Por: Colin Brown
Já publicamos neste blog artigos acerca de alguns temas filosóficos como racionalismo, empirismo, marxismo, dogmatismo e assuntos correlatos. E todos eles, sob um prisma bíblico e/ou cristão. Neste post, queremos destacar o que Colin Brown escreve sobre o Iluminismo e o ceticismo na Europa Continental [2].
Na Europa continental, o racionalismo era a nova filosofia do século XVII e a filosofia ortodoxa do século XVIII. Mas mesmo então, mentes pesquisadoras estavam questionando seus métodos e resultados e procurando conceitos da realidade que fossem diferentes, embora não menos racionais. Nesta seção, mencionaremos quatro: Rousseau, Voltaire, Lessing e Kant. Os dois primeiros eram franceses, os dois últimos, alemães. A seus próprios modos, todos os quatro estavam procurando conceitos iluminados do conhecimento, conduta e religião humanos. Todos os quatro rejeitaram a religião tradicional. Todos os quatro avançaram firmemente ao longo do itinerário traçado pelos deístas ingleses.
Veja um resumo de cada um deles:
- Jean-Jacques Rousseau, um polêmico autor, defendeu a dignidade humana e criticou o progresso como corrupção da moral. Seus trabalhos, como "Emile" e "O Contrato Social", propuseram uma educação ideal e uma nova visão de sociedade baseada na vontade popular, influenciando teoricamente a Revolução Francesa.
- François-Marie Arouet, conhecido como Voltaire, destacou-se por sua crítica feroz à Igreja Católica, advogando pelo deísmo e pela moralidade independente da religião institucional. Suas obras, incluindo "Candide" e seu "Dicionário Filosófico", refletem seu ceticismo em relação à verdade religiosa.
- Gotthold Ephraim Lessing, um dramaturgo alemão, contribuiu para a busca do Jesus histórico e produziu obras críticas sobre a religião. Ele destacou a importância da ética e a ideia de que verdades morais podem ser extraídas da experiência humana, mesmo que suas análises do cristianismo geraram controvérsia.
- Immanuel Kant, embora nascido no século XVIII, é marcado pela transição ao XIX. Em suas obras, como "Crítica da Razão Pura", ele investigou a relação entre conhecimento, razão e experiência. Sua filosofia rejeitou as provas tradicionais da existência de Deus e propôs que a moralidade deveria ser decidida pela razão humana, sem a necessidade de um Deus interveniente. A sua visão prática da religião enfatizava a ética acima das crenças sobrenaturais.
Esses pensadores moldaram a
crítica iluminista e o ceticismo filosófico, buscando uma compreensão da
moralidade e da razão que, muitas vezes, desafiava as narrativas religiosas
tradicionais.
Mas, como afirma Brown:
"... Se a fé cristã não se encaixa perfeitamente, tanto pior para ela. A filosofia fica sendo um leito de Procrusto. Tudo quanto é deitado nela tem ou de ser esticado ou retalhado para encaixar-se. A dificuldade é que nem sempre se pode chegar à verdade por meio de tais ideias preconcebidas. Hume observou certa vez num momento de sinceridade que a natureza sempre é forte demais para o princípio. Poderia igualmente ter dito que a religião é forte demais para as filosofias preconcebidas..."
Veja o texto completo em:
<O Iluminismo e o Ceticismo na Europa Continental, Por Colin Browm>
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Notas / Referência bibliográficas:
- [1] Leitura da tragédia de Voltaire, O Órfão da China , no salão de Marie Thérèse Rodet Geoffrin em 1755, por Anicet Charles Gabriel Lemonnier. In: https://pt.wikipedia.org/wiki/Iluminismo. Acesso em: 28/11/2025.
- [2] BROWN, Colin. Filosofia e Fé Cristã. São Paulo: Vida Nova: 1983, páginas (56 a 62 - Texto copiado na íntegra e adaptado).
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