudam-se para Miami, nos Estados Unidos. A presidência seria assumida pelo seu vice, Itamar Franco, em 02 de outubro de 1992.

Por fim, o governo de Collor foi muito conturbado, marcado por diversos escândalos de corrupção, o que culminou na sua deposição.

Três curiosidades escritas por Juliana Bezerra (aqui, vide R. B.):

Notas:

  • [1] Fernando Collor. Foto disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Fernando_Collor>. Acesso em: 04/04/2025

  • [2] PILETTI (Vide Referências Bibliográficas). Texto adaptado.

  • [3] Paulo César Farias foi tesoureiro e coordenador da campanha de Fernando Collor de Mello. Ele não possuía um cargo público formal no governo Collor, mas atuava como principal conselheiro do presidente. Veja o documentário feito sobre ele pela Brasil Paralelo, destacando “O que aconteceu com PC Farias? Quem assassinou PC Farias? Descoberta de farsas; Fortuna de PC Farias e o esquema PC; Conclusão do caso PC Farias...” em: <https://www.brasilparalelo.com.br/artigos/quem-matou-pc-farias>. Acesso em: 04/04/2025.

Referências bibliográficas:

BEZERRA, Juliana. Fernando Collor. Disponível em: <https://www.todamateria.com.br/fernando-collor/>. Acesso em: 04/04/2025.

PILETTINelson & PILETTIClaudino. História: EJA (Educação de Jovens e Adultos), 4º Ciclo. São Paulo: Ática, 2003 (Texto didático adaptado).